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ESTUDO DIRIGIDO DIREITO ADMINISTRATIVO (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
DEPARTAMENTO DE DIREITO
ALINE VITORINO DA TRINDADE 
ESTUDO DIRIGIDO – DIREITO ADMINISTRATIVO I
EXPLIQUE COMO SE DEFINE O CHAMADO “DIREITO ADMINISTRATIVO DESCRITIVO” EM CONTRAPOSIÇÃO À TENDÊNCIA CODIFICADORA DA LEI.
O direito administrativo no Brasil não se encontra codificado, isto é, os textos administrativos não estão reunidos em um só corpo de lei, como ocorre com outros ramos do nosso direito (Código Penal, Código Civil). As normas administrativas estão espalhadas no texto da Constituição, em diversas leis, ordinárias e complementares, e ainda em muitos outros diplomas normativos, a exemplo de decretos-leis, medidas provisórias, regulamentos e decretos do Poder Executivo, circunstância que muito: dificulta a obtenção de um conhecimento abrangente, bem como a formação de uma visão sistemática, orgânica, desse importante ramo do direito.
Para compreender melhor tal sistemática é mister que se observe o conceito de sistemas administrativos, bem como suas implicações. Sistema administrativo vem a ser o regime adotado pelo Estado para o controle dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos praticados pelo poder público nas diversas esferas e em todos os Poderes. São dois os sistemas existentes: sistema inglês e sistema francês.
O sistema inglês, ou de unicidade de jurisdição, é aquele em que todos os . litígios - administrativos ou que envolvam interesses exclusivamente privados - podem ser levados ao Poder Judiciário, único que dispõe de competência para dizer o direito aplicável aos casos litigiosos, de forma definitiva, com força da chamada coisa julgada. Diz-se que somente o Poder Judiciário tem jurisdição, em sentido próprio.
O sistema francês, ou de dualidade de jurisdição, ou sistema do contencioso administrativo é aquele em que se veda o conhecimento pelo Poder Judiciário de atos da administração pública, ficando estes sujeitos à chamada jurisdição especial do contencioso administrativo, formada por tribunais de índole administrativa. Nesse sistema há, portanto, uma dualidade de jurisdição: a jurisdição administrativa (formada pelos tribunais de natureza administrativa, com plena jurisdição em matéria administrativa) e a jurisdição comum (formada pelos órgãos do Poder Judiciário, com a competência de resolver os demais litígios).
O Brasil adotou o chamado sistema inglês, sistema de jurisdição única ou sistema de controle judicial, em que todos os litígios – administrativos ou que envolvam interesses exclusivamente privados - podem ser resolvidos pelo Poder Judiciário, ao qual é atribuída a função de dizer, em caráter definitivo, o direito aplicável aos casos submetidos a sua apreciação.
EM RELAÇÃO AO QUE DETERMINA O PRINCÍPIO DA DESIGUALDADE NAS RELAÇÕES JURÍDICAS, EXPLIQUE COMO SE DESENVOLVE A RELATIVIZAÇÃO DA OPOSIÇÃO BINÁRIA NO BRASIL.
O direito é tradicionalmente dividido em dois grandes ramos: direito público e direito privado. O direito público tem por objeto principal a regulação dos interesses da sociedade como um todo, a disciplina das relações entre esta e o Estado, e das relações das entidades e órgãos estatais entre si. Tutela ele o interesse público, só alcançando as condutas individuais de forma indireta ou reflexa. É característica marcante do direito público a desigualdade nas relações jurídicas por ele regidas, tendo em conta a prevalência do interesse público sobre os interesses privados. O fundamento da existência dessa desigualdade, portanto, é a noção de que os interesses da coletividade devem prevalecer sobre interesses privados.
Em suma, nas relações jurídicas de direito público o Estado encontra-se em posição de desigualdade jurídica relativamente ao particular, subordinando os interesses deste aos interesses da coletividade, ao interesse público, representados pelo Estado na relação jurídica.
O direito privado tem como escopo principal a regulação dos interesses particulares, como forma de possibilitar o convívio das pessoas em sociedade e uma harmoniosa fruição de seus bens. A nota característica do direito privado é a existência de igualdade jurídica entre os polos das relações por ele regidas. Como os interesses tutelados são interesses particulares, não há motivo para que se estabeleça, a priori, qualquer relação de subordinação entre as partes. No âmbito dos ramos do direito classificados como ramos do direito público, inúmeras relações jurídicas sujeitam-se à aplicação subsidiária do direito privado, ou, até mesmo, são regidas predominantemente pelo direito privado, assim como ao contrário tal premissa se encontra com grau de veracidade.
O que não é possível é alguma atuação do Estado, em qualquer campo, ser regida exclusivamente pelo direito privado, com total afastamento de normas de direito. público. O Estado pode integrar relações jurídicas regidas exclusiva ou predominantemente pelo direito público, o que ocorre na maioria das situações, e pode integrar relações jurídicas regidas predominantemente pelo direito privado, o que se verifica, por exemplo, quando atua no domínio econômico, como agente produtivo (Estado-empresário).
NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES DE DIREITO PÚBLICO, DIFERENCIE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, INDICANDO AS RELAÇÕES INTERNAS A ESTA, DAS ATIVIDADES DE ADMINISTRAÇÃO EM GERAL.
A administração pública em sentindo amplo abrange os órgãos que exercem função pública e também os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente administrativa. Deve-se entender por função política, neste contexto, o estabelecimento de diretrizes e programas de ação governamental, dos planos de atuação do governo, a fixação das denominadas políticas públicas.
Administração pública em sentido estrito só inclui os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente administrativa, de execução dos programas do governo. Ficam excluídos os órgãos políticos e as funções políticas, de elaborações das políticas públicas, é integrada exclusivamente (a) pelos órgãos integrantes da denominada administração direta (são os órgãos integrantes da estrutura de uma pessoa política que exercem função administrativa); e (b) pelas entidades de administração indireta (autarquias, empresas públicas, fundações públicas e as sociedades de economia mista).
As entidades politicas tem competências legislativas e administrativas recebidas diretamente da Constituição Federal, enquanto as entidades administrativas só possuem competências administrativas, isto é, de mera execução da lei. Embora as entidades administrativas não tenham autônima política, possuem capacidade de autoadministração, significa dizer, que são hierarquicamente subordinadas à pessoa política instituidora e tem capacidade para editar regimentos internos, dispondo acerca de sua organização e funcionamento.
EXPLIQUE O QUE SIGNIFICA O DENOMINADO DIREITO ADMNISTRATIVO GLOBAL, RELACIONANDO COM O FENÔMENO DA TRANSNACIONALIZAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO?
Afirma-se que o Direito Administrativo Global compreende o conjunto de regras e princípios administrativos, especialmente de caráter procedimental, mas não só, que regulam relações travadas na arena global, ou no espaço jurídico global, aplicadas por organizações transnacionais em que atuam Estados, organizações internacionais e sujeitos privados. 
O fenômeno que se pode chamar Direito Administrativo transnacional e que se verifica, basicamente, em de dois modos principais, embora distintos: a formação de um Direito Administrativo da União Europeia, ou Direito Administrativo Europeu; e a gradual edificação de um chamado Direito Administrativo Global. 
O termo transnacional é empregado no Direito Administrativo visa a caracterizar, principalmente a abrangência de matérias de repercussão regional ou global, vale dizer, para além do interesse exclusivo de determinado Estado.
EM QUE MEDIDA O FENÔMENO DA CODIFICAÇÃO SERÁ APLICADO AO DIREITO ADMINISTRATIVO?
O Direito Administrativo Brasileiro não possui uma codificação própria, com isso, deve ser estudado através de outrosCódigos ou Leis esparsas. A codificação do Direito Administrativo ainda possui diversas dúvidas da sua necessidade ou não, gerando entre os juristas três posicionamentos diferentes a cerca dessa codificação que nada mais é que a junção das leis, princípios, costumes e jurisprudências do ordenamento jurídico brasileiro referente a um determinado ramo do Direito Positivado, formando um único corpo. E é através dessa formação que trará uma melhor eficiência para o Direito Administrativo e rapidez para a resolução dos problemas que essa área tutela.
O QUE DETERMINA A TEORIA DO ÓRGÃO E QUAIS SUAS IMPLICAÇÕES EM FACE DO PRINCÍPIO DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA?
A teoria do órgão enuncia que a Pessoa Jurídica do Estado não tem vontade nem ação própria, portanto, não pode agir diretamente, mas apenas por meio de seus agentes, que ao desempenharem suas atividades, desempenha a atividade da própria Pessoa Jurídica como se os dois fossem um só devido a uma peculiar relação orgânica. Toda atuação do agente público deve ser imputada ao órgão que ele representa e não à sua pessoa. Por consequência, sendo o órgão uma divisão das pessoas que compõe a Administração Pública direta ou indireta, a atuação dos servidores públicos é atribuída diretamente à pessoa jurídica para a qual trabalha.
Essa ideia, também denominada teoria ou princípio da imputação volitiva, surgiu no fim do séc. XIX pelo trabalho do jurista alemão Otto Gierke. A teoria de Gierke apenas exige a aparência de investidura do agente público e a boa-fé do administrado para que a manifestação de um órgão possa ser imputada à pessoa jurídica. Assim, respeita-se a segurança jurídica e a presunção de legitimidade dos atos administrativos
CITE E EXPLIQUE CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE O PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO E A INDISPONIBILIDADE DO MESMO.
O princípio da supremacia do interesse público e da indisponibilidade deste se aproximam justamente porque ambos buscam garantir o interesse da coletividade, porém, efetivam tal objetivo de formas diferentes: o primeiro atribui vantagens/prerrogativas ao Estado e o segundo determina certas sujeições ao mesmo, limitações às quais ele deve se submeter.
Dessa forma, o primeiro princípio citado determina que o interesse público, quando necessário, prevalecerá em detrimento do interesse particular. Como por exemplo, o poder que o Estado tem de desapropriar ou em relação aos prazos quádruplos que o Estado possui para recorrer ao MP e a Fazenda Pública. Todo esse poder, porém, apresenta certas limitações para garantir que a Administração Pública não abra mão do interesse público e passe a prestigiar interesses
particulares. Sendo assim, toda prerrogativa está condicionada a uma sujeição, como por exemplo a necessidade de se realizar licitações para contratos de serviços e as regras pertinentes as compras feitas pelo Estado.
8) COMO SE DEFINEM E SE EXERCEM AS FUNÇÕES ESTATAIS BÁSICAS NA TEORIA DO ESTADO MODERNO. RELACIONE-AS COM O CONTEÚDO JURÍDICO DA LEGALIDADE. 
Com o passar do tempo, desenvolveu-se a compreensão de que para que houvesse um devido controle do poder estatal, este deveria ser repartido de modo que não ficasse concentrado e para que os próprios partícipes do Estado controlassem uns aos outros. Nessa perspectiva nasce a Teoria do Estado Moderno no qual os poderes estatais estão divididos em órgãos e cada qual exerce uma função, sendo consolidado, então, os três poderes atuais: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
O Legislativo estabelece normas que regem a sociedade. Cabe a ele criar leis em cada uma das três esferas e fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo. Esse Poder é exercido pelo Congresso Nacional, que atua através do Senado Federal, composto por senadores, e da Câmara dos Deputados, formado por deputados. O Tribunal de contas também compõe esse órgão.
O Executivo é responsável pela administração dos interesses públicos, sempre de acordo com nossa carta magna e as ordenações legais. O executivo é distribuído no âmbito nacional, regional e municipal. No plano Federal é exercido pelo Presidente da República, que é escolhido pelo povo, em eleições de dois turnos, e substituído, quando necessário, pelo vice-presidente. Já no nível regional o executivo é representado pelo governador, substituído circunstancialmente pelo vice-governador e auxiliado pelos Secretários do Estado. No municipal quem o exerce é o Prefeito, substituído pelo vice-prefeito e auxiliado pelos Secretários Municipais.
Já o Judiciário possui duas tarefas principais, a primeira é a de controle de constitucionalidade, ou seja, é a averiguação da compatibilidade das normas com a Constituição da República, pois só assim serão válidas. A segunda obrigação é justamente solucionar as controvérsias que podem surgir com a aplicação da lei.
Embora a teoria da separação dos poderes tenha imaginado a existência de estruturas orgânicas distintas e separadas, no âmbito do Estado, para o exercício de cada uma dessas funções públicas, é preciso esclarecer que essa divisão dos poderes não implica uma distinção absoluta, já que é sabido que qualquer um dos poderes exerce, em certa medida, as funções legislativas, executivas ou judicantes.
O Princípio da legalidade relaciona-se com as funções estatais, pois é a viga mestra da administração ao determinar o que pode e o que não pode se praticar, delimitando o campo de atuação da Administração Pública e de seu gestor, com a finalidade de inibir conduta diversa daquela exigida na norma, ou seja, não podem extrapolar o que se está na lei, pois se assim ocorrer importará em sanções no âmbito administrativo, civil e penal.
Na teoria do Estado moderno, como já explicitado, há duas funções estatais básicas: a de criar a lei (legislação) e a de executar a lei(administração e jurisdição). Esta última pressupõe o exercício da primeira, de modo que só se pode conceber a atividade administrativa diante dos parâmetros já instituídos pela atividade legisferante. Por isso é que administrar é função subjacente à de legislar. O princípio da legalidade denota exatamente essa relação: só é legitima a atividade do administrador público se estiver condizente com o disposto em lei.
INFORME SE HÁ EVENTUAL RELAÇÃO DE PERTINÊNCIA ENTRE O PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE E A TEORIA DO DESVIO DE FINALIDADE. SALIENTANDO, AINDA, AS HIPÓTESES EXCEPCIONAIS DA IMPESSOALIDADE.
O princípio da impessoalidade diz que todo ato da administração pública deve visar o interesse público. No entanto, se um servidor for removido com o intuito de punição (por ter cometido irregularidade ou não trabalhar satisfatoriamente), o ato será nulo por desvio de finalidade. A remoção não é necessariamente contrária ao interesse público e até atenderia a finalidade geral, mas basta o desvio de finalidade específica para o tornar nulo.
 DIFERENCIE O INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO DO SECUNDÁRIO, DESTACANDO SE O ASPECTO PÚBLICO DO INTERESSE TAMBÉM SERÁ CONSIDERADO UM ASPECTO COLETIVO.
Os interesses públicos primários são interesses diretos do povo, são gerais e imediatos. Já os secundários são os interesses do Estado, que na doutrina, são identificados como meramente patrimoniais. Entre os interesses públicos secundários estão as atividades-meio da administração. O interesse secundário só será legítimo, se não for contrário ao primário. Caso seja contrário será considerado ilegítimo.
11) A OBRIGAÇÃO CONSISTENTE EM DAR AMPLA DIVULGAÇÃO AOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO GERA QUAIS OU PODERÁ GERAR QUAIS CONSEQUÊNCIAS. EXPLIQUE SE HÁ RESTRIÇÕES À ESSA OBRIGAÇÃO.
Como a atuação estatal é uma atuação pública, toda atividade exercida pelo Estado deve ser conhecida por todos os cidadãos. Chama-se de “Princípio da Publicidade” essa obrigação que o Estado possui de divulgar todos seus atos e tal preceito tem por finalidade garantir a transparência da atividade administrativa, permitindo que todos tenham conhecimento e acesso às ações desenvolvidas pela Administração. Como consequência deste princípio tem-se: a) o cumprimento de suasdisposições, ou seja, com o conhecimento do que será feito, o Estado encontra-se obrigado a cumprir o que divulgou, podendo o cidadão cobrá-lo. b) impugnar, ou seja, ao se ter ciência do que o Estado vai fazer, o administrado pode se obstar a realização daquilo. c) fluir prazo, ou seja, serve para a contagem do prazo.
No entanto, a própria legislação prevê situações em que existe a possibilidade da Administração praticar atos sigilosos, quais sejam: doravante interesse público e para que se garanta a segurança nacional, desde que devidamente justiçado nas duas hipóteses.
12) RELACIONE O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA COM AS OPORTUNIDADES CONSTITUCIONAIS DE AQUISIÇÃO DE ESTABILIDADE PELO SERVIDOR PÚBLICO.
O princípio da eficiência foi introduzido na CRFB/88 pela EC 19/98, no entanto, com a referida emenda, o princípio foi apenas positivado, no entanto, anteriormente, a Administração Pública necessitava ser eficiente.
A eficiência do referido princípio diz respeito à necessidade de fazer o melhor com o menor custo, ou seja, a Administração Pública direta e indireta deve, por obrigação, realizar suas atividades da forma menos onerosa à máquina estatal.
O princípio da eficiência está diretamente ligado com a estabilidade do servidor. Por força do art. 41, inciso III da CRFB/88, o servidor poderá perder o cargo, caso comprovado o seu baixo desempenho no serviço prestado. Assim, para adquirir estabilidade, o servidor, além de cumprir 3 anos de efetivo serviço, deverá mostrar que é eficiente durante as avaliações especiais de desempenho.
13 EXISTE INCOMPATIBILIDADE ENTRE O QUE DISPÕE O PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA E A SUBMISSÃO DE EVENTUAIS LESÕES À APRECIAÇÃO DO JUDICIÁRIO. NESSE ÂMBITO DIFERENCIE REVOGAÇÃO DE ANULAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
O princípio da autotutela está implícito no ordenamento jurídico e versa, basicamente sobre a possibilidade de que os atos da administração pública sejam apreciados - no que diz respeito a mérito e à legalidade - pela própria administração pública. É um desdobramento do princípio da legalidade e confere aos administradores públicos a possibilidade de prestar um serviço, em prol do interesse, de forma mais célere, sem que demande todo o processo burocrático de apreciação de seus atos por um órgão externo.
No entanto, como em toda produção humana, está sujeita a erros que, não obstante a possibilidade de autotutela, também podem ser objeto de controle e apreciação por parte do Poder Judiciário. É direito - e dever - do administrando (aqui no sentido de corpo administrativo) que reveja seus atos legais e, em caso de incoerência ou erro, corrija-os, anule os atos para que seja possível reaver a regularidade e preservar o interesse público.
Há também a possibilidade de que, com o decorrer do tempo, determinado ato administrativo tenha deixado de ser interessante para o interesse público; neste caso, o ato pode ser revogado, já que não possui mais conveniência no âmbito jurídico (este tipo de revogação por motivo de inconveniência da matéria, não pode ser feito pelo Poder Judiciário, pois somente o órgão que editou uma matéria ou ato pode revogá-lo, resguardando, assim, a harmonia e independência entre os Poderes).
No caso do Poder Judiciário, este só pode fazer uso do controle da administração pública, se provocado e pode oferecer controle, somente em se tratando de legalidade ou legitimidade dos atos da administração pública.
14) EXPLIQUE O QUE SIGNIFICA ATO VINCULADO E ATO DISCRICIONÁRIO, INDICANDO SE HÁ POSSIBILIDADE DE ARBITRAMENTO EM AMBOS.
São atos vinculados aqueles que a administração pública está obrigada a realizar quando do surgimento de uma situação que seja descrita previamente em lei. Ou seja: não há liberdade de ação da administração. A situação já fora predita e as providências pré-escritas, cabendo à administração somente a execução destas.
São atos discricionários aqueles em que a administração pública possui maior liberdade de praticá-los (dentro dos limites legais), quanto aos motivos e às matérias. Podem ser realizados em um momento que seja mais oportuno, segundo o julgamento do administrador.
A possibilidade de arbitramento é um pouco maior nos atos discricionários, tendo em vista que há possibilidade legal de que um ato seja praticado sem que haja motivação vinculada ao interesse público. Nos atos vinculados, o arbítrio só seria possível se este viesse da própria lei.
15) EM QUE MEDIDA O CONTEÚDO JURÍDICO DO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO SE LIGARÁ AO CONTEÚDO DO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE. INFORME QUAIS AS EXCEÇÕES À MOTIVAÇÃO E EM QUAIS CIRCUNSTÂNCIAS SE APLICA A TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES.
Os princípios da motivação é uma ramificação do princípio da transparência da administração pública, que deriva diretamente do princípio da publicidade. Não somente os atos da administração devem ser públicos, mas, via de regra, devem ser motivados e devem ser explicitados os pressupostos autorizantes, demonstração da presença destes na realização do ato e adequação do fato a uma norma preexistente no ordenamento jurídico; podendo incorrer em vício de forma, caso não sejam apresentados estes elementos (e vício de matéria, caso os elementos não estejam presentes).
A teoria dos motivos determinantes diz respeito ao controle - adimistrativo ou judicial - referente aos motivos declarados para realização de um determinado ato administrativo - e a adequação deste ato a um fato explicitado. O controle pode ocorrer tanto em atos vinculados como em atos discricionários.
Uma exceção ao princípio da motivação (quando não há necessidade de descrição de motivos para a prática de um ato) é a criação e exoneração de cargos e comissão. Porém, se o administrador, explicitar os motivos que levaram à criação - ou extinção - destes, estará sujeito ao controle, segundo a teoria dos motivos dominantes.
16) COM RELAÇÃO À CONTINUIDADE DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO, EXPLIQUE EM QUAIS HIPÓTESES PODERÁ HAVER INTERRUPÇÃO DESTE E QUANDO SE ARGUIRÁ LEGITAMENTE A EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO.
Com relação à continuidade da prestação do serviço público, explique em quais hipóteses poderá haver interrupção deste e quando se arguirá legitimamente a exceção do contrato não cumprido. Segundo a Lei 8.987/95, em seu artigo 6º, nos incisos do §3º são as hipóteses de interrupção do serviço público:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
O caput do parágrafo admite que haja a paralização em caso emergencial, sem necessidade de aviso prévio. Trata-se de uma medida extrema, diante da inexistência de escolha entre a manutenção ou interrupção do serviço.
Segundo os incisos, contudo, estão dispostas as possibilidades de interrupção mediante aviso prévio. A manutenção das instalações deriva do princípio da adequação da prestação, e objetiva melhoria no serviço, em consonância com os interesses do usuário, e não em detrimento destes. A possibilidade de interrupção por inadimplemento, por sua vez, almeja a sanção sobre o usuário inadimplente.
Diante da supremacia do interesse público e a imposição de prerrogativas e sujeições, em consonância com o princípio da continuidade do serviço público, é vedada a paralização da execução do contrato, até mesmo em caso de omissão ou atraso proveniente da própria Administração. A execução deve ser indenizada posteriormente pelos prejuízos suportados pelo particular. A exceção do contrato não cumprido, em regra, não vale para o direito administrativo. Há, todavia, exceções, nos termos do inciso XV do art. 78 do Estatuto dos Contratos e Licitações, abaixo transcrito:
"Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
(...)
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito deoptar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;"
17) NO QUE TANGE A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, EXPLIQUE AS TÉCNICAS DOUTRINARIAMENTE ASSEGURADAS PARA CUMPRIMENTO DAS COMPETÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO, DIFERENCIANDO-AS.
No que tange à organização da administração pública, explique as técnicas doutrinariamente asseguradas para cumprimento das competências da administração, diferenciando-as.
Competências essenciais: atividades mais elevadas que são a chave para a sobrevivência da organização e centrais para a formulação da estratégia.
Competências distintivas: atividades que os clientes reconhecem como diferenciadores de seus concorrentes e que proveem vantagens competitivas.
Competências organizacionais: Competências e atividades chaves esperadas de cada unidade de negócios da empresa.
Competências de suporte: Atividades que são importantes para apoiar um leque de competências.
Capacidades dinâmicas: Capacidades de uma empresa de adaptar suas competências pelo tempo. São diretamente relacionadas aos recursos importantes para a mudança.
18) COMO SE APLICA O PRINCÍPIO DO PARALELISMO DAS FORMAS ÀS AUTARQUIAS? E QUAL A COMPATIBILIDADE DE SUA LEGALIDADE COM A HIPÓTESE DE DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA?
As autarquias são criadas por lei específica, devendo também ser extintas por lei específica. A falência, por sua vez, é decretada apenas judicialmente, não legalmente. Sendo assim, não é possível que autarquias tenham falência decretada.
19) CITE E EXPLIQUE ATIVIDADES TÍPICAS E ATÍPICAS DAS AUTARQUIAS.
20) EM QUE CONSISTE A CHAMADA AUTONOMIA QUALIFICADA, ATRIBUÍDA ÀS AGÊNCIAS REGULADORAS E QUAIS OS PARÂMETROS DO SEU REGIME ESPECIAL.
As autarquias de regime especial, categoria das agências reguladoras, são dotadas de autonomia qualificada, o que lhes confere mais independência, se comparadas às autarquias comuns. Elas têm poder normativo técnico, independência administrativa, autonomia decisória e autonomia econômico-financeira. O poder normativo implica em autorização para que as agências reguladoras possam editar normas de conteúdo técnico concernentes às entidades sob seu controle. A independência administrativa consiste na estabilidade dos dirigentes da agência, ficando imunes a maiores pressões externas, já que são nomeados por um período específico de tempo. A autonomia decisória permite que os conflitos entre as entidades sob controle da agência, como também entre empresas supervisionadas pela agência e seus usuários, sejam
resolvidos internamente, cabendo apelo ao judiciário em caso de não satisfação da demanda. Por fim temos a autonomia econômico-financeira, através da qual as agências garantem recursos próprios, oriundos das taxas de regulamentação cobradas dos entes sob sua supervisão, além de também receberem dotação orçamentária do Tesouro Nacional. Quanto aos parâmetros do seu regime especial, ele é fixado em lei específica que institua a autarquia de regime especial, cabendo controle finalístico pelo órgão ao qual ela esteja vinculada. O órgão se certificará de que as normas, portarias, resoluções ou quaisquer outros atos normativos, estejam de acordo com a lei que instituiu a autarquia e com as leis que versam sobre a atividade que a autarquia supervisiona, em estrita obediência ao princípio da legalidade.
21) QUANDO DEVERÁ SE MATERIALIZAR O CONTRATO DA GESTÃO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA? EXPLIQUE AS CONSEQUÊNCIAS DESTA CONTRATAÇÃO.
O contrato de gestão será firmado entre o ente da Administração Indireta e o Poder Público quando se pretender alcançar metas de desempenho previamente estabelecidas, o que nos permite supor que tal contrato se dará diante da ineficiência de um ente da Administração Indireta. Deverá haver prazo certo para esse contrato, além de critérios de avaliação que permitam aferir se a gestão está mesmo sendo otimizada, como também das disposições acerca da remuneração do pessoal utilizado durante a vigência do contrato. A consequências do contrato de gestão seriam uma maior autonomia ao ente da administração indireta, que disporia de mais recursos para o cumprimento de suas obrigações, além de restarem, temporariamente, modificados seus regimes jurídicos, tendo alguns entraves removidos por lei, para que possam então desempenhar com maior eficácia sua missão administrativa enquanto perdurar o contrato de gestão. Defende Carvalho Filho que a terceirização de serviços seria a consequência mor da adoção do contrato de gestão
22) INFORME QUAIS SÃO OS TIPOS POSSÍVEIS DE AGÊNCIAS REGULADORAS, EXPLICANDO-AS E EXEMPLIFICANDO-AS.
Celso Antonio Bandeira de Melo vai dividir as Agência Reguladoras em 5 (cinco) eixos, a saber:
a) Reguladoras de serviços públicos propriamente ditos, como é o caso da ANEEL, incumbida de regulamentar e fiscalizar a geração e o fornecimento de energia elétrica.
b) Agências de fomento e fiscalização de atividade privada, como é o caso da ANCINE, Agência Nacional de Cinema.
c) Agência para a promoção, regulamentação, contratação e fiscalização de atividades econômicas inerentes ao petróleo, grupo esse unitário, composto apenas pela ANP, Agência Nacional do Petróleo.
d) Agências que regulam atividades do Estado mas também facultadas a particulares, grupo de onde emerge, por exemplo, a ANS, Agência Nacional de Saúde Suplementar.
e) Agência reguladora do uso do bem público. O bem público em questão é água e a agência incumbida do controle do uso deste é a ANA, Agência Nacional de Águas.
23) QUAL O PROCEDIMENO INSTITUIDOR DAS FUNDAÇÕES GOVERNAMENTAIS E SUAS DIFERENÇAS COM AS FUNDAÇÕES PÚBLICAS?
O inciso XIX do artigo 37 da CRFB/88, instituiu dois regimes, diferenciando, assim, fundações públicas de fundações governamentais. Por força do dispositivo, esta é, assim, instituição “autorizada por lei”.
Como dito alhures, as fundações governamentais são criadas por autorização legislativa, sendo necessário o cumprimento de três etapas.
Em primeiro lugar, é promulgada uma lei de autorização. Esta lei possui apenas um artigo, o qual autoriza o poder executivo a criar a fundação governamental. Nessa fase não existe, ainda, a personalidade jurídica.
Em segundo lugar, é promulgado um decreto instituidor com o intuito de regulamentar a lei autorizadora. Este ato é privativo do chefe do executivo correspondente – Presidente da República; Governador; Prefeito. Assim como na primeira etapa, nesta também não se inicia a personalidade jurídica.
Em terceiro e último lugar, ocorre o registro da Fundação Governamental em Cartório dos Atos Constitutivos. Nasce, assim, a personalidade jurídica, por força do artigo 45 do Código Civil o qual institui que a personalidade jurídica de pessoa jurídica de direito privado nasce no momento em que os atos constitutivos são registrados em cartório.
Tendo em vista tais afirmações, é possível diferenciar as fundações públicas das fundações governamentais. Estas, são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legislativa. Aquelas, são instituições de direito público e são criadas por lei específica.
24) APRESENTE SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE AS MODALIDADES DE EMPRESAS ESTATAIS, DESTACANDO SUA FORMA SOCIETÁRIA, A CONSTITUIÇÃO DO SEU CAPITAL, SEU REGIME JURÍDICO, BEM COMO IMPLICAÇÕES TRIBUTÁRIAS, TRABALHISTAS, CIVIS E PROCESSUAIS.
Quando nos referimos às empresas estatais, tratamos das Empresas Públicas, as quais irei me referir como EP, e Sociedades de Economia Mista, às quais irei me referir como SEM. Podemos identificar diversas semelhanças e diferenças entre elas.
Com relação as semelhanças, podemos verificar, a priori, que ambas são entidades de administração pública indireta. Podemos observar, também, que são ambas criadas por lei, sendo assim, a sua falência só poderá ser decretada por dispositivo legal. Elas estão isentas de impostos sobre seu patrimônio, rendas ou serviços relativos às finalidades essenciais destas empresas. Além disso, ambas necessitam de concurso público para admissão de seus empregados.
Por outrolado, em se tratando de diferenças, a mais elementar entre a EP e SEM diz respeito ao capital que compõe a empresa. Aquela, o capital é exclusivamente governamental, enquanto que nestas, o capital é composto de parte estatal, parte privado. A SEM será, quanto a sua forma societária, sempre uma sociedade anônima, e o Estado poderá ter uma participação majoritária ou minoritária – desde reservado mais da metade das ações com direito a voto ao Estado, com o objetivo de conservar o domínio que este tem sobre o destino da empresa. As EP, por outro lado, podem assumir qualquer forma admitida no direito. Outra diferença observável diz respeito a responsabilidade civil objetiva; apenas as EP prestadoras de serviços públicos, não sendo cabível em relação as exploradoras de atividades econômicas.
25) A EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PELO ESTADO CARECE DE LEGITIMAÇÃO. EXPLIQUE QUANDO OCORRERÃO ESSAS CIRCUNSTÂNCIAS, RELACIONANDO COM A TEORIA DOS SETORES DA ECONOMIA.
A teoria dos setores da economia promove uma divisão relativa a finalidade de cada. O estado busca o interesse público, enquanto o mercado objetiva o lucro e, por fim, as paraestatais encontram-se ao lado do estado no desenvolvimento de atividades sem fins lucrativos. A partir daí compreende-se o motivo do fim da empresa estatal não poder ter um fim lucrativo, mas almejar a finalidade pública, como todo membro da administração indireta, a priori. Exceção será feita a esta regra quando houver relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional que justifique a exploração econômica, como prevê o artigo 137 da C.R.F.B.
26) QUAL A MODALIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO CÍVEL APLICÁVEL ÀS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA, DESTACANDO, ESPECIALMENTE, AS EMPRESAS PÚBLICAS EXPLORADORAS DE ATIVIDADE ECONÔMICA.
A responsabilidade dos entes da administração pública é objetiva e baseada na chamada Teoria do Risco Administrativo, isto significa que para responsabilizar a administração não se faz necessário provar a culpa do agente público, mas apenas o nexo entre ato e dano e que não haja culpa exclusiva da vítima. No entanto, esta regra só é aplicada aos agentes das pessoas jurídicas de direito público e privado que prestem serviço público, art. 37 da C.R.F.B., o que exclui as empresas estatais que exploram atividade econômica. Estas respondem como as empresas privadas, ou seja, de forma subjetiva.
27) EXPLIQUE COMO SE CONSTROI A PERSONALIDADE JURÍDICA DAS CHAMADAS PARAESTATAIS.
As entidades paraestatais são aquelas que tem forma de organizações privadas comuns e não pertencem a Administração Pública, apesar de serem oficializadas pelo Estado. Sua personalidade jurídica pode ser formadas de quatro formas: 1- Serviço Social Autônomo: são aquelas instituições que fomentam a capacitação de determinada categoria profissional e dependem de lei para a criação; 2- Organizações sociais: são as entidades sem fins lucrativos que prestam serviços público não exclusivos do Estado mediante contrato de gestão e criadas por elas mesmas, ou seja, não precisam de edição de lei; 3- Organização da sociedade civil de interesse público: também é uma entidade criada por particulares que presta serviço público não exclusivo do Estado, mas mediante um termo de parceria; 4- Entidades de apoio: São as associações, fundações e cooperativas que atuam ao lado de instituições como hospitais ou universidades por meio de um convênio.
28) QUANDO OCORRERÁ A PARAFISCALIDADE E QUAIS SEUS CONTORNOS JURÍDICOS NO ÂMBITO DAS PARAESTATAIS.
A parafiscalidade é uma atribuição de entes paraestatais de Serviço Social Autônomo. Ela ocorrerá quando esses entes possuírem atribuição de receber e fiscalizar tributação ao lado do estado, isto é, recebem capacidade tributária que se difere drasticamente da competência tributária que é indelegável (vide art. 7º do CTN).
Uma exemplificação dessa prerrogativa de parafiscalidade é, por exemplo, a capacidade que o SESC tem de cobrar contribuições de seus associados. Quando faz isso, a entidade faz em nome do estado já que não possui autonomia para criar tributação, muito embora essas contribuições possuam sim caráter de tributo. Diante do gozo de tal atribuição, ocorre sujeição à fiscalização do Tribunal de Contas nesses entes, pois os tributos arrecadados possuem caráter de dinheiro publico e, portanto nada mais natural que se submetam aos mesmos trâmites fiscalizatórios que outras verbas de classificação semelhante.
EXPLIQUE SOB QUAL MODALIDADE CONTRATUAL ATUARÁ UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL E UMA OCIP?
 Cada uma dessas entidades paraestatais se estabelece contratualmente de maneiras diferentes. As chamadas OS (Organizações Sociais) mantém seu vinculo estatal através de um contrato de gestão, enquanto as OSCIP (Organização da Sociedade Civil de interesse Público) fazem o mesmo por meio de Termos de Parceria.
As Organizações Sociais são entidades privadas sem fins lucrativos que conseguem apoio publico para que continuem a exercer suas funções, sendo que estas incorrem em serviços públicos não exclusivos do estado estabelecidos na lei 8.637/98 (ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde). Através desse vinculo a OS se torna capaz de receber ajuda da estrutura publica de diversas maneiras diferentes, dentre elas pode haver dotação orçamentária específica, ou seja, a transferência de orçamento público diretamente para a entidade. Além disso, pode ocorre também a cessão de bens e servidores para que trabalhem nas OS. Esse tipo de entidade também goza da garantia de impessoalidade, podendo contratar sem fazer licitação, devido a tudo isso, porém a OS entra sob os domínios do Tribunal de Contas ficando sujeita a fiscalização por este órgão.
Já a OSCIP também se caracterizam por serem entidades privadas que concebem serviços públicos sem fins lucrativos, mas acabam tendo maior liberdade quanto à atividade que possam desenvolver de acordo com a lei 9.790/99. Apesar de diversas semelhanças as vantagens obtidas através do Termo de Parceria não alcançam as que as OS tem através do seu Contrato de Gestão. As OSCIP também podem receber verba pública, porem nunca com uma dedicação orçamentária própria, isto é, elas podem receber dinheiro por meio de uma outra rubrica orçamentária já definida, outra diferença é a ausência na garantia de impessoalidade, ou seja, elas precisam obedecer aos tramites licitatórios no momento da contratação. Mas assim como a OS ela também se sujeita a fiscalização dos Tribunais de Contas.
QUAIS AS ATIVIDADES EXERCIDAS PELAS ENTIDADES DE APOIO? INDIQUE QUAL O VÍNCULO MANTIDO POR TAIS ENTIDADES E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICO.
As entidades de apoio atuam em geral ao lado de alguma outra instituição que preste serviço público, a atividade delas é dedicada a de alguma forma aperfeiçoar e auxiliar no funcionamento da instituição a qual esteja ligada. Elas podem ser Fundações de Apoio, Cooperativas de Apoio e Associações de Apoio atuando ao lado de Universidades na forma de fundações de pesquisa, por exemplo, ou de hospitais públicos auxiliando seu funcionamento.Através de convênio essas entidades podem receber apoio público através de recebimento de dinheiro público e cessão de bens por exemplo. Também devem garantir impessoalidade na contratação não precisando realizar licitações, e por também usufruir de dinheiro publico para seu funcionamento se sujeitam a fiscalização dos Tribunais de Contas.