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Direito Consumidor Aula 03 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito do Consumidor 
 Professor: Murilo Sechieri 
Aula: 03 | Data: 24/02/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
Continuação aula anterior 
Momento adequado da inversão do ônus da prova 
1. Proteção Contratual do Consumidor 
2. Princípio da Harmonização 
3. Princípio da Reparação Integral (“restitutio in integrum”) 
4. Responsabilidade Civil nas relações de consumo 
 
 
Continuação aula anterior: 
 
A inversão do ônus da prova prevista no inciso VIII do artigo 6º é a chamada inversão “ope judicies” (por obra do 
juiz), depende da decisão do juiz, não é uma garantia e não é de forma automática, depende do caso concreto, o 
CDC adotou a chamada Teoria da Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova (também prevista no novo CPC). O CPC 
adotou a Teoria da Distribuição Estática do Ônus. 
 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão 
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do 
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, 
segundo as regras ordinárias de experiências. 
 
Artigo 38 do CDC – hipótese de inversão “ope legis” (por obra da lei) do ônus da prova, quando o consumidor 
alega que uma publicidade é enganosa, o ônus da prova de sua veracidade é do fornecedor anunciante. 
 
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou 
comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. 
 
Momento adequado da inversão do ônus da prova: 
 
1ª corrente: na própria sentença, já que se trata de regra de julgamento; 
2ª corrente (majoritária e constará no novo CPC): na decisão saneadora, a fim de evitar alegação de surpresa. 
 
Obs: a inversão do ônus não modifica as regras sobre responsabilidade pelo adiantamento das despesas com a 
prova, adianta a parte que a requereu (que pediu a prova). 
 
1. Proteção Contratual do Consumidor 
 
1) artigo 46, CDC – Princípio da Transparência: o contrato só obriga o consumidor se a ele for dada oportunidade 
de conhecer o seu conteúdo (o consumidor deve ter acesso aos termos, ao contrato). 
 
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não 
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de 
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos 
 
 
 
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instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de 
seu sentido e alcance. 
 
2) artigo 47, Princípio da Interpretação pró-consumidor: ao contrário do CC, o CDC não impõe essa solução 
apenas para as cláusulas ambíguas ou contraditórias; todas as cláusulas devem ser interpretadas em favor do 
consumidor (até as cláusulas claras). 
Exemplo: contrato de seguro para celular em que consta que só abrange casos de roubo qualificado, esta cláusula 
deve ser entendida como todos os crimes contra o patrimônio, sem distinção. 
 
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais 
favorável ao consumidor. 
 
3) artigo 48 c/c artigo 30 – Princípio da Vinculação pré-contratual: a oferta, o recibo, o pré-contrato ou escrito 
particular vinculam o fornecedor e autorizam a execução compulsória, afinal nasce no consumidor uma 
expectativa. 
 
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos 
particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de 
consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução 
específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. 
 
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, 
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a 
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor 
que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a 
ser celebrado. 
 
4) artigo 49, CDC – Direito de Arrependimento: o consumidor pode se arrepender, voltar atrás, desistir do 
contrato no prazo de reflexão de 7 dias, desde que a contratação tenha se dado fora do estabelecimento 
comercial (venda pela internet, por telefone etc). 
 
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a 
contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou 
serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e 
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente 
por telefone ou a domicílio. 
 
 Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de 
arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente 
pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão 
devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. 
 
Obs: hipóteses em que pode ser admitido o arrependimento, mesmo que a compra tenha sido feita no 
estabelecimento: 1) quando a estratégia de marketing induzir a compra por impulso (alto falantes no mercado de 
ofertas relâmpago e há a compra por impulso, reflexo do estímulo pelo fornecedor); 2) quando o consumidor faz 
a compra através de catálogo ou visualização no site da loja por inexistir a peça no mostruário. Desde que seja 
obedecido o prazo dos 7 dias. 
 
 
 
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Obs: não haverá direito de arrependimento quando: 1) se tratar de produto personalizado (encomenda pelo site 
com seu nome no objeto, afinal haverá prejuízo para o fornecedor, seria um ato abusivo) (princípio da 
harmonização); 2) consumidor danificar ou fizer uso do produto. 
 
Obs: o prazo para exercer o arrependimento é de 7 dias, o marco inicial do prazo será a entrega do produto ou a 
data da contratação quando se tratar de serviços. 
 
5) artigo 50 – Garantia Contratual: o fornecedor pode oferecer garantia contratual ou convencional que é 
facultativa e que pode ser total ou parcial ou ficar sujeita a certas condições. O prazo da garantia legal corre a 
partir do momento em que se esgota a garantia convencional, portanto, os prazos são somados. 
 
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será 
conferida mediante termo escrito. 
 
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser 
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a 
mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode 
ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe 
entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do 
fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e 
uso do produto em linguagem didática, com ilustrações. 
 
6) artigo 51 – Cláusulas Abusivas (rol exemplificativo, decorar todas do artigo!): são nulas de pleno direito (exceto 
em contrato bancário que não podem ser nulas de ofício). 
 
Obs: §2º, artigo 51 – Princípio da Conservação do Contrato: a nulidade de uma cláusula não invalida por si só o 
contrato, exceto se sua retirada acarretar ônus excessivo a qualquer das partes. 
 
7) artigo 52 – Contratos que importam em financiamento ou outorga de crédito: 
 
a) informações mínimas obrigatórias: preço com ou sem financiamento, taxa, prestações etc; 
b) multa por atraso será de no máximo 2% da parcela atrasada; 
c) o consumidor tem direito à liquidação antecipada com abatimento proporcional dos encargos. 
 
8) artigo 53 – contratos de compra e venda em prestações ou alienação fiduciária: é proibida uma cláusula de 
decaimento que estabeleça que o consumidor perda todas as parcelas pagas caso o contrato seja reincidindo por 
inadimplemento do consumidor. 
 
9) artigo 54 – regras sobre contrato de adesão: possui suas cláusulas elaboradas somente por uma das partes e 
deve ser redigido de forma clara, além de todas as outras regras do artigo 54. 
 
2. Princípio da Harmonização 
 
Artigo 4º, III, CDC. 
 
 
 
 
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III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de 
consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a 
necessidade de desenvolvimentoeconômico e tecnológico, de modo 
a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 
170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e 
equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores. 
 
Harmonização entre os interesses dos partícipes da relação de consumo com base no equilíbrio e na boa-fé. 
 
1) Princípio do equilíbrio ou da equivalência material, equidade ou base do negócio: os contratos devem ser 
equilibrados, justos. Está relacionado com o artigo 6º, V, do CDC, ou seja, é o direito que o consumidor tem de 
modificação de cláusula contratual que estabeleça prestações desproporcionais (exceção ao princípio pacta sunt 
servanda) ou sua revisão quando por fato superveniente tiver se tornado excessivamente onerosa. 
 
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. 
 
Obs: O CDC não adotou a Teoria da Imprevisão e por isso é irrelevante que o caso novo pudesse ou não ser 
previsto; foi adotada a Teoria da Quebra da base objetiva do negócio, segundo a qual basta que o fato novo tenha 
gerado desequilíbrio. 
 
2) Princípio da Boa-fé Objetiva: impõe o dever de não prejudicar, não importando se agiu com culpa ou não. 
Trata-se de uma regra de conduta ou de comportamento que impõe aos sujeitos o dever de agir de acordo com 
tudo aquilo que é virtuoso, de acordo com a ética, lealdade, honestidade, probidade, respeito etc. É aplicável e 
exigível ao consumidor e fornecedor para que haja harmonização. 
 
Funções da boa-fé objetiva: 
 
a) interpretação: as cláusulas devem ser interpretadas partindo-se da premissa de que as partes quiseram redigi-
las de acordo com a boa-fé; 
 
b) deveres anexos: secundários, fiduciários, acessórios. São, por exemplo, informação, cooperação, auxílio, 
assistência etc. Os contratos não têm como deveres e direitos somente aquilo que constar nas cláusulas, além 
deles existem deveres anexos que estão implícitos; 
 
c) restritiva ou de controle: a boa-fé proíbe o exercício abusivo dos direitos do contratante. 
 
3. Princípio da Reparação Integral (“restitutio in integrum”) 
 
Artigo 6º, VI, CDC. 
 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos e difusos. 
 
O consumidor tem direito básico à efetiva prevenção e reparação de danos materiais, morais (ou estéticos), 
individuais, coletivos ou difusos. 
 
 
 
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Obs: trata-se de uma cláusula geral em função da qual fica proibida qualquer tarifação ou tabelamento de 
indenização; a indenização mede-se pela extensão do dano, o que importa é o dano que o consumidor sofreu. 
 
4. Responsabilidade Civil nas relações de consumo 
 
Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço Responsabilidade pelo Vício do produto ou serviço 
Artigos 12 a 17 do CDC. 
 
1) Quando se aplica? 
Quando o produto ou serviço apresentar defeito, ou 
seja, houver falha que acarretar dano, quando houver 
acidente de consumo. 
Próxima aula. 
 
1) Quando se aplica?

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