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Direito Consumidor Aula 04 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito do Consumidor 
 Professor: Murilo Sechiere 
Aula: 04 | Data: 05/03/2015 
 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO 
1. Responsabilidade pelo FATO do produto ou serviços 
2. Responsabilidade pelo VÍCIO do produto ou serviços 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO 
 
1. Responsabilidade pelo FATO do produto ou serviços (art. 12, CDC) 
 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou 
estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da 
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, 
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou 
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações 
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
 
1) Quando se aplica a responsabilidade pelo fato? 
Quando o produto ou serviço apresentar defeito, acidente de consumo. 
 
Defeito: É aquilo que acarreta prejuízo extrínseco ao produto ou serviço, que afeta a incolumidade física psíquica 
do consumidor. Não se caracteriza o defeito pela simples colocação no mercado de produto mais seguro, ou 
adoção de técnica mais segura. 
 
 
2) Fundamento específico da responsabilidade quando ocorre acidente 
Além do princípio da reparação integral, é a falha no dever ou garantia de segurança dos produtos ou serviços, 
pois o consumidor tem direito a segurança (art. 6º, I, CDC). 
 
 
3) Mecanismos que conferem maior proteção aos consumidores vítimas 
 
1º Mecanismo.) Responsabilidade objetiva do fornecedor (em regra) 
Basta a prova do dano e do nexo de causalidade (não se exige demonstração da culpa). 
Exceção.: Quando se tratar de profissional liberal (autônomo, sem vínculo de subordinação) a 
responsabilidade será subjetiva, ou seja, depende da demonstração de culpa (sendo irrelevante o fato de 
se tratar de obrigação de meio ou de resultado). 
 
 
 
 
 
 
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Quanto ao fato do serviço respondem todos os prestadores; Quanto ao fato do produto só responde os seguintes 
fornecedores: 
a) Produtor 
b) Fabricante (Responsáveis Reais) 
c) Construtor 
 
d) Importador  (Responsável Presumido) 
 
 
O comerciante só responde em dois casos: 
 
. Quando o produto for de origem desconhecida: A responsabilidade do comerciante é subsidiária, ou seja, só se 
chega ao comerciante se não for possível identificar os outros sujeitos da cadeia de consumo. Ex.: Fruta 
comprada no supermercado, o consumidor não sabe sua origem. 
 
. Quando houver falha do próprio comerciante na conservação de produtos perecíveis.: Nesse caso haverá 
responsabilidade também do fabricante ou produtor, ou seja, a responsabilidade é solidária. Ex.: Venda de 
produtos com a data de validade já vencida. 
 
 
2ª) Responsabilidade Solidária 
Quando houver mais de um fabricante, produtor, ou mais de um causador do dano, qualquer um deles pode ser 
obrigado a pagar a indenização integral. O fornecedor que houver pagado a indenização terá direito de regresso 
contra o efetivo causador do dano. 
 
O direito de regresso deve ser exercido em ação própria ou em continuação dos próprios autos (após a satisfação 
do crédito da vítima/consumidor), vedada à denunciação da Lide (art. 88, CDC). 
 
1ª Corrente (minoritária): A proibição fica limitada à hipótese de o réu ter sido o comerciante; Nos demais casos a 
denunciação à Lide é admitida. 
 
2ª Corrente (majoritária).: A proibição à denunciação da Lide aplica-se a todas as Lides de consumo, e não só 
naquelas em que o réu for o comerciante. 
 
Obs.: Admite-se o “chamamento ao processo” da seguradora pelo fornecedor que tiver seguro de 
responsabilidade civil (tecnicamente seria denunciação à Lide, mas o legislador optou pelo o chamamento ao 
processo, pois este garante a condenação do fornecedor e da seguradora). 
 
 
3º) Prazo prescricional 
Pelo CDC é de 5 anos, contados da ciência do dano e de sua autoria. Esse prazo de 5 anos só se aplica para a 
responsabilidade civil; Para outras pretensões do consumidor em face do fornecedor aplicam-se os prazos do 
Código Civil. Ex.: Prazo de 1 ano para ação do segurado contra a seguradora (art. 206, §1º, II do CC); Prazo de 10 
anos para a ação de repetição de indébito. 
 
 
 
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4ª) Desconsideração da personalidade jurídica (art. 28, e §5º do CDC) 
Possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica a fim de atingir os bens dos sócios para o pagamento 
da indenização. 
 
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da 
sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de 
direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou 
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também 
será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, 
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocada por má 
administração. 
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre 
que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 
 
Ao contrário do Código Civil (art. 50 do CC) o CDC adotou a Teoria Menor da Desconsideração, segundo a qual é 
suficiente um único requisito: A insolvência da pessoa jurídica. 
 
 
5º) Proibição da cláusula de não indenizar 
É aquela pela qual há exclusão, limitação ou impossibilidade de responsabilizar o fornecedor. 
Se eventualmente constar deve ser desconsiderada. 
 
 
6º) Equiparação das Vítimas do Acidente de Consumo (art. 17, CDC) 
Todas as vítimas do acidente de consume serão tratadas como consumidores (inclusive o próprio comerciante). 
 
 
4) Causas Excludentes da Responsabilidade do Fornecedor 
O fornecedor fica isento do dever de indenizar, fica rompido o nexo de causalidade, se provar que: 
 
a) Não colocou o produto no mercado 
Quando se tratar de produto furtado, mas que é normalmente colocado no mercado pelo fornecedor ele 
continua responsável. 
 
b) Defeito não existe 
 
c) Culpa exclusiva da vítima ou culpa exclusiva de terceiros 
Culpa da vítima é a que decorre da auto exposição ao risco, seja pelo uso negligente ou anormal do produto ou 
serviço (Ex.: Médico manda o paciente tomar um comprimido por dia, durante 30 dias. Mas o paciente a fim de 
acelerar o tratamento toma 30 comprimidos no mesmo dia). 
 
 
 
 
 
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– Culpa Concorrente 
 
1ª. Corrente (minoritária): É irrelevante, o fornecedor continua responsável. 
 
2ª. Corrente (majoritária): É causa redutora da indenização. (Ex.: A mesma vítima que acelera o tratamento 
médico, mas a bula não traz informações sobre superdosagem). 
 
– Culpa de Terceiros 
Terceiro é aquele totalmente estranho à cadeia de fornecimento, e por isso, não pode o comerciante ser 
considerado como tal. 
 
Obs.: A culpa da vítima ou de terceiro só terá relevância quando for a única causa dos danos; Quando apesar da 
culpa da vítima ou de terceiro houver prova de que os danos foram causados por um defeito, não haverá isenção 
de responsabilidade do fornecedor. 
 
– Transporte de pessoas 
No transporte de passageiros o transportador não se exime alegando culpa de terceiro, contra quem tem ação 
regressiva (art. 735 do CC). 
 
 
d) Caso fortuito ou força maior 
Não é previsto por lei, mas é incluído pela doutrina e jurisprudência majoritária, pois rompem o nexo de 
causalidade. Caso fortuito ou força maior podem ser entendidos como qualquer evento: Imprevisto, Inevitável e 
Externo (ou seja, totalmente alheio aos riscos típicos da atividade desenvolvida pelo fornecedor). 
 
 
Próxima aula 
2. Responsabilidadepelo VÍCIO do produto ou serviços

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