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Direio Processo Civil Aula 05 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Processual Civil 
 Professor: Eduardo Francisco 
Aula: 05 | Data: 11/05/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
1. Litisconsórcio 
 
1. Litisconsórcio 
 
Artigos 46 a 49 do CPC. 
 
1) Conceito: é a pluralidade de sujeitos nos polos da ação (mais de um autor e/ou mais de um réu). 
 
2) Requisito básico: vínculo ou ligação por um ponto comum que pode ser de fato ou de direito. Essa ligação 
pode ser: 1) comunhão (inciso I), 2) conexão (incisos II e III) ou 3) afinidade (inciso IV). 
 
Há outros requisitos. Exemplo: competência para todos os sujeitos e procedimento igual para todos os sujeitos. 
 
3) Classificação/Espécies: 
 
a) Quanto à posição ou quanto ao polo: 
- ativo: vários autores; 
- passivo: mais de um réu; 
- misto/bilateral/recíproco: vários autores contra vários réus. 
 
b) Quanto ao momento da formação: 
- inicial (originário): formado no início do processo (na petição inicial); 
- ulterior (superveniente): formado durante o processo, ou seja, após a petição inicial. Pode ser formado por 
iniciativa: 
 
1- do autor por emenda ou aditamento; 
2- do réu através do chamamento ao processo e da denunciação da lide; 
3- de terceiro que pede para ingressar como litisconsorte (intervenção litisconsorcial voluntária); 
4- do juiz que inclui alguém no polo da ação (intervenção “iussi iudicis”. 
 
c) Quanto ao resultado/teor da sentença: 
- simples: aquele que admite resultados diferentes para os litisconsortes; 
- unitário: o resultado tem que ser único, uniforme, idêntico para todos. A unitariedade decorre do direito 
material discutido que é um direito único e indivisível para todos os litisconsortes. 
 
Obs: no litisconsórcio simples cada litisconsorte defende seu direito ou a sua parte certa e determinada de um 
direito comum e divisível. 
Exemplo: quando as vítimas do acidente movem ação contra o causador pedindo indenização. 
Exemplo: os credores solidários que em conjunto cobram o devedor. 
 
No litisconsórcio unitário cada litisconsorte defende o todo para poder defender a sua parte ideal do direito 
comum indivisível. 
 
 
 
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Exemplo: quando três condôminos movem ação contra o invasor do terreno. 
Exemplo: quando o MP move ação de anulação de casamento contra os cônjuges. 
Exemplo: ação real imobiliária contra os cônjuges. 
 
d) Quanto à obrigatoriedade/origem: 
- facultativo: voluntário, decorre de uma opção da parte; 
- necessário: é obrigatório para validade do processo (pressuposto processual). 
 
A necessidade decorre: 
1- da lei que exige expressamente. 
Exemplo: artigo 10, §1º (cônjuges no polo passivo) e artigo 942 do CPC (ação de usucapião); 
 
2- do direito material discutido que é único e indivisível. 
Exemplo: ação pauliana (ação anulatória por fraude contra credores), é necessário litisconsórcio entre o devedor 
que vendeu e o comprador que é o suposto terceiro. 
Exemplo: ação anulatória do casamento (MP contra os dois cônjuges). 
 
Obs: o artigo 47 mistura duas ideias diferentes, sugerindo equivocadamente que todo litisconsórcio necessário é 
unitário. A rigor todo litisconsórcio necessário por causa da relação de direito material também será unitário, pois 
o critério é o mesmo: direito único e indivisível. O litisconsórcio unitário será sempre necessário, salvo quando a 
lei der legitimidade extraordinária concorrente disjuntiva para os titulares do direito, permitindo agir sozinho, 
substituindo os demais (exemplo: artigo 1314 do CC em relação aos condôminos). 
 
O litisconsórcio necessário por exigência da lei pode ser unitário (exemplo: artigo 10, §1º) ou simples (artigo 942), 
vai depender, em cada caso, do direito material discutido. 
 
d.1) Litisconsórcio multitudinário: artigo 46, parágrafo único do CPC. Aquele que tem o número exagerado de 
litisconsortes. Se for facultativo (somente nesse caso) poderá ser reduzido de ofício ou a requerimento quando: 
 
1- dificultar a defesa ou; 
2- impedir a rápida solução do litígio. 
 
O requerimento do réu interrompe o prazo de resposta que se reinicia com a intimação da decisão sobre o 
pedido. 
 
*Redução: A redução deve ser feita por meio do desmembramento do processo. Os autos desmembrados 
permanecem na mesma vara (juiz natural). Acolhido o pedido, a intimação, em cada um dos autos, será paulatina. 
 
d.2) Implementação do litisconsórcio ativo necessário - a doutrina diverge: 
 
1- não pode existir porque é inconstitucional; 
2- o litisconsorte que não concorda com a propositura da ação deve figurar como réu; 
3- o litisconsorte relutante deve ser citado antes do réu para escolher entre o polo ativo, o passivo e a revelia. 
 
Outras espécies: 
 
e) litisconsórcio anômalo: aquele em que os litisconsortes são adversários em outra ação. 
 
 
 
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Exemplo: os opostos na oposição. 
Exemplo: o denunciante e o denunciado da lide (na ação principal). 
 
f) litisconsórcio eventual: aquele que só é necessário conforme o tipo de ação eventualmente escolhido. 
Exemplo: embargos de terceiro, em regra, não é necessário o litisconsórcio passivo. Se for oposição é necessário 
litisconsórcio passivo. 
 
g) litisconsórcio alternativo: Dinamarco – é aquele baseado em dúvida fundada acerca do verdadeiro legitimado 
passivo. Essa ideia prestigia a economia processual e a teoria da asserção. 
Exemplo: o litisconsórcio entre prováveis credores na consignação por dúvida a quem pagar. 
 
h) intervenção litisconsorcial voluntária/no curso da instância: nada mais é que um litisconsórcio ulterior por 
iniciativa de quem não era parte. 
 
A doutrina diverge: 
1- grupo que não admite porque viola o princípio do juiz natural, permitindo escolher o juízo (Vicente Greco e 
Alexandre Câmara); 
 
2- grupo que admite, reconhecendo que gera a economia processual, desde que antes do saneador (artigo 264 do 
CPC) e não exista liminar (Dinamarco e Bedaque). 
 
A lei do mandado de segurança trata do assunto e para essa lei é possível antes do despacho inicial (artigo 10, §2º 
da lei 12.016). 
 
i) intervenção “iussi iudicis”: é a intervenção por força do juiz que inclui um sujeito no polo da ação. 
 
- não é previsto no CPC; 
- não é incompatível com o CPC; 
- o STF permitiu em mandado de segurança; 
- só é compatível com ações impessoais, exemplo: remédios constitucionais (mandado de segurança, habeas 
data, HC etc), para não contrariar o princípio dispositivo. 
 
O STF, em mandado de segurança questionando atos da CPI, admitiu a inclusão de ofício de outra autoridade 
supostamente coautora. 
 
No STJ há acórdãos de Luiz Fux que também doutrina ser sinônimo de litisconsórcio necessário. A rigor são 
institutos diferentes: no litisconsórcio necessário o juiz não tem o poder de inclui alguém no polo da ação, ele 
apenas intima o autor para que cite o litisconsorte necessário, sob pena de extinção. 
 
4) Relação entre os litisconsortes 
 
1- Do ponto de vista da responsabilidade processual, das custas, dos honorários de sucumbência, cada 
litisconsorte é visto como litigante autônomo e arcará na proporção do seu direito e na medida da sua atuação. 
 
2- No mais, o relacionamento entre os litisconsortes depende da espécie de litisconsórcio: 
a) no litisconsórcio simples há o princípio da independência – os atos de um não prejudicam nem beneficiam os 
demais. 
 
 
 
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Exceções: 
- defesas e recursos baseados em direito ou tese comuns aproveitarão à todos; 
- as provas produzidas por um, em razão do princípio da comunhão das provas, podem influenciar o julgamento 
para todos. 
 
b) no litisconsórcio unitário o princípio é o da dependência e os atos favoráveis de um sempre beneficiam a todos 
e os atos prejudiciais são ineficazes,salvo se ratificados por todos. 
 
3- Os prazos serão em dobro se os advogados forem diferentes de escritórios diferentes e se o processo for em 
papel, artigo 191, CPC, mas o prazo recursal será simples se só um litisconsorte sucumbiu (súmula 641 do STF). 
 
Súmula 641 
 Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos 
litisconsortes haja sucumbido. 
 
Próxima aula: intervenção de terceiros.

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