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04 agua na madeira parte2

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04. Água na madeira 
parte 2 
Francisco Tarcísio Moraes Mady 
Engenheiro Florestal, MsC. 
www.conhecendoamadeira.com 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS 
Faculdade de Ciências Agrárias 
Departamento de Ciências Florestais 
CURSO DE FÍSICA DA MADEIRA 
Introdução 
FÍSICA DA MADEIRA 2 
Prof. Francisco Tarcísio Moraes Mady Universidade Federal do Amazonas 
Já vimos que a variação no teor de umidade provoca alterações dimensionais na 
madeira: Retratilidade. 
 
É a capacidade de alteração de volume e dimensões quando seu teor de umidade varia 
entre o ponto de saturação do ar e a condição seca em estufa. 
 
Resultado da absorção de água pelas paredes celulósicas do tecido lenhoso. A 
retratilidade é a capacidade de contração, inchamento ou “trabalho” que a madeira 
apresenta, conseqüência da capacidade de reter/perder água nas paredes celulósicas 
do tecido (tensões: pressão hidrostática negativa em dias quentes). 
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Nome vulgar Nome Científico Família Contração Volumétrica 
Ipê-amarelo Tabebuia serratifolia Bignoniaceae 18,4 
Faeira Roupala montana Proteaceae 18,0 
Uxi Endopleura uchi Humiriaceae 15,6 
Mandioqueira Qualea albiflora Vochysiaceae 14,7 
Angelim-pedra Dizinizia excelsa Mimosaceae 14,5 
Piquiá-marfim Aspidosperma desmanthum Apocynaceae 14,5 
Piquiarana Caryocar glabrum Caryocaraceae 14,3 
Fava amargosa Vatairea sericea Fabaceae 13,9 
Caroba Jacaranda copaia Bignoniaceae 13,9 
Cumaru Dipteryx odorata Fabaceae 13,5 
Tauari Couratari stellata Lecythidaceae 13,4 
Cupiúba Goupia glabra Goupiaceae 13,2 
Pau-rainha Brosimum rubescens Moraceae 13,2 
Pau-amarelo Euxylophora paraensis Rutaceae 13,1 
Sucupira amarela Enterolobium schomburgkii Mimosaceae 12,7 
Coeficiente de Contração Volumétrica em madeiras amazônicas 
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Nome vulgar Nome Científico Família Contração Volumétrica 
Andiroba Carapa guianensis Meliaceae 12,6 
Piquiá Caryocar villosum Caryocaraceae 12,6 
Louro gamela Nectandra rubra Lauraceae 11,9 
Muiracatiara Astronium lecointei Anacardiaceae 11,9 
Amesclão Trattinickia burseraefolia Burseraceae 11,8 
Cedrorana Cedrelinga catenaeformis Mimosaceae 11,8 
Jatobá Hymenea corbaril Caesalpiniaceae 11,4 
Tauari Couratari oblongifolia Lecythidaceae 10,9 
Angelim-pedra Hymenolobium petraeum Fabaceae 10,1 
Fava bolota Parkia pendula Mimosaceae 10,0 
Guariúba Clarisia racemosa Moraceae 10,0 
Tatajuba Bagassa guianensis Moraceae 9,5 
Cajú-açú Anacardium spruceanum Anacardiaceae 9,4 
Sumaúma Ceiba pentandra Bombacaceae 9,3 
Marupá Simarouba amara Simaroubaceae 8,3 
Coeficiente de Contração Volumétrica em madeiras amazônicas 
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Contração Volumétrica em madeiras brasileiras 
Baixa contração Contração média Alta contração 
Assacu 
Hura crepitans 
Pau-amarelo 
Euxylophora paraensis 
Piquiá-marfim 
Aspidosperma desmanthum 
Angelim-pedra 
Hymenolobium petraeum 
Piquiá 
Caryocar villosum 
Goiabão 
Pouteria pachycarpa 
Marupá 
Simarouba amara 
Roxinho 
Peltogyne paniculata 
Pau-jacaré 
Laetia procera 
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Higroscopicidade da madeira 
O estudo da higroscopicidade é indispensável para o entendimento da trabalhabilidade, 
estabilidade dimensional, resistência mecânica e durabilidade natural da madeira. 
 
A água no interior da madeira pode ser resultado da capacidade da madeira em 
absorver água da chuva, de condensações ou simplesmente da umidade ambiente. 
 
A madeira absorve a água por capilaridade que se distribui em seu interior (anatomia). 
O ganho e a perda de água, causando o aumento de volume e retrações, resulta da 
abertura progressiva de fendas e no desenvolvimento de distorções. 
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Efeitos da higroscopicidade 
A madeira retrai ou incha dependendo do grau de umidade, mas apenas quando a água 
é absorvida ou expelida das paredes da célula. Como vimos, qualquer mudança do 
conteúdo de água na cavidade da célula não terá efeito na dimensão da madeira. 
 
Por isso, a madeira apenas retrai ou incha quando o grau de umidade está abaixo do 
ponto de saturação da fibra. 
 
Como outros materiais higroscópicos, a madeira quando colocada em um ambiente 
com temperatura e umidade relativa estável, eventualmente, alcançará um conteúdo 
de umidade que permitirá não ter diferença de pressão entre a madeira e o ar. Em 
outras palavras, seu conteúdo de umidade estabilizará em um ponto chamado de 
Umidade Equilibrado (EMC). 
 
A madeira retrai/incha quando perde/ganha umidade abaixo do ponto de saturação da 
fibra. Este comportamento natural é responsável por alguns problemas encontrados 
quando a madeira seca. 
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Efeitos da higroscopicidade: retração 
Outro problema associado à perda de umidade é o empenamento. Um pedaço de 
madeira pode desviar-se do formato esperado quando seca devido ao fato da madeira 
retrair diferentes partes em diferentes direções. 
 
Uma vantagem em usar madeira seca é que a maior parte da retração já ocorreu antes 
de sua aquisição. Madeira seca é uma madeira com conteúdo de umidade em torno de 
15%. 
 
O encolhimento da madeira acontece a taxas diferentes ao longo de três eixos 
principais: 
 
- a maior parte do encolhimento acontece na direção dos anéis de crescimento 
(tangencialmente). 
- encolhimento transversal aos anéis de crescimento (radial) é aproximadamente 
metade do encolhimento tangencial. 
- encolhimento ao longo da grã (longitudinal) é muito pequeno, cerca de 0,1% a 0,2% 
do tamanho no ponto de saturação da fibra. 
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Efeitos da higroscopicidade: defeitos na secagem 
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Porta em templo chinês Rochas que os incas partiam 
com madeira encharcada 
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Assoalhos em madeira 
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Piso do Salão de espelhos do Teatro Amazonas 
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Janelas, portas e esquadrias 
http://www.flickr.com/photos/gabrielagb/391164949/sizes/o/ 
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Interior do Palácio da Justiça, Am 
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• Fim. Obrigado.

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