Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MADEIRAS NATIVAS PLANTADAS DO BRASIL Qualidade, Pesquisas e Atualidades & Wescley Viana Evangelista Organizador editora científica MADEIRAS NATIVAS PLANTADAS DO BRASIL Qualidade, Pesquisas e Atualidades & Wescley Viana Evangelista Organizador 2021 - GUARUJÁ - SP 1ª EDIÇÃO editora científica Copyright© 2021 por Editora Científica Digital Copyright da Edição © 2021 Editora Científica Digital Copyright do Texto © 2021 Os Autores EDITORA CIENTÍFICA DIGITAL LTDA Guarujá - São Paulo - Brasil www.editoracientifica.org - contato@editoracientifica.org Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Parecer e Revisão Por Pares Os textos que compõem esta obra foram submetidos para avaliação do Conselho Editorial da Editora Científica Digital, bem como revisados por pares, sendo indicados para a publicação. O conteúdo dos capítulos e seus dados e sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. É permitido o download e compartilhamento desta obra desde que no formato Acesso Livre (Open Access) com os créditos atribuídos aos respectivos autores, mas sem a possibilidade de alteração de nenhuma forma ou utilização para fins comerciais. CORPO EDITORIAL Direção Editorial R e i n a l d o C a r d o s o J o ã o B a t i s t a Q u i n t e l a Editor Científico P r o f . D r . R o b s o n J o s é d e O l i v e i r a Assistentes Editoriais E l i e l s o n R a m o s J r . E r i c k B r a g a F r e i r e B i a n c a M o r e i r a S a n d r a C a r d o s o Bibliotecário M a u r í c i o A m o r m i n o J ú n i o r - C R B 6 / 2 4 2 2 Jurídico D r . A l a n d e l o n C a r d o s o L i m a - O A B / S P - 3 07 8 5 2 Robson José de Oliveira Universidade Federal do Piauí, Brasil Eloisa Rosotti Navarro Universidade Federal de São Carlos, Brasil Rogério de Melo Grillo Universidade Estadual de Campinas, Brasil Carlos Alberto Martins Cordeiro Universidade Federal do Pará, Brasil Ernane Rosa Martins Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Brasil Rossano Sartori Dal Molin FSG Centro Universitário, Brasil Edilson Coelho Sampaio Universidade da Amazônia, Brasil Domingos Bombo Damião Universidade Agostinho Neto, Angola Elson Ferreira Costa Universidade do Estado do Pará, Brasil Carlos Alexandre Oelke Universidade Federal do Pampa, Brasil Patrício Francisco da Silva Universidade CEUMA, Brasil Reinaldo Eduardo da Silva Sales Instituto Federal do Pará, Brasil Dalízia Amaral Cruz Universidade Federal do Pará, Brasil Susana Jorge Ferreira Universidade de Évora, Portugal Fabricio Gomes Gonçalves Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Erival Gonçalves Prata Universidade Federal do Pará, Brasil Gevair Campos Faculdade CNEC Unaí, Brasil Flávio Aparecido De Almeida Faculdade Unida de Vitória, Brasil Mauro Vinicius Dutra Girão Centro Universitário Inta, Brasil Clóvis Luciano Giacomet Universidade Federal do Amapá, Brasil Giovanna Moraes Universidade Federal de Uberlândia, Brasil André Cutrim Carvalho Universidade Federal do Pará, Brasil Silvani Verruck Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil Auristela Correa Castro Universidade Federal do Pará, Brasil Osvaldo Contador Junior Faculdade de Tecnologia de Jahu, Brasil Claudia Maria Rinhel-Silva Universidade Paulista, Brasil Dennis Soares Leite Universidade de São Paulo, Brasil Silvana Lima Vieira Universidade do Estado da Bahia, Brasil Cristina Berger Fadel Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil Graciete Barros Silva Universidade Estadual de Roraima, Brasil CONSELHO EDITORIAL Mestres, Mestras, Doutores e Doutoras CONSELHO EDITORIAL Juliana Campos Pinheiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Cristiano Marins Universidade Federal Fluminense, Brasil Silvio Almeida Junior Universidade de Franca, Brasil Raimundo Nonato Ferreira Do Nascimento Universidade Federal do Piaui, Brasil Marcelo da Fonseca Ferreira da Silva Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Brasil Carlos Roberto de Lima Universidade Federal de Campina Grande, Brasil Daniel Luciano Gevehr Faculdades Integradas de Taquara, Brasil Maria Cristina Zago Centro Universitário UNIFAAT, Brasil Wescley Viana Evangelista Universidade do Estado de Mato Grosso, Brasil Samylla Maira Costa Siqueira Universidade Federal da Bahia, Brasil Gloria Maria de Franca Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Antônio Marcos Mota Miranda Instituto Evandro Chagas, Brasil Carla da Silva Sousa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Dennys Ramon de Melo Fernandes Almeida Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Francisco de Sousa Lima Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Reginaldo da Silva Sales Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Mário Celso Neves De Andrade Universidade de São Paulo, Brasil Maria do Carmo de Sousa Universidade Federal de São Carlos, Brasil Mauro Luiz Costa Campello Universidade Paulista, Brasil Sayonara Cotrim Sabioni Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Ricardo Pereira Sepini Universidade Federal de São João Del-Rei, Brasil Flávio Campos de Morais Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Sonia Aparecida Cabral Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Brasil Jonatas Brito de Alencar Neto Universidade Federal do Ceará, Brasil Moisés de Souza Mendonça Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Pedro Afonso Cortez Universidade Metodista de São Paulo, Brasil Iara Margolis Ribeiro Universidade do Minho, Brasil Julianno Pizzano Ayoub Universidade Estadual do Centro-Oeste, Brasil Vitor Afonso Hoeflich Universidade Federal do Paraná, Brasil Bianca Anacleto Araújo de Sousa Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil Bianca Cerqueira Martins Universidade Federal do Acre, Brasil Daniela Remião de Macedo Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portugal Dioniso de Souza Sampaio Universidade Federal do Pará, Brasil Rosemary Laís Galati Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil CONSELHO EDITORIAL Maria Fernanda Soares Queiroz Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil Letícia Cunha da Hungria Universidade Federal Rural da Amazônia, Brasil Leonardo Augusto Couto Finelli Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil Thais Ranielle Souza de Oliveira Centro Universitário Euroamericano, Brasil Alessandra de Souza Martins Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil Claudiomir da Silva Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Fabrício dos Santos Ritá Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Danielly de Sousa Nóbrega Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre, Brasil Livia Fernandes dos Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre, Brasil Liege Coutinho Goulart Dornellas Universidade Presidente Antônio Carlos, Brasil Ticiano Azevedo Bastos Universidade Federal de Ouro Preto, Brasil Walmir Fernandes Pereira Miami University of Science and Technology, Estados Unidos da América Jónata Ferreira De Moura Universidade Federal do Maranhão, Brasil Camila de Moura Vogt Universidade Federal do Pará, Brasil José Martins Juliano Eustaquio Universidade de Uberaba, Brasil Adriana Leite de Andrade Universidade Católica de Petrópolis, Brasil Francisco Carlos Alberto Fonteles Holanda Universidade Federal do Pará, Brasil Bruna Almeida da Silva Universidade do Estado do Pará, Brasil Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Brasil Ronei Aparecido Barbosa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Julio Onésio Ferreira Melo Universidade Federal de São João Del Rei, Brasil Juliano JoséCorbi Universidade de São Paulo, Brasil Thadeu Borges Souza Santos Universidade do Estado da Bahia, Brasil Francisco Sérgio Lopes Vasconcelos Filho Universidade Federal do Cariri, Brasil Francine Náthalie Ferraresi Rodriguess Queluz Universidade São Francisco, Brasil Maria Luzete Costa Cavalcante Universidade Federal do Ceará, Brasil Luciane Martins de Oliveira Matos Faculdade do Ensino Superior de Linhares, Brasil Rosenery Pimentel Nascimento Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Irlane Maia de Oliveira Universidade Federal do Amazonas, Brasil Lívia Silveira Duarte Aquino Universidade Federal do Cariri, Brasil Xaene Maria Fernandes Mendonça Universidade Federal do Pará, Brasil Thaís de Oliveira Carvalho Granado Santos Universidade Federal do Pará, Brasil Fábio Ferreira de Carvalho Junior Fundação Getúlio Vargas, Brasil Anderson Nunes Lopes Universidade Luterana do Brasil, Brasil CONSELHO EDITORIAL Carlos Alberto da Silva Universidade Federal do Ceara, Brasil Keila de Souza Silva Universidade Estadual de Maringá, Brasil Francisco das Chagas Alves do Nascimento Universidade Federal do Pará, Brasil Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes Universidade Federal do Pará, Brasil Arinaldo Pereira Silva Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Brasil Laís Conceição Tavares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Ana Maria Aguiar Frias Universidade de Évora, Brasil Willian Douglas Guilherme Universidade Federal do Tocatins, Brasil Evaldo Martins da Silva Universidade Federal do Pará, Brasil Biano Alves de Melo Neto Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém Universidade do Minho, Portugal Valdemir Pereira de Sousa Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida Universidade Federal do Amapá, Brasil Miriam Aparecida Rosa Instituto Federal do Sul de Minas, Brasil Rayme Tiago Rodrigues Costa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Priscyla Lima de Andrade Centro Universitário UniFBV, Brasil Andre Muniz Afonso Universidade Federal do Paraná, Brasil Marcel Ricardo Nogueira de Oliveira Universidade Estadual do Centro Oeste, Brasil Gabriel Jesus Alves de Melo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Brasil Deise Keller Cavalcante Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro Larissa Carvalho de Sousa Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal Susimeire Vivien Rosotti de Andrade Universidade Estadual do Oeste do Paraná Daniel dos Reis Pedrosa Instituto Federal de Minas Gerais Wiaslan Figueiredo Martins Instituto Federal Goiano Lênio José Guerreiro de Faria Universidade Federal do Pará Tamara Rocha dos Santos Universidade Federal de Goiás Marcos Vinicius Winckler Caldeira Universidade Federal do Espírito Santo Gustavo Soares de Souza Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo Adriana Cristina Bordignon Universidade Federal do Maranhão Norma Suely Evangelista-Barreto Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Larry Oscar Chañi Paucar Universidad Nacional Amazónica de Madre de Dios, Peru Pedro Andrés Chira Oliva Universidade Federal do Pará APRESENTAÇÃO E s t a o b r a c o n s t i t u i - s e d e u m a c o l e t â n e a d e t r a b a l h o s c i e n t í f i c o s d e s e n v o l v i d o s p o r p e s q u i s a d o r e s d e U n i v e r s i d a d e s , I n s t i t u t o s e C e n t r o s d e Pe s q u i s a , c o m a t e m á t i c a s o b r e m a d e i r a s d e f l o r e s t a s n a t i v a s o u d e p l a n t i o s f l o re s t a i s d o B ra s i l , d e f o r m a a a p re s e n t a r o re s u l t a d o d e p e s q u i s a s s o b re s u a s p ro p r i e d a d e s t e c n o l ó g i c a s , a v a l i a ç ã o d a q u a l i d a d e v i s a n d o a d e q u a ç ã o a u s o s i n d u s t r i a i s e a t u a l i d a d e s s o b r e e s s a impor tante matér ia -pr ima de o r igem f lo res ta l . A made i ra é um mater ia l ve rsát i l , he terogêneo , an iso t róp ico , h i g r o s c ó p i c o , c o m b u s t í v e l , r e n o v á v e l , q u e t e m b e l e z a e s t é t i c a e q u e p o d e s e r o b t i d a c o m e r c i a l m e n t e d e p l a n t i o s c o m e r c i a i s , c o n s ó r c i o s a g r o s s i v i l c u l t u r a i s e f l o r e s t a s n a t u r a i s , d o q u a l s e p o d e o b t e r p r o d u t o s d i v e r s o s . A m a d e i r a p o d e s e r u s a d a d i r e t a m e n t e n a s u a f o r m a s ó l i d a , r o l i ç a o u s e r r a d a , o u s e r v i r c o m o m a t é r i a - p r i m a p a r a f a b r i c a ç ã o d e n o v o s p r o d u t o s . Do ponto de v i s ta econômico e de p rodução , a made i ra é o p r inc ipa l p roduto f l o res ta l ex t ra ído das f l o res tas n a t u r a i s e p l a n t i o s f l o r e s t a i s . D e a c o r d o c o m d a d o s d o I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e G e o g r a f i a e E s t a t í s t i c a ( I B G E ) ( h t t p s : / / b i b l i o t e c a . i b g e . g o v. b r / v i s u a l i z a c a o / p e r i o d i c o s / 74 / p e v s _ 2 0 1 9 _ v 3 4 _ i n f o r m a t i v o . p d f ) , n o a n o d e 2 0 1 9 , o B r a s i l r e g i s t r o u u m a p r o d u ç ã o f l o r e s t a l d e R $ 2 0 , 0 b i l h õ e s , s e n d o q u e 9 0 % d e s t e v a l o r c o r r e s p o n d i a a p r o d u t o s m a d e i r e i r o s . E m b o r a o Pa í s t e n h a u m a g r a n d e á r e a d e f l o r e s t a s n a t i v a s , a s e g u n d a m a i o r d o m u n d o , c o m 4 8 8 m i l h õ e s d e h e c t a r e s r e g i s t r a d o s n o a n o d e 2 0 1 8 ( c e r c a d e 5 7 % d o t e r r i t ó r i o n a c i o n a l n e s s e p e r í o d o ) , o s e t o r d e p l a n t i o s f l o r e s t a i s é o q u e s e o b t é m a m a i o r ge r a ç ã o d e r e n d a e p r o d u ç ã o v o l u m é t r i c a d e m a d e i r a . D e s d e o a n o d e 2 0 0 0 q u e e s s e c e n á r i o é o b s e r v a d o n o B r a s i l p a r a a p r o d u ç ã o m a d e i r e i r a , m e s m o o Pa í s t e n d o u m a á r e a m u i t o p e q u e n a d e p l a n t i o s d e á r v o r e s e m r e l a ç ã o à á r e a d o t e r r i t ó r i o n a c i o n a l . E m 2 0 1 8 , o I B G E r e g i s t r o u u m a á r e a d e p l a n t i o s f l o r e s t a i s p r ó x i m o a 1 0 m i l h õ e s d e h e c t a r e s , q u e c o r r e s p o n d e a p o u c o m a i s d e 1 % d o t e r r i t ó r i o b r a s i l e i r o . E s s e s p l a n t i o s e r a m f o r m a d o s p r i n c i p a l m e n t e p o r E u c a l y p t u s s p p . e P i n u s s p p . , e m b o r a s e t e n h a o r e g i s t r o d e p l a n t i o s d e o u t r a s e s p é c i e s , c o m o t e c a ( Te c t o n a g r a n d i s L . ) , a c á c i a ( A c a c i a s p p . ) , p a r i c á ( S c h i z o l o b i u m a m a z o n i c u m H u b e r ex D u c k e ) , d e n t r e o u t r a s . C o n t u d o , o p l a n t i o d e e s p é c i e s f l o r e s t a i s n a t i v a s d e v e s e r i n c e n t i v a d o , d e f o r m a a a m p l i a r a s o p ç õ e s d e e s p é c i e s p r o d u t o r a s d e m a d e i r a s n o m e r c a d o n a c i o n a l . O u s o d e m a d e i r a s o r i u n d a s d e f l o r e s t a s n a t i v a s t a m b é m p o d e s e r f e i t o , m a s s e m p re q u a n d o o r i u n d o d e p l a n o s d e m a n e j o f l o re s t a l s u s te n t áv e l d e v id a m e n t e APRESENTAÇÃO a p r o v a d o s , e x t r a í d a s d e á r v o r e s p e r m i t i d a s e d e v i d a m e n t e p l a n e j a d a s p a r a c o r t ee e m a t e n d i m e n t o a s l e i s a m b i e n t a i s v i ge n t e s . T u d o i s s o f a z c o m q u e o m e r c a d o m a d e i r e i r o d o B r a s i l s e j a d i v e r s i f i c a d o e m o f e r t a d e m a d e i r a s , s e n d o q u e p a r a m u i t a s e s p é c i e s e s t a o f e r t a e n c o n t r a - s e m a i s r e g i o n a l i z a d a e m d e t e r m i n a d a s r e g i õ e s ge o g r á f i c a s d o Pa í s . A m a d e i r a p o s s u i p r o p r i e d a d e s t e c n o l ó g i c a s ú n i c a s , q u a n d o c o m p a r a d a s a o u t r o s m a t e r i a i s , e t a m b é m v a r i á v e i s e n t r e e s p é c i e s , e n t r e i n d i v í d u o s d e u m a m e s m a e s p é c i e , d e n t r o d o t r o n c o d e u m a á r v o r e e a t é d e n t r o d e u m a m e s m a p e ç a d e m a d e i r a . I s s o f a z c o m q u e a s m a d e i r a s s e j a m c o n t i n u a m e n t e e s t u d a d a s , d e f o r m a q u e s u a s p r o p r i e d a d e s s e j a m c o n h e c i d a s e q u e a s m e l h o r e s m a t r i z e s p o s s a m s e r u s a d a s e m p r o g r a m a s d e m e l h o r a m e n t o ge n é t i c o f l o r e s t a l p a r a p r o d u ç ã o d e p l a n t i o s p r o d u t o r e s d e m a d e i r a d e a l t a q u a l i d a d e , p a ra a s m a i s d i v e r s a s f i n a l i d a d e s . N e s s e c e n á r i o t e m - s e c o m o ex e m p l o d e s u c e s s o a p ro d u ç ã o d e c e l u l o s e k ra f t d e E u c a l y p t u s s p p . , q u e p o s s u i a l t a q u a l i d a d e t e c n o l ó g i c a , s e n d o u m d o s p ro d u t o s m a i s e x p o r t a d o s p e l o B r a s i l n o a n o d e 2 0 2 0 , a l é m d e s e r o p r o d u t o q u e m a i s c o n s o m e m a d e i r a p l a n t a d a n o Pa í s . A l é m d a p r o d u ç ã o d e c e l u l o s e , a m a d e i r a é t a m b é m u s a d a c o m o m a t é r i a - p r i m a p a r a m u i t o s o u t r o s u s o s i m p o r t a n t e s , c o m o n a p r o d u ç ã o d e c a r v ã o v e g e t a l , p a i n é i s r e c o n s t i t u í d o s , l e n h a , c o n s t r u ç õ e s , m ó v e i s , p r o d u t o s d e m a d e i r a t r a t a d a e t c . A s p e s q u i s a s c i e n t í f i c a s , a l é m d e a v a l i a r a s p r o p r i e d a d e s t e c n o l ó g i c a s d a s m a d e i r a s e s u a q u a l i d a d e v i s a n d o a d e q u a ç ã o a u s o s , s ã o t a m b é m d i r e c i o n a d a s p a r a m u i t a s o u t r a s l i n h a s d e p e s q u i s a s , c o m o n a d e t e r m i n a ç ã o d a s s u a s p r o p r i e d a d e s a t r a v é s d e t é c n i c a s n ã o d e s t r u t i v a s ; p r o j e t o s c o n s t r u t i v o s e e s t r u t u r a i s ; q u í m i c a d a m a d e i r a ; u s o d a m a d e i r a c o m o m a t é r i a - p r i m a n a p r o d u ç ã o d e b i o p r o d u t o s e n a n o c o m p ó s i t o s ; t e c n o l o g i a d e p ro d u ç ã o d e c e l u l o s e , p a p e l , p ro d u t o s e n e rgé t i c o s , p a i n é i s re c o n s t i t u í d o s , m ó v e i s , a d e s i v o s p a r a m a d e i r a s e t c . ; a p r o v e i t a m e n t o d e r e s í d u o s m a d e i r e i r o s ; d e n t r e o u t r a s . Essa obra reúne t raba lhos desenvo lv idos por Pesqu isadores de d i versas Un ivers idades , I ns t i tu tos e Cent ros d e Pe s q u i s a s o b r e m a d e i r a s n a t i v a s e p l a n t a d a s d o B r a s i l , d e f o r m a a c o n t r i b u i r c o m a l i t e r a t u r a e c o m o s e t o r f l o r e s t a l c o m i n f o r m a ç õ e s m a i s a t u a i s s o b r e e s s a i m p o r t a n t e m a t é r i a - p r i m a , o q u a l c o n t r i b u i d e f o r m a s i g n i f i c a t i v a c o m a e c o n o m i a d o Pa í s , ge r a n d o r e n d a e e m p r e go s . A g r a d e ç o a t o d o s o s A u t o r e s q u e c o n t r i b u í r a m p a r a q u e e s s a o b r a p u d e s s e s e r c o n c r e t i z a d a . D e s e j o q u e o s t r a b a l h o s a q u i p u b l i c a d o s s e t o r n e m f o n t e d e d a d o s , i n f o r m a ç õ e s e d e c o n h e c i m e n t o p a r a e s t u d a n t e s , p ro f e s s o re s , p ro f i s s i o n a i s e d e m a i s i n t e re s s a d o s n o a s s u n t o , b e m c o m o m a t e r i a l d e s u p o r t e e re f e re n c i a l b i b l i o g rá f i c o p a ra p e s q u i s a s c i e n t í f i c a s f u t u ra s . A t o d o s o s A u t o re s , m e u s s i n c e ro s a g ra d e c i m e n t o s , v o t o s APRESENTAÇÃO d e m u i t a s c o n q u i s t a s p r o f i s s i o n a i s e q u e c o n t i n u e m p u b l i c a n d o a i n d a m a i s t r a b a l h o s c i e n t í f i c o s s o b r e m a d e i r a s n a t i v a s e p l a n t a d a s d o B r a s i l . A t o d o s o s l e i t o r e s , d e s e j o u m a ó t i m a l e i t u r a ! Prof. Dr. Wescley Viana Evangelista Universidade do Estado de Mato Grosso Carlos Alberto Reyes Maldonado (UNEMAT) SUMÁRIO CAPÍTULO 01 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, MECÂNICA E DE TRABALHABILIDADE DE MADEIRAS DE SEIS ESPÉCIES DA MATA ATLÂNTICA Carlos Eduardo Silveira da Silva; Bianca Cerqueira Martins; Paulo Cesar Leal de Carvalho; Claudia de Azevedo Reis; Norma da Silva Rocha Maciel; Marcos Gervasio Pereira; Fernando José Borges Gomes; Samir Gonçalves Rolim; Daniel Piotto; João Vicente de Figueiredo Latorraca; Alexandre Monteiro de Carvalho ' 10.37885/210303812 ..................................................................................................................................................................................19 CAPÍTULO 02 PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS DA MADEIRA DE CERNE E ALBURNO DE PAU-BRASIL (PAUBRASILIA ECHINATA) Celi Cristina Ramos da Silva; Carlos Eduardo Silveira da Silva; Fernando José Borges Gomes; Larisse Aparecida Ribas Batalha; Bianca Cerqueira Martins; Paulo César Leal de Carvalho; Osmar de Freitas Neves Junior; Junilha Lopes Trigueiro; Alexandre Monteiro de Carvalho ' 10.37885/210303813 ..................................................................................................................................................................................42 CAPÍTULO 03 PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICAS DE MADEIRAS AMAZÔNICAS ESTIMADAS POR REDES NEURAIS ARTIFICIAIS, A PARTIR DA DENSIDADE BÁSICA Washington Duarte Silva da Silva; Pamella Carolline Marques dos Reis Reis; Leonardo Pequeno Reis; Adriane dos Santos Santos; Milton Garcia Costa ' 10.37885/210404384 ................................................................................................................................................................................. 62 CAPÍTULO 04 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA E INDICAÇÕES DE USO DA MADEIRA DE MACLURA TINCTORIA Danilo Leão de Freitas; UFSM; Douglas Edson Carvalho; Clóvis Roberto Haselein; Cristiane Pedrazzi; André Missio; Rodrigo Coldebella; Henrique Weber Dalla Costa; Ana Paula Marques Martins; Marina Gentil; Pedro Jorge Goes Lopes ' 10.37885/210504764 ..................................................................................................................................................................................81 CAPÍTULO 05 CASTELO WOOD SPECIES: PHYSICAL AND MECHANICAL PROPERTIES André Luis Christoforo; Felipe Nascimento Arroyo; Francisco Antonio Rocco Lahr ' 10.37885/210303605 ................................................................................................................................................................................. 99 SUMÁRIO CAPÍTULO 06 MADEIRAS NATIVAS NO SUL DO BRASIL: UM LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS EMECÂNICAS Luana Candaten; Tauana de Souza Mangini; Laura da Silva Zanchetta; Nillar Elvira Pereira Azevedo; Eduarda Bandera; Yuri Cezar Tessaro Santos; Samara Lazarotto; Rômulo Trevisan; Elder Eloy ' 10.37885/210504654 .................................................................................................................................................................................111 CAPÍTULO 07 PROPRIEDADES FÍSICO-ANATÔMICAS DE MADEIRAS DE CEDRO AMAZONENSE E TAMARINDO E SUAS CORRELAÇÕES Jaciele Pereira Silva; Wescley Viana Evangelista ' 10.37885/210604938 ............................................................................................................................................................................... 146 CAPÍTULO 08 INFLUÊNCIA DO CONGELAMENTO NAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DA MADEIRA DE EUCALYPTUS SALIGNA SMITH Marcela Ferreira Gomes; Angélica de Cássia Oliveira Carneiro; Fabiana Paiva de Freitas; Ana Márcia Macedo Ladeira Carvalho; Marcos Oliveira de Paula ' 10.37885/210504817 ................................................................................................................................................................................ 162 CAPÍTULO 09 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA DA MADEIRA DE PINUS GLABRA WALT. Karina Soares Modes; Ana Paula Caetano; Magnos Alan Vivian; Mario Dobner Junior; Marcelo Bonazza ' 10.37885/210504560 ................................................................................................................................................................................ 177 CAPÍTULO 10 CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA E BIOLÓGICA DA MADEIRA DE PINUS PATULA SCHLTDL & CHAM PARA INDICAÇÕES DE USO Karina Soares Modes; Tarcísio Francisco de Camargo; Magnos Alan Vivian; Micheli Sehn dos Santos; Adriana Terumi Itako; Djalma Eugênio Schmitt ' 10.37885/210504463 ............................................................................................................................................................................... 192 SUMÁRIO CAPÍTULO 11 INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO DE PLANTIO NAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DA MADEIRA DE ANGICO- VERMELHO Emilly Soares Gomes da Silva; Fabricio Gomes Gonçalves; Paulo André Trazzi; Paula de Souza Marvila; Alice Soares Brito; Izabella Luzia Silva Chaves ' 10.37885/210604905 ...............................................................................................................................................................................205 CAPÍTULO 12 PERMEABILIDADE DA MADEIRA DE EUCALYPTUS SPP. Ramon Ubirajara Teixeira; Angélica de Cássia Oliveira Carneiro; Paula Gabriella Surdi de Castro; Ana Márcia Macedo Ladeira Carvalho; Benedito Rocha Vital; Vinicius Resende de Castro; Renato Vinicius Oliveira Castro; Adriana de Fátima Gomes Gouvêa ' 10.37885/210504634 ............................................................................................................................................................................... 219 CAPÍTULO 13 ANATOMIA MACROSCÓPICA DE MADEIRAS COMERCIALIZADAS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO EVANGELISTA, ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL Camila Cordeiro Jácome ; Paulo Junio Duarte; Marina Rates Pires; Fábio Akira Mori; Bruno Oliveira Lafetá; Caroline Junqueira Sartori ' 10.37885/210504704 ...............................................................................................................................................................................230 CAPÍTULO 14 CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA DA MADEIRA DE DUAS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO MUNICÍPIO DE ITACOATIARA-AM Erika Freire de Sousa; Ana Clara de Castro Ferreira; Millene Sampaio Menezes; Everton Pereira Simões ' 10.37885/210504751 ................................................................................................................................................................................244 CAPÍTULO 15 MADEIRA DE PEQUIÁ CASCUDO (ASPIDOSPERMA CF. MULTIFLORUM) DO BIOMA CAATINGA: MACROSCOPIA, COLORIMETRIA E USOS Camila Costa de Seabra; Elisa Palhares de Souza; Joaquim Carlos Gonçalez; Alexandre Bahia Gontijo; Juliana Sabino Rodrigues; Marcella Hermida de Paula; Robert Rossi Silva de Mesquita; Bárbara Guedes Costa Silva ' 10.37885/210504588 ...............................................................................................................................................................................255 SUMÁRIO CAPÍTULO 16 APLICAÇÃO DE ONDAS ULTRASSÔNICAS EM MADEIRAS AMAZÔNICAS TRATADAS E NÃO TRATADAS EM CAMPO Matheus Couto Crisóstomo; Alexandre Florian da Costa; Ricardo Faustino Teles ' 10.37885/210303444 ............................................................................................................................................................................... 267 CAPÍTULO 17 NUMERICAL METHODOLOGY FOR MODULUS OF ELASTICITY CALCULATING OF ROUND WOODEN BEAMS: PINUS ELLIOTTII André Luis Christoforo; Felipe Nascimento Arroyo; Roberto Vasconcelos Pinheiro; Eduardo Chahud; Luiz Antonio Melgaço Nunes Branco; Francisco Antonio Rocco Lahr ' 10.37885/210203170 ................................................................................................................................................................................286 CAPÍTULO 18 CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL E ANALÍTICA DE VIGAS DE MADEIRA LAMELADA COLADA EM PINUS, QUANTO SUA RIGIDEZ À FLEXÃO Jéssica Maria Bresolin; Zacarias Martin Chamberlain Pravia ' 10.37885/210504803 ............................................................................................................................................................................... 301 CAPÍTULO 19 QUALIDADE DA MADEIRA DE EUCALIPTO ANTES E APÓS O TRATAMENTO PRESERVATIVO PARA USO COMO MOURÕES DE CERCA Pedro Augusto Fonseca Lima; Bruno Lourenço Siqueira; Carlos Roberto Sette Júnior ' 10.37885/210203299 ............................................................................................................................................................................... 319 CAPÍTULO 20 RESISTÊNCIA DE MOIRÕES DE SCHIZOLOBIUM PARAHYBA VAR. AMAZONICUM TRATADOS PELO MÉTODO DE SUBSTITUIÇÃO DE SEIVA AO ATAQUE DE CUPINS Miriam de Souza Campião; Juliana Garlet; Wescley Viana Evangelista ' 10.37885/210404133................................................................................................................................................................................340 CAPÍTULO 21 COMPOSTOS NATURAIS EXTRAÍDOS DE PLANTAS NA PRESERVAÇÃO DE MADEIRAS: UMA REVISÃO NARRATIVA Leonardo Vieira Militão; Amanda Yukari Sasaya; Fabrício Waith Barros de Carvalho; Pamela Porfirio Gonçalves; Juliana Garlet ' 10.37885/210504694 ...............................................................................................................................................................................355 SUMÁRIO CAPÍTULO 22 DETERMINAÇÃO DE EXTRATIVOS E DA DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA DE BROSIMUM LACTESCENS (S. MOORE) C.C. BERG PARA FINS PRODUTIVOS Patrícia Leonidia dos Santos; Emannuelly Aparecida Amaral dos Santos; Maria Rita RamosMagalhães; Vaniele Bento dos Santos; Edy Eime Pereira Baraúna ' 10.37885/210404236 ............................................................................................................................................................................... 372 CAPÍTULO 23 SECAGEM DE MADEIRA DE EUCALIPTO POR APLICAÇÃO DE HERBICIDA NO TRONCO DAS ÁRVORES Benedito Rocha Vital; Gilson Ricardo Tressmann; Angélica de Cassia Oliveira Carneiro; Francisco Claudio Lopes de Freitas; Vinicius Resende de Castro; Ana Marcia Macedo Ladeira Carvalho ' 10.37885/210504767 ................................................................................................................................................................................382 CAPÍTULO 24 QUALIDADE E PROCESSAMENTO DA MADEIRA SERRADA NOBRASIL: ESTADO DA ARTE Daniela Minini; Bruna de Araújo Braga; Daiane de Moura Borges Maria; Franciele Gmach; Theonizi Angélica Silva Albuês; Wesley Santos de Jesus; Thiago Campos Monteiro ' 10.37885/210604911 ................................................................................................................................................................................ 401 CAPÍTULO 25 SECAGEM DA MADEIRA EM TORA DE EUCALYPTUS SPP. PARA FINS ENERGÉTICOS Ramon Ubirajara Teixeira; Angélica de Cássia Oliveira Carneiro; Danilo Barros Donato; Artur Queiroz Lana; Rafael Tassinari Resende ' 10.37885/210504636 ...............................................................................................................................................................................420 CAPÍTULO 26 EUCALIPTOS NÃO TRADICIONAIS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE EUCALYPTUS CAMALDULENSIS, CORYMBIA CITRIODORA E CORYMBIA MACULATA Allana Katiussya Silva Pereira; Naiara Rios Ribeiro; Gabriela Fontes Mayrinck Cupertino; Brunela Pollastrelli Rodrigues ' 10.37885/210604948 ...............................................................................................................................................................................436 CAPÍTULO 27 ANÁLISE DO USO DA MADEIRA EM AMBIENTES HOSPITALARES: UMA REVISÃO DE LITERATURA Camila Rodrigues Silva; Victor José dos Santos Baldan; Karime Zeferino de Souza; Eduvaldo Paulo Sichieri; Bruno Luís Damineli; Akemi Ino ' 10.37885/210504814 ................................................................................................................................................................................451 SUMÁRIO CAPÍTULO 28 ANÁLISE FÍSICA DE CARVÃO VEGETAL PRODUZIDO E SUBMETIDO À DIFERENTES TAXAS DE RESFRIAMENTO PARA USO NA SIDERURGIA Ivanildo da S. dos Santos; Arthur Freitas Gomes; Marcio Arêdes Martins; Emanuele G. Pereira; Angélica de Cássia Oliveira Carneiro ' 10.37885/210504780 ...............................................................................................................................................................................468 CAPÍTULO 29 DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA E PROPRIEDADES DO CARVÃO VEGETAL DO HÍBRIDO EUCALYPTUS GRANDIS X EUCALYPTUS UROPHYLLA SOB INFLUÊNCIA DOS ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO Angélica Lorena dos Santos Oliveira; Wagner Patrício de Sousa Júnior; Emilly Soares Gomes da Silva; Rian Guilherme Correa Montalvão ' 10.37885/210604952 ...............................................................................................................................................................................482 CAPÍTULO 30 ANÁLISE COMPARATIVA DE DESEMPENHO ENTRE OS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM CONCRETO ARMADO, ALVENARIA ESTRUTURAL E LIGHT WOOD FRAME Camila Zanoto; Lucas Cardoso Simão; Heloisa Fuganti Campos ' 10.37885/210304056 ...............................................................................................................................................................................494 CAPÍTULO 31 PROJETO ARQUITETÔNICO MODULAR DE UM COCHO PARA GADO COM UTILIZAÇÃO DE ENERGIA SOLAR Beatriz Pallone Santos; Decio Gonçalves ' 10.37885/210304051 ...............................................................................................................................................................................508 CAPÍTULO 32 QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS GERADOS EM UMA MARCENARIA PARA PRODUTOS DENSIFICADOS Keiti Roseani Mendes Pereira; Ana Tenile Nascimento Maciel; Carolina Nogueira Xavier; Gilmara Pires de Moura Palermo; Gisely de Lima Oliveira; Bruno Couto da Silva ' 10.37885/210604941 ................................................................................................................................................................................518 CAPÍTULO 33 A IMPORTÂNCIA DA XILOTECA NO ENSINO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICO DA MADEIRA Keila Lima Sanches; Ricardo Faustino Teles ' 10.37885/210504697 ................................................................................................................................................................................531 SUMÁRIO CAPÍTULO 34 CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DA CERTIFICAÇÃO FSC/COC POR INDÚSTRIAS MOVELEIRAS DO RIO DE JANEIRO Natália Dias de Souza; Talles de Assis Leão; Ananias Francisco Dias Júnior; Alexandre Monteiro de Carvalho; Eduardo Vinicius da Silva; Hanna Lisa Leffever Siebeneichler; Ana Cristina Almeida dos Santos ' 10.37885/210504792 ................................................................................................................................................................................541 CAPÍTULO 35 DIAGNÓSTICO QUALI-QUANTITATIVO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DA CIDADE DE MONTE ALEGRE, ESTADO DO PARÁ, BRASIL. Washington Jonathan Lima Bacelar; Maurício Möller Parry; Raírys Cravo Herrera; Isadora Fernandes de França; Stérphane Matos Parry ' 10.37885/210504571 ................................................................................................................................................................................ 555 CAPÍTULO 36 DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA, ESPACIAL E VOLUMÉTRICA DA ESPÉCIE MANILKARA HUBERI (DUCKE) CHEVALIER EM UMA FLORESTA DE TERRA FIRME NO ESTADO DO AMAPÁ, BRASIL Samuel Nahon da Costa; Jean Franco Rodrigues dos Santos; Mayson Viana de Freitas; Fernando Galvão Rabelo; Adélia Alexandra da Silva Gonçalves ' 10.37885/210504774 .................................................................................................................................................................................571 CAPÍTULO 37 FUNÇÃO ALOMÉTRICA DE BIOMASSA COM IMAGENS DE SATÉLITE DE ALTA RESOLUÇÃO ESPACIAL Fabrício Lopes de Macedo; Adélia Maria Oliveira de Sousa; Ana Cristina Gonçalves; Hélio Ricardo Silva; Ricardo Antonio Ferreira Rodrigues ' 10.37885/210404197 ................................................................................................................................................................................584 SOBRE O ORGANIZADOR ................................................................................................................................... 600 ÍNDICE REMISSIVO .............................................................................................................................................601 01 Caracterização física, mecânica e de trabalhabilidade de madeiras de seis espécies da Mata Atlântica Carlos Eduardo Silveira da Silva UFRRJ Bianca Cerqueira Martins UFAC Paulo Cesar Leal de Carvalho UFRRJ Claudia de Azevedo Reis UFRRJ Norma da Silva Rocha Maciel UFRRJ Marcos Gervasio Pereira UFRRJ Fernando José Borges Gomes UFRRJ Samir Gonçalves Rolim Daniel Piotto UFSB João Vicente de Figueiredo Latorraca UFRRJ Alexandre Monteiro de Carvalho UFRRJ 10.37885/210303812 https://dx.doi.org/10.37885/210303812 Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 20 Palavras-chave: Análises Destrutivas, Propriedades Físico-Mecânicas, Madeira Nativa, Floresta Plantada. RESUMO Objetivo: O objetivo deste estudo foi realizar a caracterização tecnológica (física e me- cânica) e da trabalhabilidade da madeira de seis espécies da Mata Atlântica, por meio de análises destrutivas. Metodologia: As espécies estudadas foram oriundas de plantio experimental, voltado para a silvicultura, implantado na área de pesquisa da Reserva Natural Vale, localizada no município de Linhares, estado do Espírito Santo. As espécies foram selecionadas segundo critérios de densidade básica, sendo de diferentes clas- ses embasadas na literatura e posteriormente identificadas em campo. Para isto, foram avaliadas 6 espécies florestais, Astronium concinnum Schott ex Spreng., Copaifera lu- cens Dwyer, Handroanthus serratifolius (Vahl) S. O. Grose, Joannesia princeps Vellozo, Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz e Spondias venulosa (Engl.) Engl.,sendo derrubadas três árvores por espécie. O estudo consistiu na avaliação das propriedades físicas das espécies (densidade básica, densidade aparente a 12% e coeficiente de aniso- tropia), das propriedades mecânicas da madeira (resistência mecânica à flexão estática, compressão paralela às fibras, cisalhamento e dureza Janka) e da trabalhabilidade das madeiras. Resultados: Os maiores valores de densidade foram apresentados por Libidibia ferrea e Handroanthus serratifolius, mas Astronium concinnum foi considerada a madeira mais estável. Maiores valores de resistência mecânica foram verificados para Libidibia ferrea e Handroanthus serratifolius. A análise da trabalhabilidade da madeira mostrou que, dependendo do teste, a madeira de cada espécie pode ser melhor aproveitada para uma atividade específica. Conclusão: Foram comprovadas distinções significativas entre as madeiras das espécies nas propriedades tecnológicas analisadas. As espécies com maiores valores de densidade apresentaram maior resistência mecânica, porém não necessariamente foram consideradas as de melhor estabilidade dimensional. Através da análise dos resultados dos testes de trabalhabilidade, foi possível afirmar que dentre as espécies e características analisadas, as espécies Handroanthus serratifolius e Astronium concinnum apresentaram os resultados mais satisfatórios, podendo ser potenciais espé- cies a serem utilizadas em segmentos madeireiros. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 20 21 INTRODUÇÃO O Brasil é um país reconhecido internacionalmente por sua elevada biodiversidade no tocante a fauna e flora, sendo a flora destacada quanto a diversidade de espécies nativas. Historicamente, as florestas primárias do território brasileiro, mais especificamente as do bioma Amazônia e Mata Atlântica, têm sido exploradas, por um longo período de forma legal e por vezes ilegalmente. Porém, esse rico patrimônio se limita aos poucos estudos científicos que caracterizam tecnologiamente a maioria dessas madeiras. Grande parte desses estudos é destinada a espécies exóticas dos gêneros Eucalyptus e Pinus. As espécies exóticas possuem amplo uso e diversas aplicações, desde o uso em barreiras físicas (por exemplo, cercas) até aplicações químicas, desde a geração de celulose e papel, uso em móveis, construção civil, entre outros. Ressalta-se que, se os dados sobre madeira nativa pudessem ser inferidos em sua aplicabilidade e importância para os mercados nacional e internacional, poderiam oportunizar uma nova fonte para a geração de lucros, desde que explorados de forma racional e visando a sustentabilidade dessas espécies. Existem diversos métodos de avaliação das aplicações dessas madeiras, desde aqueles não destrutivos, que podem ser realizados no campo para qualificar seu status fitossanitário sem causar danos subsequentes à árvore, ou em pedaços de madeira após o seu corte. Entre os métodos mais tradicionais de avaliação estão as análises de propriedades físicas, como densidade e coeficiente de anisotropia; propriedades mecânicas que caracterizam a madeira quanto ao seu comportamento quando submetida a diversos tipos de solicitação mecânica; testes de trabalhabilidade que verificam qualitativamente a madeira após o pro- cessamento da madeira. A madeira é um material heterogêneo e orgânico, e por este motivo pode estar sujeita a fatores externos e internos que podem ocasionar diferenças quanto a sua constituição e consequentemente, a sua resistência. Um dos fatores a qual essa resistência está intrinsecamente ligada é a quantidade de água presente na parede celular das fibras. Uma maior quantidade de água ocasiona a redução das ligações químicas por pontes de hidrogênio, promovendo a diminuição de propriedades como flexão estática, flexão dinâmica, compressão paralela às fibras, cisalha- mento, tração e dureza (MARKWARDT; WILSON, 1935; WIANDY; ROWELL, 1984; BODIG; JAYNE, 1992; LONGSDON; CALIL JÚNIOR, 2002). O Brasil possui uma grande demanda por madeira para variadas finalidades, como produção de carvão, papel e celulose, setor moveleiro, e construção civil. Destaca-se que dentro desta demanda uma parte correspondente a madeiras nativas, assim atividades de Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 22 restauração florestal são ferramentas para geração e comercialização de madeiras oriundas de florestas tropicais (SILVA, 2013). Concorda-se com à afirmação dos autores ALMEIDA et al. (2010) que destacam que tem sido realizado um grande esforço para se analisar e caracterizar espécies desconheci- das do mercado ou de baixo valor comercial, objetivando encontrar substitutas às de maior valor comercial. A partir do exposto, esta pesquisa tem grande importância pois visa gerar informações sobre caracterização tecnológica de espécies nativas brasileiras do bioma Mata Atlântica, e consequentemente sua aplicação em diferentes segmentos. De acordo com as publicações de ROLIM; PIOTTO (2018, 2019) é póssível inferir in- formações sobre as espécies pertencentes a Reserva Natural Vale. As espécies Astronium concinnum (Anarcardiaceae), vulgarmente conhedida como gonçalo-alves, e Handroanthus serratifolius (Bignoniaceae), também conhecida como ipê-amarelo ou ipê ovo-de-macuco, apresentam fustes longos, bem formados e retilíneos ou levemente tortuosos, geralmente superiores a 8 metros, porém com lento crescimento em diâmetro (< 0,75 cm/ano). A espécie Joannesia princeps (Euphorbiaceae), vulgarmente chamada de boleira, também apresenta o mesmo tipo de fuste citado anteriormente, porém apresenta alta taxa de crescimento em diâmetro (> 0,75 cm/ano). A espécie Copaifera lucens, Libidibia ferrea e Spondias venulosa apresentam fustes curtos, em geral menores que 7 metros e geralmente bifurcados. As es- pécies Copaifera lucens (Fabaceae), conhecida como copaiba-vermelha, e Libidibia ferrea (Fabaceae), conhecida como pau-ferro, apresentam crescimento lento em diâmetro (< 0,75 cm/ano), enquanto a espécie Spondias venulosa (Anacardiaceae), também chamda de cajá, apresenta elevada taxa de crescimento (> 0,75 cm/ano). O presente estudo buscou caracterizar fisicamente, mecanicamente e a trabalhabilidade da madeira de seis espécies da Mata Atlântica por meio de análises destrutivas. MÉTODO Área de estudo A área de estudo localiza-se na Reserva Natural Vale (Figura 1), em uma área de plantio experimental, voltada para a silvicultura, com alguns experimentos implantados nos anos 80 e outros nos anos 90. A área está situada entre os municípios de Linhares e Jaguaré, localizados no estado do Espírito Santo (ES) e a vegetação predominante na Reserva é a Floresta Estacional Perenifólia. Está situada entre as coordenadas geográficas 19° 06’ e 19° 18’ de latitude sul e 39° 45’ a 40° 19’ de longitude oeste e a altitude oscila entre 28 e 65 metros (ROLIM et al., 2016). Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 22 23 Figura 1. Localização da Reserva Natural Vale, Espírito Santo. Fonte: Autoria própria (2021). Segundo a classificação de Köppen, a região apresenta clima quente e úmido, corres- pondendo ao tipo Awi (Tropical úmido). Para o período de 1975 a 2004, a temperatura média anual é de 23,3°C, variando de 20 a 26°C (médias das mínimas e máximas anuais), umidade relativa média anual de 85,8% e precipitação média anual de 1.227 mm, caracterizada por uma forte variabilidade entre os anos (ROLIM et al., 2016). As espécies foram selecionadas de acordo com critérios básicos de densidade, per- tencendo a diferentes classes conforme verificado na literatura. É importante mencionar que o estudo foi realizado no ano de 2019, e que as espécies estudadas possuíam idades diferentes (Tabela 1), variando de 17 a 31 anos, e todos os plantios foram realizados no espaçamento 2x2 m (1.667 árvores por hectare), sujeitas a desbastes periódicos ao longo do tempo para diminuir a competição. Outroponto que deve ser mencionado é que as es- pécies citadas em literatura podem possuir distintas idades das espécies analisadas neste estudo. Assim, podem existir diferenças entre as características das madeiras das espécies quando comparadas. Tabela 1. Idade das espécies estudadas na Reserva Natural Vale no ano de 2019. Espécie Idade (anos) Astronium concinnum Schott ex Spreng. 22 Copaifera lucens Dwyer 31 Handroanthus serratifolius (Vahl) S. O. Grose 28 Joannesia princeps Vellozo 17 Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz 24 Spondias venulosa (Engl.) Engl. 24 Fonte: Rolim & Piotto (2019). Para contemplar as análises propostas nesta pesquisa, foram estudadas seis espé- cies florestais, e para a realização dos testes destrutivos foram derrubadas três árvores por espécie para fornecer a quantidade de material necessária para a análise. A primeira tora, Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 24 medindo aproximadamente 2,10 metros de altura em relação ao solo, de cada espécie ori- ginou a matéria-prima para confecção dos corpos-de-prova das análises propostas. As toras foram desdobradas, originando o material necessário para confecção dos corpos-de-prova. Foram utilizados dezoito corpos-de-prova, abrangendo regiões de cerne e alburno, sendo 6 de cada árvore derrubada, para realização de cada teste proposto. Os testes de propriedades físicas avaliaram: densidade básica, densidade aparente a 12% de umidade, e coeficiente de anisotropia; já os testes de propriedades mecânicas analisaram: resistência mecânica à flexão estática, compressão paralela às fibras, cisalhamento e dureza Janka paralela e perpendicular às fibras; e os de trabalhabilidade avaliaram o comportamento das madeiras das espécies em testes de aplainamento, lixamento, rasgo lateral, perfuração para cavilha, dobradiça, e inserção de pregos. Propriedades físicas das espécies estudadas As propriedades físicas densidade básica, densidade aparente a 12% e determina- ção do coeficiente de anisotropia foram analisadas de acordo com a norma NBR 7190 de 1997 (ABNT, 1997). O material estudado provém de três árvores de cada espécie derrubadas e trazidas para o Laboratório de Processamento de Madeira (LPM / UFRRJ), a partir disso foram prepara- dos e escolhidos 18 exemplares por espécie, sendo 6 de cada árvore. Os corpos-de-prova possuíam 2 cm na seção transversal direção tangencial, 3 cm na seção tranversal direção radial, e 5 cm medidos ao longo da direção das fibras (direção axial), conforme recomen- dação da NBR 7190. As dimensões e os pesos dos corpos-de-prova, respectivamente em milímetros e em gramas, foram avaliados na condição verde, condição saturada e condição seca (103 ± 2 °C) e de posse destes valores foi possível calcular a densidade básica (Equação 1) e densidade aparente a 12% de umidade (Equação 2). (Equação 1) Em que: ρb = densidade básica (g/cm3); m = massa em gramas (g) do corpo-de- -prova após secagem em 103±2ºC; e V = volume, em centimetros cúbicos (cm3) do cor- po-de-prova seco. (Equação 2) Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 24 25 Em que: ρap = densidade aparente (g/cm3) a 12% de umidade; m = massa em gramas (g) do corpo-de-prova a 12% de umidade, V = volume, em centimetros cúbicos (cm3) do corpo-de-prova a 12 % de umidade. As medições dimensionais foram realizadas nos corpos-de-prova nas direções tangen- cial, longitudinal e radial, com paquímetro digital, na condição verde (umidade da madeira > 30%); após condicionamento em sala climatizada com temperatura de 20 ± 3 ºC e umidade relativa de 65 ± 3% e após secagem em estufa a 103 ± 2 ºC até peso constante, sempre na mesma posição que foi marcada anteriormente no corpo-de-prova. O cálculo do coeficiente de anisotropia (CA) foi realizado a partir dos valores do coeficiente de contração tangencial (βt) dividido pelo coeficiente de contração radial (βr) (Equação 3). (Equação 3) Em que: CA = coeficente de anisotropia; ßt = coeficiente de contração tangencial (%); ßr = coeficiente de contração radial (%). De acordo com DURLO; MARCHIORI (1992) o valor do coeficiente de anisotropia e o uso da madeira em função deste segue a classifiação proposta na Tabela 2. Tabela 2. Classificação do uso da madeira em função dos valores e coeficientes de anisotropia (CA). Valores de CA Classificação da madeira 1,2 - 1,5 excelente 1,5 - 2,0 normal Acima de 2,0 ruim Fonte: Durlo; Marchiori (1992). Os coeficientes de inchamento (αv) e contração volumétrica (βv) também foram calcula- dos. O coeficiente de inchamento de uma madeira é calculado pela diferença entre os volu- mes da madeira no estado saturado de umidade (acima do ponto de saturação das fibras) e no estado seco, em relação ao volume da madeira no estado seco (Equação 4). A contração volumétrica utiliza a mesma diferença, porém sendo relacionada ao volume da madeira no estado saturado de umidade (Equação 5). (Equação 4) Em que: αv = coeficente de inchamento volumétrico; Vsat = volume da madeira no estado saturado; Vsc = volume da madeira no estado seco. (Equação 5) Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 26 Em que: βv = coeficente de contração volumétrica; Vsat = volume da madeira no estado saturado; Vsc = volume da madeira no estado seco. Propriedades mecânicas das espécies de madeira As propriedades mecânicas foram realizadas em máquina de ensaio universal perten- cente ao Departamento de Produtos Florestais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) seguindo a norma NBR 7190 (ABNT, 1997). Em todos os ensaios mecâ- nicos a carga de ruptura foi calculada utilizando o software Pavitest. Flexão estática As amostras possuíram dimensões iguais a 5 x 5 x 105 cm, sendo respectivamente base, altura e largura, atendendo a especificação do vão livre equivaler a 21 vezes a altura do corpo de prova) (Figura 1A), sendo 18 exemplares por espécie, 6 de cada árvore. Compressão paralela às fibras As amostras mediram 5 x 5 cm (Figura 1B), altura e largura respectivamente, com 18 exemplares por espécie, 6 de cada árvore. Cisalhamento As amostras tiveram dimensões iguais a 5 x 5 cm (Figura 1C), altura e largura respec- tivamente, sendo 18 exemplares por espécie, sendo 6 de cada árvore. Dureza Janka A dureza Janka foi calculada paralela às fibras (realizada no topo do corpo-de-pro- va) e perpendicular às fibras (realizada na lateral das amostras). As amostras mediam 5 x 5 cm, altura e largura respectivamente, com dezoito amostras por espécie, seis de cada árvore (Figura 2). Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 26 27 Figura 2. Desempenho dos ensaios de caracterização mecânica, sendo: (2A) Ensaio de flexão de madeira em Libidibia ferrea var. parvifolia; (2B) Teste de compressão paralela das fibras de Libidibia ferrea var. parvifolia; (2C) Cisalhamento de madeira de Libidibia ferrea var. parvifolia; (2D) Desempenho do teste de dureza Janka parelala na espécie Handroanthus serratifolius. Fonte: Autoria Própria (2021). Trabalhabilidade das espécies estudadas Foram realizados os testes de aplainamento, lixamento, rasgo lateral, perfuração para cavilha, para dobradiça e fendilhamento por pregos (Figura 3). No teste aplainamento foram realizadas duas operações de desempeno, uma em “concordância” e outra em “discordância” com relação à grã, no sentido longitudinal da peça ou da disposição das fibras, assumindo que a movimentação do eixo e da faca foi o mesmo, mudando apenas o sentido do corpo de prova, cada tipo de movimentação foi realizado em metade do corpo-de-prova. Os testes de lixamento foram realizados em uma lixadeira de esteira com lixa de grã 100. Os corpos-de-prova foram lixados por 20 segundos na face oposta à do teste de plai- na. Para realização dos testes de furação foi utilizada uma furadeira vertical de coluna com velocidadede avanço manual e frequência de rotação do motor de 3100 min–1. Foram rea- lizados dois tipos de furações; uma para cavilha (pinos de madeira torneados) e outra para dobradiça. Na furação para cavilha, a furadeira foi equipada com brocas do tipo helicoidal de aço, com 6, 8, e 12 mm de largura, sendo realizados 6 furos passantes por amostra, 2 para cada broca. Na furação para dobradiça, foi utilizada broca chata de 25 mm, confec- cionando assim dois furos, sendo um passante e o outro não passante. Os furos possuem uma distância mínima de 25 mm entre eles. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 28 Figura 3. Representação de corpo-de-prova de Handroanthus serratifolius utilizada nos testes de trabalhabilidade da madeira. Em que: Ap = aplainamento; Fc = furação para cavilha (com brocas helicoidais); Fd = furação para dobradiça (com brocas chatas); Fp = inserção de pregos; Lx = lixamento; e Rg = furação lateral para encaixe de espiga. Fonte: Autoria própria (2021). O comportamento dos corpos-de-prova foi avaliado quando submetido às operações de processamento e uma adaptação à ASTM D-1666 (ASTM, 2004) foi adotada. Dezoito exemplares foram analisados por espécie, sendo 6 de cada árvore. Os parâmetros usados nesta classificação estão descritos na Tabela 2. Tabela 3. Parâmetros adotados para caracterização da madeira a partir dos testes de trabalhabilidade. % Defeitos Nota 0-20 Excelente: superfícies isentas de quaisquer defeitos. 20-40 Bom: presença de defeitos leves em até metade da peça. 40-60 Regular: presença de defeitos médios ou leves na maior parte da peça. 60-80 Ruim: presença de defeitos fortes em até metade da peça. 80-100 Muito ruim: presença de defeitos fortes principalmente. Fonte: Autoria própria, 2021. No teste de fendilhamento por pregos as avaliações foram feitas a partir da observa- ção de rachas ou trincas presentes na superfície de penetração. A análise dos testes foi baseada na qualidade de cada corpo-de-prova, considerada para todos os testes realizados. Adotou-se para o teste de fendilhamento a quantidade de três pregos por corpo de prova, onde cada um representa o 33,33% em relação a aceitação de sua inserção na superfície e profundidade da madeira. Sendo assim, as peças com ausência de defeitos nas três inser- ções possuem 100% de aceitação a pregos; as peças que apresentaram rachas em uma ou duas inserções foram descontadas o proporcional do valor de cada prego; e as peças que possuíram rachaduras em todas as inserções tem 0% de aceitação a pregos. Os cor- pos-de-prova foram classificados como: • Peça que aceita pregos: amostra sem rachas, trincas e dimensões insignificantes destes, não alcançando o topo das amostras, ou com rachaduras provenientes da Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 28 29 secagem natural/estufa da madeira; • Peça que não aceita pregos: com trincas ou rachas. Em todos os testes estatísticos quantitativos, os dados foram analisados quanto à normalidade, homogeneidade e após essa etapa foi realizada a análise de variância. Como consequência, o teste Tukey HSD (TUKEY, 1949) foi usado para comparar as mé- dias entre os dados. As variáveis foram testadas para distribuição de normalidade multivariada, correlação de múltipla e Análise de Componentes Principais (ACP). Os dados das variáveis foram cen- tralizados em zero e redimensionados para a variância unitária. Para o ACP, foram seguidas as diretrizes de Ferreira (2018) e Valentin (2012). A mineração de dados foi realizada no software Paleontological Statistics - Past 4.02 (HAMMER et al., 2001). RESULTADOS E DISCUSSÃO Propriedades físicas das espécies Na Tabela 4 são apresentados os resultados médios das propriedades físicas de den- sidade básica (ρb), densidade aparente (ρap em 12% de umidade) e coeficientes de contra- ção tangencial (βt), contração radial (βr), inchamento volumétrico (αv), contração volumétrica (βv), de anisotropia (CA) das espécies estudadas. Os resultados encontram-se graficamente representados nas Figuras 4 e 5. Tabela 4. Resultados das propriedades físicas de densidade básica média (ρb), densidade aparente (ρap em 12% de umidade), coeficientes de contração tangencial (βt), radial (βr), anisotropia (CA), inchamento volumétrico (αv), e contração volumétrica (βv) das seis espécies estudadas. Espécie g/cm3) (g/cm3) Contração tan- gencial (βt) Contração radial (βr) Coeficiente de anisotropia (CA) Coeficiente de inchamento volu- métrico (αv) Coeficiente de contração volu- métrica (βv) Joannesia princeps 0.32 ± 0.031d2 0.41 ± 0.031d2 4.36 ± 0.781c2 3.43 ± 0.751c2 1.27 ± 0.411ab2 7.79 ± 0.781c2 7.22 ± 0.671d2 Spondias venulosa 0.34 ± 0.031d2 0.44 ± 0.031d2 2.71 ± 0.771d2 1.68 ± 0.591d2 1.61 ± 0.41b2 8.65 ± 2.451c2 7.91 ± 2.071cd2 Copaifera lucens 0.55 ± 0.031c2 0.67 ± 0.041c2 5.45 ± 3.251abc2 3.44 ± 0.811c2 1.58 ± 0.311b2 9.94 ± 1.961c2 9.02 ± 1.561c2 Astronium concinnum 0.64 ± 0.0061b2 0.84 ± 0.071b2 5.28 ± 1.101abc2 5.14 ± 0.541b2 1.03 ± 0.361a2 14.84 ± 1.381b2 11.93 ± 1.391bc2 Handroanthus serratifolius 0.80 ± 0.021a2 1.03 ± 0.011a2 1.49 ± 1.551d2 1.10 ± 0.781d2 1.35 ± 0.281ab2 19.14 ± 2.041a2 16.04 ± 1.431a2 Libidibia ferrea 0.81 ± 0.021a1 1.08 ± 0.071a2 8.11 ± 2.731a2 7.02 ± 1.731a2 1.16 ± 0.41ab2 16.43 ± 2.301ab2 14.08 ± 1.711ab2 1 Valor médio ± desvio padrão. 2 Letras minúsculas diferentes na coluna representam diferença estatística a um nível de significância de 95%. Fonte: Autoria própria, 2021. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 30 Figura 4. Representação gráfica dos valores de densidde básica e aparente (a 12% de umidade) das seis espécies nativas brasileiras estudadas. Fonte: Autoria própria, 2021. Figura 5. Representação gráfica dos valores do coeficiente de anistropia das espécies estudadas. Fonte: Autoria própria, 2021. É possível inferir a partir da análise dos resultados da Tabela 2, em relação à densidade básica, que as espécies podem ser divididos em três classes, com base na classificação proposta por IPT (1985) e MELO et al. (1990), como também é enfatizado nos valores en- contrados na literatura (Tabela 3). As espécies Libidibia ferrea e Handroanthus serratifolius pertencem à classe superior de densidade básica e são consideradas pesadas. As espécies Copaifera lucens e Astronium concinnum diferiram no teste de média, mas ambas situam-se na mesma classe de densidade básica média. As espécies Spondias venulosa e Joannesia princeps pertencem à classe de densidade básica leve. A comparação dos resultados en- contrados na análise e os dados da literatura são apresentados na Tabela 5. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 30 31 Tabela 5. Comparação dos resultados de densidade básica com informações encontradas na literatura. Espécie g/cm3) g/cm 3) Literatura Referência literária Joannesia princeps 0.32 (leve) 0.40 - 0.55 (leve / média) LORENZI (1992), SILVA; LEMOS (2002) Spondias venulosa 0.34 (leve) 0.36 - 0.56 (leve / média) LORENZI (1992), ROLIM; PIOTTO (2019) Copaifera lucens 0.55 (média) 0.67 (média) ROLIM; PIOTTO (2019) Astronium concinnum 0.64 (média) 0.64 - 0.68 (média) SANTOS et al. (2011) Handroanthus serratifolius 0.80 (pesada) 0.70 - 0.98 (média / pesada) SHIMAMOTO et al. (2014) Libidibia ferrea 0.81 (pesada) 0.81 (pesada) ROLIM; PIOTTO (2019) Fonte: Adaptado de SILVA et al. (2020). Ao comparar os dados com os valores da literatura é possível verificar que as espécies apresentaram os valores na mesma faixa, exceto para as espécies Joannesia princeps e Spondias venulosa, as leves, confirmando sua base como escolha para as análises subse- quentes na pesquisa. Em relação aos resultados da densidade aparente (Tabela 3) houve uma pequena diferença quando comparada aos resultados da densidade básica. A espécie Astronium concinnum foi considerada junatamente a Libidibia ferrea e Handroanthus serratifolius, comoa espécie de classe de maior densidade. Para a espécie Copaifera lucens novamen- te foram observados os resultados referentes à classe de densidade média, assim como as espécies Spondias venulosa e Joannesia princeps pertencem à classe de densidade aparente considerada leve. É importante mencionar que, para as espécies com os menores valores de densidade básica (Spondias venulosa e Joannesia princeps) verificaram-se teores de umidade em torno de 20%, enquanto as espécies de média densidade (Copaifera lucens e Astronium con- cinnum) tiveram um valor médio de 18,3%, e as espécies de alta densidade (Handroanthus serratifolius e Libidibia ferrea var. parvifolia) 16,3%. De acordo com o trabalho de LOGSDON; CALIL JUNIOR (2002) e GLASS; ZELINKA (2010), as propriedades físicas e mecânicas de- pendem do teor de umidade da madeira, sendo que a resistência da madeira tende a diminuir quando esse teor é alto. Porém, a madeira de Copaifera lucens foi a única que apresentou comportamento diferente de acordo com esta análise. De acordo com a classificação de DURLO; MARCHIORI (1992), as madeiras das es- pécies Astronium concinnum, Libidibia ferrea, Joannesia princeps e Handroanthus serrati- folius seriam consideradas excelentes por apresentarem valores dentro do intervalo de 1,2 a 1,5. No entanto, deve se haver cuidado ao empregar madeiras de Libidibia ferrea e Astronium concinnum devido aos altos valores nos coeficientes de contração tangencial e radial. As espécies Copaifera lucens e Spondias venulosa observaram-se resultados inferio- res de coeficiente de anisotropia, 1,58 e 1,61 respectivamente, sendo constatada variações dimensionais de classificação normal. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 32 Analisando os coeficientes de contração e inchamento volumétrico pode-se afirmar que as espécies Handroanthus serratifolius, Libidibia ferrea, Copaifera lucens, e Astronium conccinum apresentaram os maiores valores. Essa variação dimensional pode comprometer o emprego da madeira em determinados usos, como em estruturas que estejam expostas a condições edafoclimáticas severas. Propriedades mecânicas das espécies Cisalhamento de madeira, compressão paralela às fibras e propriedades de flexão estática da espécie. Os resultados relativos ao módulo de ruptura (MOR, em kgf/cm2) das propriedades mecânicas como cisalhamento da madeira, compressão paralela das fibras, flexão estática são apresentados na Tabela 6 e representados graficamente na Figura 6. Tabela 6. Valores dos módulos de ruptura (MOR, em kgf/cm2) de cislhamento, compressão paralela às fibras e de flexão estática da madeira de seis espécies nativas da Reserva Natural Vale. Espécie Cisalhamento (kgf/cm2) Compressão paralela às fibras (kgf/cm2) Flexão estática (kgf/cm 2) Spondias venulosa 71.8 ± 4.91c2 215.8 ± 22.51 b2 327.1 ± 75.51 c2 Joannesia princeps 49.6 ± 6.51cd2 208.3 ± 36.41b2 321.8 ± 37.61c2 Copaifera lucens 110.3 ± 21.21b2 276.7 ± 44.71b2 561.6 ± 98.61b2 Astronium concinnum 93.7 ± 39.91bd2 138.7 ± 24.51c2 505.6 ± 99.21b2 Libidibia ferrea 181.6 ± 32.71a2 358.3 ± 208.21a2 944.7 ± 294.61ab2 Handroanthus serratifolius 154.1 ± 13.81a2 598.9 ± 37.51a2 1032.0 ± 105.61a2 1 Valor médio ± desvio padrão. 2 Letras minúsculas diferentes na coluna representam diferença estatística a um nível de significância de 95%. Fonte: Autoria própria, 2021. Figura 6. Propriedades mecânicas das seis espécies nativas brasileiras estudadas. Fonte: Autoria própria, 2021. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 32 33 Quanto ao ensaio de compressão paralela às fibras, as espécies Libidibia ferrea e Handroanthus serratifolius apresentaram resultados no mesmo intervalo de confiança (358.3±208.2 e 598.9±37 kgf/cm2, respectivamente), sendo que para a espécie Handroanthus serratifolius foi observado o maior resultado. Para a espécie Libidibia ferrea também ve- rificou-se resultados no mesmo intervalo de confiança que as espécies Copaifera lucens (276.7±44.7 kgf/cm2), Joannesia princeps (208.3±36.4 kgf/cm2) e Spondias venulosa (215.8 ± 22.5 kgf/cm2). No teste de flexão estática, para as espécies Libidibia ferrea e Handroanthus serratifo- lius novamente verificaram-se resultados no mesmo intervalo de confiança, sendo que para a espécie Handroanthus serratifolius observou-se o maior resultado. Porém para a espécie Libidibia ferrea, os valores se encaixavam em outro intervalo de confiança, também, sendo similar aos valores observados para as espécies Astronium concinnum e Copaifera lucens. Em geral, as espécies apresentaram comportamento distinto nos ensaios de cisalha- mento, compressão paralela às fibras e flexão estática. Aquelas com maior valor de densidade básica apresentaram os maiores valores nos testes realizados. Porém, ao comparar suas médias, verificou-se que algumas espécies apresentaram resultados semelhantes, estando presentes na mesma faixa de intervalo de confiança. Poucos estudos abordam as análises de ensaios mecânicos para espécies nativas brasileiras. Entretanto, foi possível encontrar resultados semelhantes para Libidibia ferrea relacionados à flexão estática publicados pelo IPT (1989), quando os autores encontraram um valor igual a 94,1 kgf/cm2 e, também, estudando Astronium concinnum, GONZAGA (2006) en- controu em sua pesquisa o valor do modulo de ruptura em cisalhamento igual a 137 kgf/cm2. Em ambos os testes o resultado foi semelhante e obedeceu à divisão das classes de densidade adotada neste estudo. As espécies Handroanthus serratifolius e Libidibia ferrea apresentaram os maiores valores, alternando a superioridade nos testes, porém foram ve- rificadas médias semelhantes. As espécies Astronium concinnum e Copaifera lucens apre- sentaram resultados inferiores às espécies citadas acima, mas valores de módulo de dureza superiores aos de Spondias venulosa e Joannesia princeps. GONZAGA (2006) encontrou, estudando o gênero Copaifera sp., resultados semelhantes da dureza Janka. Dureza Janka Os resultados médios da dureza Janka paralela e perpendicular às fibras das espécies estudadas são apresentados na Tabela 7 e Figura 7. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 34 Tabela 7. Resultados do módulo de ruptura de dureza Janka. Espéciee MOR paralela às fibras (kgf) MOR perpendicular às fibras (kgf) Spondias venulosa 151.7 ± 36.21d2 325.0 ± 53.21c2 Joannesia princeps 123.3 ± 32.51d2 210.0 ± 56.91d2 Copaifera lucens 406.7 ± 87.91c2 505.0 ± 64.21b2 Astronium concinnum 644.0 ± 84.01b2 632.0 ± 74.91b2 Libidibia ferrea 1145.0 ± 177.81a2 1215.0 ± 239.51a2 Handroanthus serratifolius 1218.3 ± 79.01a2 1113.3 ± 94.81a2 1 Valor médio ± desvio padrão. 2 Letras minúsculas diferentes na coluna representam diferença estatística a um nível de significância de 95%. Figura 7. Dureza Janka das seis espécies nativas brasileiras estudadas. Fonte: Autoria própria, 2021. Para ambos os testes (paralelo e perpencidular às fibras) o resultado foi similar e obedeceu à divisão das classes de densidade adotada nesse estudo. Para as espécies Handroanthus serratifolius e Libidibia ferrea foram verificados os maiores valores, alternando a superioridade nos testes, porém sendo observados valores médios semelhantes. Para as espécies Astronium concinnum e Copaifera lucens verificaram-se resultados inferiores às espécies citadas anteriormente, porém valores de módulos de módulo de dureza superiores aos de Spondias venulosa e Joannesia princeps. Analisando a Tabela 6, é possível inferir que no ensaio de cisalhamento as espécies de classe de maior densidade (Libidibia ferrea e Handroanthus serratifolius) apresentaram maior resistência no, ou seja, maiores valores de módulos de ruptura. Esse resultado diferiu do observado para as demais espécies que, também, apresentaram comportamento dis- tinto entre si, possuindo médias distintas. Para a espécie Joannesia princeps foi verificado o menor valor de módulo de ruptura(3,6 vezes menor que o valor encontrado por Libidibia ferrea), o que se justifica pelo seu menor valor de densidade básica. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 34 35 Trabalhabilidade das espécies de madeira estudadas Na Tabela 8 são apresentados os resultados médios das espécies quando submetidas aos testes de aplainamento (a favor e contra a grã) e de perfuração (passante, não passante e com brocas de vários tamanhos). Tabela 8. Resultados de aplainamento, perfuração e broca de perfuração. Espécie Aplainamento Perfuração A favor Contra 6 mm 8 mm 10 mm Passante Não passante Spondias venulosa bom bom ruim muito ruim ruim muito ruim muito ruim Joannesia princeps bom regular regular ruim ruim ruim muito ruim Copaifera lucens regular ruim ruim ruim regular ruim muito ruim Astronium concinnum excelente bom regular regular regular regular regular Libidibia ferrea bom bom regular ruim regular regular regular Handroanthus serratifolius bom bom regular regular regular bom bom Fonte: Autoria própria, 2021. Para os testes de perfuração, em diferentes diâmetros, verificou-se que para todas as espécies os resultados variaram de regular a ruim. Para a espécie de madeira Spondias venulosa foram identificados os piores resultados, e para as espécies Astronium concinnum e Handroanthus serratifolius os melhores, sendo regulares, quando comparadas às demais espécies analisadas. Verifica-se que o uso dos mesmos acarreta o levantamento da grã da madeira, conseqüentemente podendo ocasionar a depreciação do material devido a sua aparência física e restrição para o uso. No teste de perfuração passante e não passante os resultados variaram de bom a muito ruim. Handroanthus serratifolius apresentou os melhores resultados, seguido pelas espécies Libidibia ferrea e Astronium concinnum. Para as demais observaram-se resultados que variaram de ruins a muito ruins. Para as demais espécies verificou-se, trabalhabilidade inferior, sendo a espécie Spondias venulosa considerada a pior. Ao analisar os resultados expostos na Tabela 7, é possível afirmar que em relação ao teste de aplainamento a favor da grã a espécie apresen- tou melhor desempenho quando comparada aos demais testes de trabalhabilidade. Para a madeira da espécie Astronium concinnum obteve-se o melhor resultado entre todas, e para a Copaifera lucens o pior resultado. Porém, em relação ao aplainamento no sentido contrário da grã, a espécie apresentou resultados piores quando comparada aos testes a favor da grã. de maneira geral, para a espécie verificaram-se bons resultados, porém para a espécie Joannesia princeps o resultado foi regular e para a espécie Copaifera lucens no- vamente observou-se o pior resultado. Os resultados dos outros testes de trabalhabilidade são apresentados na Tabela 9. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 36 Tabela 9. Classificação dos resultados dos testes de lixamento, rasgo e fendilhamento por pregos. Espécie Lixamento Rasgo Fendilhamento por pregos Spondias venulosa excelente bom 95% aceitação; 5% não aceitação Joannesia princeps excelente regular 78% aceitação; 22% não aceitação Copaifera lucens regular regular 53% aceitação; 47% não aceitação Astronium concinnum bom bom 39% aceitação; 61% não aceitação Libidibia ferrea regular regular 100% não aceitação Handroanthus serratifolius bom regular 100% não aceitação Fonte: Autoria própria, 2021. Ao avaliar os resultados da madeira da espécie no teste de lixamento, verificou-se que o comportamento diferiu do encontrado nos testes descritos anteriormente. Os resultados variaram de regulares a excelentes sendo os melhores os resultados observados para as espécies de menor valor de densidade básica (Spondias venulosa e Joannesia princeps). No teste de rasgo os resultados ficaram na faixa de regular a bom, e apenas para as espécies Spondias venulosa e Astronium concinnum observaram-se bons resultados. Para o teste de fendilhamento por pregos os resultados variaram de acordo com a classe de densidade. Espécies com madeira menos densa aceitaram melhor a inserção de pregos enquanto espécies mais densas apresentaram trincas no ponto de inserção do prego. De forma geral, avaliando o comportamento da análise da madeira após os testes descritos acima, nota-se que a para a espécie Handroanthus serratifolius observaram-se os melhores resultados, seguida pelas espécies Astronium concinnum e Libidibia ferrea. Dessa forma concluí-se que as espécies menos densas foram as que apresentaram melhor desemepenho nos testes de lixamento e inserção do prego, ressaltando que a madeira de Spondias venulosa se saiu melhor nesses testes. A madeira de Astronium concinnum demonstrou possuir potencial para testes de lixamento e rasgo, porém apresentando 30% de não aceitação devido ao fendilhamento por pregos. Análise de Componentes Principais (ACP) das propriedades físicas e mecânicas estudadas Na figura 8, observa-se que as espécies se agruparam em duplas distribuídas ao longo do eixo x (CP1), em função da similaridade dos resultados dos testes aplicados, e no mesmo nível em relação a CP2. As espécies Spondias venulosa e Joannesia princeps formaram um grupo com os menores valores para todas as variáveis, especialmente, D_Janka_Per e D_Janka_Par, as espécies Astronium concinnum e Copaifera lucens se assemelharam por apresentarem resultados intermediários, e Handroanthus serratfiolius e Libidibia ferrea os resultados mais elevados. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade, pesquisas e atualidades 36 37 Figura 8. Representação gráfica da Análise de Componentes Pirncipais (ACP) aplicada nos resultados dos ensaios físicos e mecânicos nas espécies nativas avaliadas, em que: O Spondias venulosa; O Joannesia princeps; O Astronium concinnum; O Copaifera lucens; O Handroanthus serratfiolius; O Libidibia ferrea; CA =Coeficiente de anistorpia ; Compf = Compressão paralela às fibras; Db = Densidade básica; Dap = Densidade aparente; F_est = Flexão estática; D_Janka_Per = Dureza Janka perpendicular às fibras; D_Janka_Par: Dureza Janka paralela às fibras. Fonte: Autoria própria, 2021. Na ACP, cujos eixos primários (CP1 e CP2) explicam 88,61% da variação entre os oito componentes combinados neste estudo. No eixo CP1, as durezas (D_Janka_Par e D_Janka_Per) têm, respectivamente, uma relação maior com o componente principal de maior explicação (75,81%), devido a apresetarem pesos de maior valor (0,398 e 0,396), mas percebe-se acentuada expressão, também, das variáveis Db, Dap e F_est. No CP2 (12,80 %), a variável latente CA complementa o conjunto de variáveis que explicam a estrutura de ordenação da variância, destacando-se dentre as demais variáveis. Com base nos resultados obtidos pela ACP, os respectivos autovalores e porcentagens da variância explicada por cada um são apresentados na Tabela 10. Tabela 10. Análise de Componentes Principais (ACP) das variáveis físicas e mecânicas estudadas. CP Sumário da ACP Pesos ƛ % % acumulada Db Dap CA Cslh Compf F_est D_Janka_Par D_Janka_Per 1 6.06 75.81 75.81 0.391 0.386 -0.058 0.377 0.291 0.391 0.398 0.396 2 1.02 12.80 88.61 -0.070 -0.122 0.959 0.043 0.216 0.109 0.013 0.008 3 0.57 7.08 95.69 0.233 0.256 0.252 0.153 -0.873 -0.124 0.100 0.075 4 0.16 2.01 97.70 0.316 0.352 0.091 -0.847 0.099 -0.091 0.181 0.000 5 0.07 0.92 98.62 0.126 0.177 0.057 0.189 0.252 -0.799 -0.251 0.387 6 0.06 0.78 99.40 0.368 0.388 0.038 0.220 0.147 0.057 -0.434 -0.672 7 0.03 0.33 99.73 -0.533 0.555 0.020 -0.103 -0.059 0.291 -0.463 0.307 8 0.02 0.27 100.00 -0.503 0.396 0.016 0.144 0.087 -0.293 0.577 -0.378 Em que: Db = Densidade básica; Dap = Densidade aparente a 12% de umidade; Cslh = Cisalhamento; Compf = Compressão paralela às fibras; F_est = Flexão estática; D_Janka_Par = Dureza Janka Paralela às Fibras; D_Janka_Per = Dureza Janka Perpendicular às Fibras. Fonte: Autoria própria, 2021. Madeiras Nativas e Plantadas do Brasil: qualidade,
Compartilhar