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� UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UEMG CAMPUS DE FRUTAL CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA GEOMORFOLOGIA DA SERRA DO ESPINHAÇO TULIO RODRIGUES DE OLIVEIRA ZILMARA ANDRADE G. SILVA Frutal (MG) 2014 � UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UEMG CAMPUS DE FRUTAL CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA Tulio Rodrigues de Oliveira Zilmara Andrade G. Silva GEOMORFOLOGIA DA SERRA DO ESPINHAÇO Trabalho apresentado à Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, Campus Frutal, para a disciplina de Geomorfologia, a Professor Dr. Leandro de Souza Pinheiro. FRUTAL 2014 Sumário 4INTRODUÇÃO � 5SERRA DO ESPINHAÇO: ORIGEM, FORMAÇÃO E RELEVO. � 6EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA SERRA DO ESPINHAÇO � 7CONSIDERAÇÕES FINAIS � 8REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA � � INTRODUÇÃO A Serra do Espinhaço, com localização no estado de Minas Gerais, constitui um importante divisor de bacias, podendo ser divida em dois compartimentos: Planalto Meridional e Planalto Setentrional. A descoberta de minerais na região (ouro e diamantes) despertou o interesse de estudos geológicos na região, porém pouco se investigou na área geomorfológica. Com base em trabalhos realizados por Allaoua Saadi analisaremos a origem, a formação e o relevo da Serra do Espinhaço. SERRA DO ESPINHAÇO: ORIGEM, FORMAÇÃO E RELEVO. Segundo Saadi (1995) a Serra do Espinhaço constitui um grande divisor de bacias, sendo estas as do centro leste e do rio São Francisco. Localiza-se no estado de Minas Gerais, com formato de bumerangue e convexidade orientada para oeste. A formação da Serra do Espinhaço Meridional se deu a partir da seguinte sequência de eventos geotectônicos: rifteamento em torno de 1752Ma iniciando-se assim o acúmulo de mais de 5000 m de sedimentos, principalmente arenito, do Supergrupo Espinhaço; houve o fechamento da bacia por volta de 1250Ma, devido a esforços compressivos gerando o Orógeno Espinhaço; após este período nos 250Ma seguintes houve sedimentação do Grupo Macaúbas, parcialmente glaciogênica; por volta de 900Ma temos um intenso magmatismo basáltico e subsequente subsidência do Cratón do São Francisco formando a bacia que recebeu os sedimentos do Grupo Bambuí; e depois no final deste período temos a superposição das sequências do Supergrupo Espinhaço às dos Grupos Macaúbas e Bambuí. Ainda conforme Saadi (1995) temos a impressão de vermos um espigão de direção norte-sul ao nos depararmos com a Serra do Espinhaço, porém ao observarmos o relevo, na curva de nível de 1000 m, define-se um arco com convexidade orientada para oeste, entre as latitudes de Belo Horizonte e Montes Claros. Numa escala regional, podemos dividir a Serra do Espinhaço em dois compartimentos de planaltos: o Planalto Meridional e o Planalto Setentrional. PLANALTO MERIDIONAL Inicia-se na extremidade meridional da Serra, com altitude média da superfície por volta de 1200 m, sendo seu ponto mais alto o Pico do Itambé com 2062 m. Nesta região temos a presença predominante de quartzitos, formando uma cobertura rígida, porém fraturada. A dissecação fluvial esculpiu o relevo formando cristas, escarpas e vales profundos. PLANALTO SETENTRIONAL Inicia-se ao norte de Couto de Magalhães e estende-se além das fronteiras de Minas Gerais com a Bahia. Sua morfologia é composta por platôs; linhas de cristas quartzíticas, com altitude máxima de 1467m; e uma zona ligeiramente deprimida. As bordas do Planalto Setentrional têm relações diretas com estruturas tectônicas pré-cambrianas de 1ª ordem. EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA SERRA DO ESPINHAÇO Segundo Saadi (1995) a sucessão de eventos denudacionais e deposicionais pode ser definida a partir dos eventos de aplainamentos ocorridos no período Mesozoico- Terciário e em dissecações e entulhamento de vales ocorridos no período Quaternário. Deve-se ressaltar também a importância dos depósitos aluviais e coluviais que recobrem o resíduo que ficou das superfícies de aplainamento terciárias. A evolução geomorfológica da Serra do Espinhaço transcorre sob condições paleoclimáticas úmidas e quentes. Destacam-se duas consequências morfotectônicas de grande importância que aconteceram a partir da movimentação das rampas de empurrão par W. De acordo com o autor são elas: a - propagação da deformação na cobertura metassedimentar do Cráton do São Francisco (Grupo Bambuí), induzindo a drenagem do rio São Francisco a adotar o arqueamento para oeste conformemente ao arranjo estrutural regional; b - instalação de um contexto distensivo na borda oriental, expresso por abatimentos de blocos ao longo de falhas herdadas de direção NE-SW a N-S. Resultaram disso as depressões do Baixo Rio Araçuaí e Médio Rio Doce, bem como os basculamentos de blocos para W. O Graben de Virgem da Lapa é a melhor ilustração da distensão ocorrida na borda leste, com o preenchimento efetuado por 100m de sedimentos lacustres e fluviais. Na bacia do Médio Rio Doce, os depósitos equivalentes foram representados por fluxos de lama depositados nas bordas falhadas dos blocos morfotectônicos. ( SAADI, 1995 p.61). Em todos os estados cronológicos a atividade tectônica se fez presente, alternando eventos compressivos e distensivos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Serra do Espinhaço é resultado de várias formações de relevo, passando por diversos processos denudacionais ao longo dos tempos aliado com o clima quente/ úmido da região. Esta região tem relevante importância geomorfológica apesar de ainda contar com poucos estudos, principalmente a parte setentrional da serra, constituindo importante sítio para estudos da formação dos relevos do escudo brasileiro. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SAADI, Allaoua. A Geomorfologia da Serra do Espinhaço em Minas Gerais e de suas margens. 1995. Disponível em: http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs/3_1_41_63_Saadi.pdf
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