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MECÂNICATEÓRICA Parte 1 Universidade Pedagógica Faculdade de ciências Naturais e Matemática Departamento de Física Direitos de autor (copyright) Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução deverá ser mantida a referência à Universidade Pedagógica e aos seus Autores. Universidade Pedagógica Rua Comandante Augusto Cardoso, no 135 Telefone: 21-320860/2 Telefone: 21 – 306720 Fax: +258 21-322113 Agradecimentos À COMMONWEALTH of LEARNING (COL) pela disponibilização do Template usado na produção dos Módulos Ao Instituto Nacional de Educação à Distância (INED) pela orientação e apoio prestados. À intermón-Oxfarm pelo financiamento para a produção deste Módulo. Ao CEAD pela coordenação e operacionalização de todo o processo de Produção do módulo. Ao Magnífico Reitor, Directores de Faculdade e Chefes de Departamento pelo apoio prestado em todo o processo. Ficha Técnica Autores: Amós Veremachi e Veloso Dava Desenho Instrucional: Custódio Lúrio Revisão Linguística: Carlos Mutondo Maquetização : Aurélio Armando Pires Ribeiro Ilustração: Valdinácio Florêncio Paulo Índice Visão geral 9 Bem vindo ao Módulo de Mecânica Teórica parte 1 ...................................................... 9 Unidade 0 10 Aparato Matemático .................................................................................................... 10 Introdução .......................................................................................................... 10 Lição- nº 1 11 Elementos da análise vectorial ..................................................................................... 11 Introdução .......................................................................................................... 11 O.2 Operadores Gradientes e Divergência. 12 0.2.1. Operador Gradientes 13 A. Gradiente de uma Função Escalar. 13 B. Significado Físico de Operador Gradiente 14 D. Algumas Propriedades do Operador Gradiente 16 B. Significado Físico de Operador Divergência 16 Fig. 0.1 (fonte: Índias 1992: 209), dois campos vectoriais de divergência positiva e divergência 17 C. Algumas Propriedades do Operador Divergente 18 Sendo ϕφ e funções escalares 18 →→→→→→ →→→→→→→ ⋅∇+∇⋅= ⋅∇ ⋅∇±⋅∇= ±⋅∇ uuuii vuvui φφφ. . 18 Sumário ....................................................................................................................... 18 Lição nº 2 20 0.2.3. Operador Rotacional .......................................................................................... 20 Introdução .......................................................................................................... 20 A. Definição 20 Operador Rotacional em Coordenadas Cartesianas 21 D. Algumas Propriedades do Operador Rotacional 22 Sumário ....................................................................................................................... 23 Resumo da Unidade ..................................................................................................... 24 Unidade I 27 Introdução e Conceitos Básicos da Mecânica Teórica .................................................. 27 Introdução .......................................................................................................... 27 Lição nº 1 28 Breve historial da Mecânica Teórica; Campos da física teórica; Objecto de estudo da Mecânica Teórica; Métodos de estudo da disciplina; Divisão da Mecânica Teórica; Propriedades do espaço e do tempo; Modelos da mecânica teórica. ............................. 28 Introdução .......................................................................................................... 28 Sumário ....................................................................................................................... 33 Lição nº 2 35 Sistemas de Referência: Posição de um ponto material em coordenadas cartesianas, coordenadas polares,.................................................................................................... 35 Introdução .......................................................................................................... 35 Sumário ....................................................................................................................... 40 Lição nº 3 42 Posição de um ponto material em coordenadas - Coordenadas cilíndricas e coordenadas esféricas ...................................................................................................................... 42 Introdução .......................................................................................................... 42 Sumário ....................................................................................................................... 46 Lição nº 4 48 Métodos de Determinação do Movimento de um Ponto Material ................................. 48 Introdução .......................................................................................................... 48 Sumário ....................................................................................................................... 53 Resumo da Unidade ..................................................................................................... 53 Exercícios .......................................................................................................... 56 Unidade 2 57 Cinemática do ponto material ...................................................................................... 57 Introdução .......................................................................................................... 57 Lição nº 1 58 Velocidade de um ponto material como vector: velocidade media e velocidade instantânea; velocidade de um ponto em coordenadas cartesianas; comprimento do arco.58 Introdução .......................................................................................................... 58 Sumário ....................................................................................................................... 69 Lição nº 2 71 Aceleração de um ponto material como vector: aceleração média e instantânea; aceleração de um ponto em coordenadas cartesianas, aceleração normal e tangencial. . 71 Introdução .......................................................................................................... 71 Sumário ....................................................................................................................... 85 Lição nº 4 93 Breve referência à coordenadas generalizadas: coeficientes de Lame - Grandezas cinemáticas em coordenadas cilíndricas ....................................................................... 93 Introdução .......................................................................................................... 93 Sumário ..................................................................................................................... 102 Lição nº 5 104 Grandezas cinemáticas em Coordenadas Esféricas ..................................................... 104 Sumário ..................................................................................................................... 113 Resumo da Unidade ................................................................................................... 114 Exercícios.................................................................................................................. 117 Unidade 3 122 Movimentos Mais Simples do Sólido(corpo rígido) .................................................. 122 Introdução ........................................................................................................ 122 Lição nº 1 123 Movimento de translação de um sólido: Teorema sobre as trajectórias, velocidades e acelerações dos pontos de um corpo, no caso de translação. ....................................... 123 Sumário ..................................................................................................................... 128 Lição nº 2 129 Movimento de Rotação do Sólido em Torno de um Eixo Fixo ................................... 129 Sumário ..................................................................................................................... 137 Resumo da Unidade ................................................................................................... 137 Exercícios.................................................................................................................. 139 Unidade 4 140 Movimento Composto - Cinemática do movimento relativo. ..................................... 140 Lição nº 1 142 Movimento absoluto, relativo e de transporte do ponto material: Teorema de combinação das velocidades ...................................................................................... 142 Sumário ..................................................................................................................... 147 Lição nº 2 149 Aceleração do ponto no Movimento Complexo:Teorema de Coriolis sobre o movimento complexo. .................................................................................................................. 149 Sumário ..................................................................................................................... 156 Resumo da Unidade ................................................................................................... 157 Exercicio ................................................................................................................... 160 Unidade 5 161 Introdução à Dinâmica: Leis da Dinâmica ................................................................. 161 Equações diferenciais do movimento do ponto e sua integração........................ 161 Lição nº 1 163 Leis da Dinâmica: Leis de Newton ............................................................................ 163 Sumário ..................................................................................................................... 167 Lição nº 2 169 Segundo Problema (ou Problema Inverso) da dinâmica do ponto material ................. 169 Sumário ..................................................................................................................... 175 Lição nº3 176 Princípio de D’Alembert............................................................................................ 176 Introdução ........................................................................................................ 176 Sumário ..................................................................................................................... 184 Exercícios.................................................................................................................. 185 Resumo da Unidade ................................................................................................... 185 Exercícios.................................................................................................................. 188 Unidade 6 192 Teoremas Gerais da Dinâmica ................................................................................... 192 Lição nº 1 193 Teorema sobre a variação do momento linear do ponto material ................................ 193 Sumário ..................................................................................................................... 196 Exercício ................................................................................................................... 197 Lição nº 2 198 Teorema sobre a variação do momento angular ......................................................... 198 Introdução ........................................................................................................ 198 Sumário ..................................................................................................................... 203 Exercício ................................................................................................................... 203 Lição nº 3 204 Teorema sobre a variação da energia cinética do ponto Material Trabalho e Potência duma força ................................................................................................................ 204 Sumário ..................................................................................................................... 212 Exercício ................................................................................................................... 213 Lição n º4 214 Campo Potencial de forças e função de força. ........................................................ 214 Teorema de conservação de energia Mecânica ........................................................... 214 Campo potencial de forças e função de força ........................................... 215 Sumário ..................................................................................................................... 225 Exercícios.................................................................................................................. 226 Sumário da unidade ................................................................................................... 227 Visão geral Bem vindo ao Módulo de Mecânica Teórica parte 1 Caro estudante, o módulo de Mecânica Teorica foi desenvolvido no âmbito do programa de Ensino à Distância do Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD) da Univerisdade Pedagógica. O presente módulo constitui parte integrante do currículo do curso de Bacharelato e Licenciatura em Ensino de Fisica, para professores do primeiro e segundo do Ensino Secundario. Este módulo encontra-se dividido em duas partes, nomeadamente parti 1 e parte 2. 10 Unidade 0 Unidade 0 Aparato Matemático Introdução Este subcapítulo parece estranho para este módulo, mas ele é de extrema importância, uma vez que a mecânica teórica, para fazer a análise objectiva do seu estudo, baseia-se, fundamentalmente, na análise matemática. É justo que se questione da razão porque tem ainda de estudar a análise pois, o Curso de Ensino de Física na Universidade Pedagógica oferece quatro cadeiras de Análise Matemática até ao segundo ano? Não se trata de um tratamento geral mas sim direccional, como forma de orientar, tendo em conta os objectivos do presente módulo, daí que este seja muito breve. Nesta subunidade, falaremos do Cálculo Vectorial, que é indispensável no estudo da Cinemática e da Dinâmica, e dos operadores diferenciais, que são tratados na dinâmica propriamente dita e, em particular, na Energia Mecânica. Importa referir que, para a compreensão deste tema, aconselhamos, sempre que achar conveniente, procurar fazer leituras complementares de certos conteúdos em livros de análise matemática. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos � Consolidar os seus conhecimentos em relação aos campos vectorial e escalar, � Explicar o significado físico dos operadores Nabla, Gradiente, Divergência e Rotacional em problemas concretos de Mecânica, � Aplicar os operadores Nabla, Gradiente, Divergência e Rotacional em problemas concretos. Lição- nº 1 Elementos da análise vectorial IntroduçãoNesta lição você vai aprender alguns elementos da análise vectorial que constituem uma base muito importante para a percepção dos conteúdos da Mecânica Teórica. Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Definir campo escalar e campo vectorial. � Definir e aplicar os operadores gradiente, divergente e rotacional. � Explicar o significado físico dos operadores Nabla, Gradiente e Divergência em problemas concretos de Mecânica. � Aplicar os operadores Nabla, Gradiente e Divergência em problemas concretos. Terminologia Campo escalar, campo vectorial, Operador Nabla, Operador gradiente, Operador Divergente Noção do campo Define-se Campo como sendo a especificação de uma certa grandeza ao longo de toda uma região, ou seja, o espaço que está sob acção de um fenómeno. O campo quantifica as acções a distância dentro de uma certa região. 12 O.2 Operadores Gradientes e Divergência. Campos Escalares, existem quando a cada ponto da região do espaço corresponde um escalar. Exemplos: Campos de temperatura, densidades, potenciais, massa, volume, resistividade. Seja Φ(x, y, z) = x2 + y2 + z2 , onde, para cada valor constante de Φ definida como uma superfície. Se a cada ponto (x, y, z) da região do espaço corresponder um vector, diremos que temos um Campo Vectorial. Exemplos : Campo de Velocidade, campo gravitacional, campo eléctrico, campo magnético. O.2 Operadores Gradientes e Divergência. Para descrevermos estes operadores importa,, primeiro, falar do operador Nabla, Operador Nabla A expressão: ...dz z vdy y vdx x v vd ⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ = →→→ → Pode ser escrita de forma simbólica, da seguinte maneira: →→ ⋅⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ = vdz z dy y dx x vd )( A expressão entre parêntesis pode ser considerada como um operador diferencial, semelhantemente ao operador , dx dD = utilizado em Análise Matemática. Hamilton teve ideia de considerar este operador como o produto escalar de dois vectores, o primeiro dos quais é inteiramente simbólico. Assim: )( →→→→ ⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ =∇ k z j y i x Este vector simbólico é um operador diferencial de grande significado, permitindo, por sua vez, a definição de novos operadores muito importantes na Física, especialmente. Ele é chamado de Nabla, Nabla hamiltoniano, del ou até atled (delta ao contrário, devido ao símbolo consagrado para a sua representação). O operador Nabla ( )∇v , assim definido revela-se um “prestidigitador” de grandes recursos, capaz de transformar um escalar num vector, um vector em um escalar, ou em outro vector. 0.2.1. Operador Gradientes A. Gradiente de uma Função Escalar. Se uma grandeza escalar V varia no espaço, constituindo o que se chama de campo escalar, isto é, se ),,,( zyxVV = (onde essa função V deve ser uma função contínua de um ponto e deve apresentar uma variação elementar dV) é possível conceber um vector derivando desse campo escalar, e cujas componentes são respectivamente, as derivadas de zsegundocomponente z V ysegundocomponente y V xsegundocomponente x V ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ A este vector dá-se nome de gradiente de V e se representa por gradV. Temos, portanto, por definição: →→→ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = k z Vj y Vi x VVgrad ... Em virtude da definição do operador Nabla )( → ∇ , podemos definir o gradiente simbolicamente por: VVgrad ⋅∇= → 14 B. Significado Físico de Operador Gradiente B. Significado Físico de Operador Gradiente As definições por que adoptamos para o gradiente são inteiramente abstractas. Este tratamento parece-nos mais simples. Assim gradiente é um símbolo matemático que pode ter ou não significação física. • Quando estudamos as questões relativas à Energia Mecânica, verificámos, que a força, nos campos conservativos é igual e contrária ao gradiente da função de forças. • O gradiente transforma uma grandeza escalar em uma grandeza vectorial, como, por exemplo, na electricidade relaciona-se o campo eléctrico com o potencial pela expressão: .gradVE −= → • O gradiente é perpendicular à superfície equipotencial (superfícies de nível). • O gradiente aponta na direcção de crescimento da função do campo; • A sua direcção é aquela segundo a qual a derivada direccional no ponto dado tem valor máximo e o seu módulo é igual a: (o gradiente é invariante com respeito ao sistema de coordenadas). • O gradiente indica a direcção na qual a taxa de variação do campo é maior no ponto dado. 222 max ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ == ∂ ∂ z V y V x VgradVV l Exemplo Actividade 1 1. Encontre o gradiente do campo escalar zyxu 32 +−= Solução: Por definição, k z uj y ui x u ugrad rrr ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = . e, determinando as derivadas parciais, obtém-se kjiugrad rrr .3.21 +−= . A superfície de nível deste campo será constituída pelos planos Czyx =+− 32 . O )3,2,1( −=ugrad é normal a esta família de planos. 2. Encontre o incremento mais forte da superfície yxu = no ponto ( )4,2,2M . Solução: : ,ln. 1 xjxiyxugrad yy += − ( )2max 2ln14)(,2ln44 +==∂ ∂ += gradu l uji M gradu (o máximo é tomado ao variar-se a direcção l ). A seguir, apresenta-se uma actividade para a qual você deve dispensar 10 minutos para sua solução. 1. Encontre o gradiente da função ( ) ( ) ( )202020 zzyyxxr −+−+−= , que dá a distância entre o ponto genérico ( )zyxP ,, e um ponto fixo ( )0000 ,, zyxP . Comentário: Você deve determinar o gradiente dessa função. A aplicação correcta do procedimento deve leva-lo à solução: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0 2 0 2 0 2 0 000 r zzyyxx kzzjyyixx rgrad = −+−+− −+−+− = , isto é, o vector unitário de PPo 16 D. Algumas Propriedades do Operador Gradiente D. Algumas Propriedades do Operador Gradiente Sendo ϕφ e funções escalares ( ) ( ) ( ) ϕφφϕφϕ ϕφϕφ →→→ →→→→→→ ∇+∇=∇ ⋅∇+ ⋅∇=⋅∇∇±∇=±∇ . .. ii vuvuvuiiii vu rrrrrr 0.2.2. Operador Divergência A. Definição Chama-se divergência de um vector → v , à função de ponto, isto é, função de x, y e z ao produto escalar do operador Nabla )( → ∇ , pelo vector → v , função de ponto, isto é, função x,y,z, ao produto escalar do operador Nabla )( → ∇ , pelo vector → v , e se representa por div. → v ; então por definição: →→→ ⋅∇=⋅ vvdiv ou v vds vvdiv s v ∫ → →→→ =⋅∇=⋅ 0 lim Chamando de X, Y, Z as componentes do vector → v , e efectuando o produto escalar simbólico temos: z Z y Y x X vdiv ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =⋅ → B. Significado Físico de Operador Divergência A definição que acima se deu é puramente matemática, o que não quer dizer que divergência não tenha significado físico. Encontram- se aplicações em Electricidade, em Mecânica dos fluidos e em Termodinâmica todas estas baseadas no Teorema da Divergência: “A integral da divergência de um vector, estendida ao volume é igual ao fluxo que, de fora para dentro, atravessa a superfície regular que limita o volume” dsnvdvvdiv sv →→→ ∫∫ −=⋅ º. . • Operador divergência permite saber se o fluxo de um campo vectorial através de uma superfíciefechada é zero ou não. • Divergência é um operador que tem a função de transformar campos vectoriais em campos escalares. Para discutir o significado físico deste operador comecemos por fazer referência ao significado etimológico do vocábulo divergência que significa afastamento. Conforme se pode entender a partir do significado, a escolha do nome tem uma explicação física. Pode-se ilustrar este facto a partir das seguintes figuras que representam dois campos vectoriais: o primeiro de divergência positiva e o segundo de divergência nula. Fig. 0.1 (fonte: Índias 1992: 209), dois campos vectoriais de divergência positiva e divergência nula. Na figura acima, em M o campo é nulo, mas na sua vizinhança não o é. Quando for 0<⋅∇ → v a figura que representa esta situação é: Fig. 0.2 (fonte: Índias 1992: 210), Campo vectorial de divergência negativa 18 C. Algumas Propriedades do Operador Divergente Fig. 0.3 (fonte: Índias 1992: 210), Campo vectorial de divergência nula. C. Algumas Propriedades do Operador Divergente Sendo ϕφ e funções escalares →→→→→→ →→→→→→→ ⋅∇+∇⋅= ⋅∇ ⋅∇±⋅∇= ±⋅∇ uuuii vuvui φφφ. . Sumário São conteúdos chaves desta unidade, a definição do campo escalar e campo vectorial, a definição e aplicação dos operadores gradiente, divergente e rotacional. Caro estudante, deve estar, neste momento, em altura de explicar o significado físico dos operadores Gradiente e Divergência em problemas concretos de Mecânica. Define-se Campo como sendo a especificação de uma certa grandeza ao longo de toda uma região, ou seja, região do espaço que está sob acção de um fenómeno. O campo quantifica as acções à distância numa certa região. Campos Escalares, quando a cada ponto da região do espaço corresponde um escalar. O vector simbólico )( →→→→ ⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ +⋅ ∂ ∂ =∇ k z j y i x é chamado de Nabla, Nabla hamiltoniano, del ou até atled (delta ao contrário, devido ao símbolo consagrado para a sua representação) é um operador diferencial de grande significado pois ele permite a definição de novos operadores, muito importantes na Física em especial. Dá-se o nome de gradiente de V e se representa por gradV a expressão: →→→ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = k z Vj y Vi x VVgrad v ... Em virtude da definição do operador Nabla )( → ∇ , podemos definir o gradiente simbolicamente por: VVgrad ⋅∇= → Chama-se divergência de um vector → v , à função de um ponto, isto é, função de x, y e z ao produto escalar do operador Nabla )( → ∇ , pelo vector → v e representa-se por → vdiv. ; então, por definição: →→→ ⋅∇=⋅ vvdiv Chamando de X, Y, Z as componentes do vector → v , e efectuando o produto escalar simbólico temos: z Z y Y x X vdiv ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =⋅ → 20 Lição nº 2 Lição nº 2 0.2.3. Operador Rotacional Introdução Seja bem vindo ao estudo da lição no 2 desta Unidade, na qual vai aprender alguns elementos da análise vectorial que constituem uma base muito importante para a percepção dos conteúdos da Mecânica Teórica Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Definir e aplicar o operador rotacional. � Explicar o significado físico do operador Rotacional. � Aplicar o operador Rotacional em problemas concretos de Mecânica. Terminologia Operador Rotacional, Rotor, Rotacional, Produto externo. A. Definição Chama-se rotacional, rotor ou turbilhão de um vector → v , função de ponto, isto é, função de x,y,z, ao produto vectorial do operador Nabla )( → ∇ , pelo vector → v ; então, temos por definição: →→→ ∇= vxvRot Chamando de X,Y,Z as componentes do vector → v ( sendo → v função de x,y,z). É claro que seus componentes X,Y,Z são também, funções de x,y,z. teremos: ZYX zyx kji vxvRot ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∇= →→→ →→→ Desenvolvendo o determinante teremos: →→→→ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = k y X x Yj x Z z Xi z Y y Z vRot . Chamando l, m, n às componentes do vector → vRot , temos portanto: Operador Rotacional em Coordenadas Cartesianas →→→→ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = k y X x Yj x Z z Xi z Y y Z vRot . C. Significado Físico de Operador Rotacional A definição dada, como a dos demais operadores diferenciais estudados, é puramente matemática. O rotacional encontra, no entanto, diversas aplicações físicas, não só em Mecânica dos sólidos, como em Mecânica dos fluídos e em electricidade. • O operador rotacional é uma ferramenta apropriada para testar se a integral de linha de um campo vectorial depende ou não do caminho. • O rotacional, etimologicamente, deriva de rotação, razão pela qual é usado em física no estudo dos fluidos, sempre ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∂ ∂ − ∂ ∂ = = → y X x Y n x Z z X m z Y y Zl vRot 22 D. Algumas Propriedades do Operador Rotacional que se verifique um movimento de rotação, ou seja, a formação de turbilhões e remoínhos. Rotacional transforma campos vectoriais em campos rotacionais. D. Algumas Propriedades do Operador Rotacional Sendo ϕφ e funções escalares ( ) →→→→→→ →→→→→→→→→→→→→→ ∧∇+∇∧= ∧∇ ∧∇−∧∇⋅=∧⋅∇∧∇±∧∇= ±∧∇ uuuii vuuvvuiiivuvui φφφ. .. rr Exemplo 1. Encontre o rotacional do vector ( ) ( ) ( )kzxjzyizxr vvvv +++++= 2 . Solução: Usando o determinante podemos escrever: zxzyzx zyx kji rRot +++ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = 2 . vvv v Desenvolvendo correctamente este determinante, chega-se ao resultado: ( ) jxirRot vvv .12. −−−= Para chegar à solução das actividades abaixo você precisará de desprender 15 minutos. Actividade 2 1. Encontre o rotacional dos seguintes campos vectoriais: a) ( ) ( ) ( )kxzjzyiyxa vvvv 222222 +++++= R:/ ( )kxjyiz vvv ...2 ++− b) kxjyizb vvvv ... 333 ++= R:/ ( ) jxz v..3 22 − c) ( )jxiyc vvv ... 2 1 22 +−= R:/ ( )kyx v.+ Comentários: Caro estudante, você tem duas oportunidades em vista para chegar às soluções dos exercícios sugeridos, portanto, ou usa o determinante ZYX zyx kji vxvRot ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∇= →→→ →→→ , Ou usa a forma mais desenvolvida do determinante: →→→→ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = k y X x Yj x Z z Xi z Y y Z vRot . Sumário Chama-se rotacional, rotor ou turbilhão de um vector → v , função de ponto, isto é, função de x,y,z, ao produto vectorial do operador Nabla )( → ∇ , pelo vector → v ; então, temos por definição: →→→ ∇= vxvRot 24 D. Algumas Propriedades do Operador Rotacional Chamando de X,Y,Z as componentes do vector → v ( sendo → v função de x,y,z, é claro que seus componentes X,Y,Z são também, funções de x,y,z. teremos: ZYX zyx kjivxvRot ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∇= →→→ →→→ Desenvolvendo o determinante teremos: →→→→ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = k y X x Yj x Z z Xi z Y y Z vRot . Resumo da Unidade O gradiente de V (gradV) representa-se por a expressão: →→→ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = k z Vj y Vi x VVgrad v ... Gradiente de V e o produto escalar do operador Nabla )( → ∇ , pelo vector → v , e se representa por → vdiv. ; então, por definição: →→→ ⋅∇=⋅ vvdiv ou z Z y Y x X vdiv ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =⋅ → Onde X, Y, Z as componentes do vector → v Rotacional de um vector → v é o produto vectorial do operador Nabla )( → ∇ , pelo vector → v ZYX zyx kji vxvRot ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∇= →→→ →→→ , ou ainda →→→→ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = k y X x Yj x Z z Xi z Y y Z vRot . Unidade I Introdução e Conceitos Básicos da Mecânica Teórica Introdução Nesta unidade você vai abordar de uma forma breve e simples o historial da Mecânica Teórica, dos campos de Física Teórica, o seu objecto de estudo, Métodos de estudo da mecânica teórica. Vai também ter oportunidade de rever a divisão da mecânica e as propriedades do espaço e do tempo estudadas no primeiro ano do curso, assim como os modelos físicos usados nesta disciplina. De igual modo, abordaremos nesta unidade as coordenadas cartesianas, polares, cilíndricas e esféricas e os métodos de determinação do movimento do ponto material. Ao completar esta unidade , você será capaz de: Objectivos � Sintetizar o historial da Mecânica. � Explicar o objecto do estudo do módulo de mecânica Teórica e os seus métodos de estudo. � Rever as partes que constituem a mecânica Teórica e explicar o conteúdo de cada uma delas. � Consolidar o estudo das propriedades do espaço e do tempo e dos modelos físicos usados na Mecânica teórica. � Localizar e discutir o movimento de um ponto material em coordenadas cartesianas, polares, cilíndricas e esféricas. � Compreender e explicar os métodos de determinação do movimento do ponto material. 28 Lição nº 1 Lição nº 1 Breve historial da Mecânica Teórica; Campos da física teórica; Objecto de estudo da Mecânica Teórica; Métodos de estudo da disciplina; Divisão da Mecânica Teórica; Propriedades do espaço e do tempo; Modelos da mecânica teórica. Introdução Seja bem vindo ao estudo desta lição. Nela vai aprender, de uma forma breve a história do surgimento da disciplina de Mecânica Teórica, o seu objecto de estudo, os métodos aplicados no estudo desta disciplina e rever as partes que constituem a mecânica assim como as propriedades do espaço e do tempo. Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Explicar com suas palavras a história do surgimento da mecânica teórica. � Identificar os métodos e o objecto de estudo da disciplina de mecânica teórica. � Explicar as propriedades do espaço e do tempo. � Identificar e explicar os modelos usados na mecânica teórica. Terminologia Mecânica Teórica, métodos e objecto da mecânica teórica, propriedades do espaço e do tempo, ponto material, corpo rígido Breve Historial da Mecânica Teórica No inicio, a mecânica desenvolveu-se preferencialmente no campo da estática, ou seja, do estudo do equilíbrio dos corpos materiais. Já no século III a.C., graças aos trabalhos do eminente cientista da Antiguidade Arquimedes (287 – 212), foram criadas as bases científicas da estática. Arquimedes deu a solução precisa do problema referente ao equilíbrio da alavanca, criou a teoria do centro de gravidade, descobriu a conhecida lei da hidrostática que leva o seu nome e outras tantas leis. As questões relativas ao movimento dos corpos preocuparam os célebres cientistas desde a Antiguidade de tal forma que a cinemática e, principalmente, a dinâmica começaram a ser edificadas nos limites dos séculos XVI e XVII. O papel principal da criação da dinâmica pertenceu a Galileu (1564-1642) e Newton (1643-1727). No final do século XIX e no início do século XX, tornou-se claro que estas leis não são aplicáveis ao movimento das micro partículas e corpos que se movimentam a velocidades próximas à velocidade da luz. No início do século XX, surgiu a Mecânica relativista que se baseia na teoria de relatividade formulada por A. Einstein (1879-1955). Esta teoria ao estabelecer vínculos regulares existentes entre o espaço, o tempo, a massa e a energia, tornou precisos os limites do emprego das leis da Mecânica Clássica. A mecânica relativista não invalida as leis da mecânica clássica, mas, simplesmente, mostra os limites desta e demonstra que elas não são válidas onde a velocidade do movimento do corpo é compatível com a velocidade da luz. Campos de Física Teórica •••• Mecânica Teórica; •••• Electrodinâmica Clássica; 30 Lição nº 1 •••• Mecânica Quântica; •••• Física Estatística. Objecto de estudo da Mecânica Teórica A mecânica Teórica é uma ciência que trata, de uma forma simples, do movimento da matéria e do equilíbrio dos corpos materiais ou das suas partes. Movimento Mecânico: É a mudança de posição dos corpos materiais entre si com o correr do tempo. Como o estado de equilíbrio é um caso particular do movimento, também está entre as tarefas da Mecânica Teórica o estudo do equilíbrio dos corpos materiais. Métodos da Mecânica Teórica A Mecânica Teórica usa o método das abstracções É amplo o emprego da Análise Matemática e, a precisão das teses e deduções da Mecânica Teórica é provada pela experiência e, mais amplamente pela prática. Divisão da Mecânica O curso de Mecânica teórica comporta três partes: a Cinemática, a Dinâmica e a Estática. A Cinemática é a parte da Mecânica Teórica onde o movimento mecânico é estudado somente segundo seu aspecto geométrico, sendo menosprezadas as interacções que determinam este movimento. A Dinâmica estuda os movimentos dos corpos materiais em função das forças que actuam sobre eles. A Estática é o estudo do equilíbrio dos corpos materiais e da redução do sistema de forças. Propriedades do espaço e do tempo Espaço e Tempo: A causa do movimento mecânico está na variação permanente da variedade do mundo material. Todos os movimentos mecânicos que observamos transcorrem no espaço e no tempo O espaço e o tempo são inseparáveis do movimento dos corpos materiais, eles são uma forma de existência do mundo material. Na Mecânica Teórica trataremos do espaço tridimensional que possui as propriedades de Homogeneidade, Isotropia e de continuidade. O tempo é considerado universal para todos os pontos do espaço e independente do movimento do corpo material. Modelos físicos usados na Mecânica Teórica Ponto Material Na Mecânica Teórica e, por consequência, na cinemática como parte sua, o corpo mais simples é o ponto material, isto é, corpo de dimensões extremamente pequenas, quando comparadas aos parâmetros do seu movimento no espaço. Isto é, entende-se por ponto material um corpo cujas dimensões e formas geométricas são desprezíveis e cujas propriedades físicas do corpo a que representa se mantêm. 32 Lição nº 1 Exemplo A terra é considerada ponto material no seu movimento de translação mas já não o é no seu movimentode rotação. Corpo Rígido Corpo rígido é um sistema de pontos materiais cujas distâncias entre eles se mantém inalteráveis em quaisquer condições, isto é, não se deforma sejam quais forem as condições sobre ele impostas. Exemplo A terra no seu movimento de rotação em torno do seu eixo de rotação. Considera-se que a terra é constituída por um sistema de partículas cujas distâncias se mantém inalteradas. Mas a terra é deformável: aparecimento de vulcões, erosão, terramotos, etc., portanto, ponto material e corpo rígido são modelos para a simplificação do estudo da realidade. Dedique alguns minutos para resolver a actividade que se segue: Actividade 3 1. Qual é o objecto de estudo da Mecânica Teórica? 2. Quais são os modelos usados da Mecânica Teórica? Caracterize cada um destes modelos. 3. Descreva os métodos de estudo da Mecânica Teórica. 4. Discuta as propriedades do espaço e do tempo. 5. Explique onde reside a limitação da mecânica. Comentários: Uma leitura cuidadosa das notas desta lição conduzi-lo-ão às respostas desejadas. Sumário A cinemática e, principalmente, a dinâmica começaram a ser edificadas nos limites dos séculos XVI e XVII. O papel principal da criação da dinâmica pertenceu a Galileu (1564-1642) e Newton (1643-1727). No final do século XIX e no início do século XX, tornou-se claro que as leis da mecânica clássica não são aplicáveis ao movimento das micro partículas e corpos que se movimentam a velocidades próximas à velocidade da luz. Facto que concorreu para o surgimento da mecânica relativista que se baseia na teoria de relatividade formulada pelo A. Einsten(1879-1955) A mecânica Teórica é uma ciência que trata da forma mais simples do movimento da matéria e do equilíbrio dos corpos materiais ou das suas partes. O Movimento Mecânico define-se como sendo a mudança de posição dos corpos materiais entre si com o decorrer do tempo. A Mecânica Teórica tem como métodos de estudo, o método das abstracções, a Análise Matemática, a experiência e a prática. O curso de Mecânica teórica comporta três partes: a Cinemática, a Dinâmica e a Estática. 34 Lição nº 1 Na Mecânica Teórica trata-se do espaço tridimensional que possui as propriedades de Homogeneidade, Isotropia e de continuidade. O tempo é considerado universal para todos os pontos do espaço e independente do movimento do corpo material. Entende-se por ponto material o corpo cujas dimensões e formas geométricas são desprezíveis e cujas propriedades físicas do corpo a que representa se mantém. Corpo rígido é um sistema de pontos materiais cujas distâncias entre si se mantém inalteráveis em quaisquer condições, isto é, não se deforma sejam quais forem as condições sobre ele impostas. Lição nº 2 Sistemas de Referência: Posição de um ponto material em coordenadas cartesianas, coordenadas polares, Introdução Nesta lição você vai aprender que para o estudo do movimento de um corpo material, do ponto de vista geométrico, devemos conhecer a posição que ele ocupa no espaço com o correr do tempo. É impossível fazer isto se não dispomos de alguns corpos (sistema de referência) em relação aos quais seja possível determinar a posição do corpo em movimento ou de um ponto nesse mesmo corpo. Se o espaço onde se verifica o movimento de um ponto material fosse vazio, ou seja, sem corpos materiais excepto o ponto material estudado, seria impossível determinar a sua posição, portanto, nesta lição vai ter oportunidade de rever o sistema de coordenadas cartesianas já amplamente aplicado no primeiro ano e introduzir o sistema de coordenadas polares Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Representar a posição dum ponto em coordenadas cartesianas no espaço e, em particular, no plano e na recta. � Explicar o sistema de coordenadas polares. � Determinar a posição dum ponto em coordenadas polares a partir do sistema de coordenadas cartesianas. 36 Lição nº 2 Terminologia Coordenadas cartesianas, coordenadas polares, posição, recta, plano e espaço, equações de transição, raio vector, bases cartesianas, bases polares Sistema de Coordenadas Cartesianas Fig. 1.1 Ponto M num sistema cartesiano e coordenadas A posição de um ponto no espaço tridimensional relativamente a um sistema cartesiano de coordenadas OXYZ, considerado fixo por convenção, é determinado pelo eixo das abcissas x e pelos eixos das coordenadas Y e Z. Quando estas coordenadas são conhecidas ou determinadas em cada instante de tempo estudado, ou seja, quando são conhecidas ( ) ( ) ( )tzztyytxx === ( )1.1.1 a posição do ponto no espaço, em cada instante, também é conhecida Neste caso, para os movimentos que estudamos, ( ) ( ) ( )tzetytx , são funções unívocas, finitas e contínuas, como também o são as suas derivadas, pelo menos até a segunda, inclusive. As equações ( ) ( ) ( )tzztyytxx === ,, denominam-se equações do movimento do ponto, e o método descrito de determinação do movimento, recebe o nome de método das coordenadas. Matematicamente, estas equações são designadas equações paramétricas da linha descrita pelo ponto no espaço (trajectória do ponto em movimento). Se excluirmos o parâmetro t, obtemos duas equações que ligam zeyx, do ponto em movimento: as equações da trajectória. As equações da trajectória que não contêm o tempo t. Portanto, kzjyixr vvvv ... ++= é o raio vector que une o centro do sistema de coordenadas cartesianas com a posição do ponto; zeyx, são coordenadas cartesianas keji vvv, são bases (ortogonais) cartesianas Movimento Plano As equações apresentadas simplificam-se quando, durante todo o tempo do movimento, o ponto se mantém num ponto fixo. Vejamos quando adoptamos o plano: OXY: ( ) ( ) 0, === zetyytxx OXZ: ( ) ( )tzzeytxx === 0, OYZ: ( ) ( )tzzetyyx === ,0 Vamos ter estas equações somente quando examinarmos o movimento descrito como um caso particular do caso geral do movimento do ponto no espaço. 38 Lição nº 2 Já no caso do tratamento do movimento no plano, as equações do movimento tem o seguinte aspecto: OXY: ( ) ( )tyyetxx == OXZ: ( ) ( )tzzetxx == OYZ: ( ) ( )tzzetyy == Movimento Unidimensional Para o caso particular do movimento numa linha, as equações do movimento tomam o seguinte aspecto: OX: ( )txx = OY: ( )tyy = OZ: ( )tzz = Determinação do movimento plano em coordenadas polares através do método das coordenadas A posição do ponto no plano também pode ser determinada através de coordenadas polares. Sejam dados no plano o pólo O e o eixo polar OP. O comprimento r do raio polar OM e o ângulo polar ϕ , contado a partir do eixo polar e até ao raio polar, em sentido anti horário, são determinados para qualquer ponto M diferente do pólo O. Quando adoptamos o eixo ox do sistema cartesiano de coordenadas no plano por eixo polar, as fórmulas para a passagem das coordenadas polares às coordenadas cartesianas são obtidas a partir da seguinte figura: a) b) Fig. 1.2 Ponto M num sistema de coordenadas polares ϕρϕρ senyx .,cos. == As fórmulas da passagem inversa são: x y tgyxr =+== ϕρ ,22v A posição do ponto que se movimenta num plano pode ser dada através da determinação das funções: ( ) ( )ttrr ϕϕ == ,vv para o intervalo de tempo estudado. Estas equações são chamadas de equações do movimento plano em coordenadas polares, enquanto o método em si recebe o nome de determinação do movimento em coordenadas polares.Deste modo, jyixr vvv .. += jsenir vvv ...cos. ϕρϕρ +=( )jsenir vvv ..cos. ϕϕρ += Considerando que jsenie vvv ..cos ϕϕρ += e que jisene vvv .cos. ϕϕϕ +−= visto que 40 Lição nº 2 , daqui, ϕρ e São coordenadas polares e ϕρ eee vr São bases polares Sumário A posição de um ponto no espaço tridimensional com respeito a um sistema cartesiano de coordenadas OXYZ, considerado fixo por convenção, é determinado pelo eixo das abcissas x e pelos eixos das coordenadas Y e Z. Quando estas coordenadas são conhecidas ou determinadas em cada instante de tempo estudado, ou seja, quando são conhecidas ( ) ( ) ( )tzztyytxx === a posição de um ponto no espaço em cada instante também é conhecida Portanto, kzjyixr vvvv ... ++= é o raio vector que une o centro do sistema de coordenadas cartesianas com a posição do ponto; ρρ er vv .= zeyx, são coordenadas cartesianas keji vvv, são bases (ortogonais) cartesianas. No caso do tratamento do movimento no plano, as equações do movimento tem o seguinte aspecto: OXY: ( ) ( )tyyetxx == OXZ: ( ) ( )tzzetxx == OYZ: ( ) ( )tzzetyy == E, para o caso particular do movimento numa linha, as equações do movimento tomam o seguinte aspecto: OX: ( )txx = OY: ( )tyy = OZ: ( )tzz = As equações de transição de coordenadas cartesianas para coordenadas polares são: ϕρϕρ senyx .,cos. == As fórmulas de passagem inversa são dadas por: x y tgyxr =+== ϕρ ,22v A posição do ponto que se movimenta num plano pode ser dada através da determinação das funções: ( ) ( )ttrr ϕϕ == ,vv para o intervalo de tempo estudado. Estas equações são chamadas de equações do movimento plano em coordenadas polares, enquanto o método em si recebe o nome de determinação do movimento em coordenadas polares. 42 Lição nº 3 Lição nº 3 Posição de um ponto material em coordenadas - Coordenadas cilíndricas e coordenadas esféricas Introdução Bem vindo ao estudo desta lição na qual, depois de ter aprendido os sistemas cartesianos e o sistema polar de coordenadas, vai ter oportunidade de alargar o seu conhecimento sobre sistemas de determinação da posição do ponto material, recorrendo a sistemas mais evoluídos como são os casos do sistema cilíndrico e do sistema esférico de coordenadas. Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Representar a posição dum ponto em coordenadas cilíndricas e esféricas. � Determinar a posição dum ponto em coordenadas cilíndricas e esféricas. � Relacionar as coordenadas cilíndricas e esféricas com as coordenadas cartesianas. Terminologia Coordenadas cilíndricas, coordenadas esféricas, equações de transição, bases cilíndricas, bases esféricas, raio vector. Já vimos que a posição de um, ponto no espaço tridimensional relativamente a um sistema cartesiano de coordenadas OXYZ, considerado fixo por convenção, é determinado pelo eixo das abcissas x e pelos eixos das coordenadas Y e Z. Através das equações: ( ) ( ) ( )tzztyytxx === ,, denominadas equações do movimento do ponto. Coordenadas cilíndricas ( )zeϕρ, a) b) Fig. 1.3 Sistema de coordenadas cilíndricas No sistema de coordenadas cilíndricas a posição do ponto P é dada pelas posições escalares )(tρ , ( )tϕ e ( )tz ρ - Raio da base do cilindro; ϕ Ângulo entre posição ρ e o eixo 0X.; ρe v - Vector unitário dirigido para fora do cilindro;perpendicularmente a OZ ϕe v - Vector unitário tangente a superfície do cilindro orientado no sentido positivo; 44 Lição nº 3 kez vv = - Vector unitário correspondente ao eixo OZ. Assim, Zeϕρ, são coordenadas cilíndricas e Zeeee vvv ϕρ , são bases cilíndricas (ortogonais) Equações de transição de coordenadas cartesianas a coordenadas cilíndricas: Como zzesenyx === ϕρϕρ .,cos. , então, kzjsenir vvvv ....cos. ++= ϕρϕρ ( ) kzjsenir vvvv ...cos. ++= ϕϕρ ; como jsenie vvv ..cos ϕϕρ += , assim: Esta equação representa o raio vector em coordenadas cilíndricas ou a equação do movimento em coordenadas cilíndricas. •••• Recordemos que jsenie vvv ..cos ϕϕρ += , jisene vvv .cos. ϕϕϕ +−= e, acrescentemos que kez vv = , visto que não varia de direcção de acordo com a figura. Assim, para o módulo de rv tem-se 22 Zr += ρ Coordenadas esféricas kzer vvv .. += ρρ Fig. 1.4 Sistema de coordenadas esféricas O movimento do ponto M em coordenadas esféricas pode ser definido pelas seguintes equações: ( ) ( ) ( )tettrr θθϕϕ === ,vv . Equações de Transição Com ajuda das duas figuras anteriores podem ser escritas as seguintes equações de transição de coordenadas cartesianas a coordenadas esféricas: θρθϕρϕρ senronderzsenyx .cos.;.;cos. ==== Substituindo o ρ nas duas primeiras equações, pelos respectivos valores, teremos: As relações entre as bases cartesianas e as bases esféricas são dadas pelas equações: kjsensenisene r vvvv .cos...cos. θϕθϕθ ++= θ ϕθ ϕθ cos. .. cos.. rz sensenry senrx = = = 46 Lição nº 3 ksenjsenie vvvv ...cos.cos.cos θϕθϕθθ −+= ; kjisene vvvv .0.cos. ++−= ϕϕϕ pois ϕ está no plano oxy. ( )ϕθ ,,r são coordenadas esféricas e ( )ϕθ eeer vvv ,, são bases ortonormadas. Para a actividade que se segue você deverá dedicar 20 minutos Actividade 4 1. Fale da importância do sistema de referência. 2. Faça o resumo das equações de transição do sistema de coordenadas cartesianas para as outras formas de coordenadas. Comentários: 1. Obviamente que para explicar a sua trajectória do dia precisa de falar dos sítios por onde tem passado, só assim é que fica claro que trajecto você poderá ter feito durante o dia., Imagine como explicaria se se referir ao ponto de partida e alguns pontos da trajectória. 2. Para esta tarefa você só precisa voltar a rever e seleccionar as equações de transição para coordenadas polares, cilíndricas e esféricas. Sumário Num sistema de coordenadas cilíndricas a posição do ponto P é dada pelas posições escalares )(tρ , ( )tϕ e ( )tz Equações de transição de coordenadas cartesianas a coordenadas cilíndricas: zzesenyx === ϕρϕρ .,cos. , então, o raio vector em coordenadas cilíndricas é: kzer vvv .. += ρρ . Esta equação representa o raio vector em coordenadas cilíndricas ou a equação do movimento em coordenadas cilíndricas. Assim para o módulo de rv tem-se: 22 Zr += ρ Zeϕρ, são coordenadas cilíndricas e Zeeee vvv ϕρ , são bases cilíndricas (ortogonais) O movimento do ponto M em coordenadas esféricas pode ser definido pelas seguintes equações: ( ) ( ) ( )tettrr θθϕϕ === ,vv . As equações de transição de coordenadas cartesianas a coordenadas esféricas são: θ ϕθ ϕθ cos. .. cos.. rz sensenry senrx = = = ( )ϕθ ,,r São coordenadas esféricas e ( )ϕθ eeer vvv ,, São bases ortonormadas 48 Lição nº 4 Lição nº 4 Métodos de Determinação do Movimento de um Ponto Material Introdução Seja bem vindo ao estudo desta lição! Depois de ter aprendido os sistemas de coordenadas, vai, agora, aprender os métodos de determinação do movimento de um ponto material, o que ira lhe permitir efectuar uma escolha adequada do caminho a seguir no tratamento de problemas de mecânica teórica. Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Representar a posição de um ponto usando o método das coordenadas, o método natural e o método vectorial. � Determinar a posição de um ponto usando o método das coordenadas, método naturalou método vectorial. � Relacionar o método das coordenadas, método natural e o método vectorial. Terminologia Método das coordenadas, método natural, método vectorial. Método das coordenadas A posição de um ponto no espaço tridimensional relativamente a um sistema cartesiano de coordenadas OXYZ, considerado fixo por convenção, é determinado pelo eixo das abcissas x e pelos eixos das coordenadas Y e Z. Quando estas coordenadas são conhecidas ou determinadas em cada instante de tempo estudado, isto é: ( ) ( ) ( )tzztyytxx === ( )1.1.1 a posição do ponto no espaço em cada instante também é conhecida Neste caso, para os movimentos que estudamos, ( ) ( ) ( )tzetytx , são funções unívocas, finitas e contínuas, como também o são as suas derivadas, pelo menos até a segunda, inclusive. As equações ( ) ( ) ( )tzztyytxx === ,, denominam-se equações de movimento do ponto, e o método descrito de determinação do movimento, recebe o nome de método das coordenadas. Matematicamente, estas equações são designadas equações paramétricas da linha descrita pelo ponto no espaço (trajectória do ponto em movimento). Se excluirmos o parâmetro t, obteremos duas equações que ligam zeyx, ao ponto em movimento: as equações da trajectória. Tais equações da trajectória que não contêm o tempo t. Método Natural De modo geral, as equações da trajectória podem ser apresentadas como: ( ) ( ) 0,,0,, 21 == zyxFzyxF ( )2.1.1 50 Lição nº 4 Cada uma destas equações determina uma superfície no espaço e que o conjunto das duas equações determina uma curva formada pelo cruzamento destas superfícies. As equações ( )2.1.1 podem ser obtidas a partir das equações ( )1.1.1 . Elas, por si mesmas não determinam o movimento, pois o ponto pode se movimentar de diferentes maneiras ao longo da trajectória dada, isto é, a coordenada em forma de arco s do ponto M, representada com o sinal correspondente, a partir da posição inicial 0M do ponto, ao longo da trajectória dada, pode modificar- se de formas diferentes com o decorrer do tempo. Quando, além das coordenadas da trajectória sob forma puramente geométrica (ou seja aquelas que não contém o tempo), a variação da coordenada em forma de arco s, com o decurso do tempo (a qual lei do movimento), também é dada, o movimento é totalmente determinado. O método de determinação do movimento do ponto sob a forma: ( ) ( ) ( )tsszyxFzyxF === ,0,,,0,, 21 ( )3.1.1 Chama-se método natural. O gráfico da função ( )tss = recebe o nome de gráfico do movimento. Fig. 1.5 Localização de um ponto M pelo método vectorial Método Vectorial O método vectorial, é apenas um modo diferente de escrever o método das coordenadas. Ao tratar x, y e z como coordenadas do raio vector OMr =v , que parte da origem das coordenadas O, podemos escrever o raio vector sob a forma de kzjyixr vvvv ... ++= . Como as coordenadas do ponto em movimento variam com o correr do tempo, o raio vector do ponto também varia em função do tempo. ( ) ( ) ( ) ( )ktzjtyitxtrr vvvvv ... ++== Este método de determinação do movimento permitirá, mais adiante, definir mais claramente a velocidade do ponto em movimento como vector. Estudo de caso Exemplo 1. O movimento de um ponto é dado pelas seguintes funções tyetx .245.3 −=−= . Em que método está determinado o movimento do ponto material? Determine-o pelo método vectorial. Resolução: Note que estão dadas as coordenadas do ponto material. A partir destas expressões conclui-se que o ponto material se realiza no plano xy. Portanto, o movimento está determinado pelo método das coordenadas. Neste caso, recorre-se às coordenadas cartesianas. No método vectorial teríamos que compor o vector rr , que, neste caso, terá duas componentes: jyixr rrr .. += ( ) ( ) jtitr rrr ..24.5.3 −+−=⇒ A seguir apresenta-se uma actividade que deverá ser solucionada em de 5 minutos. 52 Lição nº 4 Actividade 5 � Descreva os métodos de determinação do movimento do ponto material. 1. Descreva os métodos de determinação do movimento do ponto material. 2. Um ponto material percorre uma trajectória de raio R, cuja equação é dada pela expressão 222 Ryx =+ , obedecendo a seguinte equação horária tRS ..ω= . a. Em que método está dado este movime nto do ponto material ? Comentários: 1. Para responder esta tarefa, o leitor só precisa Sumário As equações ( ) ( ) ( )tzztyytxx === ,, representam o método das coordenadas. O método de determinação do movimento do ponto sob a forma: ( ) ( ) ( )tsszyxFzyxF === ,0,,,0,, 21 chama-se método natural. O método vectorial, permite escrever a equação do movimento na forma: ( ) ( ) ( ) ( )ktzjtyitxtrr vvvvv ... ++== . Resumo da Unidade A Mecânica Teórica tem como métodos de estudo, o método das abstracções, a Análise Matemática, a experiência e a prática. O curso de Mecânica teórica comporta três partes: a Cinemática, a Dinâmica e a Estática. Na Mecânica Teórica trata-se do espaço tridimensional que possui as propriedades de Homogeneidade, Isotropia e de continuidade. O tempo é considerado universal para todos os pontos do espaço e independente do movimento do corpo material. Ponto material é um corpo cujas dimensões e formas geométricas são desprezíveis e cujas propriedades físicas do corpo a que representa se mantém. Corpo rígido é um sistema de pontos materiais cujas distâncias entre si se mantém inalteráveis em quaisquer condições, isto é, não se deforma sejam quais forem as condições sobre ele impostas. As equações de transição de coordenadas cartesianas para coordenadas polares são: 54 Lição nº 4 ϕρϕρ senyx .,cos. == As fórmulas da passagem inversa são dadas por: x y tgyxr =+== ϕρ ,22v A posição do ponto que se movimenta num plano pode ser dada através da determinação das funções: ( ) ( )ttrr ϕϕ == ,vv para o intervalo de tempo estudado. chamadas equações do movimento plano em coordenadas polares. Equações de transição de coordenadas cartesianas a coordenadas cilíndricas: zzesenyx === ϕρϕρ .,cos. , então, o raio vector em coordenadas cilíndricas é: kzer vvv .. += ρρ Esta equação representa o raio vector em coordenadas cilíndricas. O módulo de rv é: 22 Zr += ρ O movimento do ponto em coordenadas esféricas é dado por: ( ) ( ) ( )tettrr θθϕϕ === ,vv . As equações de transição de coordenadas cartesianas a coordenadas esféricas são: θ ϕθ ϕθ cos. .. cos.. rz sensenry senrx = = = . As equações ( ) ( ) ( )tzztyytxx === ,, representam o método das coordenadas. O método de determinação do movimento do ponto sob a forma: ( ) ( ) ( )tsszyxFzyxF === ,0,,,0,, 21 chama-se método natural. O método vectorial permite escrever a equação do movimento na forma: ( ) ( ) ( ) ( )ktzjtyitxtrr vvvvv ... ++== 56 Lição nº 4 Exercícios Auto-avaliação 1 1. Sejam dadas as equações do movimento do ponto = 2 . cos..2 2 tkax ; ( )tksenay ..= , onde, a e k são constantes positivas. Determine as equações do movimento do ponto em coordenadas polares. Comentário: Veja que para identificar as coordenadas polares precisa de exprimir as relações na forma = = ϕρ ϕρ seny x . cos. . Isto significa que deve recorrer aos seus conhecimentos matemáticos para transformar as relações e colocá-las na forma que lhe facilita identificar as coordenadas polares. Solução: 2. cos..2 tka=ρ e 2 .tk =ϕ 2. Um ponto movimenta-se numa linha helicoidal, de acordo com as equações: ( ) ( ) tzetsenytx .2.4.2,.4cos.2 === . a. Em que método está dado o movimento do ponto? b. Exprima-o em coordenadas cilíndricas. c. Componha o vector-posição no sistema cilíndrico de coordenadas. Comentário: Veja as relações de transformação dadas para as coordenadas cilíndricas e, por comparação, identifique as coordenadas cilíndricas: Bastante fácil. Não é? Acertou se obteve as seguintes: = = = tz t .2 .4 2 ϕ ρ Note que o vector-posição é da forma zezer rrr .. += ρρ . Isto significa que você terá como solução kter rrr ..2.2 += ρ . Unidade 2 Cinemática do ponto material Introdução Nesta unidade, o estudante tem a oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre as grandezas cinemáticas (Vector deslocamento, vector velocidade média e instantânea, vector aceleração), no que diz respeito ao seu tratamento como vectores e a sua transição para a representação escalar. A velocidade do ponto no Movimento Curvilíneo será também tema nesta unidade e o MRU e MRUV serão tratados como casos particulares. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos � Consolidar os seus conhecimentos sobre grandezas cinemáticas como vectores. � Explicar o conceito de hodógrafo da velocidade. � Determinar o comprimento do percurso (do arco) descrito pelo ponto em movimento., � Determinar a aceleração do ponto no movimento em duas e em três dimensões. � Discutir as grandezas cinemáticas em coordenadas: cartesianas, polares, cilíndricas e esféricas, recorrendo às coordenadas generalizadas (coeficientes de Lame). 58 Lição nº 1 Lição nº 1 Velocidade de um ponto material como vector: velocidade media e velocidade instantânea; velocidade de um ponto em coordenadas cartesianas; comprimento do arco. Introdução Bem vindo ao estudo desta lição. Como já deve ter percebido, o tema da lição não traz termos estranhos relativamente ao que já foi estudado no primeiro ano, no módulo de mecânica da partícula. O único subtema que merece especial atenção é apenas o do comprimento de arco, o que também não poderá trazer para si qualquer tipo de dificuldade na sua percepção devido à sua simplicidade e relação com a definição da velocidade do ponto. Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Definir o conceito de velocidade. � Representar a velocidade como um vector. � Diferenciar a velocidade média da velocidade instantânea. � Explicar o conceito de hodógrafo da velocidade. � Determinar o comprimento do percurso (do arco) descrito pelo ponto em movimento. � Determinar a direcção do vector velocidade. Terminologia Vector velocidade, velocidade média, velocidade instantânea, hodógrafo da velocidade, comprimento do arco. Velocidade de um ponto como vector Suponhamos que um ponto em movimento ocupe a posição M(x,y,z) no instante t e que no instante ttt ∆+=/ este ponto esteja na posição ),,(/ zzyyxxM ∆+∆+∆+ , Fig. 2.1 Determinação da velocidade do ponto M, como vector O raio vector OMr =v corresponde à primeira posição e o MOr ′=′v corresponde a segunda. O vector do deslocamento do ponto M durante o tempo t∆ é MMrrr ′=−′=∆ vvv . A razão entre ele e o acréscimo do tempo denomina-se vector velocidade média para o intervalo de tempo t∆ : Como as projecções do vector do deslocamento rv∆ são, na prática, zeyx ∆∆∆ , , temos: t r vm ∆ ∆ = v v k t zj t yi t x vm vvvv ∆ ∆ + ∆ ∆ + ∆ ∆ = 60 Lição nº 1 O limite do vector de velocidade média, quando o intervalo de tempo t∆ tende para zero, Chama-se vector velocidade instantânea (velocidade do ponto M no instante t): k t zj t yi t x vv tttmt vvvvv ∆ ∆ + ∆ ∆ + ∆ ∆ == →∆→∆→∆→∆ 0000 limlimlimlim ou k dt dzj dt dyi dt dx v vvvv ++= , ou ainda , A velocidade instantânea é igual à derivada do raio vector rv , segundo o tempo no instante estudado. Mas, que direcção toma a velocidade instantânea? Para responder a esta questão reflicta, durante 15minutos, sobre os seguintes exemplos: dt rd v v v = Actividade 6 1. Suponha que tem uma pedra amarrada à extremidade de uma corda e, você segurando a outra extremidade da corda, fê-la mover-se de tal modo que descreve uma circunferência no plano vertical, como ilustra a figura. Se a corda se rebenta na posição mais baixa que direcção toma: 1 ou 2 ? 2. Um carro está a descrever uma rotunda circular e, a dado momento, perde o comando. Qual é a direcção mais provável de ser seguida pelo carro ao sair da sua trajectória? Pode ser que você tenha dado outras respostas. Vamos ver se elas coincidem com a conclusão que, a seguir, vamos tirar! Já vimos que a velocidade instantânea é: dt rd v r r = . Multiplicando esta fracção pelo mesmo número diferente de zero, obtém-se uma expressão equivalente: dt ds ds rd dt rd v . rr r == , a expressão v ds rd vv dt ds . r r =⇒= e τ r r = ds rd é o vector unitário da tangente à trajectória. Assim, a velocidade instantânea pode ser expressa na forma: τ rr .vv = Como tal, o vector velocidade instantânea é sempre tangente à trajectória em cada ponto. Voltemos às suas respostas. Se na questão disse que a pedra seguirá a direcção 2, acertou. 2 1 62 Lição nº 1 É importante observar que a extremidade deste vector descreve uma trajectória denominada hodógrafo da velocidade, que é útil quando diferenciamos o vector velocidade. Vector velocidade em coordenadas cartesianas Determinemos, agora, a direcção e o módulo do vector velocidade. Como o vector do deslocamento MM ′ orienta-se segundo a corda MM ′ da trajectória, enquanto a posição limite da corda é uma tangente à trajectória, o vector da velocidade é orientado segundo uma tangente à trajectória concordando com o sentido do movimento. O módulo da velocidade é t MM v t ∆ ′ = →∆ 0 lim Ou, quando indicamos o comprimento do arco por s∆ temos dt ds t s v t = ∆ ∆ = →∆ 0 lim Consideramos que, no sistema de referência adoptado, 0>∆s quando 0>∆t ; no caso geral, vamos escrever: dt ds v = para o módulo da velocidade. Esta fórmula permite determinar imediatamente o módulo da velocidade somente quando o movimento é dado através do método natural. No caso de o movimento ter sido dado pelo método das coordenadas, dispomos de projecções da velocidade sobre os eixos das coordenadas: dt dz ve dt dy v dt dx v zyx === , . Daí obtemos a fórmula do módulo do vector velocidade sob a forma de 222 222 + + =++= dt dz dt dy dt dx vvvv zyx Unidade de v no S.I. A unidade em medição da velocidade no sistema internacional de unidades S.I. é o metro por segundo (m/s) Comparando as expressões dt ds v = e 222 + + = dt dz dt dy dt dx v para o módulo da velocidade v e transformando a raiz, vamos ter ( ) ( ) ( ) dt dzdydx dt ds 222 ++ = Que corresponde à expressão da diferencial do comprimento do arco ( ) ( ) ( )222 dzdydxds ++±= A orientação dovector velocidade e, por conseguinte, a direcção da tangente à trajectória também, são determinadas através dos co- senos directores: 222 ,cos + + == ∧ dt dz dt dy dt dx dt dx v v xv x ; 222 ,cos + + == ∧ dt dz dt dy dt dx dt dy v v yv y e 64 Lição nº 1 222 ,cos + + == ∧ dt dz dt dy dt dx dt dz v v zv z . Onde ∧ xv, , ∧yv, e ∧ zv, são os ângulos formados pelo vector velocidade com o sentido positivo dos eixos ox, oy e oz, respectivamente. Comprimento do percurso (do arco) Lembremos que indicamos através de s a coordenada em forma de arco, ou seja, o comprimento do arco da trajectória, contado (com o sinal correspondente) a partir do ponto fixo M da trajectória. A adopção do sinal para a contagem do arco corresponde à determinação do sentido positivo da tangente à curva. Deste modo, o sentido positivo da tangente será o sentido correspondente ao crescimento da coordenada em forma de arco do ponto em movimento. Quando conhecemos o módulo da velocidade do ponto como função do tempo: ( )tvv = , podemos determinar o percurso s que o ponto percorre em cada intervalo de tempo. Vejamos: Multiplicando ambos os membros da expressão dt ds v = por 0>dt , obtemos: ( )dttvds .= . Integrando por tempo no intervalo que vai de 0 a t e por percurso percorrido no intervalo que vai de 0 a s (consideramos que no instante inicial 00 == Set ), obtemos ( )dttvds tS ∫∫ = 00 . E, finalmente, o percurso do arco será: ( )dttvS t ∫= 0 1. Considere que as equações do movimento do ponto M sejam dadas na forma de: t h zetRsenytRx pi ω ωω 2 ,cos === a) Escreva a expressão do raio vector do ponto M (em coordenadas cartesianas); b) Encontre as projecções da velocidade; c) Escreva a expressão do vector velocidade do ponto M; d) Determine o módulo da velocidade do ponto M; e) Determine os co-senos directores do ponto; f) Determine o caminho percorrido pelo ponto M. Estudo de Exemplo a) A expressão do raio vector é escrita da seguinte forma: kzjyixr vvvv ... ++= Substituindo x, y e z , temos: kthjtsenRitRr vvvv . 2 ...cos. pi ω ωω ++= ,ou ainda, ( ) kthjtsenitRr vvvv . 2 ..cos. pi ω ωω ++= 66 Lição nº 1 Estudo de Exemplo b) As projecções da velocidade são dadas por: tsenR dt dx vx ωω..−== , tRdt dy v y ωω cos..== e pi ω 2 h dt dz vz == c) a expressão do vector velocidade será k dt dzj dt dyi dt dx v vvvv ++= khjtRitsenRv vvvv pi ω ωωωω 2 cos.. ++−= d) e o módulo da velocidade do ponto é igual a: 222 + + = dt dz dt dy dt dx v ( ) ( ) 2 22 2 cos.. ++−= pi ω ωωωω h tRtsenRv ( )2224 2 hRv += pi pi ω Estudo de Exemplo e) Os co-senos directores são determinados da seguinte forma: tsen G R dt dz dt dy dt dx dt dx v v xv x ω pi2 ,cos 222 −= + + == ∧ t G R dt dz dt dy dt dx dt dy v v yv y ωpi cos2,cos 222 = + + == ∧ e G h dt dz dt dy dt dx dt dz v v zv z = + + == ∧ 222 ,cos ; Onde ( )2224 hRG += pi Como .,cos const G h v v zv z === ∧ , a tangente, em cada um dos pontos da curva, forma um ângulo constante com o eixo Z: = = ∧ G h zv arccos,β f) O caminho percorrido pelo ponto M. Como o modulo da velocidade é constante durante todo tempo do movimento, o movimento do ponto é uniforme e o caminho percorrido pelo ponto é dado pela expressão: ( )dttvS t ∫= 0 sendo ( )2224 2 hRv += pi pi ω , teremos: 68 Lição nº 1 ( ) tGdthRdttvS tt pi ω pi pi ω 2 .4 20 222 0 =+== ∫∫ E, para um período ω pi2 =T ,o percurso descrito será GGtGS === ω pi pi ω pi ω 2 . 22 Hodógrafo da velocidade Levemos o vector vv à origem O do sistema fixo de coordenadas oxyz, ou seja, construamos, no ponto O, o vector 0vv , geometricamente igual ao vector vv e designemos a sua extremidade com ajuda da letra G. Fig. 2.2 Hodógrafo da velocidade Como o vector vv varia com o tempo, o ponto G desloca-se no espaço. A trajectória do ponto G é chamada hodógrafo da velocidade. Como as projecções do vector velocidade sobre os eixos de oxyz são dt dz ve dt dy v dt dx v zyx === , , as coordenadas do ponto ( )zyxG ′′′ ,, que avança pelo hodógrafo são iguais a : dt dz vze dt dy vy dt dx vx zyx ==′==′==′ , . Estas são as equações do hodógrafo da velocidade na forma paramétrica. Sumário A razão entre vector do deslocamento e o acréscimo do tempo denomina-se vector velocidade média para o intervalo de tempo t∆ t r vm ∆ ∆ = v v . O limite do vector de velocidade média, quando o intervalo de tempo t∆ tende para zero, Chama-se vector velocidade instantânea: mt vv vv 0 lim →∆ = ou k dt dzj dt dyi dt dx v vvvv ++= ou ainda dt rd v v v = A velocidade instantânea é igual à derivada do raio vector rv segundo o tempo no instante estudado. É importante notar que a extremidade deste vector descreve uma trajectória denominada hodógrafo da velocidade. As projecções da velocidade sobre os eixos das coordenadas são dadas por: dt dz ve dt dy v dt dx v zyx === , . O módulo do vector velocidade é: 70 Lição nº 1 222 222 + + =++= dt dz dt dy dt dx vvvv zyx . O comprimento do percurso do arco descrito pelo ponto em movimento é dado pela expressão: ( )dttvS t ∫= 0 A trajectória do ponto que coincide com a extremidade do vector velocidade é chamada hodógrafo da velocidade. Como as projecções do vector velocidade sobre os eixos de oxyz são dt dz ve dt dy v dt dx v zyx === , , as coordenadas do ponto que avança pelo hodógrafo são iguais a: dt dz vze dt dy vy dt dx vx zyx ==′==′==′ , . Estas são as equações do hodógrafo da velocidade na forma paramétrica Lição nº 2 Aceleração de um ponto material como vector: aceleração média e instantânea; aceleração de um ponto em coordenadas cartesianas, aceleração normal e tangencial. Introdução Seja bem-vindo ao estudo desta lição. Neste irá aprofundar o vectorial da aceleração e das suas componentes. Ao completar esta lição, você será capaz de: Objectivos � Definir o conceito de aceleração. � Representar a aceleração como vector. � Diferenciar a aceleração média da aceleração instantânea. � Determinar a direcção do vector aceleração. Terminologia Vector aceleração,
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