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CURSO DE CITOLOGIA CLÍNICA SUMÁRIO MÓDULO I Conceitos Básicos de Patologia Hiperemia Hemorragia Edema Trombose Embolia Resposta Tecidual Inflamação Granulomas Regeneração Tumores Teorias da cancerização das células Diferenças entre tumores malignos e benignos Conceitos básicos de Biologia Celular Fundamentos da reprodução celular Controle do ciclo celular Pontos de checagem Células cancerosas: desrespeito aos controles de proliferação e sobrevivência MÓDULO II Citologia do colo uterino Anatomia e fisiologia do colo uterino Epitélio escamoso estratificado não queratinizado Epitélio colunar Junção escamo-colunar(JEC) Metaplasia escamosa Zona de transformação Colheita de material do trato genital feminino Definição de uma colheita correta Fixação Coloração e leitura da lâmina Células escamosas superficiais Células escamosas intermediárias Células escamosas parabasais Células metaplásicas escamosas Células endocervicais Células endometriais Flora vaginal normal Alterações celulares inflamatórias Fenômenos de reparação Processos inflamatórios Infecções HPV (papiloma vírus humano) Conceito de HPV MÓDULO III Introdução à neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) Características clínicas da NIC Diagnóstico e classificação da NIC Diagnóstico e classificação da NIC pela hispatologia Sistema BETHESDA de 2001 Resultados do Papanicolaou Citologia diagnóstica da cavidade oral MÓDULO IV Citologia de base-líquida em punção aspirativa de líquidos serosos e mama Origem das cavidades corporais Efusões serosas Tipos celulares de órgãos que compõem as cavidades corpóreas Exame de citopatologia através da PAAF Técnica de Zajdela Citologia em Base-Líquida Fixação de material para citologia Punção aspirativa de mama Citopatologia de mama Citopatologia de efusões e líquidos Bibliografia consultada MÓDULO I Conceitos Básicos de Patologia HIPEREMIA É um aumento da quantidade de sangue circulante num determinado local, ocasionado pelo aumento do número de vasos sanguíneos funcionais • Passiva ou Venosa (Diminuição do Retorno Venoso). • Ativa ou Arterial (Aumento de Fluxo Sanguíneo) Hiperemia Passiva Hiperemia passiva ou congestão possui uma coloração azul-avermelhada intensificada nas áreas afetadas, de acordo com o acúmulo de sangue venoso. Esta coloração aumenta quando há um aumento da concentração de hemoglobina não-oxigenada no sangue. : Nas insuficiências cardíacas direita temos uma falência do ventrículo direito, que mesmo depois da contração permanece com sangue em seu interior. O fluxo vindo na diástase encontra o ventrículo parcialmente cheio, e se acumula indo em direção contrária (congestão). Pode ocorrer também por obstrução (compressão da femoral, cirrose retendo sangue no sistema porta). Decorre da redução da drenagem venosa, que provoca distensão das veias distais, vênulas e capilares; por isso mesmo, a região comprometida adquire coloração vermelho-escura devido à alta concentração de hemoglobina desoxigenada. Pode ser localizada (obstrução de uma veia) ou sistêmica (insuficiência cardíaca). Congestão pode ser causada por obstrução extrínseca ou intrínseca de uma veia (compressão do vaso, trombose, torsão de pedículo vascular etc.) ou por redução do retorno venoso, como acontece na insuficiência cardíaca. Na insuficiência cardíaca esquerda ou casos de estenose ou insuficiência mitral, surge congestão pulmonar; na insuficiência cardíaca direita, há congestão sistêmica. Na congestão aguda, os vasos estão distendidos e o órgão é mais pesado; na crônica, o órgão pode sofrer hipotrofia e apresentar micro- hemorragias antigas. As hiperremias passivas mais importantes são as dos pulmões, do fígado e do baço. Os capilares alveolares encontram-se dilatados e os septos tornam-se alargados pelo edema interticial; em longo prazo, os septos sofrem fibrose e ficam espessados. Por causa de microruptures de capilares, há passagem de hemácias para os alvéolos, e sua fagocitose pelos macrófagos alveolares, os quais passam a constituir as chamadas "células da insuficiência cardíaca". Congestão Pulmonar Aguda ou crônica, é provavelmente na maioria das vezes por insuficiência cardíaca congestiva e, menos comumente, por obstrução das veias hepáticas ou da veia cava inferior. Na congestão aguda, o fígado encontra discretamente aumentado de peso e volume e tem cor azul-vinhosa; ao corte, flui sangue das veias centroglobulares dilatadas. Na congestão crônica, o órgão tem cor vermelho-azulada, as regiões centrolobulares são deprimidas e ficam circundadas por parênquima hepático às vezes amarelado, conferindo o aspecto de noz-moscada. Ao microscópio, os sinusóides são alargados e os hepatóciotos centrolobulares estão hipotróficos pela hipóxia. Em fase avançada, pode haver necrose e hemorragia centrolobulares e fibroses das veias centrolobulares e dos sinusóides (fibrose cardíaca) Congestão Hepática Aguda é causada sobretudo por insuficiência cardíaca; o órgão encontra-se pouco aumentado de volume, cianótico e repleto de sangue. Congestão crônica é encotrada principalmente nas casos de hiportensão porta (cirrose hepática, esquitossomose ect.) O baço é aumentado de volume (às vezes de forma acentuada, podendo pesar até 700g, ou seja cerca de cinco vezes o seu peso normal), endurecido por fibrose e com focos de hemorragia recente ou antiga. Congestão do Baço A esplenomegalia congestiva pode ser caracterizada por anemia, leucopenia, e plaquetopenia, isoladas ou associadas (pancitopenia). A retirada cirúrgica do baço corrige o hiperesplenismo. Hiperemia Ativa É provocada por dilatação arteriolar com aumento do fluxo sangüíneo local. A vasodilatação é de origem simpática ou humoral e leva à abertura de capilares "inativos", o que resulta na coloração rósea intensa ou vermelha do local atingido e no aumento da temperatura. Ao microscópio, os capilares encontram-se repletos de hemácias. : Aumento da vermelhidão (eritema) na área afetada. A dilatação arteriolar e arterial dá-se por mecanismos neurogênicos simpáticos e liberação de substâncias vasoativas. Exercícios aumentam o fluxo sangüíneo para os músculos. Durante a digestão há também o aumento de fluxo (aumento de metabolismo). Em traumatismos também temos aumento de fluxo por liberação de histamina, serotonina. Situações emocionais desencadeiam rubor facial, por estimulação nervosa de vasos periféricos. OBS.: Não existe substrato morfológico de hiperemia ativa, pois não fica sangue nas veias quando se é tirado uma amostra de tecido. As manifestações nos órgãos e o aumento de volume, tanto na hiperemia ativa quanto na passiva, pelo maior fluxo de sangue. Observamos cor avermelhada na pele em ambos os tipos de hiperemia (em órgãos internos pode não ocorrer). Quando temos cianose na hiperemia passiva, o sangue fica mais escuro. Na hiperemia ativa temos aumento da temperatura, pois aumenta o fluxo nos vasos, mas a perda de calor continua a mesma. Na hiperemia passiva a temperatura fica estável ou diminui, pois diminui a chegada de sangue e a perda de calor continua a mesma. Na hiperemia passiva temos diminuição do oxigênio, gerando atrofia, e como o aumento da pCO2 estimula os fibroblastos, tem-se fibrose (observadas no fígado e em edemas, ambas as situações com insuficiência cardíaca). Na hiperemia ativa há aumento de oxigênio e nada acontece. Hiperemia reativa pode ser observada na ascite, que é o acúmulo de líquidos na cavidade abdominal, com compressão de vasos abdominais. Quando há uma retirada brusca desta ascite, diminui a volemia e há uma dilatação dos vasos com aumento da permeabilidade vascular, reconstituindo a ascite. Não se pode descomprimir subitamente esses vasos, e a ascite deve ser retirada aos poucos. Ativa Passiva Volemia Aumenta (↑) Diminui (↓) Cor + + Cianose Ñ + Temperatura Aumenta (↑) Diminui (↓) Atrofia Ñ + Fibrose Ñ + HEMORRAGIA É a perda de sangue provocada pelo rompimento de uma artéria ou veia. Sendo assim podemos dizer que se trata da saída de hemácias dos vasos sanguíneos para o exterior dos vasos, quer para cavidades, quer para o espaço intersticial. As hemorragias podem ser por “rexis” ou por “diapedese”: - Por rexis: hemorragia com ruptura: É a mais freqüente. - Por diapedese: sem ruptura vascular: Com o aumento de pressão, aumenta a permeabilidade vascular e temos passagem de hemácias para fora dos vasos, sem haver ruptura do vaso. Lesão típica da AIDS, presente também em processos inflamatórios, venenos de cobra (quebra cadeia da coagulação). a) Quantidade b) : insuficiência vascular periférica (choque hipovolêmico). Local: se compromete ou não estruturas vitais do nosso organismo. Algumas estruturas podem apresentar lesões irreversíveis (hipóxia após 8 min. no SNC) e outras podem regenerar-se (o choque pode levar à necrose as células dos túbulos renais, mas estas se regeneram). Classificações: As hemorragias são classificadas em 4 classes, de acordo com o volume de sangue perdido. Embora tenha variações, de uma maneira geral uma pessoa tem 7% do seu próprio peso em sangue. Assim, uma pessoa de 50 quilos teria 3,5 litros de sangue e uma pessoa com 70 quilos teria um volume total em torno de 5 litros de sangue. Volume (em porcentagem) = até 15%. Volume (pessoa com 70 kg, em ml)= até 4 mililitros. Sinais e sintomas: mínimos. Ocorre apenas um leve aumento da freqüência cardíaca. Exemplos: uma mulher pode apresentar uma hemorragia uterina, pouco freqüente e muito perigosa, que é semelhante a uma menstruação comum e dura pouco tempo. Hemorragia Classe I Volume (em porcentagem) = 15 a 30%. Hemorragia Classe II Volume (pessoa com 70 kg, em ml) = de 750 a 1.500 ml. Sinais e sintomas: Taquicardia (freqüência cardíaca acima de 100), taquipneia (respiração rápida) e diminuição da pressão do pulso (pulso fino) e leve diminuição da diurese. Reposição: Em geral a reposição com cristalóides resolve, mas alguns poucos casos podem necessitar de sangue. Volume (em porcentagem) = 30 a 40%. Hemorragia Classe III Volume (pessoa com 70 kg, em ml)= de 1500 a 2000 ml. Sinais e sintomas: Além dos sintomas da hemorragia classe II, apresenta sinais clássicos de hipoperfusão. Existe diminuição do nível de consciência, palidez e sudorese fria. Reposição: É tentada primeiro a reanimação com cristalóides, mas muitos destes pacientes não responderão satisfatoriamente e provavelmente necessitarão de transfusões. Volume ( em porcentagem) = mais de 40%. Hemorragia Classe IV Volume (pessoa com 70 kg, em ml)= mais de 2000 ml. Sinais e sintomas : Este é o grau de exsanguinação, isto é, o paciente fica sem sangue. Apresenta taquicardia extrema, marcada queda da pressão sistólica e dificuldade para perceber a pulsação. O débito urinário é próximo de zero. Há perda total da consciência. Reposição: estes pacientes sempre requerem, além dos cristalóides, transfusões sanguíneas e cirurgia urgente para sobreviver. Pacientes com uma classe limítrofe podem passar para a imediatamente superior caso após a reposição inicial de 2000 ml de Ringer persistam com os mesmos sinais. a) Hemorragia Interna b) : quando não ocorre exteriorização do sangramento. Uma hemorragia interna pode vir a ser externa (lesão renal com exteriorização pela urina). Podemos visualizar a hemorragia interna sob forma de hematoma. Hemorragia Externa c) : é aquela onde ocorre exteriorização do sangramento. O sangramento de uma úlcera gástrica, verificado nas fezes ou vômitos, é hemorragia externa. Se o seu sangramento atingir a luz peritoneal ela é considerada interna também. Hemorragia por Diabrose: causada por rexis (ruptura) por corrosão. Ex.: úlcera péptica, cavernas pulmonares da tuberculose. Classificação por Localização: a) Hemoptise b) : sangue no escarro. Hematúria c) : sangue na urina, que pode ser micro ou macroscópico. Melena d) : sangue nas fezes, micro ou macroscópico. Apresenta coloração preta ou enegrecida e fétida. Enterorragia e) : sangramento do aparelho digestivo inferior, onde não ocorre a digestão das hemácias (sangue vivo nas fezes). Hematêmese f) : sangue no vômito. Otorragia g) : sangramento pelo ouvido. Hemopericárdio h) : sangramento no pericárdio. Hemartrose i) : sangramento em uma articulação. Metrorragia j) : sangramento fora do período menstrual (miomas). Menorragia l) : quando ocorre sangramento de maior duração e quantidade. Menstruação OBS.: Afibrinogenemia: consumo do fibrinogênio causando acentuação do sangramento uterino após o parto. : sangramento cíclico. Quando ocorre uma embolia gordurosa, há um extravasamento de sangue para dentro dos ventrículos, apresentando pigmentos múltiplos de sangue (áreas hemorrágicas difusas). No SNC, os infartos são isquêmicos e a hemorragia vem logo depois. EDEMA O volume de líquidos corporais representa 60 a 70% do peso de uma pessoa jovem e magra. Nos obesos e idosos, o volume é menor: 50 a 60 %. Os líquidos estão distribuídos em 40% dentro da célula (intracelular) e 20% fora da célula (extracelular). Dos 20% que estão fora da célula, 5% correm nos vasos (intravascular) e 15% estão no interstício (líquido intersticial é o que fica entre os tecidos). Assim, um homem saudável de 70 kg tem cerca de 42 litros de água no corpo; 28 litros estão dentro das células e dos restantes 14 litros, 3,5 litros ficam circulando e 10,5 litros ficam no meio dos tecidos O edema ocorre quando temos um aumento da passagem de líquido do E. Intravascular para o E. Intersticial ou uma diminuição do retorno do E. Intersticial para o E. Intravascular As forças que fazem com que os líquidos passem de um espaço para o outro são: . a) Pressão hidrostática (arterial = 37 mmHg, venosa = 15 mmHg); b) Pressão coloidosmótica (venosa = arterial = 28 mmHg): atrai a água para um determinado local por ter grande quantidade de proteínas (faz sair do interstício para os capilares). c) Pressão tecidual. A diferença entre P. hidrostática e P. coloidosmótica faz com que os líquidos se movimentem, havendo saída de líquido na extremidade arterial (9 mmHg) e entrada na extremidade venosa (13 mmHg). Se houver uma falha desse sistema ocorre o acúmulo de líquido no espaço intersticial. 1. Edema Hemodinâmico - Insuficiência cardíaca congestiva; : ocorre por dificuldade de retorno venoso, que vai causar um aumento da P. hidrostática (a parada ou diminuição do fluxo que vai do interstício para os vasos). - Pericardite congestiva (dificulta a diástole); - cirrose hepática (aumento da P. hidrostática a nível de sistema porta): não há apenas o aumento de pressão, pode ocorrer também por hipoproteinemia, e também ocorre obstrução linfática no fígado. No caso da cirrose, o edema de membros inferiores ocorre por hipoproteinemia (insuficiência hepática diminui a síntese de albumina); - Obstrução ou trombose nas vias (diminuição do retorno venoso); - Dilatação arteriolar no calor (reversível). 2. Edema Hipoproteinêmica - Cirrose hepática; (diminuição na P. coloidosmótica): ocorre na síndrome nefrótica, onde há edema renal que começa de manhã ao redor da órbita (periorbital), com o passar do dia passa para os membros inferiores. Este também tem outros componentes: aumento da volemia (sistema renina- angiotensina-aldosterona ativado), aumenta a pressão hidrostática por retenção de Na+; - Má nutrição; - Doença do cólon (eliminação de mucoproteínas); 3. Edema por Retenção de Na+ - Dieta excessiva de sal; : - Aumento da retenção de Na+ nos túbulos; Obs.: causa aumento na volemia podendo causar edema hemodinâmico. 4. Edema Mecânico - Filariose (elefantíase); (obstrução dos órgãos linfáticos): - Fibrose ganglionar (África); - Tumores (destrói arquitetura linfática): • Por irradiação (radioterapia leva à fibrose e destruição); • Pós-cirúrgico (retirada dos gânglios axilares). Podemos ter edema na superfície ou em órgãos internos. Sua importância também depende de sua localização e intensidade. Ex.: edema de origem alérgica (picada de inseto, edema de glote por penicilina); edema do SNC; edema pulmonar (insuficiência cardíaca aguda - prejudica as trocas gasosas - afogamento). Edema pericárdico em grande quantidade pode levar a tamponamento cardíaco. TROMBOSE Trombose é a formação ou desenvolvimento de um trombo.A trombose pode ocorrer em uma veia situada na superfície corporal, logo abaixo da pele. Nessa localização é chamada de tromboflebite superficial ou simplesmente tromboflebite ou flebite.Quando o trombo se forma em veias profundas, no interior dos músculos, caracteriza a trombose venosa profunda ou TVP.Em qualquer localização, o trombo irá provocar uma inflamação na veia, podendo permanecer restrito ao local inicial de formação ou se estender ao longo da mesma, provocando sua obstrução parcial ou total. Fatores Responsáveis pela Trombose: 1.Velocidade da circulação: aumenta a incidência de trombos em áreas de circulação mais lenta (sistema. venoso). 2.Lesão da parede vascular: liberação de fatores de coagulação (tromboplastina), sistema arterial. 3.Mecanismos de coagulação alterados: exacerbados ou policitemia. OBS.: nos membros inferiores a diminuição da velocidade de circulação é o fator mais importante, mas no geral os três fatores são importantes. Os trombos se formam mais freqüentemente a partir de uma lesão da parede do vaso com solução de continuidade do endotélio. Ocorre formação de tromboplastina plaquetária tecidual iniciando o processo de coagulação. O trombo vai se formando por etapas (trombo raiado: vai se formando um em cima do outro). O trombo se inclina na direção do fluxo e no sistema venoso é onde se encontram os maiores trombos. Destino dos Trombos 1- Dissolução do trombo: atividade de reabsorção (lise) e enzimática (dos PMN). : 2- Embolia: liberação de todo ou parte do trombo na circulação que vai resultar em obstrução de um vaso à longa distância: no pulmão, no fígado (se vier do sistema porta), rins, SNC, etc. Tudo depende de onde o trombo estava e para onde a circulação vai levá-lo. Ex.: trombo da aorta abdominal vai para os membros inferiores. 3- Organização: a partir da parede celular (endotélio) temos uma substituição por um tecido de granulação (fibroblastos e neovasos). Conseqüência dos trombos: Obstrução vascular, em parte ou por completo. Pessoas acamadas têm maior tendência a ter trombose de membros inferiores. EMBOLIA Embolia ou embolismo vem a ser a obstrução de um vaso (seja ele venoso, arterial ou linfático) pelo deslocamento de um êmbolo até o local da obstrução, que pode ser um trombo (denominando-se então tromboembolia), tecido adiposo (embolia gordurosa), ar (embolia gasosa) ou um corpo estranho (como embolias iatrogênicas por pontas de cateter). A obstrução do vaso pode levar a complicações mais evidentes a jusante, no caso de embolias em artérias ou a montante, no caso de acometimento de veias ou vasos linfáticos. A causa mais comum e evitável de morte em pacientes hospitalizados é o tromboembolismo pulmonar. A maioria dos casos é provocada por êmbolos que surgem de trombose de veias profundas das pernas e o diagnóstico é difícil porque dão sintomas incaracterísticos e a maioria dos casos é de resolução espontânea. A embolia aérea geralmente resulta de entrada de ar acidental no sistema venoso durante uma injeção endovenosa ou transfusão. Bolhas de gás(nitrogênio) podem se formar também na corrente sanguínea durante o mergulho a grandes profundidades. 1. Tromboembolia: parte de um trombo que se solta. Venoso vai para o pulmão e arterial para órgãos internos. Tipos de Êmbolos: 2. Embolia Gordurosa: na medula óssea temos tecido hematopoiético rico em gordura que pode ser liberada na circulação por uma fratura. 3. Embolia Gasosa: gases não solúveis na circulação, que causam dores articulares, musculares, etc. a). Mal dos mergulhadores: Nitrogênio que está ao nível dos tecidos ao ter aumento na pressão atmosférica fica em maior quantidade solúvel no sangue. Se essa pressão é diminuída abruptamente, o gás perde sua solubilidade e forma bolhas dentro dos vasos, obstruindo capilares e arteríolas. O indivíduo deve ser adaptado gradualmente à menor pressão. b). Caso houver ruptura da parede toráxica pode haver entrada de ar devido à pressão negativa intrapleural. 4. Líquido Amniótico: no desprendimento da placenta pode haver contato com vasos venosos uterinos levando a uma embolia celular (células de descamação do feto) na mãe. 5. Embolia Tumoral: embolia celular. A invasão tumoral a vasos leva à liberação de células do tumor nestes, originando metástases. 6. Embolia por Parasitas: quando organismos vivos estão na circulação. Ex.; filárias (elefantíase), malária. 7. Embolia por Corpo Estranho: projéteis de arma de fogo (múltiplos chumbos). - Proveniente do Sistema Venoso: das veias tributárias das veias cavas irá para os pulmões. Das veias tributárias do sistema porta irá para o fígado. Destino dos Êmbolos: - Proveniente do sistema arterial: obstruem artérias em órgãos ou na periferia. Os êmbolos do sistema venoso permanecem aí e os arteriais permanecem no sistema arterial, pois há a existência de uma rede capilar separando os dois sistemas. Embolia Paradoxal: êmbolos do sistema venoso no sistema arterial. Isso apenas é possível quando há um erro anatômico entre o sistema venoso e o sistema arterial. Ex.: comunicação entre o átrio esquerdo e o átrio direito, por não fechamento do forame de Botal. Embolia Pulmonar - Grandes êmbolos venosos: obstruem a artéria pulmonar ou ramos desta, aumentando a pressão no ventrículo direito (até ocorrer sua falência) e diminuindo a circulação e oxigenação no pulmão levando à morte. : pode não manifestar-se ou levar à morte. - Pequenos êmbolos: pode ser único ou múltiplo, depende da quantidade destes. Um único pequeno êmbolo nada faz, nem mesmo causa morte celular, já que apenas cessa o fluxo de sangue que deveria reoxigenar. Múltiplas embolias de repetição provocam aumento da pressão pulmonar que vai se refletir num aumento do trabalho do ventrículo direito. Pode-se fazer a heparinização (em caso de coágulos) para tentar dissolver esse êmbolo.Rim, Baço e SNC: ocorre obstrução por embolia arterial. OBS.: Em caso de endocardite bacteriana, quando o trombo se desprende além do êmbolo, são levadas bactérias, dessa forma também podem aparecer abscessos. RESPOSTA TECIDUAL Ao mesmo tempo em que ocorrem esses eventos ao nível dos vasos, a agressão ao tecido e a passagem dos elementos para fora dos vasos causam uma proliferação inicialmente leve e no final mais acentuada dos fibroblastos existentes no espaço extravascular. Estes começam a proliferar na tentativa de eliminar o agente agressor. Biologicamente a inflamação é uma resposta do organismo para eliminar o agente agressor e repor o tecido lesado, buscando um retorno à normalidade, que pode ser total ou parcial (uma cicatriz pequena ou grande com ou sem perda de função). Às vezes processos inflamatórios causam uma lesão ainda maior ao organismo (ex.: febre reumática - infecção estreptocócica que leva à formação de anticorpos contra tecidos cardíacos). INFLAMAÇÃO É uma resposta (não específica) a uma agressão (também não específica) que pode ser representada por qualquer agente, seja químico, físico ou biológico. A resposta é totalmente inespecífica, mas é sempre a mesma independentemente do agente que a provoca. Conceito: O início da resposta inflamatória é uma vasoconstrição determinada por um reflexo nervoso que lentamente vão sendo substituído por uma vasodilatação (área vermelha). Quem determina essa vasodilatação são substâncias químicas vasodilatadoras, liberadas no local (mediadores químicos). Aumenta o calibre dos vasos que passam a ficar hiperemiados, sendo as alterações observadas até aqui processos vasculares (dilatação arteriolar, abertura das comunicações arterio-venosas e dilatação venular). Os mediadores químicos levam à vasodilatação e a um aumento da permeabilidade vascular, o que determina a saída dos elementos de dentro dos vasos sangüíneos para o espaço extravascular, passando, numa determinada seqüência de eventos, líquidos, eletrólitos, proteínas e células: 1º) Líquidos e eletrólitos 2º) : A baixa densidade molecular facilita a passagem pela membrana. Proteínas 3º) :O maior peso molecular, devendo haver aumento da vasodilatação e de mediadores químicos. Passagem de células SINAIS TÍPICOS DA INFLAMAÇÃO : O aumento da permeabilidade, forma ativa (os leucócitos que passam para o processo inflamatório têm movimentos amebóides que fazem com que eles migrem de dentro para fora do vaso). - Rubor; - Dor; - Calor; - Tumor (aumento de volume, hiperemia ativa e edema); - Fisiologia Alterada (pode passar despercebida quando é pequena ou pode determinar a falência do órgão, levando à morte do indivíduo, no caso do coração). Com a inflamação, a perda da função pode ser maior ou menor, dependendo da localização do processo inflamatório e de sua intensidade. A inflamação é sempre localizada, nunca generalizada, independente da extensão e do comprometimento múltiplo que ela pode ter no nosso organismo. Se considerarmos os vasos, temos polimorfonucleares, linfócitos, plaquetas, monócitos, eosinófilos e basófilos. Isto é, todas as células brancas, todos os leucócitos, estão envolvidos no processo inflamatório. Temos também células que estão no tecido conjuntivo, como: mastócitos, fibroblastos e os macrófagos que estão intimamente envolvidos no processo inflamatório. Temos as células endoteliais, as células responsáveis pelo revestimento do endotélio vascular; temos a membrana basal onde há colágeno, alanina, tiroxina, proteoglicanos, que são componentes dessa membrana basal. Temos as fibras elásticas, colágeno e proteoglicanos que estão também no tecido conjuntivo, e todos eles de alguma forma e em algum momento vão estar presentes na resposta inflamatória. A primeira manifestação do processo inflamatório era uma reação vascular de constrição arteriolar, para depois então passarmos por um aumento de fluxo (aumento da quantidade de sangue), onde existe inicialmente uma dilatação arteriolar; a abertura de todas as comunicações arteriovenosas e uma dilatação venular. Tais comunicações por vezes se fecham e se abrem, e quando temos uma resposta inflamatória esse leito capilar abre as ( anastomoses arteriovenosas) fazendo com que haja uma maior quantidade de sangue presente, uma hiperemia; inicialmente, ela é ativa porque a primeira resposta é arteriolar, depois ela passa a ser uma hiperemia parte ativa e parte passiva, porque se tem também um comprometimento venular e depois, adiantado o processo inflamatório, teremos predominantemente uma congestão (hiperemia passiva). Os leucócitos são importantes, dentro do processo inflamatório. Quando estão na corrente sangüínea normal, situam-se predominantemente no eixo central do fluxo sangüíneo, dentro do vaso; mas onde existe um processo inflamatório, pela vasodilatação e lentidão da circulação nesta área, os leucócitos passam a se aproximar do endotélio vascular, fazendo a aderência ao endotélio, migrando de forma ativa através das células endoteliais (aumento da permeabilidade vascular) para o espaço intersticial. A aderência e migração dos leucócitos são determinadas pela liberação de substâncias, mediadores que fazem uma quimiotaxia. Os primeiros leucócitos a chegarem até o campo inflamatório são os polimorfonucleares (os neutrócitos ou micrófagos). Então, através do que chamam de polling (= rolamento) desses leucócitos onde existem substâncias chamadas seletinas, depois uma adesão (as integrinas é que fazem esta adesão) e em seguida uma migração dos leucócitos para o campo inflamatório. SUMÁRIO DOS MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO MEDIADOR FONTE EXTRAVASAMENT O VASCULAR QUIMIOTAXIA OUTRAS Histamina e Serotonina Mastócitos, Basófilos e Plaquetas. + - - Bradicinina Substrato plasmático + - Dor C 3ª E C 5a Proteína Plasmática via Fígado; Mastócitos + + - + Fragmento Opsônico (C3b) Prostaglandinas Mastócitos dos Fosfolipídios da Membrana Potencializam outros Mediadores - Adesão Leucocitária Leucotrienos B4 Leucócitos - + Vasodilatação, dor, febre. Leucotrienos C4, D4, E4 Leucócitos, mastócitos + - Bronco e Vasoconstrição Componentes Lisossômicos Proteínas catiônicas Proteases neutras Leucócitos leucócitos + + + - Imobiliza os Neutrófilos, Dano Tissular. Metabólitos do Oxigênio Leucócitos + - Lesão Endotelial FAP Leucócitos; Outros + + Broncoconstrição IL-2 e FNT Macrófagos; Outros - + Reações da fase aguda, adesão leucocitária Fonte:www.geocities.com A primeira resposta vascular é uma resposta nervosa, mas os primeiros mediadores químicos a se manifestarem no processo inflamatório são: As histaminas e serotoninas e temos a liberação destas substâncias a partir dos mastócitos e das plaquetas. As bradicininas são substratos do plasma, que também atuam ao nível dos vasos fazendo com que haja vasodilatação e separação das células endoteliais. Se tivermos uma ação, principalmente desses vasodilatadores, haverá concomitantemente um aumento da permeabilidade e com o aumento da permeabilidade a passagem desses líquidos para o espaço intersticial. Deve-se observar, porém, que não é o mesmo processo que a passagem de líquidos num edema (vasos íntegros, que por diferenças de pressões coloidosmótica e hidrostáticas, havia retenção ou a maior passagem de líquidos), pois neste caso, a passagem de líquido dá-se por aumento de permeabilidade vascular. Outros elementos presentes no processo inflamatório atuam com aumento da dilatação e permeabilidade vascular (observados no quadro) e observamos que começam a existir fatores de quimiotaxia, que não existem desde o início. Inicia-se primeiramente com mediadores e só depois começamos a observar a ação de substâncias quimiotáticas para que haja uma atração de leucócitos. Ex.: Entorse no tornozelo: notamos imediatamente um grande edema, e neste momento, na articulação está ocorrendo predominantemente a fase inicial do processo inflamatório, com uma alteração da permeabilidade vascular, vasodilatação por afastamento das células endoteliais e muito pouco de quimiotaxia; isso só irá ocorrer mais tarde, com a liberação de mediadores químicos. Temos C3a, C5a, prostaglandinas, leucotrienos, metabólitos do O2, liberação de produtos através dos leucócitos e etc., todos atuando em partes distintas do processo inflamatório. Existe um aumento de volume no campo inflamatório, com a passagem de líquidos e elementos do sangue, onde temos uma densidade aumentada no local central em relação à periferia da área de resposta inflamatória, pois estão chegando vários elementos nesse local: Cl-, Na+, proteínas. Se formos considerando ao longo desta área de resposta inflamatória, múltiplas membranas semipermeáveis, a tendência da água que chega no local é de se acumular na porção com maior densidade desta área; é a medida que vai diminuir a densidade da área de resposta para a periferia; também há diminuição na quantidade de líquidos do processo inflamatório. É por isso que quando observamos um processo inflamatório percebe-se um ápice em relação à superfície normal da pele e após a uma diminuição gradativa ao redor deste ápice, quanto maior o processo inflamatório, tanto maior é este aumento de volume. Quanto menor a densidade menor o edema, até chegar num padrão de normalidade ao nível dos tecidos. Então, esses mediadores químicos é que fazem a passagem desses elementos, que ficam retidos no espaço extravascular e vão determinar o edema. - Mediadores provenientes de células - : histamina, serotonina, as enzimas lisossomiais, prostaglandinas, leucotrienos, fatores ativadores de plaquetas, as citocininas, nitrato e óxido nítrico. Mediadores provenientes do plasma O processo inflamatório agudo é o que chamamos de processo inflamatório exsudativo, onde predominam o edema e passagem dos elementos do sangue para o espaço intersticial. Isso pode até iniciar um processo inflamatório proliferativo, em que ocorre multiplicação celular e não aumento do número de células, como acontece com a passagem dos leucócitos. A multiplicação só acontece a partir das células do tecido conjuntivo, da parede vascular e do tecido de sustentação. Sempre que tivermos um processo inflamatório onde há predominância de exsudação estamos frente a um processo inflamatório agudo. : o complemento, as cininas (bradicininas), os fatores de coagulação e fibrinólise. Caso esse processo inflamatório agudo persistir durante muito tempo, continuar fazendo sua ação, ele vai necessariamente passar para uma proliferação e se o agente etiológico ali presente continuar fazendo sua ação, nós podemos chegar até a um processo inflamatório crônico. No processo inflamatório agudo temos o edema, eletrólitos, proteínas e leucócitos (predominantemente PMN e neutrócitos), que são os primeiros a chegar no campo inflamatório, enquanto que no processo inflamatório crônico podemos ter: edema, mas de menor intensidade; eletrólitos; proteínas; leucócitos, predominantemente os mononucleares (linfócitos, plasmócitos, monócitos). No estudo de diplococos gonocóccia, estes são procurados em células do sistema imune, os neutrócitos, porque tais agentes fora da célula não têm grande importância, mas dentro do neutrócito fica bem caracterizada a presença do diplococo gram-negativo responsável pela hemorragia, porque os neutrócitos são os primeiros a chegar no campo inflamatório e tentar fazer a fagocitose do agente invasor. A partir da formação do exsudato passamos a entender aquilo que também já conhecemos que são os sinais cardiais da inflamação: rubor, calor, tumor e dor. É a presença desse exsudato e a ação dele em terminações nervosas que vão determinar esses sinais cardiais da inflamação. O rubor é determinado pela hiperemia, pelo aumento de fluxo sanguíneo. Quem determina o calor é a hiperemia que ocorre pelo aumento de fluxo e faz com que haja aumento da temperatura localizada. O tumor advém pela hiperemia e pela exsudação, pelo edema inflamatório representado por esses elementos (tanto maior vai ser chamado tumor ou aumento de volume, quanto maior for a exsudação). A dor ocorre pela irritação, compressão de terminações nervosas, porque no campo inflamatório, além da compressão desses elementos, tanto os mediadores químicos quanto os metabólitos (produtos da degradação protéica dos tecidos lesados) são irritativos das terminações nervosas e esta irritação é o que vai conduzir a dor do processo inflamatório. Há assim, a perda da função pela lesão e pela agressão tecidual, a perda da função pela alteração funcional parcial ou total (destruição das células comprometidas com o processo inflamatório). Fonte: www.geocities.com INFLAMAÇÃO EXSUDATIVA As inflamações agudas são classificadas de acordo com as características do exsudato: 1- SEROSAS OBS.: No início de um resfriado apresentamos uma secreção serosa (nariz pingando), e com o decorrer do tempo, se evoluir para uma gripe, teremos uma secreção serofibrinosa. : predominantemente constituídas por líquidos, pobre em células e macromoléculas, observadas nas cavidades pré-formadas, como pleura, pericárdio, peritônio ou bolha de queimadura. As primeiras fases de quase todas as inflamações são constituídas por acúmulo de líquido nos interstícios. 2- FIBRINOSAS 3- : Exsudato com grande quantidade de proteínas plasmáticas, inclusive fibrinogênio; nas superfícies a fibrina se deposita formando camadas que lhe conferem aspectos característicos. Ex.: traqueíte fibrinosa. HEMORRÁGICAS 4- : Quando o comprometimento vascular é muito grave, com destruição das paredes, as hemácias passam a constituir um elemento dominante do exsudato. PURULENTA OU SUPURATIVA - : Quando contém grande número de neutrófilos. A necrose liquefativa resultante da digestão pelos neutrófilos dos agentes e dos tecidos infectados, como também das próprias células inflamatórias, chama-se pus, conferindo o nome a este tipo de inflamação. Essa inflamação dita leucocitária, onde há predomínio dos leucócitos, faz com que os líquidos e o material dos exsudatos se tornem amarelados, tanto nas secreções respiratórias ou de mucosas, como no interior dos tecidos. Tem-se uma espinha, um processo inflamatório abaixo da pele que fica com uma marca branca amarelada ou muito amarela; ao se espremer, dessa marca sai um material purulento constituído basicamente por exsudato leucocitário. Mas o processo inflamatório leucocitário pode ser dividido em: FLEGMÃO - : Inflamação flegmonosa = vergão. Processo inflamatório onde após a lesão começam a aparecer estrias avermelhadas em direção distal para a proximal; estas estrias que se formam se caracterizam por uma reparação de estruturas. Então o que acontece, muitas vezes, é que o processo inflamatório na sua disseminação (por processos inflamatórios bacterianos) muitas vezes, faz a separação das estruturas determinadas. Isto é, este processo inflamatório recebe certa resistência por parte dos tecidos que tentam impedir a propagação do processo inflamatório rapidamente. Mas muitas vezes, temos fibras musculares separadas e este processo inflamatório acaba ocorrendo entre essas fibras musculares, permitindo propagação do agente para toda região afetada. EMPIEMA: coleção de leucócitos em cavidades naturais do organismo ou órgãos ocos. Ex. empiema pleural (conseqüente de broncopneumonia), pericárdico, articular (por infecção), de vesícula biliar, de trompas de falópio, na pelve renal e etc. Não há lesão parenquimatosa nem necrose. Pode estar associado ao abscesso, mas são duas condições distintas. Ex. abscesso pulmonar causando empiema pleural. -ABSCESSO 1. SNC: meningite-meningoencefalite causadas por abscesso. : é uma coleção de leucócitos na intimidade dos tecidos, dentro de estruturas sólidas, de órgãos parenquimatosos. Acompanhando essa coleção temos a destruição celular - necrose. Sempre que tivermos abscesso há uma área determinada, às vezes encapsulada, onde houve destruição tecidual e encontram-se neutrócitos ou piócitos. Então, ao abrirmos um abscesso, teremos um exsudato amarelo e com cheiro, pela presença do material degradado dos leucócitos ou produção de gases por bactérias. 2. Nódulos de furúnculos e espinhas são pequenos abscessos que ocorrem sob a pele. Espremendo espinhas, a secreção pode ser empurrada para dentro, e se for uma infecção estafilocócica pode haver uma disseminação de um processo infeccioso. 3. Abscessos também podem ser produzidos por substâncias oleosas. Antigamente injetavam-se essas substâncias no tecido muscular. Como elas não são facilmente absorvidas, formava-se um abscesso, aumentando as resistências gerais do indivíduo para combater um processo infeccioso/ inflamação em outro local. Se observarmos necrose (sem formação de abscesso) o processo inflamatório será dito NECRÓTICO. Se essa necrose ocorrer sobre uma superfície mucosa ou sobre a pele e, havendo a liberação dessa necrose tivermos uma úlcera, o processo inflamatório será necrótico e ulcerado. Todas essas são maneiras de chamarmos um processo inflamatório em relação à exsudação. Geralmente eles são misturados: o seroso com o fibrinoso, o leucocitário, o hemorrágico e às vezes, o necrótico e o ulcerado. O processo inflamatório recebe o nome conforme o aspecto predominante naquele momento. Por ex., o apêndice cecal de um paciente com apendicite aguda terá um processo inflamatório ou uma apendicite aguda flegmonosa, necrótica e hemorrágica. Isso porque há grande quantidade de leucócitos, até comprometendo a camada muscular (flegmão). Teremos também necrose da parede, com uma área de solução de contigüidade da mucosa. Aparece também alguma hemorragia. Já o processo inflamatório de uma pericardite viral, no seu início, será chamado seroso, porque teremos predomínio somente de água e eletrólitos, que é como começam os processos inflamatórios de origem viral. A pericardite causada pela uremia aumentada (em conseqüência à insuficiência renal crônica) que é irritativa sobre superfícies serosas: pleura, pericárdio, articulações e peritônio darão um processo inflamatório serofibrinoso. Teremos sempre, portanto, uma resposta inflamatória inicial que é igual para todos, mas dependendo do agente teremos características diferentes do processo inflamatório. Infecções bacterianas freqüentemente mostram um processo inflamatório leucocitário, enquanto as infecções virais levam a um processo inflamatório sero-fibrinoso, às vezes também hemorrágico, porque os vírus atingem muito freqüentemente vasos e, antes mesmo de se ter uma grave alteração leucocitária, teremos hemorragia. OBS: O gás de mostarda é um gás irritativo das vias aéreas inferiores, que faz com que haja destruição da via aérea superior e o aparecimento de um filtrado fibrinoso revestindo a via aérea inferior, impedindo a passagem do ar. Pode haver obstrução e lesão alveolar, tudo isso impedindo as trocas gasosas. Fonte: www.geocities.com INFLAMAÇÃO CRÔNICA Nos processos inflamatórios agudos, temos a predominância da exsudação. Nos processos inflamatórios crônicos temos a predominância de proliferação, isto é, menos células do sangue, menos edema e mais proliferação de células dos tecidos mesenquimal e dos vasos, com neoformação vascular e com maior formação de fibroblastos que depois se transformam em fibrócitos. O processo inflamatório não desaparece na primeira fase (fase aguda), podendo evoluir para uma cura completa ou para uma cura com seqüela (pequenos processos cicatriciais até grandes destruições teciduais). Tudo depende de quanto o tecido for lesado, com que intensidade os agentes etiológicos atuaram sobre os tecidos, originando a seqüela (lesão permanente do tecido comprometido). Além da cura com seqüela e da cura sem seqüela, ainda podemos ter a evolução para uma inflamação crônica, quando o agente etiológico persiste no local, causando irritação constante, e predominância dos processos proliferativos sobre a exsudação. Alguns exemplos de inflamações: Hepatite Aguda e Hepatite Crônica: A etiologia de algumas hepatites virais agudas é representada pelos vírus A, B, C e outras formas. A hepatite A (infecciosa) evolui de forma benigna (cura). A hepatite B é mais grave, e com maior freqüência persiste o vírus da hepatite B ao nível dos hepatócitos, gerando um processo inflamatório continuado, evoluindo da forma aguda para a forma crônica. Cálculos Biliares Dependendo do agente infeccioso teremos tipos diferentes de processos inflamatórios, mas o início dos processos (fase dos mediadores) é sempre o mesmo. O tipo e a intensidade da exsudação é que vai depender do agente etiológico e da própria situação do hospedeiro (com reações imunitárias íntegras ou não). : persistem dentro da vesícula biliar causando irritação continuada sobre a mucosa, desenvolvendo nessas áreas um processo inflamatório crônico. Teremos em vez da predominância de exsudação, a predominância de elementos proliferativos, que levam à formação de um tecido dito de granulação (altamente vascularizado por vasos neoformados), que fará a substituição do tecido perdido, ocorrendo posterior cicatrização (fibrose). Sempre teremos a presença de tecido de granulação quando um processo inflamatório estiver evoluindo da forma aguda para a forma crônica. Biológico Químico Físico Lesão e Morte Tecidual Inflamação Calor,Rubor Febre, Dor Tumor Aumento da taxa metabólica; Aumento do débito cardíaco; Aumento da Ventilação Pulmonar; Aumento da perda Hidrosalina insensível. Fonte:www.geocite.com Há uma integração quando do aparecimento lesivo até chegar a uma inflamação crônica, passando por todas as fases metabólicas que vimos existindo uma série de passos antes de se chegar aos mediadores químicos. A partir da lesão plaquetária terão a liberação de serotonina, acontecendo algo semelhante com os outros mediadores. Se alguns dos processos inflamatórios necessitam da persistência do agente etiológico para chegarem à inflamação crônica, em algumas situações (com alguns agentes etiológicos) nós temos a inflamação crônica praticamente desde o início do processo inflamatório. Não que ela seja crônica desde o início, mas a parte exsudativa se torna muito rápida, passando quase despercebida (ex.: doenças virais: pneumonia viral). Isso acontece porque o organismo reconhece o antígeno viral e produz elementos (linfócitos, plasmócitos) que formarão anticorpos para combater esse antígeno. Nas infecções virais, quando o organismo já apresenta o reconhecimento do vírus e entra em contato com ele, responde rapidamente. O agente da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) também só é observado na fase crônica, pois passa rapidamente da fase aguda para uma lesão dita granulosa (forma de lesão inflamatória crônica). Fonte:www.geocite.com GRANULOMAS É a formação de uma estrutura microscópica específica que se assemelha a um grânulo. Seu achado é facilitador do diagnóstico por ser específico de certas doenças crônicas, apesar de no início imaginava-se ser característico apenas da tuberculose. Outras doenças também formam granulomas como hanseníase, esquistossomose, sífilis, sarcoidose, doença da arranhadura de gato, algumas auto-imunes, dentre outras. Seu centro pode ser preenchido por necrose caseosa, como é no caso da tuberculose. Além disso o granuloma é composto por macrófagos, células epitelióides, células gigantes e cercado por linfócitos T e, em alguns casos por plasmócitos também. Aqueles mais antigos desevolvem uma cápsula de fibroblastos e tecido conjuntivo. Há dois tipos de granulomas que se diferem quanto a patogenia: os epitelióides e os de corpo estranho. - Histiócitos- células gigantes multinucleadas; - Linfócitos - necrose (nem sempre está presente). O protótipo de uma inflamação granulomatosa é a tuberculose. Na formação do granuloma teremos a reação do agente etiológico e a resposta inflamatória do indivíduo. No bacilo da tuberculose temos três porções: protéica, lipídica e glicídica. É a porção protéica que determina antigenicidade, fazendo com que o indivíduo responda à sua presença. Há indivíduos reatores fracos, fortes e não- reatores frente à presença do BCG. A negatividade da reação poderá ser por ausência de contato infeccioso ou pelo indivíduo estar imunologicamente incapacitado de reagir. O granuloma formado tem determinada orientação, não está colocado ao acaso na lesão. Na presença de todos os elementos podem-se observar: - Porção central: necrose; - Ao redor da necrose: os histiócitos (células epitelióides); - Ao redor dos histiócitos: uma coroa de linfócitos; - Células gigantes multinucleadas em meio à histiócitos e muito próximas à área de necrose. Em alguns granulomas ainda poderemos encontrar outros elementos como plasmócitos e eosinófilos. As células multinucleadas, também chamadas de Langherans, são produtos da lesão dos histiócitos na tentativa de formarem células maiores e com capacidade de fagocitose. Encontra-se o bacilo da tuberculose no seu granuloma e o identificamos pela coloração de Zihel- Nielsen. Quando não se identifica o bacilo frente ao granuloma, estaremos falando de um granuloma tuberculóide, pois não há necessidade da presença integral do bacilo ao nível dos tecidos para haver formação do granuloma. Basta que se tenham frações do bacilo para termos lesões e formação do granuloma. Observa-se no granuloma da tuberculose necrose caseosa, determinada pela fração lipídica do bacilo. Um granuloma tem aproximadamente 2 milímetros de diâmetro, ou pode ser grande, formado pela confluência de muitos granulomas pequenos. Doenças granulomatosas: - Tuberculose; - Doença da arranhadura do gato: causa uma linfoadenite granulomatosa, por bacilos Gram-negativos, com necrose de liquefação, presença de leucócitos e neutrófilos no centro da lesão, quase formando um pequeno abscesso; - Paracoccidioides brasiliensis: fungo; - Blastomicose sul-americana; - Protozoários (esquistossomose): no fígado e no espaço-porta desenvolvem lesões granulomatosas e fibroses; - Cirurgias em que ficam pontos terão formação de granulomas na área ao redor, chamada reação granulomatosa de corpo estranho. A célula gigante de corpo estranho tem núcleos em maior número, com grande heterogeneidade entre eles e distribuição anárquica no citoplasma, em relação à célula de Langherans. - Na sarcoidose (etiologia desconhecida) há formação de granulomas, que não tem necrose e no citoplasma da célula de Langherans há presença de corpúsculos asteróides (de Schaumann). REGENERAÇÃO À medida em que saímos da embriogênese e vamos em direção ao nascimento, observamos uma perda da capacidade de regeneração das células; surge uma diferenciação, uma especialização e gradativamente uma perda de regeneração celular. Ex.: células determinadas para formar estruturas ósseas, vão formar estruturas ósseas e não outro tipo de tecidos. Temos tecidos com maior capacidade de regeneração e tecidos com menor capacidade de regeneração e tecidos que não apresentam esta capacidade. Podemos classificá-los em tecidos lábeis, estáveis e permanentes, respectivamente. Tecidos lábeis: Esse tecidos possuem uma regeneração continuada, repetitiva, sem que haja necessidade de uma lesão. Ex.: pele constantemente regenerada, pois perdemos as camadas superficiais.Temos as hemácias e os leucócitos constantemente se regenerando. Nas mucosas bucal, esofagiana, gástrica, parte da mucosa intestinal, também temos reposição. Tecidos estáveis: Possui uma regeneração em resposta à uma agressão sobre determinadas estruturas. Ex.: fratura de ossos: temos não só uma reposição cicatricial, mas uma reposição com tecido ósseo neoformado; fígado com hepatite viral aguda tem necrose hepatocitária, uma reposição integral sem fibromas. Tecidos permanentes: Não têm capacidade de regeneração. Ex.: células nervosas -neurônios (a glia tem regeneração, é um tecido de sustentação, é como se fosse o tecido mesenquimal dos outros órgãos); os neurônios são células permanentes; as células ganglionares dos gânglios autônomos simpático e parassimpático também não têm capacidade de regeneração. As terminações nervosas, uma vez que se tenha secção dos nervos (nervo não é contínuo), são formadas de múltiplas fibras e no momento da secção do nervo, não conseguem mais fazer conexão de cada um dos feixes. Pode haver uma neoformação dessas estruturas, mas não quer dizer que houve uma regeneração completa e uma reposição das mesmas. Quando há esmagamento de uma estrutura que foi destruída em grande extensão, é mais difícil a reposição, lesando mais. Outros tecidos permanentes são os tecidos musculares. Em destruição muscular, não se tem regeneração do tecido; se tem, é substituição por fibrose, tem cicatrização e não uma regeneração. Cicatrização x Regeneração: A cicatrização não é uma forma de regeneração. Regeneração é a reposição tecidual, de preferência pelo mesmo tecido que existia anteriormente. Regeneração é a substituição do tecido perdido. Cicatrização é a substituição de um tecido lesado por um tecido cicatricial, uma fibrose, não havendo uma regeneração do tecido anterior, mas uma substituição por outro. Dentro do ciclo das células, desde seu repouso, síntese até mitose, aqueles tecidos que são lábeis estão continuamente dentro deste ciclo-reuposo, síntese e mitose, constantemente regeneração repetitiva. Os tecidos estáveis saem e entram em repouso e continuam suas atividades metabólicas normais até que chamados à regeneração; quando necessário, eles respondem com uma regeneração. Os tecidos permanentes, aqueles que sofrem uma grande diferenciação e especialização, não têm mais capacidade de regeneração, perdem a capacidade de dividir suas células e de reprodução. Em algumas situações, alguns tecidos epiteliais e não epiteliais e entre eles vamos colocar o epitélio cilíndrico ciliado do aparelho respiratório, quando sofrem uma irritação, as células da camada basal começam a se reproduzir para substituir mais intensamente as células que foram perdidas. A irritação determina uma maior capacidade mitótica dessas células. Observamos que essa estimulação constante por vezes modifica a orientação dessas células. No colo uterino temos endocérvix com epitélio glandular e ectocérvix com epitélio escamoso. Freqüentemente observamos uma saída do epitélio endocervical para o espaço ectocervical, fazendo com que o epitélio glandular entre em contato com o pH vaginal. O epitélio escamoso de maior resistência foi formado para a condição existente no meio vaginal, e assim como no caso do epitélio respiratório, esse epitélio glandular sofre com essa agressão, e começamos a observar uma multiplicação das células da camada basal para substituir as que estão sendo perdidas. Muitas vezes essa irritação continuada das células faz com que se modifique a orientação de diferenciação. Ex.: uma célula do epitélio cilíndrico ciliado produz uma célula cilíndrica ciliada, ou a célula glandular do epitélio endocervical produz uma nova célula endocervical que pode ser por vezes modificado; ele continua produzindo células epiteliais, só que na diferenciação dessa célula epitelial, ao invés dela ter uma diferenciação para a célula cilíndrica ciliada, do epitélio brônquico ou célula cilíndrica de produção de muco do endocérvix, pode se transformar num epitélio escamoso e então temos uma modificação. A célula que deveria se orientar para fazer a reposição através de uma regeneração como o epitélio cilíndrico ciliado, vai produzir o epitélio escamoso, mais resistente e adaptado à nova situação. Essa situação se chama metaplasia. Metaplasia é a transformação de um tecido em outro conservando a mesma linhagem histológica. A linhagem histológica permanece, isto é, contínuo sendo um epitélio, só que o tipo de epitélio muda para que haja uma maior proteção dessa área em que vamos ter a agressão continuada. A metaplasia é uma regeneração, só que é uma forma alterada de regeneração celular, tem que haver uma agressão, alguma coisa que estimule continuadamente para que ela modifique a sua diferenciação. Então regeneração é uma reposição de tecido, preferentemente por um tecido semelhante àquele de origem. Regeneração não é metaplasia, e sim uma forma de regeneração é a metaplasia. Algumas formas de calcificação incluem a produção óssea, ossificação, metaplasia e fibroblastos, constituindo tecido onde havia uma lesão; esses fibroblastos modificando sua orientação iriam produzir osteoclastos; conseqüentemente tecido ósseo, forma metaplasia. A miosite ossificante é uma forma de metaplasia. A metaplasia quando de tecido mesenquimal para tecido epitelial ou vice-versa não é aceita como metaplasia, não existe metaplasia cruzada, há metaplasia quando se conserva a mesma linhagem histológica. Na metaplasia não quer dizer que vamos ter uma substituição integral da função podemos ter uma diminuição da função. Na regeneração devemos ter a volta de um estado original o mais próximo possível. Regeneração hepática: no caso da hepatite a restituição é completa, normal. Regeneração a partir de uma necrose tubular aguda do rim: estas células de revestimento dos túbulos renais se repõem normalmente, restituindo a normalidade. O fígado tem capacidade de regenerar até 1/3 na hepatectomia parcial; parte do fígado pode regenerar, mas não é uma regeneração completa. A regeneração pode ser completa ou parcial, mas sempre tende à normalidade anterior. A metaplasia pode ser reversível. Geralmente nos brônquios, o fumo causa metaplasia irreversível, consistente. TUMORES É um termo genérico que indica um aumento anormal de uma parte ou da totalidade de um tecidoÉ importante salientar que para que se tenha um tumor, as células que proliferam devem pertencer ao nosso organismo. Pois pode haver crescimento acelerado de células que não são nossas (crescimento bacteriano). O tumor é tido como crescimento autônomo, pois independe de estímulo para que haja a continuidade da reprodução celular. Ao contrário do que acontece na hiperplasia (aumento do número de células de um órgão, dependentes de um estímulo continuado). O tumor é o contrário da hiperplasia, pois não necessita desse estímulo continuado, apenas de um estímulo inicial para modificar a célula tumoral. Uma vez modificado para célula tumoral, não necessita mais do estímulo (a irradiação transforma a célula, e mesmo depois de interrompida, a célula continua crescendo). Diz-se que o crescimento é ininteligível porque no desenvolvimento de um tumor as células tumorais crescem e não têm um sentido para isso, crescendo indefinidamente enquanto obtiver nutrição. Os tumores possuem graus variados de autonomia. Alguns tumores, em determinado momento de sua evolução, são dependentes de um estímulo. Ex.: Câncer da próstata. Os tumores malignos dependem de um estímulo hormonal, e quando ocorre um desequilíbrio hormonal há o crescimento do carcinoma. Os estrógenos podem inibir o crescimento do carcinoma, e até fazer com que desapareça. Nota-se que os tumores podem ser dependentes em algum momento, pois a antagonização dos andrógenos cessou o crescimento. Os tumores também podem surgir excepcionalmente por células que não são do organismo, no caso do cariocarcinoma, que se desenvolve na mulher. Vem de uma gravidez anterior em que houve a fecundação. A célula- ovo (fecundada já não é mais célula da mulher) é a causa que induz o carcinoma. Os tumores podem ser diferenciados em dois grupos: Malignos e Benignos; os malignos são aqueles tumores letais a vida do indivíduo e os benignos dependendo do local em que se apresentam o tumor,Ex: O cérebro, dependendo da região em que esse tumor se encontra,como a parte posterior do cérebro como a calota occipital com pares cranianos sendo comprimidos.) também podem matar. Mas geralmente os tumores benignos não matam. Tumor : Benigno ou Maligno. Câncer : É um tumor maligno, não especificando o tipo e a localização desse tumor. Carcinoma : É um tipo de tumor maligno específico, não indicando localização nem agressividade, mas indica a linha do tumor. Sarcoma : Tumor que não acusa localidade nem agressividade, mas indica uma linha de tumor. HOMEM: Pulmão (20%), Próstata (20%), Cólon, Reto, Bexiga, Leucemia, Linfomas, Cavidade Oral, Pele (3%), Pâncreas e outros. Tipos de tumores mais comuns em homens e em mulheres: MULHERES: Mama, Leucemias, Pele (3%), Cólon, Linfomas, Reto, Ovários, Pulmão, Útero, Bexiga, Pâncreas, Cavidade Oral e Outros. O tumor de maior freqüência tem um aumento de incidência com a idade (próstata no homem e mama na mulher). Em relação à mortalidade, abaixo de 18 anos estão às leucemias (1º lugar), tumores do SNC, endócrino, linfomas e tumores de tecidos de sustentação. Em indivíduos velhos temos pulmão, próstata, cólon, reto, pâncreas e bexiga. O número de tumores aumenta com a idade, tendo um pico perto dos 75 anos. Não existe uma relação racial (não é determinante) para a freqüência dos tumores, mas sim ambiental e ligada ao tipo de alimentação. Os japoneses que moram no Japão têm maior incidência de câncer do estômago do que os japoneses moradores dos EUA. Classificamos os diferentes tumores de modo que ao falarmos em determinado tumor podemos saber onde ele está localizado e qual o seu tipo, e de uma maneira geral, a terminação de todos os tumores é OMA (Terminação que indica tumor, tumoração). TUMORES EM: BENIGNOS MALIGNOS Tecido Epitelial - Papilomas - Adenomas - Carcinoma Tecido Não-Epitelial - Osteoma - Condroma - Hemangioma - Fibroma -Sarcoma (condrosarcoma, osteosarcoma) Tumores Mistos (Epitelial em Não Epitelial) - Tumor misto de glândula salivar (Adenoma Pleomorfo) Fibroadenoma da mama - Carcinosarcoma (Tumor de Wilms) TUMORES BENIGNOS: - EPITELIAIS: temos em no nosso organismo epitélio de revestimento (cutâneos, mucosas ou vias de excreção) e epitélios de órgãos, constituídos por um parênquima epitelial (fígado, supra-renal, rim, tireóide). Os tumores benignos de tecido epitelial são: 1. Papiloma 2. : Formado a partir de epitélio de revestimento. Ex.: tumor de vias aéreas superiores. Adenoma - : Cresce a partir de epitélio glandular, quer de revestimento, quer de órgãos parenquimatosos. NÃO-EPITELIAIS - osteoma: tumor ósseo; - condroma: tumor de cartilagem; : possuem a terminação OMA e o prefixo é o órgão que deu origem ao tumor. Ex.: - hemangioma: tumor de vasos sangüíneos; - fibroma: tumor de tecido fibroso; - lipoma: tumor de tecido adiposo. TUMORES MISTOS - tumor misto de glândula salivar: adenoma pleomorfo; : temos tanto elementos epiteliais quanto elementos não- epiteliais. Ex.: - fibroadenoma da mama: parte de tecido fibroso e parte de tecido epitelial; TUMORES MALIGNOS: EPITELIAIS: todo tumor maligno de tecido epitelial é denominado carcinoma. NÃO-EPITELIAIS - Adenocarcinoma: de elementos glandulares; : sarcoma é o nome dado a todo o tumor maligno de tecido não-epitelial. Esses carcinomas e sarcomas podem ter denominações diferentes, dependendo do órgão: - Fibrosarcoma: de tecido fibroso; - Carcinoma ductal da mama; - Carcinoma folicular da tireóide; - Osteosarcoma: de osso; - Condrosarcoma: de tecido cartilaginoso; - Hemangiosarcoma: de vasos; - Liposarcoma: de tecido adiposo; MISTOS TEORIAS DA CANCERIZAÇÃO DAS CÉLULAS : os tumores malignos mistos são os carcinosarcomas. Ex.: tumor de Wils. 1. Ação direta ao DNA : Feita por substâncias como a dietilnitrosamina, radiações ionizantes, vírus DNA, etc. Ocorre um descontrole das células, a célula não responde mais aos fatores que fazem a inibição da sua proliferação e então continuam a crescer independentemente porque há uma alteração do DNA celular (alteração genética). 2. Lesão do DNA : Por vírus RNA. O RNA produz a enzima transcriptase reversa, que atua retrogradamente sobre o DNA, modificando a sua estrutura. 3. Lesão ao Ergastoplasma TEORIA DA IRRITAÇÃO DE VIRCHOW: tumores ocorrem em locais que sofrem atritos constantes, pois a irritação provoca o aparecimento de tumores. : Modificações químicas das células nos levam às alterações genéticas do DNA. - Tumor de Changri - Tibet: queimaduras sucessivas na pele da região abdominal causavam o aparecimento de tumores da pele, pela irritação térmica constante; - Tumor de Chuta - Venezuela: tribos indígenas com hábito de fumar com a brasa para dentro da boca apresentam o aparecimento de tumores ao nível da mucosa oral. - Tumor de Dohti - Índia: indianas usavam roupas com um nó ao nível da pele do ombro, o que levava a um atrito constante, e neste local havia o aparecimento de tumores de pele. - Carcinoma de Pênis: ocorre em indivíduos com higiene precária. O carcinoma do pênis e o do colo uterino está relacionado a uma infecção viral (vírus do pailoma humano - HPV - tipo DNA). - Carcinoma do esôfago: irritação da mucosa esofágica, grande ingestão de bebidas com alto teor alcoólico, chimarrão muito quente. - Tumores em órgãos com litíase: tumores de órgãos onde nós temos formação de cálculos. Ex.: vesícula biliar. - Carcinoma do cólon associado a reto-colite ulcerativa: lesões constantes na mucosa colônica fazem com que ocorram regenerações muito freqüentes, e estas, associadas aos sais biliares produzem os tumores. - Carcinoma da bexiga e Schistosomiase: corpo estranho fazendo irritação. TEORIA DA HIPERREGENERAÇÃO (Fischer - Wassels): hiperregeneração levava ao aparecimento de um tumor. Em um determinado momento as células com regeneração acelerada teriam modificações no DNA. Ex.: hepatocarcinoma: o hepatoma maligno é mais freqüente em fígados com cirrose (nódulos regenerativos), também pode ser causado pelo vírus da hepatite B (transmite seu DNA para os hepatócitos). - Carcinoma Lúpico: carcinomas associados à tuberculose cutânea (irritação e hiperregeneração). - Carcinoma Brônquico: irritação constante pelo fumo e bronquites crônicas causando hiperregeneração e aparecimento de lesões tumorais. Os produtos da queima do tabaco fazem a alteração genética da célula. - Carcinoma do colo uterino: metaplasia escamosa do colo do útero, tendo como causa inicial um fator viral (HPV). - Carcinoma em úlcera péptica gástrica crônica. No entanto, não era só por uma irritação, mas uma grande parte dos tumores tinha uma base química como fator de transformação de célula normal para célula tumoral. TEORIA QUÍMICA: ação local, diretamente do agente químico sobre determinados tecidos. Entre eles temos: - Hidrocarbonetos aromáticos: antraceno, metilcolantreno, dibenzoantraceno, benzopireno, que são produtos isolados a partir da queima do tabaco; são oxidados por enzimas celulares e ligados a proteínas celulares (restos de guanina de RNA e DNA), provocando alterações genéticas. - Carcinoma brônquico causado por elementos como metais pesados, líquido cromo e asbestos. - Aminas aromáticas: produtos de fábricas de anilinas e tintas; os indivíduos que trabalham nessas fábricas têm mais carcinoma de bexiga que a população em geral, e os metabólitos desses produtos é que são os agentes cancerígenos. - Amarelo de manteiga: utilizado no passado para dar cor às massas é um agente cancerígeno. - Micotoxinas: afra-toxina B é cancerígena para o fígado. - Cloreto de vinil (PVC). - Fenacitina: medicamento cujo uso abusivo leva à formação de tumores nas vias urinárias. AGENTES CARCINOGÊNICOS: Os agentes carcinogênicos enquadram-se em três categorias: - carcinogênicos químicos; - energia radiante: - vírus oncogênicos; A energia radiante e certos carcinogênicos químicos são causas documentadas de cânceres nos seres humanos, e a evidência que associa os vírus com certos tipos de neoplasias clínicas cresce a cada dia. 1. CARCINOGÊNESE QUÍMICA: Dos agentes carcinogênicos há aqueles de ação direta, que levam diretamente ao desenvolvimento de um tumor e temos também agentes considerados pró- carcinogênicos: -Agentes carcinogênicos de ação direta - : temos os chamados agentes alquilantes, os que mais freqüentemente causam lesão, ação direta pela sua presença, levando à formação de um tumor. Uns dos exemplos mais comuns de agentes alquilantes são determinados tipos de substâncias utilizadas para combater o próprio crescimento, os agentes quimioterápicos, as drogas quimioterápicas (usadas na quimioterapia do câncer); essas drogas são também carcinogênicas (ciclofosfamida, clorambucil, busulfan, melfalan). OBS: todo e qualquer medicamento é lesivo aos tecidos e órgãos. Agentes pró-carcinogênicos : a grande maioria dos agentes ou das situações que levam a tumores não é agente cancerígeno direto, mas sim os chamados co-cancerígenos ou pró-cancerígenos. Vamos imaginar 6 grupos de animais, onde temos a letra X como aplicação do iniciador (hidrocarboneto policíclico), e a seta onde temos a aplicação do promotor (óleo de Cróton). Grupo 1 - Pesquisadores pegaram animais de laboratório e começaram a aplicar sobre a pele um agente iniciador, isto é, aquele que faz a transformação de uma célula normal em uma célula alterada, tumoral, mas só que sem a capacidade de crescimento. Então modificamos a qualidade genética da célula normal em tumoral; sem a capacidade de crescimento, ela fica latente em nosso organismo e somente a ação desse agente iniciador não leva ao aparecimento de tumor. Grupo 2 - introduziu-se o agente iniciador que transformou as células normais em tumorais e depois se fez a aplicação do promotor (óleo de cróton); os pesquisadores então colocaram os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos sobre a pele dos animais e depois irritaram esse local com óleo de cróton e a partir da transformação das células normais em tumorais e mais a irritação dessas células, esse fator irritativo foi suficiente para levar ao aparecimento de tumor. Então temos não uma transferização direta, mas sim uma transferização em duas fases: uma fase responsável pela iniciação, onde temos a transformação de células normais em células modificadas malignas; e uma segunda fase que é a entrada de um novo elemento que mesmo não sendo cancerígeno, faz com que haja um crescimento dessas células. Ex.: Se alguém fizer barba todos os dias não há desenvolvimento de tumor de pele, mas faz atrito, porque não se tem a base que vá provocar o aparecimento de um tumor; mas se tiver um tumor néveo - tumores enegrecidos de pele em área de atrito (sola dos pés, área da cinta da calça, alça do sutiã), com essas lesões previamente existentes mais o atrito pode haver o aparecimento de uma lesão mais grave. Esse fator irritativo é representado nessa experiência pelo óleo de cróton, promotor, que vai fazer com que aquela lesão inicial comece a executar seu crescimento, a célula começa a se reproduzir. Grupo 3: também colocaram esse fator iniciador-hidrocarboneto aromático policíclico, deixando um intervalo sem fazer nada; depois aplicaram o fator irritativo, e também apareceu tumor, pois o fator inicial é irreversível e não importa o tempo que se demora em aplicar o fator irritativo. Neste grupo temos a ação do fator iniciador que leva a célula normal à célula tumoral, e num período de anos depois de haver sobre aquelas células novo fator e o aparecimento do tumor; todos nós podemos ter entrado em contato com um fator iniciador, mas não tivemos a promoção do crescimento. Grupo 4: primeiro aplicou-se o promotor e depois o fator iniciador; o tumor não se desenvolveu porque o fator irritativo não fez nada para as células; fez a irritação e as células responderam àquela irritação e voltaram a sua normalidade e após aplicou-se o fator iniciador, sendo que este tem que ser aplicado antes do atrito, e não depois, para que ocorra o desenvolvimento de tumor. Grupo 5: aplicou-se só o fator promotor (irritativo), portanto não houve aparecimento de tumor. Grupo 6: aplicou-se o fator iniciador e depois o fator promotor, mas em intervalos de tempo bastante espaçados entre as aplicações do promotor, não ocorrendo o aparecimento de tumor. Existe um nível limiar para os promotores; assim sendo, doses subliminares ou amplamente espaçadas não produzem efeito. Para que haja o crescimento das células tumorais tem que ter a ação de um agente inicial e depois de um tempo a continuidade dos fatores irritativos (promotor). A grande maioria dos tumores do organismo é explicada por essa situação, a chamada co-carcinogênese. Por isso que os tumores são na sua gênese, multipalpebrais; temos uma série de fatores envolvidos na formação de um tumor. A experiência explica não só a carcinogênese direta como também a carcinogênese em duas fases co-carcinogênese. Esses agentes que modificam a estrutura das células são chamados de agentes cancerígenos (iniciadores), e os agentes que fazem a promoção do crescimento são chamados de agentes co-carcinogênicos (promotores do crescimento). Ex.: O agente cancerígeno pode ou não levar a célula a uma destruição (matar a célula) ou levá-la a uma situação em que ela possa se regenerar e voltar à normalidade; o agente cancerígeno ligando-se ao DNA pode modificar definitivamente as células, e estas podem ir diretamente à formação do tumor ou esperar a ação de um agente promotor para desencadear a proliferação e chegar até o desenvolvimento de um tumor. Então podemos ter uma carcinogênese direta ou em duas fases: iniciação e com promoção do crescimento (co-carcinogênese). Há uma série de agentes pró-carcinogênicos, que tem a capacidade de fazer modificação da célula, mas não necessariamente a sua transformação direta, de célula normal em tumoral. Sabe-se que os inseticidas e fungicidas (principalmente estes que são usados nas lavouras) caracterizam-se como cancerígenos e são utilizados, pois serem lamentavelmente necessários. 2) CARCINOGÊNESE DA RADIAÇÃO: Além dos agentes químicos, são importantes as radiações, principalmente as ionizantes (passam por dentro das células, modificando sua estrutura elétrica e até química de determinados elementos), que são os raios ultravioletas, raios X, raios gama, e assim por diante; essas irradiações são responsáveis por mutações ao nível do DNA que podem causar o aparecimento de tumores. Os primeiros tumores observados pelas irradiações foram em minas de material radioativo, na Boemia Ocidental, onde os indivíduos que retiravam materiais não tinham proteção. Esse material radioativo existente na atmosfera onde o indivíduo estava. Era aspirado e ia para os pulmões, causando carcinomas brônquicos. Raio X: os próprios indivíduos que trabalham com raio X começaram a apresentar grande número de tumores. Quando se começou a utilizar o raio X não se sabia de todas as suas ações e trabalhavam sem proteção nenhuma, principalmente quando se fazia com fluoroscopia, isto é, o aparelho ligado sobre o paciente; quem estava trabalhando, olhando o que estava acontecendo diretamente (radiologista) começou a apresentar tumores de pele e também uma freqüência muito grande de leucemias (forma de tumor do Sistema Hematopoiético) e de linfomas. Principalmente neste sistema hematopoiético, porque estas têm uma regeneração muito grande, e as células que têm regeneração muito grande são células mais indiferenciadas e quanto mais indiferenciadas, mais sensíveis à ação das irradiações. A indiferenciação dá uma qualidade de reprodução, de regeneração, mas ao mesmo tempo esta célula é uma célula menos protegida. Quanto mais diferenciada, mais protegida. Isso também foi observado na bomba de Hiroshima e Nagasaki. Devido ao acidente nuclear de Chernobyl, na Rússia, 15 anos depois do acontecimento esperava-se que as incidências do carcinoma de tireóide aumentassem consideravelmente onde caíram essas irradiações sobre a população e o meio ambiente, porque um dos materiais lançados na atmosfera foi o iodo radioativo 131, que tem uma vida média longa; esse iodo vai para a natureza, animais, homem, principalmente através do leite e da carne e no momento que o iodo 131 entra no organismo é captado pela tireóide, e vai atuar sobre ela. Utilizou-se durante um período Toroprata como o melhor contraste radioativo para as vias biliares e intra-hepáticas, só que era absorvido ao nível das células hepáticas e ali continuava fazendo suas emissões radioativas com aparecimento de tumores hepáticos. Mais recentemente o buraco na camada de ozônio da atmosfera que faz aumentar radiação ultravioleta; nas pessoas que ficam mais expostas a essas radiações é maior o número de tumores que vão apresentar. 3) HORMÔNIOS (Agentes Promotores): Estrógenos são cancerígenos, pois são aqueles que nos levam a mais aparecimento de agentes promotores do crescimento. Possuem a capacidade de proliferação de células. A ação do estrógeno no endométrio é reprodução celular; os estrógenos, muito provavelmente, atuando sobre um campo propício levam à proliferação
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