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120 anos de Mário de Andrade

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DE OIHO tIA
l2O anos de
Escritor paulista foi
um dos pilares do
modernismo brasileiro
f]l| m 9 de outubro de tg93. nasceuH em SJu pauio o escriror Àlário
.!Êla"Andrade, um dos grandes
nomes do rnodernismo brasileiro. Inte-
lectual de múltiplas facetas, foi poeta,
romancista, contista, crítico literário.
teórico da arte, musicólogo e folcloris-
ta. Sob o pseudônimo de Mário Sobral,
publicou em 1917 seu primeiro lir.ro,I{á
uma Gota de Sangte ent Cada poema.
Em1922, com o escritor Oswald de
Andrade, a pintoraAnita Malfatti e ou_
tros, fez parte do grupo que idealizou a
Semana de Arte Moderna. Realizada no
Teatro Municipal de São paulo, a Sema_
na representou uma ruptura no cenário
artístico nacional: propôs libertar os ar-
tistas das rígidas regras clássicas então
dominantes e interagir com as influên-
cias estrangeiras contemporâneas, na
via de construir uma cultura brasileira
moderna. O movimento de 1922 deu as
bases para o desenvolvimento da arte
brasileira no século XX.
Durante o evento, Mário de Andra_
de declamou trechos de seu livro Á
Escrava Que Não É Isaura, ainda em
elaboração. Alguns meses depois, pu-
210 ., lrullrolDEs 2013 I 2. semestre
blicou uma de suas principais obras,
Patrliceía Desvaírada. No prefiicío
Interessantíssrmo do livro, expressar 
alguns dos princípios que deraà base
ao movimento modernista.
A obra mais conhecida de Mário de
Andrade, ptrblicada em 1928, é Macunaí-
ma. o Herói Sem Nenhum CarrÍrer. Nela.
com urna rbordagem inventiva, crítica
e irônica, o escritor se vale de mitos e
lendas indígenas para discutir a identi-
dade brasileira. Com a slra personagem-
L título, o autor questiona o nacionalismoI romântico, carregando nas tintas em
traços depreciár'eÍs. como a preguiça e
a nralan.lrrgcm. Esrcticamerrte, o livro
traz inovações: a linguagem oral (em
certo morneitto. a personagem ironiza
os paulisras, que fahrn de uma forma
e escrevem de outra) e elementos de
enredo de influência surrealista, cujas
situações fogem do real e se inspiramI ncls sonhos e no inconsciente.
Em sua vida, Mário de Andrade ocu-
pou rliversos cargos públicos ligados
à educaçâo e à cultura. Morreu em 25
de fer.ereiro de 1945, de um ataque do
coraçàcl, na cidade em que nasceu. trJ
ffia&rãm
de rtndrade
=
"No fundo do mato-virgem nas-
ceu Macunaíma, herói de nossq
gente. Erq preto retínto e filho do
medo da noite. Houve um momento
em que o silêncio foi tão grande
escutando o murmurejo do urarico-
era, que s índia tapanhumas pariu
uma criança feia. Essa crianca é
que chamiram de Macunaímà,
Já nameninícefez coisas de sa-
rapantan De primeiro pcssou maís
de sers anos nãofalando. Si o inci-
t dv qm a fa I ar e xcl amav a :
- 
Ai! que preguíça!...
e não dizia mais nada. Ficava no
eanto da maloca, trepado no jirau
da paxiuba, espianda o trsbalho dos
outros e principalmente os dois ma-
nos que tinha, Maanape já velhinho
e Jiguê naforça de hontem. O diver-
tímento dete erc decepar cabeça de
saúya. Vivía deitado'mas si pinha
os olftos em dinheiro, Macunaímct
dandava pra ganhar vintém.,,
fia(&íâífuà

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