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Apostila Sociologia 1°Semestre de Direito

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Sociologia ProfºCassio 
Anotações: Gustavo Baleroni 
Conteúdo 
1-Fundamentoa sociologia 
2-Principais representantes(conte,Durkheim,Weber,Marx) 
3-Processos sociais 
4-Instituiçôes sociais(Familiar,Educacional,Relegiosa,Politica) 
Estantevirtual.com.br 
Livros 1-Cristina Costa Sociologia:Introdução a sociedade 
2-Lakatos,Eva Maria Marconi,Maria Andrade Sociologia Geral 
 
10/02/15 
 Surgimento da Sociologia 
Ciência Social -Sociologia-Sociedade 
 -Antropologia-Cultura 
 -Ciência Politica-Poder 
 
‘’Quando, em algum país, o governo comete injustiças, então o único lugar onde um 
cidadão honesto pode viver é na cadeia’’ Thoreau, místicos e poeta americano. 
Trabalho: para 17/3 
Conceitos para a compreensão da vida social 
-Convívio Social 
a) Physis-Natureza(homem sociedade) 
A Natureza é: Natural, necessária e contínua. 
 
 
b)Nómos-ordem/convenção 
 
‘’Amor por princípio, ordem por base e o progresso por fim.’’ 
 
Auguste Comte: 1798-1857 Positivismo 
1)Darwinismo social 
2)Física Social 
3)Lei de três estágios 
4)Mudança social- Dinâmica- Estático 
5)Organicismo 
 
Émile Durkheim: 1858-1917 
1)O fato social 
2)Objetividade do Fato social 
3)sociedade: Organismo em adaptação 
4)A consciência coletiva 
5)Solidariedade mecânica e solidariedade orgânica 
 
Max Weber: 1864-1920 
1)Sociedade numa perspectiva histórica 
2)A ação social-Ação com sentido 
3)A tarefa do cientista 
4)O tipo ideal 
5)A ética protestante e o espírito do capitalismo 
 
 
CONCEITOS BÁSICOS PARA A COMPREENSÃO DAVIDA 
SOCIALSOCIALIZAÇÃO E SOCIABILIDADE 
O homem precisa do seu semelhante para sobreviver; 
Sociabilidade: 
capacidade de viver em sociedade; 
Socialização: 
integração, assimilação das regras sociais; 
Contatos sociais: 
primeiro passo para que ocorra qualquer associação humana. Ex: compras, bate 
papo, educação etc. 
Tipos de contatos sociais 
• 
Contatos primários: 
contatos pessoas e que tem uma forte base emocional; (família) 
• 
Contatos secundários: 
contatos impessoais, calculados, formais. (cobradores de ônibus) 
Efeitos: 
as pessoas desenvolvem tipos de vida diferentes a depender dos contatos sociais. EX: 
Lavrador – Executivo 
Atualmente: 
d i m i n u i ç ã o d o s c o n t a t o s p r i m á r i o s e aumento dos contatos 
secundários 
CONVÍVIO SOCIAL, ISOLAMENTO E ATITUDES 
O con v ív io s o c i a l só é po ss ív e l a t r av és d os co n t a t os sociais: sua 
ausência caracteriza o isolamento social. São influenciadores do isolamento social: 
• 
Atitudes de ordem social: preconceitos de cor, religião, sexo e etc. 
• 
A t i t u d e s d e o r d e m i n d i v i d u a l : t i m i d e z , desconfiança, e 
etc. 
COMUNICAÇÃO: 
A c o m u n i c a ç ã o é v i t a l p a r a a c o n v i v ê n c i a e p a r a a existência 
humana; A principal forma de comunicação é a linguagem; Os meios de 
comunicação foram se aperfeiçoando com o passar do 
tempo.A tu a lm en t e a i n t e rn e t é a m ai o r r ed e d e com un i cação mundial; 
INTERAÇÃO SOCIAL 
Interação social: 
q u a n d o h á u m a m o d i f i c a ç ã o d e comportamento, idéias e 
atitudes que resulta de contatos socais, comunicação e etc. 
Pode ser: 
Pessoa _____PessoaPessoa _____GrupoGrupo______Grupo Pode ser também que: haja 
influência de um sobre o outro(recíproca); E também aquela em que só um influencia: 
ex: Televisão, livros e etc. A interação social quando efetivada recebe o nome derelação 
social. 
PROCESSOS SOCIAIS 
• 
Indica uma interação social, movimento, mudança . 
Tipos: Pro cesso s as s o c i a t iv os : 
co op e r ação , a comod açã o , associação; 
Processos dissociativos: 
competição e conflito; 
COOPERAÇÃO: 
f o r m a d e i n t e r a ç ã o s o c i a l n a q u a l diferentes pessoas 
ou grupos trabalham juntos para um mesmo fim. Pode ser: Direta e indireta. 
COMPETIÇÃO: 
é um a r e l ação d es a r m ôni ca , em q u e pelo menos uma das espécies envolvidas 
é prejudicada. EX: Comércio, vestibular, 
escola, N em t od os po d em o b t e r o s m el ho r e s l u ga r es n a es fe r a social e 
isso gera fortes competições. 
CONFLITO: 
é quando a competição assume proporções maiores e levam aos conflitos 
envolvendo os indivíduos ou grupos sociais. Conflito social é um processo através 
do qual o homem provoca as mudanças sociais. 
Acomodação: 
a c e i t a ç ã o d a “ d e r r o t a ” e m f u n ç ã o d a sobrevivência do grupo. 
Aceitação da vontade do grupo vencedor. EX: Venezuela. O conflito só desaparece 
com a acomodação. 
ASSIMILAÇÃO: 
é a solução definitiva e tranquila dos conflitos sociais. Processo de ajustamento 
pelo qual os indivíduos ou grupos diferentes se tornam mais semelhantes. Ex: imigrante; 
conversão (política e religiosa) 
 
 
 
Materia prova. Reinaldo Dias 
A revolução industrial e o surgimento do social como ploblema 
 
Cristina costa o que fala de 
Comte- Durkheim- Weber- Marx 
Mestres das Ciências Sociais 
MESTRES DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
A Sociologia e as demais ciências sociais têm sido consideradas produtos da 
Revolução Industrial e da Revolução Intelectual. O progresso industrial capitalista 
demandou um notável desenvolvimento da ciência e da técnica. Inúmeras pessoas 
dedicaram longos anos a estudar a vida em sociedade, procurando descobrir seus 
segredos e tornar mais claras as relações que existem entre os homens. 
 Segue a baixo uma apresentação das principais idéias e biografia de Comte, Marx, 
Weber e Durkheim: 
 
Auguste Comte (1798-1857) : Isidore Auguste Marie François Xavier Comte, 
filósofo e matemático francês, foi o fundador do Positivismo e pai da Sociologia, 
criou uma nova ciência para estudar a humanidade, chamou-a de física social, em 
1828. Em 1839, mudou o termo para Sociologia. 
Em 1826, começou a elaborar as lições do Curso de Filosofia Positiva. 
Em 1842, publicou sua grande obra: Curso de Filosofia Positiva, constituída de seis 
volumes. A partir de 1846, toda sua obra passou a ter um sentido religioso, deixou 
de ser católico e fundou a Religião da Humanidade, mudando as teorias 
reacionárias da Igreja da época. 
Para Comte, a Sociologia procura estudar e compreender a sociedade, para 
organizá-la e reformá-la depois. Os estudos da sociedade deveriam ser feitos com 
espírito científico e objetividade. 
Positivismo é a doutrina criada por Augusto Comte que sugere a observação 
científica da realidade, cujo conhecimento viabilizaria o estabelecimento de leis 
universais para o progresso da sociedade e dos indivíduos. Comte acreditava ser 
possível observar a vida social por meio de um modelo científico, interpretando a 
história da humanidade, e a partir dessa análise, criar um processo permanente de 
melhoria e evolução. Para Comte o homem passa por três estágios na vida: estado 
teológico, estado metafísico e estado positivo – a lei dos três estados. 
No estado teológico ou fictício a explicação dos fatos decorre de vontades análogas 
à nossa (a tempestade, por exemplo, será explicada por um capricho da natureza 
do dos ventos). Este estado evolui do fetichismo ao politeísmo e posteriormente ao 
monoteísmo. 
No estado metafísico o homem projeta espontaneamente sua própria psicologia 
sobre a natureza. 
Já no estado positivo, contenta-se em descrever fatos, não procurando muitas 
explicações. Baseia-se nas leis positivas da natureza que nos permite, quando um 
fenômeno é dado, prever o próximo fenômeno e eventualmente agindo sobre o 
primeiro transformar o segundo. 
Para Comte, a lei dos três estados não é somente verdadeira paraa história da 
nossa espécie, ela é também para o desenvolvimento de cada indivíduo: A criança 
dá explicações teológicas ao mundo, o adolescente é metafísico, ao passo que o 
adulto chega a uma concepção positivista das coisas. 
CustomValidatPlease insert at least one tag O lema da Bandeira Nacional “Ordem e 
Progresso”, criado por Benjamin Constant, é de inspiração comtista. 
Karl Marx (1818-1883) : Filósofo e economista alemão, estudou na Universidade 
de Berlim, interessando-se pelas idéias do filósofo Hegel. Em 1842 assumiu o cargo 
de redator-chefe do jornal alemão Gazeta Renana, onde tinha uma postura política 
de um liberal radical. Em Paris conheceu Friedrich Engels, com quem escreveria 
vários ensaios e livros. 
Em 1847, redigiu com Engels o Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria 
revolucionária, que mais tarde seria chamado marxismo. No Manifesto, Marx 
convoca o proletariado à luta pelo socialismo. 
Os primeiros socialistas foram chamados por Marx de utópicos porque, apesar de 
criticarem o capitalismo e promoverem vários modelos de socialismo comunitário, 
não indicaram com clareza o caminho para a sociedade como um todo. Karl Marx, 
ao contrário, procurou interpretar o movimento geral da sociedade através do 
materialismo histórico ou dialético, e realizou a mais profunda análise do 
capitalismo feita até hoje, sem deixar de indicar caminhos para a ação política. 
Fundou em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores, chamada depois 
de Primeira Internacional dos Trabalhadores com objetivo de organizar a conquista 
do poder pelo proletariado em todo o mundo. Em 1867, publicou o primeiro volume 
de sua obra mais importante, O Capital, em que faz uma crítica ao capitalismo e à 
sociedade burguesa. 
Marx é o principal idealizador do socialismo e do comunismo revolucionário. O 
marxismo, conjunto de idéias político-filosóficas, propunha a derrubada da classe 
dominante, através de uma revolução do proletariado, criticava o capitalismo e seu 
sistema de livre empresa. Propunha uma sociedade na quais os meios de produção 
fossem de toda a coletividade. 
Èmile Durkheim (1858-1917) : Sociólogo francês, lecionou Sociologia e 
Pedagogia na Sorbonne de Paris. É considerado o fundador da sociologia moderna, 
foi um dos primeiros a estudar mais profundamente o suicídio, que, segundo ele, é 
praticado na maioria das vezes em virtude de desilusão do indivíduo com relação ao 
seu meio social. 
Para Durkheim, o objeto da sociologia são os fatos sociais, os quais devem ser 
estudados como coisas. Os fatos sociais consistem em maneiras de agir, de pensar 
e de sentir exteriores ao indivíduo. 
A sociedade não é simples soma de indivíduos, e sim sistema formado pela 
associação, que representa uma realidade específica com seus caracteres próprios. 
Nada se pode conduzir de coletivo se consciências particulares não existirem, é 
necessário que as consciências estejam associadas, combinadas de determinada 
maneira. 
O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios : 
1. A Sociologia é uma ciência independente das demais Ciências Sociais e da 
Filosofia. 
2. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos. 
3. A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que o 
antecedem. 
4. Todos os fatos sociais são exteriores ao indivíduo, formando uma realidade 
específica. 
Segundo Durkheim, o homem é um animal que só se humaniza pela socialização. 
Suas principais obras: A divisão do trabalho social (1893), As regras do método 
sociológico (1894), O suicídio (1897). 
Max Weber (1864-1920) : Sociólogo alemão, foi professor de economia e 
participou da comissão que redigiu a Constituição da República de Weimar. Weber é 
considerado um dos mais importantes pensadores modernos, fundou a disciplina 
chamada Sociologia da Religião. 
Para Weber, o objeto da Sociologia é o sentido da ação humana individual que deve 
ser buscado pelo método de compreensão, baseado no estudo da mente humana. 
Max Weber concebeu a pessoa humana como um ser capaz de agir e que não é 
passivo frente às forças da natureza. A sociedade para Weber, constitui um sistema 
de poder, pois as relações cotidianas, de classes, empresarial, por exemplo, se 
deparam com o fato de que o indivíduo tem condição de impor sua vontade a 
outros. Weber elabora os fundamentos de uma sociologia compreensiva ou 
interpretativa. 
Ao contrário de Durkheim, Weber não pensa que a ordem social tenha que se opor 
e se distinguir dos indivíduos como uma realidade exterior a eles, mas que as 
normas sociais se concretizam exatamente quando se manifestam em cada 
indivíduo sob a forma de motivação. E Weber distingue quatro tipos de ação social 
que orientam o sujeito: 
· a ação racional com relação a um objetivo, como, por exemplo, a de um 
engenheiro que constrói uma estrada, onde a racionalidade é medida pelos 
conhecimentos técnicos do indivíduo visando alcançar uma meta. 
· a ação racional com relação a um valor, como um indivíduo que prefere morrer a 
abandonar determinada atitude, onde o que se busca não é um resultado externo 
ao sujeito mas a fidelidade a uma convicção. 
· a ação afetiva, que é aquela definida pela reação emocional do sujeito quando 
submetido a determinadas circunstâncias. 
· a ação tradicional que é motivada pelos costumes, tradições, hábitos, crenças, 
quando o indivíduo age movido pela obediência a hábitos fortemente enraizados em 
sua vida. 
Weber vê como objetivo primordial da sociologia a captação da relação de sentido 
da ação humana, ou seja, chegamos a conhecer um fenômeno social quando o 
compreendemos como fato carregado de sentido que aponta para outros fatos 
significativos. O sentido, quando se manifesta, dá à ação concreta o seu caráter, 
quer seja ele político, econômico ou religioso. O objetivo do sociólogo é 
compreender este processo, desvendando os nexos causais que dão sentido à ação 
social em determinado contexto. 
Principais obras: A ética e o espírito do capitalismo (1905), Economia e sociedade 
(1922) publicada após sua morte. 
 
Este artigo vem apresentar dos aspectos primordiais para uma reflexão do indivíduo em 
sociedade e abordar uma interpretação e análise dos principais aspectos do surgimento do 
problema social na abordagem sociológica com o advento da Revolução Industrial. 
Portanto, a sociologia, segundo o dicionário filosófico de RUSS (1994, p. 277), é um termo 
criado por Auguste Comte a parti da palavra latina socius, social, e da palavra grega logos, 
estudo, ciência. Ou seja, é o estudo social, mas particularmente Ciências dos fenômenos 
sociais. Entretanto, conforme Vila Nova (2000), a sociologia nasceu como tentativa de 
buscar soluções racionais, cientificas, de acordo com a pretensão de Comte, para os 
problemas sociais resultantes da Revolução Industrial e de decomposição da ordem social 
aristocrática na França do inicio do século XIX. 
 
O surgimento da sociologia não é obra de um só homem, representa a conseqüência de 
um processo histórico, intelectual e científico que teve com sua máxima no século XVIII. 
Ocorreu num contexto histórico especifico, que coincide com a desagregação da 
sociedade feudal e a conseqüente consolidação da sociedade capitalista. A Revolução 
Francesa arruinou as instituições que davam legitimidade a um sistema político e 
econômico em decadência. Tratava-se de uma revolução comandada pela burguesia que, 
dotada de poder econômico, exigia o poder político. Finalmente a Revolução Francesa é o 
marco de uma nova era, em que a crença na razão humana supera qualquer tradição 
religiosa. O homem seria, em si mesmo, capaz de compreender qualquer coisa, inclusive a 
sociedade.É, pois, num momento de intensa racionalidade que faz sentido acreditar numa 
Ciência Social. 
 
De fato, se a França foi o berço da sociologia através de Comte e Durkheim, também é 
verdade que a Revolução Francesa foi, ao lado da Revolução Industrial, um dos mais 
importantes pilares das condições sociais para a emergência desta disciplina. Portanto, 
“são os acontecimento desencadeados pelas duas revoluções desse século que 
possibilitaram o aparecimento da Sociologia” (DIAS, 2004, p. 20). De forma clara e 
expressiva, esta revolução mostrou que a ordem social vigente não é eterna, nem 
inquestionável, dando aos homens a certeza de que são agentes criativos, fazendo à 
História. 
 
Combinando o uso da razão e da observação os pensadores do iluminismo analisaram 
vários aspectos da sociedade. Seu objetivo, ao analisar as instituições da época, era 
demonstrar que elas eram irracionais e injustas, e que impediam a liberdade dos homens. 
“Se impediam a liberdade do homem deveriam ser eliminadas” (DIAS, 2004, p. 21). Esse 
tais pensamentos revolucionários levaram a terem um importante papel na Revolução 
Francesa de 1789. 
 
Como conseqüência da Revolução Industrial, principalmente profundas mudança no 
campo social, as cidades cresceram enormemente com o afluxo de massa de camponeses 
atraídas para o trabalho nas fabricas, surgindo uma nova classe social, o proletariado 
industrial. A sociologia surgiu em grande medida em decorrência doa abalos na sociedade 
provocada por esta revolução. Uma outra circunstância que contribuiu para o surgimento 
da sociologia foi à evolução das formas de pensamento e que somadas aos problemas 
advindo da rápida industrialização possibilitou seu aparecimento. Conforme Dias (2004, p. 
21), 
 
Essa evolução do pensamento humano, levando-o a utilizar razão para um livre 
exame da realidade, inclusive a social, juntamente com os problemas originados 
pela revolução industrial foram as duas principais circunstâncias que possibilitaram 
o surgimento da Sociologia. Quem em seu início preocupou-se em “organizar” a 
Sociedade. 
 
A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas, com profundo 
impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra no 
século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX. Ao longo do processo, a era 
agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação 
entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu 
o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos. Essa transformação foi possível 
devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de 
capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o 
sistema econômico vigente. 
 
A revolução Industrial foi essencial para a formação do que hoje entendemos por 
sociedade moderna, e, com efeito, é importante pensar a Sociologia sem ela. A força da 
expansão comercial acarreta uma ruptura com a crença fundamental daquele período. 
Entretanto, se antes a Igreja Católica dava as bases de um pensamento místico e mesmo 
mágico, agora a racionalização do Iluminismo a substitui, tornando possível uma 
mentalidade que põe sucesso e dinheiro em pé de igualdade. 
 
A crescente demanda por matérias-primas para a indústria têxtil leva à expansão interna 
da atividade pecuarista e é graças ao cercamento das terras comunais que há a expulsão 
de um enorme contingente de mão de obra do meio rural para a cidade. Portanto, esta 
expulsão será responsável pela liberação de um numeroso grupo de despossuídos que se 
sujeitará às precárias condições de uma indústria nascente. A Revolução Industrial se 
apresenta como o ápice da modernidade, tornando a Inglaterra palco de uma das suas 
mais cruéis conseqüências: o aparecimento de uma massa de despossuídos expõe os 
primeiro problemas modernos à sociedade da época. É na tentativa de resolver estas 
questões que nascem os sociólogos e a Sociologia. 
 
O Objeto de Estudo dos Sociólogos: uma abordagem preliminar da Sociologia. 
 
A Sociologia como disciplina surgiu no século XIX, quem consagrou o uso da palavra 
Sociologia foi Augusto Comte, no ano de 1839, que a utilizou em substituição da 
expressão física social, por denominar essa nova ciência e definir o seu campo de 
trabalho, comte é considerado o “pai” da Sociologia”. Uma ciência caracteriza-se pelo seu 
objeto de estudo e pelos seus métodos. Quanto à Sociologia, o seu objeto se encontra no 
exame dos fenômenos coletivos, através de teorias e métodos próprios. Mais nem todos 
os teóricos estão de acordo com relação ao objeto de estudo, envolvendo uma 
diversificação teórica. Podemos destacar duas notáveis conceituações nas teóricas de 
Durkheim e Max Weber. 
 
Durkheim – formulou com firmeza e convicção com conteúdo afirmativo que fortemente 
repercutiu nas interpretações sociológicas. Qualificou, com efeito o fato social com uma 
“coisa”, e proclamou com louvor que, para estudá-lo, fossem aplicados os métodos e 
processo, isto é, os recursos experimentais empregados nas ciências exatas. Para a 
explicação do fato social havia a necessidade de investigação das causas sociais e não 
meramente históricas, psicológicas e biológicas. Ele apresentou uma definição clara, em 
defesa do seu ponto de vista: “É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de 
exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma 
sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações 
individuais que possa ter” (Durkheim apud Lakatos, 1999, p. 68). 
 
Marx Weber – a sociologia na sua interpretação, é uma ciência que tem por objetivo 
compreender claramente a conduta humana e fornecer explicação causal de sua origem e 
resultados. Se são as atitudes que explicam a conduta social, faz-se necessário pesquisar 
a natureza e a operação desses fatores, levando-se em consideração, principalmente, 
serem estas atitudes afetadas ou modificadas por motivos e ações de outros indivíduos. 
Padrões e categoria de validade sociológica revelar-se-iam através da atividade do 
indivíduo em suas relações com outras pessoas. A conduta social seria, então, o caminho 
para a compreensão da situação social e o entendimento das intenções. 
 
Portanto, a compreensão social deve desenvolver a análise dos efeitos que o ser humano 
procura conseguir. A ação humana para Marx, “é social à medida que, em função da 
significação subjetiva que o indivíduo ou os indivíduos que agem lhe atribuem, toma em 
consideração o comportamento dos outros e é por ele afetada no seu curso” (Rocher apud 
Lakatos, 1999, p. 74). 
 
Alguns autores dizem que é uma ciência da sociedade, outros, que seu objeto é o estudo 
dos fenômenos sociais, das instituições, das relações humanas, etc. Entretanto, mesmo 
havendo diferentes interpretações e definições, há uma concordância mais ou menos 
generalizada de que o conteúdo essencial da sociologia seja o estudo das relações e 
interações humanas. 
 
O Surgimento Do Problema Social Na Abordagem Sociológica Com O Advento Da 
Revolução Industrial. 
 
Na análise social ocorreu uma grande concentração humana nas cidades inglesas devido 
às profundas transformações que estavam ocorrendo nos campos. A agricultura inglesa do 
século XVII vinha passando por uma profunda reestruturação. O processo conhecido como 
enclosures “cercamento” buscava maior produtividade no campo, tendo o lucro como 
objetivo principal. Este sistema levou uma grande massa de camponeses à miséria, sendo 
forçado a abandonar suas terras em busca de trabalho nas cidades que estavam emfranco crescimento. Como conseqüência dessas mudanças no campo, as cidades 
cresceram enormemente devido ao afluxo das massas de camponeses atraídos para o 
trabalho nas fábricas, formando o proletariado industrial. Entre 1790 e 1841, em 50 anos, a 
cidade de Londres passou de 1 milhão de habitantes a perto de 2,5milhões, cerca de 150 
%. Portanto, conforme Dias (2004) este rápido processo de urbanização provocou a 
degradação do espaço urbano anterior, do meio ambiente, e a destruição dos valores 
tradicionais. 
 
As condições de habitação se agravaram com o surgimento de problemas novos, tais 
como: a contaminação da água e do ar, acumulação de detritos humanos e o lixo urbano e 
industrial. Por conseguinte, ocorria uma monstruosa exploração do homem pelo homem 
nas fabricas, onde se trabalhava em jornadas de mais de 16 horas por dia e levando em 
consideração a exploração de crianças e mulheres por salários ultrajantes, denegrindo 
totalmente a dignidade humana, vivendo em precárias condições de habitação, em sua 
maioria vivendo em casas sujas, superlotadas e sem as mínimas condições de infra-
estrutura como água e esgoto que eram jogados a céu aberto. 
 
Essas condições urbanas provocaram problemas sociais gravíssimos advindo da rápida 
urbanização: doenças, ausência de moradia, prostituição, alcoolismo, suicídios, 
infanticídios, violência (crimes contra a vida), surtos de epidemias de tifo, cólera e etc. 
Essa profundidade das transformações em curso colocava para os filósofos da época a 
sociedade num plano de análise, ou seja, por se constituir num problema, tornava-se 
objeto de estudo. Fica evidente porque emergiu com bastante intensidade a reflexão da 
questão social com o advento da nova ordem econômica da época da revolução industrial 
e com o seu decorrer. 
 
As mudanças que ocorreram no século XVIII e se estenderam ao século XIX caracterizam-
se. E este processo, que é uma série de traços, ou tendências gerais que diferenciam do 
sistema anterior tais como: 
 
a) substituição progressiva do trabalho humano por máquinas – a máquina assume 
funções desempenhada pelo homem, multiplicando a capacidade deste, e executando 
com vantagem tarefas que antes eram exercidas por muitos indivíduos; 
 
b) a “divisão do trabalho” e a necessidade de sua coordenação – o trabalhador operário se 
especializava cada vez mais na área no sistema fabril, sofrendo com o tempo o 
empobrecimento na sua qualificação em comparação com o artesão que realizava todo o 
processo produtivo. Com a introdução das máquinas, impulsionou a organização racional 
das tarefas produtivas, ordenando a divisão do trabalho. O aumento da produtividade se 
originou da organização do trabalho, e não do aumento da habilidade individual. Como 
conseqüência, houve um empobrecimento intelectual do operário, por realizar tarefas cada 
vez mais repetitivas e a facilidade para realizar-lás. Conforme Dias (2000, p. 19) “com a 
divisão e especialização do trabalho, e o conseqüente empobrecimento intelectual do 
trabalhador, crianças e mulheres sem nenhum preparo poderiam ser empregadas com 
salários inferiores” o que facilitou a introdução no trabalho fabril de mulheres e crianças; 
 
Para aumentar a produtividade social e desenvolver as forças produtivas, o homem foi 
organizando a produção junto com seus semelhantes, distribuindo tarefas e vantagens 
concedidas entre os membros da sociedade. Portanto, foi o ponto de partida do processo 
de divisão do trabalho, entre homens e mulheres. Depois a divisão entre a agricultura e 
criação de animais, entre o campo e a cidade, entre a produção agrícola e industrial, entre 
o comércio e serviços e etc. Portanto, a divisão do trabalho é parte do conjunto das forças 
produtivas. 
 
Esta organização de produção advém da capacidade humana de racionalizar tarefas no 
sentido do aumento da produtividade social. Ambas, a divisão do trabalho e forças 
produtivas, ao mesmo tempo determinam-se e são determinadas uma pela outra. 
A divisão do trabalho não é simplesmente divisão de tarefas, ela é também a expressão da 
existência de diferentes formas de propriedade no seio de uma dada sociedade num dado 
tempo da história humana. Portanto, as relações de propriedade dizem respeito aos tipos 
de relações sociais predominantes numa sociedade a partir dos tipos de propriedades 
vigorante. Conforme o pensar de Marx, a divisão social de trabalho dar a entender numa 
separação básica: de um lado os instrumentos ou meios utilizados para o trabalho e de 
outro o próprio trabalho. 
 
O que isso significa? Conforme Marx, no processo de divisão do trabalho social nem 
sempre os homens que possuem os meios para realizar o trabalho trabalham e nem 
sempre os que trabalham possuem esses meios. Portanto, as relações de propriedade são 
à base das desigualdades sociais. Por quê? Porque na medida em que a divisão do 
trabalho possibilitou a existência de homens que trabalham para os outros, porque o fazem 
com os meios dos outros, e de homens que não trabalham porque têm meios e podem 
fazer com que outros trabalhem para si. Portanto, todo esse pensar de Marx e Engels, 
denominou o nome de “relações sociais de produção”, que é o modo específico de 
organização do trabalho e da propriedade. 
 
c) mudanças culturais no trabalho – os novos trabalhadores das indústrias ainda 
mantinham os hábitos adquiridos nas anteriores formas de trabalho agrícola e no ambiente 
doméstico. Ao invés do autocontrole, os trabalhadores “operários-fabris” tinham que se 
sujeitar a supervisão e controle externo exercido pelos empresários, de forma direta ou 
através de capatazes. O fator “disciplina” assume um papel fundamental na nova forma de 
organização no sistema industrial, não só pelo aspecto cultural - com a necessidade de 
desenvolvimento de novos hábitos – mas pelo fato de que para a incrementar há 
necessidade de harmonização e articulação dos indivíduos isolados ; 
 
d) produção maciça de bens – com a intensa mecanização possibilitou uma maior 
velocidade na geração de produtos, que apresentaram uma homogeneização, ou seja 
mais idênticos. Fazendo que os produtos se torne mais barato, possibilitando ser vendido 
em maiores quantidades; e 
 
e) surgimento de novas funções: empresário e operário e etc – surge novos papéis sociais, 
principalmente o do empresário e operário. O empresário é o detentor dos meios de 
produção e precisa de mão-de-obra para realizar o processo produtivo. O operário é o 
portador da força de trabalho, fator essencial para a produção industrial. Acontece que 
existe uma interdependência recíproca entre ambos. Fator fundamental de distinção da 
nova sociedade que se inicia. “Marx, por exemplo, caracteriza esse dois grupos sociais 
como classes fundamentais da sociedade capitalista” (apud DIAS, 2004, p. 20). 
 
Uma Reflexão do Indivíduo e a Sociedade 
1. O Ser Humano como Ser Social 
O homem sempre viveu em grupos, se realizamos uma pesquisa sobre a história humana 
desde os tempos mais remotos, verificaremos esta proposição. É a vida em grupo que 
transforma o animal homem em um ser humano. Sem contato com o grupo social, o 
homem dificilmente pode desenvolver as características que chamamos humanas. 
Conseqüentemente, podemos afirmar que o grupo social, a sociedade, precede o 
indivíduo, sendo o ser humano um produto da interação social. 
 
Seja por um ou por outro motivo, pode-se dizer que a socialização é um processo de 
aprendizagem, ou mais precisamente: “SOCIALIZAÇÃO, que é o processo pelo qual, ao 
logo da vida, a pessoa aprende e interioriza os elementos socioculturais de seu meio, 
integrando-os na estrutura de sua personalidade sob influência de experiências e agentessociais significativos, e adaptando-se assim ao ambiente social em que vive” (Lakatos 
apud Bernardes, 1995, p. 36). 
 
2. O Indivíduo e as Interações Sociais – Tipos de Relações Sociais 
A grosso modo, a interação social é à ação recíproca de idéias, atos ou sentimentos entre 
pessoas, entre grupos ou entre pessoas e grupos. A base de toda vida social é a interação 
social. A interação implica modificações do comportamento das pessoas ou grupos que 
dela participam. Sendo ela responsável pela socialização dos indivíduos e também pela 
formação da personalidade. Para que a interação social se processe é necessário que 
haja contato social entre os indivíduos. O simples contato físico não basta. Importante é 
que como resultado desse contato e da comunicação que se estabelece entre eles, ocorre 
uma modificação de comportamento das pessoas envolvidas. 
 
Às diferentes formas que a interação social pode assumir nós denominamos de relação 
social. Que podem ser de vários tipos: culturais, econômicas, religiosas, políticas, 
pedagógicas, familiares e etc. 
 
Os Processos Sociais Básicos: Cooperação; Competição; Acomodação; Assimilação e o 
Conflito 
Os processos sociais são à interação repetitiva de padrões de comportamento comumente 
encontrados na vida social. São maneiras diversas que os indivíduos e/ou os grupos se 
relacionam. Os principais processos sociais básicos são: 
 
Cooperação: que consiste sempre numa ação comum para realizar determinado fim. É 
uma forma de interação, em que diferentes indivíduos e/ou grupos trabalham juntos para 
um fim comum. A divisão do trabalho é uma forma importante de cooperação, e pressupõe 
que cada indivíduo e/ou grupo realiza um trabalho diferente para manutenção da 
sociedade. 
 
Competição: é um processo social que ocorre com os indivíduos e/ou grupo social, e que 
consiste na disputa consciente ou inconsciente por determinado objetivo ou por bens e 
vantagens sociais limitadas em número e oportunidade (bens escassos). Na sociedade 
vigente – a capitalista – os indivíduos são estimulados a competir em todas as suas 
atividades, seja na família, na escola, no emprego, no lazer e etc. Entretanto, quando a 
competição se torna altamente consciente, e há hostilidade deliberada, a mesma se torna 
rivalidade. Da rivalidade pode ser gerado o conflito. 
 
Conflito: é um processo pelo qual indivíduo(s) e/ou grupos procuram recompensas pela 
eliminação ou enfraquecimento dos competidores. Na sua forma mais extrema o conflito 
leva à eliminação total dos oponentes. Os indivíduos e/ou grupos em conflito têm 
consciência de suas divergências, existindo entre eles rivalidade, crítica fortemente 
carregada de emoção, muitas vezes o ódio e apresentam como primeiro impulso a 
destruição do adversário. 
 
Acomodação: é um processo pelo qual o individuo e/ou grupo se ajustam a uma situação 
conflitiva sem terem admitido mudança importantes nos motivos que deram origem ao 
conflito. Consiste em criar acordos temporários entre os oponentes. A acomodação pode 
ter vida curta ou pendurar durante séculos. Na realidade a acomodação só encobre ou 
provoca a diminuição do conflito, não o elimina. Somente com a assimilação desaparece a 
situação de conflito. 
 
Assimilação: é um processo que implica que os indivíduos ou grupos alterem 
profundamente suas maneiras de pensar, sentir e agir. É um processo longo e complexo, 
que garante uma solução permanente para os conflitos. A assimilação é o processo que 
surge se a acomodação teve êxito e perdurou, o que acabará afetando, além do 
comportamento exterior, os hábitos e costumes daqueles que se acomodaram. A 
assimilação é um processo profundo e durável, no qual os valores e as atitudes são 
partilhados por pessoa e/ou grupos que eram diferentes, e que se tornam semelhantes. 
 
3 O Processo de Socialização 
Ao nascer o indivíduo possui apenas potencialidades de tornar-se humano. Ao interagir 
com outros, passa por varias experiências, e vai sendo socializado. Conforme Dias (2004, 
p. 38) “ esse processo, através do qual o ser humano vai aprendendo o modo de vida de 
sua sociedade, desenvolvendo a capacidade de funcionar como indivíduo e como membro 
do grupo é que denominamos socialização. 
 
A socialização, podemos definir como sendo a aquisição das maneiras de agir, pensar e 
sentir próprios dos grupos, da sociedade ou da civilização em que o indivíduo vive. A 
socialização do individuo numa dada sociedade permite que ele adquira uma 
personalidade própria, que o diferencia dos demais e ao mesmo tempo o identificará com 
do seu grupo social. Assim, cada indivíduo é socializado de tal modo que sua 
personalidade é ao mesmo tempo muito parecida com dos outros em sua sociedade e em 
outro sentido possui diferenças que o torna único. A personalidade é o sistema de 
tendências do comportamento total de uma pessoa. 
 
4 Cultura e Socialização 
O processo de socialização é um processo profundamente cultural. Tudo que é 
socialmente aprendido e partilhado pelos membros de uma sociedade é cultura. Essa 
definição ampla inclui os conhecimentos, as crenças, a arte, a moral, os costumes e outras 
capacidades e hábitos adquiridos em sociedade, e essa aquisição é obtida pelo processo 
de socialização. Aprendemos os costumes, as crenças, hábitos de nosso povo através da 
socialização. Adquirimos cultura através da socialização. 
 
5 Regulamentação e Controle Social 
Os Valores 
Em toda sociedade há um certo consenso entre seus membros do que é feio e bonito, bem 
ou mal, agradável e desagradável, honrado e vergonhoso. Os valores variam com as 
civilizações e, no interior de uma mesma civilização, com os grupos, camadas e classes 
sociais. Do mesmo modo os valores variam com o tempo numa mesma civilização e nos 
mesmos grupos sociais. Os valores é que determinam numa civilização aquilo para o qual 
vale a pena viver e, eventualmente, morrer. Os valores organizam-se num “ideal” que a 
sociedade impõe aos seus membros. Tal ideal orienta os pensamentos e os atos dos 
indivíduos. 
 
Símbolos Sociais 
São instrumentos que a sociedade ou grupos sociais utilizam para promover a 
conformidade da maioria dos seus membros aos seus padrões de valor e comportamento. 
Símbolos Sociais são fenômenos físicos, pessoas ou atos, pelos quais os membros de 
uma sociedade identificam valores e padrões sociais. 
 
 
Normais e Costumes 
Quando os valores que apresentamos na seção anterior se transformam em normas e 
costumes asseguram a regulamentação da vida dos indivíduos e dos grupos de uma 
sociedade. Entendemos uma norma como uma obrigação social a que o indivíduo está 
submetido. Podemos dizer que as normas são idéias muito fortes do que é certo e do que 
é errado, as quais exigem dos indivíduos certos atos e proíbem outros. Há duas categorias 
importantes de normas. Aquelas que estão codificadas no Direito e sancionadas pelo 
Poder Público e aquelas que estão ritualizadas nos costumes e comportamentos 
costumeiros. 
 
Diferença entre Opinião Comum e Norma 
A opinião comum pode ser objeto de discussão num grupo, enquanto a norma não. 
Exemplificando, se uma opinião comum torna-se cada vez mais forte, todos se 
compenetram de que é preciso tomar alguma providência para fazer com que ela seja 
respeitada, é nesse momento ela se torna uma norma. 
 
Desvio Social 
É preciso que se entenda que não é possível que uma sociedade consiga fazer com que 
todos os seus membros ajam da forma esperada durante o tempo todo. Quando isso não 
ocorre temos o desvio social, e que portanto poderá ser caracterizado como qualquer falha 
na conformidade às normas existentes. Ou seja, é um comportamento qualquerque não 
corresponde às expectativas da sociedade, ou de um grupo determinado dentro da 
sociedade. Quando o comportamento adere pouco às normas e as contradiz nitidamente, 
ou por uma razão qualquer o indivíduo situa-se fora ou à margem do grupo, denominamos 
a esse fenômeno social de marginalidade. 
 
Desvio Social e Crime 
O desvio social diz respeito ao comportamento que viola as normas de uma sociedade 
determinada. A maior parte dos estudos de desvio social feito pelos sociólogos está 
centrada nas investigações criminais. Há vários tipos de crime e comportamento 
criminosos, alguns exemplos são: aqueles que envolvem violência contra as pessoas; de 
apropriação indébita; crimes ocupacionais; políticos; contra a ordem pública; de 
delinqüência juvenil e etc. Os sociólogos apresentam várias explicações sobre a motivação 
dos atos de criminosos e o aumento da criminalidade. Por exemplo: ele pode ser o produto 
da desigualdade social extrema, ou de um desenvolvimento econômico rápido 
acompanhado de mudanças sociais. 
Controle Social 
Nenhuma sociedade pode funcionar com êxito se, na maior parte do tempo, o 
comportamento das pessoas não puder ser previsto de modo confiável. Chamamos a isso 
de ordem social, ou seja, um sistema de pessoas, relacionamentos e costumes que opera 
para a realização do trabalho de uma sociedade. Tudo que ocorre numa sociedade e 
principalmente numa grande cidade e que é indispensável para a nossa sobrevivência 
acontece porque milhares de pessoas cumprem o seu papel social, interagindo 
constantemente e mantendo a ordem social. A ordem de uma sociedade apóia-se numa 
rede de papéis, nos quais cada pessoa aceita certos deveres em relação aos outros e 
deles reivindica certos direitos. 
 
Uma sociedade exerce controle social sobre seus membros de três maneiras principais, a 
socialização, a pressão do grupo e através da força e punição. As Sanções, que é um 
sistema de recompensas e punições utilizadas para o controle social, que podem ser 
positivas ou negativas: 
a) positivas – quando se referem-se a recompensas para estimular determinado 
comportamento; 
b) negativas – quando referem-se à punição para reprimir um tipo de comportamento. 
 
6 Posição, Papel Social e Status 
Papel Social 
Definimos papel social como sendo o comportamento esperado de uma pessoa que detém 
um certo status. Marshall, baseando-se na obra de Newcomb, ao conceituar papel e seu 
relacionamento com o status (usando a palavra posição), indica que “as maneiras de se 
comportar que se esperam de qualquer indivíduo que ocupe certa posição constituem o 
papel associado com aquela posição... papéis e papéis prescritos, portanto, não são 
conceitos que se referem ao comportamento real de qualquer indivíduo considerado. O 
comportamento do papel, por outro lado, refere-se ao comportamento real de indivíduos 
específicos, à medida que assume os papéis. Dessa maneira, papel é compreendido como 
“comportamento do papel” (apud Lakatos, 1999, p.102). 
 
Segundo Vila Nova (2000, p. 120), a cada status ocupado pelo indivíduo corresponde um 
papel social. Sendo que o mesmo é um conjunto de expectativas de comportamento 
padronizado em relação a cada uma das posições (status) existentes em uma dada 
sociedade, ou em outras palavras, o papel é, portanto, a expressão comportamental do 
status, a sua concretização em ações. 
A socialização é na maior parte um processo de aprendizagem dos papéis sociais que o 
indivíduo ocupará ao longo da sua vida. Os indivíduos precisam aprender a preencher os 
papéis. A aprendizagem dos papéis envolve pelo menos dois aspectos: 
a) aprendemos a desempenhar os deveres e a reivindicar os privilégios do papel, e 
b) precisamos adquirir as atitudes, sentimentos e expectativas apropriadas do papel, não 
estaremos satisfeitos no cumprimento de um papel sem ter havido uma socialização capaz 
de nos levar a aceita-lo como um papel de valor, satisfatório e adequado. 
 
Status 
É o lugar ou posição que o indivíduo ocupa na estrutura social, de acordo com o 
julgamento coletivo ou consenso de opinião do grupo. Portanto, o status é a posição em 
função dos valores sociais correntes na sociedade. “Toda sociedade compreende um 
sistema de status ou posições. Que é a localização do indivíduo na hierarquia social, de 
acordo com sua participação na distribuição desigual da riqueza, do prestígio e do poder” 
(Vila Nova, 2000, p. 117). 
 
A origem do status remonta os primeiros agrupamentos humanos, em que determinadas 
funções eram caracterizadas por prestígios e direitos diferentes dos demais. Com a 
aplicação da coletividade, uma série de posições passou a ter um conjunto de direitos e 
deveres, privilégios e obrigações, defendidos sustentado juridicamente. Os status são de 
dois tipos: os atribuídos pela sociedade não importando as qualidades ou esforços da 
pessoa, e os que são atribuídos através do esforço pessoal. Ou em outras palavras, status 
legal e social. 
 
Status Legal – é uma posição caracterizada por direitos (reivindicações pessoais apoiadas 
por normas) e obrigações (deveres prescritos por normas), capacidades e incapacidades, 
reconhecidos pública e juridicamente importantes para a posição e as funções ma 
sociedade. Exemplos: status de professor, empresário, juiz, presidente da republica e etc. 
 
Status Social – abrange características da posição que não são determinadas por meios 
legais. É o comportamento socialmente esperado e/ou aprovado de ocupante do status, 
assim com o comportamento adequado dos outros em relação a ele. Exemplo: status de 
amigo é tipicamente social. Os fatores principais na atribuição deste status é o sexo, a 
idade, parentesco, classe social etc. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Sem dúvida foram incomensuráveis as transformações decorrente da Revolução Industrial, 
conforme tivemos a oportunidade de estudar seus efeitos que se fazem sentir até hoje. 
Entretanto, consideramos que a grande maioria dos observadores acreditava que a 
Revolução Industrial prenunciava o advento de uma nova era, com uma nova revolução, a 
social, quando os homens, finalmente, se beneficiariam com o progresso e participariam 
da distribuição da riqueza, o que até era permitida apenas a uma minoria de privilegiados. 
Esse talvez continue sendo ainda, o centro maior da polêmica que se tem travado em 
torno dos seus efeitos, pois as promessas nem sempre se concretizaram e as novas 
condições de vida nem sempre significaram a desejada melhora, principalmente nas 
relações entre os seres humanos.

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