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Falência e RJ

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DIREITO EMPRESARIAL III
08/03/2016
	Falência e Recuperação de Empresas
	A causa ensejadora (origem) de um processo de falência ou de recuperação judicial é a crise econômico-financeira.A crise econômico-financeira desencadeia tanto o processo de falência, quanto o processo de recuperação judicial. Tal crise pode ser oriunda de fatores internos (do próprio empresário, como, por exemplo, uma má gestão) ou externos (conjectura econômica do país/internacional).
Empresário ≠ Atividade Empresarial (Empresa) ≠ Estabelecimento Empresarial 
Empresário é o sujeito que exerce a atividade empresarial (empresa), é o falido. É quem entra em recuperação judicial. Quem está sujeito ao processo de falência ou recuperação judicial.
Atividade Empresarial é o exercício da atividade empresarial, a empresa.
Estabelecimento Empresarial é o meio pelo qual o empresário exerce a atividade empresarial (empresa).
Decreto-lei nº 7.661/45
	- Falência
Síndico	- Concordata: Crédito Quirografário
			 Parcelamento (único meio)
			 Juiz defere
A Recuperação Judicial tem sua origem na Lei nº 11.101/05, pois, anteriormente, o que existia era o Decreto-lei nº 7.661/45, que regulava acerca de falência e concordata. Com o advento da Lei nº 11.101/05, o instituto da concordata deixou de existir e, por conseguinte, foi extinta a figura do Síndico. Hoje, se fala em recuperação judicial, na qual se tem a figura do Administrador Judicial.
A concordata acabava por não recuperar ninguém, pois tinha muitas limitações. Também com base na legislação antiga, o processo falimentar não preservava os interesses dos credores e nem o patrimônio do devedor.
Lei nº 11.101/05
Administrador Judicial
 Plano Comum
Judicial
 Plano Especial (ME, EPP)
Extrajudicial	- Falência
	- Recuperação
	
A Recuperação Judicial é dividida em Plano Comum e Plano Especial. O Plano Comum é para todo e qualquer empresário, enquanto que o Plano Especial é destinado às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, assim definidas na Lei Complementar nº 123/06 (Estatuto das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).
Existe no Direito Empresarial o Princípio da Preservação da Empresa, ou seja, sempre que possível, desde que o empresário esteja exercendo suafunção social, a empresa será preservada, pois o empresário está gerando empregos, fomentando a economia, circulando riquezas, pagando tributos, etc. (função social da atividade empresarial). Em suma, a atividade empresarial é essencial para a Sociedade, para o Estado.
Recuperação de Empresas → Tem como objetivo fazer com o que o empresário passe/enfrente pelo período de crise econômico-financeira e volte a exercer a atividade empresarial (supere a crise). Mantém o exercício da atividade empresarial, fazendo com que o empresário se reestruture/recupere.
O processo de recuperação judicial é um acordo, que o devedor faz com seus credores. O devedor apresenta uma proposta aos seus credores, o chamado Plano de Recuperação Judicial. Nesse Plano, o empresário lança os meios de recuperação judicial, ou seja, os meios necessários para sua reestruturação/recuperação (art. 50 da Lei 11.101).
Fases do Processo de Recuperação Judicial
1 – Petição Inicial: pedido de recuperação judicial, ajuizado pelo próprio devedor.
	Tem como requisito a apresentação da relação de credores.
	Distribuída a petição inicial:
2 – A primeira decisão proferida pelo Juiz é o Despacho de Processamento, que equivale ao “cite-se”de uma ação do rito ordinário (“segue o processo”).
Obs.: O Despacho de Processamento não se confunde com a concessão da RJ, esta é concedida, ou não, em momento posterior.
É no despacho de processamento que o Juiz nomeia o Administrador Judicial.
O Despacho de Processamento produz alguns efeitos:
Suspende todas as ações, execuções e prescrições (contra devedor), pelo prazo de 180 dias;
Abre-se o prazo de 60 dias para o devedor apresentar o Plano de RJ (proposta inicial de reestruturação):
Findo o prazo de 60 dias, sem que o devedor tenha apresentado o Plano de RJ, converte-se o Processo de RJ em Processo Falimentar.
Caso o devedor não obtenha a aprovação do plano, também há a convolação do Processo de RJ em Falência.
Quando do Despacho de Processamento, é publicado o edital do Despacho de Processamento, que tem como objetivo cientificar os credores acerca do ajuizamento da RJ.
3 – Apresentado o plano de RJ, pelo devedor, é publicado um Edital, o chamado Edital do Plano, que tem como objetivo cientificar os credores acerca da apresentação do plano.
A partir da publicação do edital, os credores tem o prazo de 30 dias para apresentar objeções, insurgências do credor em relação à proposta apresentada pelo devedor.
Passado o prazo de 30 dias sem que os credores apresentem objeções, tem-se a aprovação tácita do Plano de RJ.
Em havendo objeções, mesmo que esta tenha sido apresentada apenas por um único credor, o Juiz irá convocar a Assembleia Geral de Credores → Reunião dos credores para deliberar acerca da aprovação, reprovação ou aprovação com modificações do Plano de RJ.Se o plano de RJ for rejeitadopelos credores, ocorre a convolação da RJ em Falência, de modo que todos aqueles processos que estavam suspensos vão para dentro do processo de falência, em execução concursal.
4 – Aprovado o plano de RJ, em Assembleia, o Juiz defere a RecuperaçãoJudicial, homologando o plano.
O plano de RJ, depois de deferido e homologado pelo Juiz, torna-se um título executivo judicial.
Para que seja deferida a RJ, além da aprovação do plano, é preciso que o devedor apresente a Certidão Negativa de Débitos (CND), para fins de comprovar aregularidade fiscal, pois o passivo tributário não participa da RJ.
Com a aprovação do plano, inicia-se a 2ª fase do processo de RJ:
Deferida a recuperação judicial, tem-se a novação: nova obrigação. A nova obrigação (executar o plano) extingue a obrigação antiga. Aquela obrigação que estava sendo exigida e estava suspensa (execução individual), depois de aprovado o plano e deferida a RJ, aquela obrigação que estava suspensa, agora está extinta, em razão da nova obrigação.
5 – 2ª Fase da Recuperação Judicial: Execução do Plano
A partir daqui vai ser exigida a nova obrigação: a execução do contido no plano.
Oprocesso de RJ vai perdurar pelo prazo máximo de 2 anos, mas a execução do plano não tem prazo, pode durar muito mais tempo, desde que aprovado pelos credores.
Passados 2 anos do deferimento da RJ, o Juiz vai sentenciar encerrando a Recuperação Judicial. Então, o plano de RJ pode ainda estar em execução quando do encerramento da RJ. Vai seguir somente a execução do plano.
Caso o devedor não cumpra o Plano de RJ (depende do momento):
→ Se o descumprimento ocorrer durante o processo de RJ, ou seja, dentro do prazo de 2 anos, o Processo de RJ converte-se em Falência, voltando às condições originárias.
→ Se o devedor descumprir o plano após o encerramento do processo de RJ, o credor tem duas opções (uma ou outra):
	- Execução individual: executar o plano (título executivo judicial);
	- Requerer a falência do devedor (atos de falência) – nova obrigação.
Falência → O processo falimentar não tem como objetivo manter a atividade empresarial. O processo falimentar tem o objetivo de dissolução (liquidar). Uma vez decretada a falência, o juiz determina a lacração do estabelecimento empresarial, salvo algumas hipóteses previstas em lei. Cessa a atividade empresarial. Na falência, a função do administrador judicial é fazer a liquidação do patrimônio do devedor (apurar ativo para pagar passivo, de acordo com a ordem legal de preferência). É uma execução concursal, ou seja, o objetivo do processo falimentar é “jogar” todos os credores para dentro de uma única execução.
Processo Falimentar
É pressuposto do processo falimentar a insolvência, ou seja, o passivo estar superando o ativo.
Na autofalência o devedor se declara insolvente.
Quando a falência for requerida por um terceiro (credor), este terceiro precisa se basear em uma das hipótesesde insolvência presumida para pedir a falência do devedor.
Insolvência Presumida: impontualidade injustificada, execução frustrada e atos de falência.
O processo falimentar possui 3 sentenças:
- Sentença de decretação da falência (fase pré-falimentar)
- Sentença de encerramento da falência (fase de liquidação/falimentar)
- Sentença de extinção das obrigações (fase de reabilitação/pós-falimentar)
1ª Fase do Processo Falimentar – Pré-falimentar (rito ordinário)
1 – Petição Inicial: pedido de falência, ajuizado pelo próprio devedor (autofalência) ou pelo credor.
No pedido de autofalência, em regra, não há fase pré-falimentar, salvo se houver sócio com responsabilidade ilimitada.
2 – Contestação, em 10 dias.
Em contestação, o devedor pode:
Se defender (contestar);
Evitar a decretação da falência, efetuando o chamado depósito elisivo, ou seja, efetuar o pagamento do crédito do credor que pediu a falência;
Ajuizar pedido derecuperação judicial, que tem o condão de suspender o processo de falência.
3 – Produção de Provas
4 – Sentença de decretação da falência.
A sentença que decreta a falência produz uma série de efeitos:
Nomeação do administrador judicial;
Inabilitação do devedor para o exercício da atividade empresarial;
Lacração do estabelecimento empresarial ou continuidade provisória das atividades (sob gestão do administrador judicial);
Da sentença que indeferir o pedido de falência cabe apelação, no prazo de 15 dias. 
Da sentença que decretar a falência cabe agravo de instrumento, no prazo de 10 dias.
Decretada a falência, se instaura uma nova fase processual.
2ª Fase do Processo Falimentar – Liquidação 
Nesta fase, o Administrador Judicial vai apurar ativo para pagar passivo, o qual será efetuado seguindo a ordem legal de preferência, dentre os credores concursais.
- Sentença de Encerramento: quando não houver mais ativo, nem passivo, ou quando não houver mais ativo ou não houver mais passivo (um ou outro), o Juiz irá encerrar a falência por sentença.
3ª Fase do Processo Falimentar – Reabilitação
Um dos efeitos da sentença que decreta a falência é a inabilitação do empresário (pessoa jurídica) para o exercício da atividade empresarial.
A inabilitação perdura da sentença que decreta a falência até a sentença de extinção das obrigações, ou seja, uma vez extintas as obrigações, o devedor tem duas opções:
Voltar a exercer a atividade empresarial, inclusive com o mesmo CNPJ;
Dissolução regular do empresário.
Com a sentença de extinção das obrigações o empresário está reabilitado, sem dívidas, legitimando-o a voltar a exercer a atividade empresarial. 
Quatro são as hipóteses de extinção das obrigações por sentença:
Pagamento de todo o passivo;
Pagar mais de 50% dos créditos quirografários;
Decurso do prazo, de 5 ou 10 anos, contados da sentença que encerrou a falência:
5anos, quando não houver crime falimentar;
10 anos, quando houver crime falimentar.
Art. 191, CTN: A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Art. 191-A: A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
Falência
Legitimados
Empresário: - Individual – art. 150 do decreto 3000/99
	 - Sociedade Empresarial (+ sócio resp. ilimitada)
	 - EIRELI
S/A sempre será empresarial.
Atividade
Empresarial – ativ. econ. Organizada
Não-empresarial (simples) – ativ. intelect.
Obs.:	- Sociedade Anônima → empresarial (SEMPRE!) (S/A)
	- Sociedade Cooperativa → não empresarial (SEMPRE!)
	- Emp. Rural → faculdade registro
	- Sociedade em Conta de Participação → Ostensivo (exerce atividade)
							 → Oculto
	- Empresário Irregular
Impossibilidade → requerer falência de outrem
		 → requerer RJ
Possibilidade → requerer autofalência
		 → ter sua falência requerida por terceiro
Junta Comercial → atividade empresarial
Cartório de Registro de P.J. → não-empresarial (simples)
Exclusões
Absoluta – Empresas Públicas
		 – Sociedade de Economia Mista
	Jamais sujeitas a possibilidade de falência ou RJ.
Relativa – Instituições Financeiras (Lei nº 6.024/74)
Liquid. Extrajudicial		– Cooperativas (Lei nº 5.764/71)
		 – Consórcios (Lei nº 6.404/76)
		 – Previdência Complementar (Lei Complementar 109/01)
		 – Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98)
		 – Seguradoras (Decreto-lei 73/66)
apenas falência judicialHipóteses – Crime falimentar
	– Ativo < 50% quirografário
- Regime Civil → Insolvência (art. 748, CPC) → Pessoa Natural (devedor insolvente)
2) Competência → Justiça Estadual(Juiz de Direito)
Local ajuizamento
	→ Principal estabelecimento – maior volume transações econômicas
						– centro administrativo (STJ)
Não necessariamente a matriz
	
	→ Filial empresa – sede fora do Brasil
			Foro competente o da filial aqui no Brasil.
Quando o empresário tem mais de um estabelecimento empresarial (matriz e filiais), a legislação elegeu como juízo competente para processar e julgar as ações o juízo do principal estabelecimento do devedor, assim entendido como o estabelecimento onde há o maior volume de relações jurídicas/relações econômicas, não sendo necessariamente o local onde se situa a matriz.
O STJ entende que o principal estabelecimento do devedor é o local onde se situa o centro administrativo, ou seja, o local de onde são emanados os atos administrativos (decisórios).
Empresa estrangeira com filial no Brasil, o foro competente é o local da filial. Se houver mais de uma filial, vale a regra do principal estabelecimento.
1) Obrigações
Nem todas as obrigações assumidas pelo devedor estão suscetíveis de serem exigidas em um processo de falência ou RJ.
► Exigíveis: obrigações a título oneroso, assumidas pelo devedor.
► Não exigíveis: – Obrigações a título gratuito (fiança, aval, doação);
		 – Despesas que o credor teve para participar do processo (hospedagem, deslocamento).
Mas, são exigíveis, juntamente com as obrigações a título oneroso, as custas processuais decorrentes do litígio, que o devedor teve que suportar no processo para reconhecer o crédito.As custas processuais são passíveis de ressarcimento.
Os honorários advocatícios não são passiveis de serem exigidos.
2) Suspensão
Dentre os efeitos da sentença que decreta a falência está a suspensão de todas as ações, execuções e prescrições que correm contra o devedor.
As suspensões somente ocorrem em relação às ações, execuções e prescrições que correm contra o devedor. O que está correndo a favor do devedor, permanece.
Todas as ações e execuções ficam suspensas com a sentença que decreta a falência para que o Administrador Judicial consiga fazer a fase de liquidação.
O período de suspensão na falência vai da sentença que decreta a falência até a sentença de encerramento da falência, justamente para viabilizar a fase de liquidação.
No processo derecuperação judicial, o despacho de processamento tem como efeito suspender todas as ações, execuções e prescrições pelo prazo de 180 dias, contados do despacho de processamento.
O prazo de 180 dias na recuperação judicial é improrrogável, mas a Jurisprudência pátria tem admitido prorrogações, nas seguintes hipóteses:
Quando o devedor não deu causa do processo;
Princípio da Preservação da Empresa.
Exceções (não suspendem):
- Ações judiciais que demandem quantias ilíquidas continuam tramitando até se tornarem líquidas. No momento em que se tornarem líquidas, o crédito é habilitado ao processo e o possível credor requer ao Juiz competente a reserva de valores.
- Execuções fiscais (crédito tributário):
Recuperação Judicial:
O crédito tributário não participa de negociação. Não sofre os efeitos do despacho de processamento.
Somente se consegue suspender uma execução fiscal em uma das hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art.151, CTN).
- Parcelamento especial para as empresas em RJ (Lei nº 13.043/14).
Mesmos aqueles credores que não estão sujeitos à recuperação judicial, são vedados, nas recuperações que estejam tramitando, atos que inviabilizem a RJ, a execução do plano de RJ. Por exemplo, o Fisco alienando bens durante o prazo de 180 dias, mesmo que a suspensão não seja válida para ele, não pode inviabilizar a RJ → REsp. 1166600.
RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. TRANSFERÊNCIA DE VALORESLEVANTADOS EM CUMPRIMENTO DE PLANO HOMOLGADO. GARANTIA DE JUÍZO DEEXCUÇÃO FISCAL EM TRÂMITE SIMULTÂNEO. INVIABILIZAÇÃO DO PLANO DERECUPERAÇÃO JUDICIAL. 1. As execuções fiscais ajuizadas em face da empresa em recuperaçãojudicial não se suspenderão em virtude do deferimento doprocessamento da recuperação judicial ou da homologação do planoaprovado, ou seja, a concessão da recuperação judicial para aempresa em crise econômico-financeira não tem qualquer influência nacobrança judicial dos tributos por ela devidos. 2. Embora a execução fiscal, em si, não se suspenda, são vedadosatos judiciais que inviabilizem a recuperação judicial, ainda queindiretamente resulte em efetiva suspensão do procedimento executivofiscal por ausência de garantia de juízo. 3. Recurso especial não provido. (STJ - REsp: 1166600 RJ 2009/0225326-2, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 04/12/2012, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/12/2012)
Falência:
	Em regra, o crédito fiscal participa, mas o art. 187 do Código Tributário Nacional dispõe que o crédito tributário não participa de concurso de credores. Então, como o processo falimentar trata-se de um concurso de credores, o crédito tributário não participa do concurso de credores, consequentemente, segue a execução, mas, na hora de receber, vai respeitar a ordem legal de credores prevista na Lei de Falência.
O STJ vem entendendo que, efetivamente, o crédito tributário não participaria do processo de falência, por força do CTN.
O TJ/RS firmou orientação no sentido de que é faculdade do credor habilitar o crédito tributário.
3) Novas Ações Judiciais
Decretada a falência, proferido o despacho de processamento, se surgirem novas ações contra o devedor, o Juiz da falência precisa ser informado, pelo Juízo competente (que receber a inicial), acerca da existência das novas ações.
4) Distribuição
A distribuição do pedido de falência ou de RJ previne a jurisdição.
Verificação e Habilitação de Crédito
Serve para definir quem é credor, em que valor e qual a natureza do crédito.
Essa fase tem como objetivo final a formação do Quadro Geral de Credores.
Procedimento
Fase Administrativa
1) Despacho de Processamento / Sentença que decreta a falência
A fase de verificação e habilitação de crédito tem início com o despacho de processamento, na recuperação judicial, ou com a Sentença que decreta a falência, no processo falimentar.
Na RJ, é requisito da petição inicial a relação de credores, ou seja, o devedor precisa juntar uma relação dizendo quem são seus credores, qual o valor do crédito e qual a classificação do crédito (trabalhista, garantia real, etc.).
Na autofalência, também é requisito da petição inicial o devedor apresentar a relação dos credores.
Na falência requerida por terceiro, o credor não tem condições de saber quem são os demais credores e, portanto, não apresenta a relação de credores. A relação de credores não é requisito da petição inicial de uma falência requerida pelo credor, mas o credor vai precisar desta relação. Nesse caso, o devedor é intimado para, no prazo de 5 dias, apresentar a relação de credores.
Em suma, todo processo de falência ou RJ se inicia com a relação de credores apresentada pelo próprio devedor.
A partir da relação de credores é publicado um edital descrevendo a relação de credores apresentada pelo devedor.
2) Edital – relação de credores (devedor)
Uma vez publicado o edital de credores, os credores tem a incumbência de verificar a relação de credores para verificar se seu crédito está habilitado/foi arrolado pelo devedor.
Se determinado credor não houver sido arrolado (crédito ausente), este deverá fazer o pedido de habilitação de crédito ausente, no prazo de 15 dias, ao Administrador Judicial.
Ainda, o crédito pode ter sido habilitado, mas o valor ou a classificação do crédito podem estar incorretos, nesse caso, o credor deve fazer o pedido de divergência ao Administrador Judicial, no prazo de 15 dias, contados da publicação do edital.
Administrador Judicial3) Credores 	– Divergência 
		– Habilitação crédito ausente
Passado o prazo de 15 dias, o Administrador Judicial vai fazer a verificação dos créditos, no prazo de 45 dias. Vai verificar todos os créditos, e não somente aqueles créditos objeto de divergência ou habilitação de crédito ausente.
O Administrador Judicial pode atuar de ofício, podendo excluir ou incluir credores, alterar valor e/ou a classificação do crédito.
Concluída a verificação dos créditos, o Administrador Judicial vai apresentar a relação de credores feita por ele. Essa nova relação de credores é também publicada em edital.
4) Edital – relação de credores (Administrador Judicial)
A relação de credores confeccionada pelo Administrador Judicial é publicada em edital. 
Apresentada a relação, os legitimados (credor, devedor, MP ou Comitê de Credores) podem questionar a relação de credores, apresentando impugnação, no prazo de 10 dias, a partir da publicação do edital.
Fase Judicial – capacidade postulatória (advogado)
5) Impugnação – Juiz 
Ausência de Impugnação: Juiz homologa relação de credores do Administrador Judicial→ Quadro Geral de Credores
Cada impugnação será autuada como um incidente processual. 
6) Contestação – crédito impugnado
Ao receber a impugnação, o Juiz dará o prazo de 5 dias para o credor, que teve seu crédito impugnado, contestar.
7) Manifestação – devedor/Comitê de credores
Após, o juiz concederá o prazo de 5 dias para que o devedor ou o Comitê de Credores, caso tenha sido formado, se manifeste.
8) Parecer – Administrador Judicial
Será concedido o prazo de 5 dias para que o Administrador Judicial elabore parecer, justificando-se.
De posse do parecer, são produzidas as provas e o Juiz irá julgar por sentença as impugnações.
9) Sentença – Determina reserva valor crédito impugnado
		– Inclusão Quadro Geral → Crédito não impugnado
A sentença deverá determinar a reserva do valor do crédito impugnado. Até o trânsito em julgado da impugnação é preciso que seja resguardado o valor.
Ainda, o Juiz irá determinar a inclusão dos créditos que não foram objeto de impugnação no Quadro Geral de Credores.
10) Quadro Geral de Credores (Administrador Judicial)
O Administrador Judicial é quem elabora o Quadro Geral de Credores, contendo os créditos que não foram objeto de impugnação e irá aguardar o trânsito em julgados das impugnações referentes aos demais créditos para incluí-los ou não no Quadro Geral de Credores, completando o Quadro com o que for decidido pelo Juiz.
11) Homologação (Juiz)
O juiz é quem homologa o Quadro Geral de Credores.
Obs.: – Recurso →agravo de instrumento (direito à voto)
	A sentença (item 9) está sujeita a recurso no duplo grau de jurisdição.
	Com a prolação da sentença o valor impugnado estará reservado, mas o credor não tem direito a voto. O credor precisar pedir ao Tribunal que seja reconhecido o direito a voto, assim, o direito a voto será reconhecido por ordem judicial, em razão do credor não estar no Quadro Geral de Credores.
	No agravo de instrumento deve ser feito pedido de antecipação dos efeitos da tutela recursal, em caráter liminar, para que seja reconhecido o direito a voto e, em eventual Assembleia que venha a ocorrer, o credor terá direito a voto.
 – Crédito trabalhista → Justiça do Trabalho
Habilitação Retardatária(fora do prazo de 15 dias)
Tem como único objetivo habilitar crédito ausente, ou seja, incluir credor no Quadro Geral de Credores. 
NÃO cabe pedido de divergência.
Comoperdeu o prazo de 15 dias da fase administrativa, o pedido de habilitação retardatária é feito diretamente ao Juiz – vai direto para a fase judicial.
O procedimento depende da fase em que o processo de verificação e habilitação de crédito está se já houve ou não a homologação do Quadro Geral de Credores:
Se já houve a homologação do Quadro Geral de Credores, o pedido de habilitação retardatária seguirá o rito ordinário;
Se ainda não ocorreu a homologação, ou seja, ainda está na fase de impugnação do Quadro Geral de Credores (item 5), seguirá o rito da impugnação.
Obs.: – Perde → Direito voto + eventual rateio realizado
	Com a habilitação retardatária, o credor perde o direito a voto, salvo se, em agravo de instrumento tenha sido reconhecido o direito a voto, se for no caso de impugnação.
	Ainda, perde eventual rateio que tenha sido realizado entre os credores habilitados.
– Direito → Pedir reserva de valores
	O credor tem direito de pedir reserva de valores.
Em sede de liminar, além de pedir o reconhecimento do direito a voto, pede-se a reserva de valores.
Ação de Retificação do Quadro Geral de Credores
Tem como objetivo modificar o Quadro Geral de Credores, seja excluindoo crédito, alterando o valor ou a natureza do crédito.
Fundamenta-se em fato excepcional: fraude, simulação, dolo, falsificação de documentos, etc.
O prazo de ajuizamento da ação vai até o encerramento da RJ ou da Falência.
→ Competência
	Juízo da RJ ou da Falência ouJuízo que reconheceu o crédito
→ Legitimados
	Administrador Judicial
	Comitê de Credores
	Ministério Público
	demaisCredores
Administrador Judicial
Auxiliar do Juiz
O administrador judicial é um profissional nomeado pelo Juiz, na qualidade de Auxiliar/Assistente.
O administrador judicial não influi na gestão da empresa em recuperação judicial, não administra o negócio. E, no processo falimentar, por não existir mais a atividade empresarial, não exerce atividade de gestão, salvo nas hipóteses em que o Juiz determinar a continuidade provisória das atividades, em que o “devedor” continuará exercendo a empresa por determinado período. Nesse período de atividade provisória a gestão é feita pelo Administrador Judicial.
A gestão do negócio permanece, exclusivamente, na mão do empresário, à exceção de uma possível gestão temerária do empresário, em que o Juiz poderá destituir a gestão e então nomeará um gestor judicial e, até a nomeação do gestor judicial, o administrador judicial vai gerir o negócio, em caráter transitório – hipótese remota.
Tem como função:
Em processo de recuperação judicial: fiscalizar o exercício da atividade empresarial do devedor e o cumprimento/execução do plano;
Na Falência: administrar a massa falida (acervo patrimonial de bens do devedor), com o intuito de apurar ativo para pagar passivo, ou seja, faz a liquidação do patrimônio do devedor (fase de liquidação). É nomeado na sentença que decreta a falência e é destituído na sentença de encerramento da falência.
O administrador judicial recebe remuneração, mas não existe vínculo de emprego. Porém, para fins penais, o administrador judicial é equiparado a funcionário público (art. 327, CP), ou seja, fica sujeito a uma ação de improbidade administrativa.
Legitimado
Pode ser nomeado administrador judicial qualquer profissional idôneo, hábil e capaz de exercer as funções de administrador judicial, podendo ser pessoa física ou pessoa jurídica.
Pessoa Física, preferencialmente advogado, contador, economista ou administrador de empresas → identidade física do profissional. Não existe a ideia de substabelecimento para representar.
Pessoa Jurídica: Sociedade especializada (de advogados, contadores). Um profissional da Sociedade é nomeado para atuar no processo.
Impedimentos
→ Os impedimentos recaem sobre a credibilidade(confiança):
É preciso que o Juiz observe, ao nomear do Administrador Judicial, se aquele profissional alguma vez foi destituído, caso tenha sido destituído em outro processo, nos5 anossubsequentes fica impedido de ser nomeado Administrador Judicial pelo prazo de 5 anos.
Ainda, se no prazo de 5 anos, o administrador judicial prestou contas fora do prazo(de 30 dias) ou teve contas reprovadas, fica impedido de exercer a função.
→ Os impedimentos recaem sobre a imparcialidade:
Também estão impedidos de exercer a atividade de Administrador Judicial: Parentes ou afins, até 3º grau; Amigos; Inimigos ou Dependentes do devedor ou do administrador da empresa.
Nomeação – Momento em que o Juiz vai nomear o Adm. Judicial:
Na Recuperação Judicial: a nomeação ocorre no despacho de processamento e sua atuação se encerra quando da prolação da sentença de encerramento.
Na Falência: é nomeado na sentença que decreta a falência, permanecendo até a sentença de encerramento da falência (fase de liquidação).
Obs.: O Administrador Judicial, quando aceita o encargo, precisa assinar o termo de compromisso no prazo de 48 horas, contados da cientificarão.
Se, após a nomeação, passado o prazo de 48 horas, o termo de compromisso é assinado fora do prazo, ocorre à substituição do Administrador.
Se o Administrador Judicial se mantém inerte, é nomeado outro no lugar. Não é hipótese de substituição.
→ A função do Administrado Judicial é indelegável. Eventual substituição somente irá ocorrer por ordem judicial.
Remuneração
O valor da remuneração do Administrador Judicial é fixado pelo Juiz, nos seguintes limites:
Recuperação Judicial: até 5% sobre o valor do débito
Falência: até 5% sobre o valor do ativo
O juiz leva em consideração a complexibilidade do trabalho e os valores de mercado para fixar o valor da remuneração, mas nunca ultrapassando o limite de 5%.
Obs.: Microempresas e Empresas de Pequeno Porte → 2% (Lei Complementar 147/14)
Cabe recurso quanto ao valor da remuneração → agravo de instrumento, por parte do próprio administrador judicial, do credor, do devedor (interessados).
► Quanto à forma de pagamento:
Recuperação Judicial: fixada pelo Juiz.
Falência: 60% do valor da remuneração pode ser pago ao Administrador Judicial no curso do processo, mas há a reserva de 40% para após a aprovação das contas, condicionado a aprovação das contas. Caso não sejam aprovadas as contas, ocorre a destituição do Administrador, deste modo, além de não receber os 40%, terá de devolver os 60% já recebidos.
Substituição e Destituição
São formas de alterar a figura do Administrador Judicial.
Substituição: Não é considerada sanção. O administrador receberá remuneração proporcional ao tempo de trabalho, salvo se a renúncia for injustificada.
São hipóteses de substituição:
Renúncia: Se for justificada, o Administrador terá direito à remuneração.
Se for injustificada, não há direito de remuneração.
Inobservância dos Impedimentos
Assinatura do Termo de Compromisso fora do prazo
Destituição: É sanção! O administrador perde o direito à remuneração e, caso tenha recebido algum valor, este terá de ser devolvido. Ainda, fica impedido de exercer a função de Administrador Judicial pelo prazo de 5 anos.
São hipóteses de destituição:
Contas fora do prazo ou reprovadas
Descumprimento de seus deveres (Lei)
Omissão + Negligência + Prejudicar devedor ou terceiro
A destituição pode ser decretada de ofício pelo Juiz ou à requerimento do Ministério Público ou interessados.
Responsabilidade (Subjetiva – dolo/culpa)
O administrador judicial responde pessoalmente, como todo seu patrimônio por todo e qualquer dano que cause ao devedor ou a terceiros. 
Comitê de Credores
Constituição
É um órgão colegiado que tem como objetivo representar os credores em um processo de RJ ou Falência. Representa a coletividade de credores. É um órgão parcial.
Sua criação é facultativa. A constituição ou não do Comitê é decidida em Assembléia, bastando que apenas uma das classes aprove sua constituição para tal.
Composição
O Comitê é dividido em 4 classes (diferença de interesses entre cada classe):
Trabalhista
Garantia Real + PrivilégioEspecial
Privilégio Geral + Quirografário
ME/EPP (LC 147/14)
Será nomeado 1 titular e 2 suplentes em cada uma das classe. Efetivamente, somente há uma pessoa (titular) atuando. Os suplentes somente irão atuar nas hipóteses de substituição ou destituição do titular.
Os titulares e suplentes de cada uma as classes, os quais são indicados pelos credores e nomeados pelo Juiz, tem o prazo de 48 horas para assinar o Termo de Compromisso.
Nem sempre o Comitê será composto de 4 classes. É possível a constituição de Comitê com, no mínimo, 2 classes.
Função
Os Membros do Comitê tem função Fiscalizatória e Consultiva:
Fiscalizar a atividade do Administrador Judicial e a atividade do devedor, no processo de RJ.
Em determinadas situações, o Comitê de Credores é ouvido pelo Juiz.Ex.: Impugnações, restituições, etc.
Obs.: Deliberações
Toda e qualquer deliberação precisa do voto da maioria dos representantes de cada uma das classes. 
Em caso de empate, o Administrador Judicial é quem decide. 
Havendo incompatibilidade, ou seja, caso o Administrador Judicial não possa se insurgir por tratar de matéria que diga respeito a ele, a decisão fica a cargo do Juiz.
Remuneração
Os Membros do Comitê não recebem remuneração, mas tem direito de reembolso por despesas que tenha tido para exercer a função no Comitê, desde que devidamente comprovada.
Impedimentos
Últimos 5 anos → destituído + contas fora do prazo + contas reprovadas (credibilidade)
Parente ou afim, até 3º grau + amigo + inimigo + dependente (imparcialidade)
Substituição e Destituição
	Substituição
	Destituição
	Renúncia – justificada ou injustificada
	Contas fora do prazo ou reprovadas
	Inobservância dos Impedimentos
	Descumprimento dos Deveres (Lei)
	Assinatura do Termo de Compromisso fora do prazo
	Omissão + Negligência + Prejudicar o devedor ou terceiro
Obs.: A substituição pode ser requerida por decisão dos próprios credores em cada classe.
Responsabilidade
Os Membros do Comitê são responsáveis por seus atos (deliberações) e serão responsabilizados pessoalmente, de forma subjetiva, por dolo ou culpa.
Serão responsáveis todos que deliberarem. Caso tenha havido voto dissidente (contrário), este deverá fazer constar em ata (livro ata rubricado pelo Juiz) sua insurgência para que possa se eximir de eventual responsabilidade.
01/03/2016
Assembléia Geral de Credores
É órgão obrigatório. É importante, principalmente na RJ, pois é na Assembleia que vai ser deliberado acerca da aprovação ou não do Plano de Recuperação Judicial.
Conceito
É uma reunião dos credores a fim de deliberar acerca de determinada matéria de seus interesses, presidida pelo Administrador Judicial, e não pelo Juiz.
Participantes
Credores passíveis de participar de uma Assembléia e votar: aqueles constantes no Quadro Geral de Credores, mas vai depender da fase em que se encontra o processo de verificação e habilitação de crédito:
 
+ Direito a voto (ordem judicial)1º Quadro Geral de Credores
2º Relação do Administrador Judicial
3º Relação do Devedor
Terão direito a voto os credores constantes no Quadro Geral de Credores ou na relação do Administrador Judicial ou na relação do Devedor.
O Plano de RJ não pode ser levado para deliberação em Assembléia apenas com a relação do devedor (parcial), é necessária a relação do Administrador Judicial (imparcial).
Ainda, poderão participar da Assembléia, tendo direito a voto, aqueles que tiverem o direito a voto reconhecido judicialmente, mesmo que não constante na Quadro Geral de Credores ou em nenhuma das relações.
Eventual alteração, superveniente, da condição de credor não vai invalidar o que houver sido deliberado.
Obs.:
Credor representado: Em caso de credor sendo representando por representante legal ou mandatário, necessariamente, no prazo de 24 horas de antecedência à realização da Assembléia, o credor representado precisa encaminhar ao Administrador Judicial documento comprovando e demonstrando sua representação, sob pena de não ter direito a voto na Assembléia. Prova da condição de representação ou indicar folha do processo.
Credor Trabalhista (Sindicato) → 10 dias: Se for Sindicato representando credor trabalhista, o Sindicato tem que encaminhar, no prazo de 10 dias antes da realização da Assembléia, a relação de representados, sob pena de perder o direito a voto.
Composição
É composta por 4 classes de credores:
Trabalhista + Acidente de Trabalho
Garantia Real
Quirografário + Privilégio Especial + Privilégio Geral + Subordinado
Micro empresa (ME) e empresa de pequeno porte (EPP) - LC 147/14
Convocação
A convocação da Assembléia pode se dar de ofício pelo Juiz ou a requerimento do Administrador Judicial ou dos próprios credores.
Se a convocação ocorrer de ofício ou a requerimento do Administrador, as despesas de instalação e de realização da Assembleia são de responsabilidade do próprio devedor (RJ) ou da massa falida (Falência).
Se a convocação for requerida pelos próprios credores, estes deverão arcar com as despesas.
O Juiz determinando a convocação é publicado o edital de convocação, o qual é publicado na imprensa oficial e em jornais de grande circulação da região (principal estabelecimento do devedor), visando dar conhecimento acerca da Assembleia ao maior número possível de credores.
O edital de convocação deverá conter (conteúdo): 
Local, data e hora da realização da Assembléia em 1ª e 2ª convocação.
Ordem do dia – matéria objeto de deliberação
Local de acesso ao plano, se a ordem do dia for deliberação acerca do plano de RJ precisa constar no edital o local onde os credores poderão ter acesso ao plano.
Se o edital não preencher todos os requisitos até poderá ser publicado, mas não será válido.
Existe quórum mínimo (número mínimo de credores) para a realização da Assembléia em 1ª convocação, o chamado quórum de instalação: presença de credores que representem mais de 50% dos créditos de cada uma das classes. A 1ª convocação precisa ocorrer, necessariamente, no prazo mínimo de 15 dias, contados da publicação do edital.
Caso não se consiga atingir o quórum de instalação em 1ª convocação, a Assembléia não se instaura e deverá ser realizada em 2ª convocação.
A Assembléia em 2ª convocação deverá ocorrer no prazo mínimo de 5 dias após a Assembléia em 1ª convocação. Em 2ª convocação não existem quórum mínimo, ou seja, a Assembléia em 2ª convocação será instaurada independentemente do número de credores presentes.
05/04/2016
Votação
O sistema de votação a ser adotado vai depender da matéria a ser apreciada. 
Dois são os sistemas de votação: pelo pleno ou por classes.
O total de credores é levado em consideração para o quórum de instalação. Para a deliberação leva-se em conta somente os presentes em Assembléia.
Sistema de Votação pelo Pleno: Leva em consideração todos os credores, independentemente da classe. É a regra geral. São deliberadas matérias simples. Voto da maioria dos créditos dos credores presentes (+ 50%), votando favoravelmente, tem-se a aprovação da deliberação.
O pleno são deliberações que são levadas a efeito pelo conjunto de credores presentes em Assembléia, independentemente da classe – maioria dos votos.
Realização alternativa do ativo: para a aprovação da realização alternativa do ativo em Assembléia leva-se em consideração o pleno (conjunto de todos os credores), mas precisa de voto favorável dos credores presentes, que representem, no mínimo, 2/3 dos créditos presentes.
Sistema de Votação por Classe: a aprovação por classe se dá quando todas as classes existentes aprovam (voto favorável em todas as classes). P. ex.:
Para a aprovação do plano de RJ, a aprovação nas 4 classes ocorre da seguinte maneira:
1ª classe: Voto favorável da maioria dos credores presentes, independentemente do valor do crédito (voto por cabeça) – todos os votos tem o mesmo peso.
2ª classe: Voto favorável da maioria dos credores presentes, representando a maioria do crédito dos presentes – critério cumulativo(voto por cabeça + valor).
3ª classe: igual 2ª classe.
4ª classe: igual 1ª classe.
Com exceção da constituição do Comitê de Credores e da aprovação do Plano de RJ, que ocorrem por classe, as demais ocorrem pelo sistema do pleno. 
Com exceção da forma alternativa do ativo, que se tem 2/3, no sistema do pleno é mais de 50% (regra geral).
► Participantes (credores) sem direito a voto: participarão da Assembleia, são credores, mas não terão direito de votar:
Sócio ou Sociedade com vínculo de interesses (art. 43, caput, Lei 11.101)
Cônjuge + Ascendentes + Descendente + Parente 2º grau do devedor (art. 43, p.u.)
Credor que não teve suas condições origináriasalteradas pelo plano de RJ(art. 45, § 3º)
Posteriores alterações na condição de credor (p. ex.: impugnações), não invalidam eventuais deliberações que tenham sido levadas a efeito. 
05/04/2016
FALÊNCIA
O processo falimentar tem como objetivo fazer a liquidação do empresário. A grande essência é liquidar o patrimônio do devedor (apurar ativo para pagar passivo, de acordo com a ordem legal de preferência) – execução concursal.
Fases
A falência é estruturada em 3 momentos:
Fase Pré-Falimentar (rito ordinário): que se inicia com a petição inicial e termina com a sentença que decreta a falência.
Fase de Liquidação (Falimentar): se inicia com a sentença que decreta a falência e encerra-se com a sentença de encerramento da falência. Falência propriamente dita.
Fase Pós-Falimentar (Reabilitação): instaura-se com a sentença de encerramento da falência e encerra-se com a sentença de extinção das obrigações.
Insolvência
A insolvência do devedor legitima o pedido de falência, é pressuposto do processo falimentar.
Insolvência declarada: o próprio devedor requer a falência (autofalência). O próprio devedor se declara insolvente.
Insolvência presumida: terceiro requer a falência do devedor, com base em uma das hipóteses de insolvência presumida. As hipóteses de insolvência presumida legitimam terceiro a requerer a insolvência do devedor.
Hipóteses de Insolvência Presumida:
Impontualidade Injustificada
O credor de uma obrigação materializada em um título executivo judicial ou extrajudicial vencido e não pago está legitimado a pedir a falência do devedor.
Mas a obrigação materializada no título executivo judicial/extrajudicial precisa ser de, no mínimo, 40 salários mínimos. Pode haver a união de mais de um título executivo para atingir o valor mínimo exigido, podendo ser, inclusive, de credores distintos (litisconsórcio ativo facultativo).
Além de ter uma obrigação vencida e não paga, materializada em um título executivo, de valor superior a 40 salários mínimos, é preciso que o credor faça prova da impontualidade, a qual será feita por meio do protesto.
Súmula 361, STJ: “A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu”.
O protesto, para fins falimentares, necessariamente, precisa constar no protesto o nome da pessoa que recebeu a notificação do protesto, sob pena de ser inválido o protesto.De acordo com a Súmula 361 do STJ é essencial a identificação da pessoa que recebeu a notificação do protesto.
Porém, não basta a existência da obrigação, superior a 40 salários mínimos, materializada em um título executivo e protestada, é preciso que não haja um justo motivo para a impontualidade.
Um justo motivo para a insolvência seria a falsificação de um título/assinatura, protesto viciado, prescrição da obrigação, a ocorrência do pagamento, ou seja, situações que acabem por justificar a impontualidade e, conseqüentemente, afastariam a idéia de insolvência presumida, seria uma hipótese de impontualidade justificada.
Execução Frustrada
A execução frustrada caracteriza-se pela tríplice omissão do devedor, ou seja, o devedor, citado, não efetua o pagamento, não deposita o valor em juízo ou não nomeia bens à penhora, se mantém inerte.
Não há valor mínimo para pedir a falência com base na execução frustrada.
A prova da tríplice omissão se faz com uma certidão narratória.
Credor de uma obrigação materializada em um título executivo superior a 40 salários mínimos tem duas opções: ajuizar execução individual ou execução concursal (falência).
Se for ajuizada execução individual e esta restar infrutífera/frustrada, ou seja, o credor não recebeu nada.
A partir da tentativa de execução individual ter restado frustrada, o credor está legitimado a pedir a falência do devedor em razão de uma insolvência presumida.
O credor tentou a execução individual como alternativa, mas como esta restou frustrada, agora poderá pedir a falência do devedor, com base na execução frustrada.
2) Credor de uma obrigação materializada em um título executivo inferior a 40 salários mínimos tem uma única opção: execução individual.
Se for ajuizada a execução individual e esta se tornar frustrada, o credor está legitimado a pedir a falência do devedor (execução concursal).
Atos de Falência (ruína patrimonial)
Rol taxativo, previsto na Lei nº 11.101/05. São situações que denotam a ruína patrimonial do devedor:
Liquidação precipitada do ativo por valor baixo;
Utilização de meios ruinosos (empréstimos à juros elevados, venda de bens essenciais ao exercício da atividade empresarial) ou fraudulentos (apropriação indébita, duplicata simulada);
Fraudar credores (desvio de patrimônio);
Trespasse irregular (alienação de estabelecimento empresarial)
Simulação de transferência do principal estabelecimento
Outorga ou Reforço de garantia
Abandono do estabelecimento empresarial
Descumprimento do plano de RJ, após o encerramento da RJ.
Legitimidade
Autofalência: É o próprio devedor quem requer sua falência. 
A autofalência pode ser requerida por empresário irregular.
	O empresário irregular pode:
	O empresário irregular NÃO pode:
	Requerer sua própria falência;
	Requerer a falência de terceiro, na qualidade de credor;
	Ter sua falência requerida por terceiro (credor);
	Requerer sua própria Recuperação Judicial.
O empresário irregular não pode requerer a falência de terceiro e nem sua própria recuperação judicial, pois em tais hipóteses é preciso que seja demonstrada a regularidade do exercício da atividade empresarial (certidão de regularidade – Junta Comercial).
Pedido de Falência: Terceiros possuem legitimidade para pleitear a falência do devedor, com base nas hipóteses de insolvência presumida.
Terceiro-Credor: para o credor ter legitimidade para requerer a falência do empresário, não precisa, necessariamente, ser empresário (pessoa jurídica), pode ser pessoa física.
Para que terceiro, credor, na qualidade de empresário (pessoa jurídica), requeira a falência do devedor deve apresentar a certidão de regularidade de sua atividade.
Terceiro, credor, pessoa física, pode requerer a falência do devedor.
Obs.: Credor Fiscal
Credores tributários não possuem legitimidade para requerer a falência do devedor tributário, mas tem a faculdade de, uma vez já instaurada a execução concursal, habilitar o crédito e participar do concurso de credores.
O STJ já decidiu que o Fisco é parte ilegítima para requerer a falência do devedor:
PROCESSO CIVIL. PEDIDO DE FALÊNCIA FORMULADO PELA FAZENDA PÚBLICA COM BASE EM CRÉDITO FISCAL. ILEGITIMIDADE. FALTA DE INTERESSE. DOUTRINA. RECURSO DESACOLHIDO. I - Sem embargo dos respeitáveis fundamentos em sentido contrário, a Segunda Seção decidiu adotar o entendimento de que a Fazenda Pública não tem legitimidade, e nem interesse de agir, para requerer a falência do devedor fiscal. II - Na linha da legislação tributária e da doutrina especializada, a cobrança do tributo é atividade vinculada, devendo o fisco utilizar-se do instrumento afetado pela lei à satisfação do crédito tributário, a execução fiscal, que goza de especificidades e privilégios, não lhe sendo facultado pleitear a falência do devedor com base em tais créditos. (STJ - REsp: 164389 MG 1998/0010726-6, Relator: Ministro CASTRO FILHO, Datade Julgamento: 13/08/2003, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJ 16.08.2004 p. 130 RDR vol. 30 p. 249)
A lei nº 11.101/05 admite que o credor tributário participe do processo de falência. No entanto, o Código Tributário Nacional (art. 187) diz que o credito tributário não participa de concurso de credores, ou seja, a execução fiscal do crédito tributário tramita de forma individual, paralelamente ao processo falimentar.
Porém, o próprio CTN ao excepcionar o crédito tributário no processo de falência, também afirma que o crédito tributário respeita a ordem legal de pagamento, prevista na Lei nº 11.101/05. Assim, o crédito tributário não entra na falência, mas respeita a ordem legal de pagamento, dentro do processo falimentar.
Existem decisões judiciais que acabam flexibilizando a regra, e, possibilitando, que o crédito tributário seja habilitado no processo falimentar e sofra os efeitos da falência. Se o credor tributário quiser habilitar o seu crédito no processo de falência, pode.
APELAÇÃO CÍVEL. FALÊNCIA. HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. POSSIBILIDADE DA FAZENDA EM PROPOR A HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. PRECEDENTES DO STJ E DESTA CORTE. Os artigos 29 da Lei 6.830/80 e 187 do Código Tributário Nacional, não representam óbice à habilitação de créditos tributários no concurso de credores da falência, assegurando a prerrogativa do ente público em optar pelo rito da execução fiscal ou pela habilitação de crédito no concurso de credores da falência. Sentença desconstituída. APELO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70047375605, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Artur Arnildo Ludwig, Julgado em 13/12/2012)
Em suma, com exceção dos credores tributários, todos os demais têm legitimidade para requerer a falência do devedor.
Empresário Individual: pessoa física/natural que exerce atividade empresarial. Quando do falecimento do empresário individual, os herdeiros, inventariante ou cônjuge sobrevivente tem legitimidade para requerer a falência do empresário individual (liquidação judicial do patrimônio do empresário individual).
Prazo decadencial de 1 ano, contados do falecimento, para requerer a falência.
Sócio/Acionista: ainda, possui legitimidade para requerer a falência do devedor (Sociedade), na qualidade de credor, o sócio ou acionista minoritário.
Pedido de Falência
Autofalência– falência requerida pelo próprio devedor. Ele vai até o juiz e declara que está falido e não tem condições de se reestruturar.
Petição Inicial
No pedido de autofalência não existe a 1ª Fase do processo falimentar (fase pré-falimentar). A petição inicial parte da 2ª Fase (fase de liquidação/falimentar), pois a fase pré-falimentar é uma fase do rito ordinário que tem como objetivo verificar se o devedor está em estado de insolvência ou não.
O devedor se declara insolvente na autofalência, portanto, dispensa-se a fase pré-falimentar, salvona hipótese de sócio de responsabilidade ilimitada, pois este deve ser citado para contestar a ação. O sócio de responsabilidade ilimitada sofre os efeitos da falência (extensão dos efeitos da falência).
→ Requisitos da petição inicial (autofalência):
Declaração de insolvência (passivo > ativo); 
Demonstrar ao Juiz a impossibilidade da continuidade do exercício da atividade empresarial e que não possui condições de enfrentar um processo de recuperação judicial;
Juntar documentos: demonstrações contábeis dos últimos 3 exercícios; relação de credores + relação de bens; atos constitutivos (contrato social/estatuto) ou indicar sócioirregular; relação de Administradores (gestores do negócio) nos últimos 5 anos.
Pedido de Falência – falência requerida por terceiro
Três hipóteses de insolvência presumida que legitimam o pedido de falência: impontualidade injustificada, execução frustrada ou atos de falência.
Falência requerida com base na impontualidade: Quando requerida por empresário (pessoa jurídica), este, além de comprovar sua regularidade, precisa apresentar os documentos que demonstrem a impontualidade do devedor, quais sejam: título executivo e protesto do título (protesto para fins falimentares – identifica quem recebeu a notificação do protesto).
Execução Frustrada:diante da tríplice omissão do devedor, o credor consegue a certidão judicial (narratória).
Recebida a petição inicial, o juiz manda citar o devedor, para que este, no prazo de 10 dias se defenda (insolvência ou execução frustrada):
No prazo da contestação o devedor poderá evitar a decretação da falência, pedindo a recuperação judicial, que tem o condão de suspender o processo falimentar;
O devedor poderá efetuar o depósito elisivo (com força de pagamento), contemplando o valor do principal + correção monetária + juros moratórios + honorários advocatícios – Súmula 29, STJ: “No pagamento em Juízo para elidir falência, são devidos correção monetária, juros e honorários de advogado”;
Poderá o devedor contestar o pedido de falência, com depósito (garantia) ou sem depósito.
Atos de Falência:o credor irá narrar os fatos e fazer a prova.
Recebida a petição inicial, o juiz manda citar o devedor, para que este, no prazo de 10 dias se defenda:
Requerendo a recuperação judicial;
Contestar sem depósito.
Obs.: Rito Ordinário
Em audiência de conciliação pode haver um acordo entre as partes, extinguindo-se o pedido de falência, sem resolução de mérito.
Decisão do pedido de Falência
O indeferimento do pedido de falência se dá por meio da sentença que nega o pedido de falência, que extingue (põe fim) a relação jurídica. 
A sentença que nega o pedido de falência condena o vencido (aquele que fez o pedido de falência) em custas processuais e honorários advocatícios (do advogado do devedor) – ônus de sucumbência;
Pode condenar aquele que pediu a falência ao pagamento de indenização, em razão de eventuais danos materiais e/ou morais causados ao devedor. Somente admite-se a fixação da indenização na hipótese de dolo (elemento volitivo – vontade). Na própria sentença que nega o pedido de falência o juiz fixará o quantum indenizatório.
Recurso cabível: Apelação.
_________________________________________________________________________
O deferimento do pedido de falência se dá por meio da sentença que decreta a falência. 
Referida sentença possui os elementos gerais de toda sentença, quais sejam: Relatório, Fundamentação e Dispositivo.
Condena o vencido ao pagamento do ônus de sucumbência (custas e honorários).
Recurso cabível: Agravo de Instrumento.
Elementos específicos da Sentença que decreta a falência
Síntese do pedido: o Juiz precisa identificar, na sentença, a causa da decretação da falência. Se foi uma insolvência declarada (autofalência) ou uma insolvência presumida (requerida por terceiro)
Identificar o falido: o Juiz irá identificar quem sofre os efeitos da falência (extensão dos efeitos).
Se o falido é um empresário individual: o patrimônio não se confunde. Tem-se uma pessoa natural sofrendo os efeitos da falência.
Se for uma Sociedade empresarial: Se a Sociedade for do tipo limitada, a extensão dos efeitos da falência recaem sobre a Sociedade, e não sobre a figura dos sócios.
Se na Sociedade houverem sócios de responsabilidade ilimitada, há a extensão dos efeitos da falência aos sócios. A Sociedade será a falida e, da mesma forma, serão os sócios de responsabilidade ilimitada e sofrerão os efeitos da falência.
Se for uma EIRELI, a falência é da empresa e não do titular (sócios). A responsabilidade é limitada.
Nome do Administrador (gestor da empresa): o Juiz irá identificar o nome da pessoa que tem o poder de gestão.
Fixa Termo Legal
O termo legal tem como objetivo identificar quando iniciou o estado de insolvência do devedor. O termo legal é anterior à petição inicial.
O termo legal vai sempre retroagir à data da decretação da falência, de modo a tentar localizar o marco inicial da insolvência.
O estado de insolvência do devedor é preexistente à sentença que decreta a falência. A sentençaque decreta a falência apenas reconhece uma situação preexistente, a insolvência preexistente. Não é a partir da sentença que decreta a falência que o devedor passa a ser insolvente.
Todas as operações realizadas pelo devedor durante o termo legal são suspeitas (período suspeito). Todos os atos realizados durante esse período (de insolvência) são considerados suspeitos, podendo ser considerados ineficazes, após a decretação da falência.
Existe uma regra, prevista em Lei, para a fixação do termo legal, que depende da modalidade do pedido de decretação da falência:
	Impontualidade Injustificada
	O juiz fixa o termo legal contados, até 90 dias, do 1º protesto.
	Autofalência
	
Retroage até 90 dias,contados da distribuição do pedido de falência.
	Execução Frustrada
	
	Atos de Falência
	
	Convolação da Recuperação Judicial em Falência
	Retroage até 90 dias, contados da distribuição da Recuperação Judicial.
Relação de Credores: caso a falência tenha sido requerida por terceiro, o juiz irá determinar que o devedor junte aos autos do processo, no prazo de 5 dias, a relação de credores.
Prazo de Habilitação: na sentença o Juiz fará menção ao prazo de 15 dias para o credor habilitar crédito ausente ou apresentar divergências ao Administrador Judicial.
Suspensão: O juiz irá determinar a suspensão de todas as ações, execuções e prescrições que correm contra o devedor (art. 6º, da Lei nº 11.101/05).
Proibição: O juiz proibirá todo e qualquer ato de disposição ou oneração de bens, salvo autorização judicial determinando a continuidade provisória das atividades, sob gestão do Administrador Judicial (alienação de bens do ativo circulante – p. ex.: mercadorias).
Expedição de Ofício: O juiz determinará a expedição de ofícios a órgãos e repartições públicas, tais como o DETRAN e o Registro de Imóveis, para que estes informem acerca da existência de eventuais bens em nome do devedor.
Nomeação do Administrador Judicial
Convocação da Assembleia Geral de Credores:O juiz, na sentença que decreta a falência, poderá determinar a convocação da Assembleia Geral de Credores para deliberar acerca de uma matéria de seu interesse, como, por exemplo, a constituição do Comitê de Credores.
Expedição de Ofício à Junta Comercial: o Juiz irá determinar a expedição de ofício a Junta Comercial, de modo que conste no registro do empresário:
aexpressão “falido”, na razão social;
adata da decretação da falência;
ainabilitação para o exercício da atividade empresarial, que perdura da sentença que decreta a falência até a sentença de extinção das obrigações.
Diligências necessárias: O juiz poderá determinar diligências que entender necessárias para a conservação dos interesses da massa falida e dos credores.
Pronunciará: O juiz determinará a continuidade provisória das atividades ou a lacração do estabelecimento empresarial.
Ordenará: a intimação do Ministério Público e das Fazendas Públicas (Municipal, Estadual e Federal) para que tomem conhecimento acerca da decretação da falência do empresário.
15/04/2016
Efeitos da Falência
É preciso que haja a identificação de quem é o falido, para que se saiba a extensão dos efeitos da falência.
Falido:	• Empresário Individual
		• Sociedade Empresarial (+ Sócio de Responsabilidade Ilimitada)
		• EIRELI
Sócio de responsabilidade Limitada(+ titular EIRELI): 
Na Sociedade do tipo limitada, o falido é a própria sociedade e não seus sócios. Mas existe a possibilidade do sócio sofrer os efeitos da falência: quando ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica (irá atingir o patrimônio da pessoa física dos sócios), o sócio de responsabilidade limitada está sujeito aos efeitos da falência.
A desconsideração da personalidade jurídica ocorrerá nas seguintes situações:
Teoria Maior da Desconsideração: Adotada pelo Código Civil (art. 50). Tem como pressuposto o abuso da personalidade jurídica, que tem como causa ensejadora a confusão patrimonial ou o desvio de finalidade.
Teoria Menor da Desconsideração: É a teoria adotada pelo Código de Defesa do Consumidor (art. 28), pelo Direito do Trabalho e pelo Direito Ambiental. Leva em consideração, para desconsiderar a personalidade jurídica, o mero inadimplemento.
O direito falimentar adota a Teoria Maior da Desconsideração da Personalidade Jurídica.
Ação de Responsabilidade Pessoal (art. 82, da Lei nº 11.101/05): 
Tem como objetivo reparar um dano que a Sociedade teve em razão de algum ato dos sócios ou dos administradores (gestores-diretores).
Quem tem legitimidade para ajuizar a ação de responsabilidade pessoal é a massa falida. É ajuizada pela massa falida, na figura do Administrador Judicial, objetivando reparar o dano causado a Sociedade.
Na desconsideração da personalidade jurídica, quem tem legitimidade são os credores. Pode, inclusive, o juiz determinar de ofício a desconsideração.
Atinge o patrimônio da pessoa física do sócio ou do administrador até o limite do dano, a responsabilidade patrimonial é exclusiva até o limite do dano. Aqui, não há extensão dos efeitos da falência.
É distribuída pelo rito ordinário. O foro competente é o juízo universal da falência.
Tem prazo prescricional de 2 anos, contados da sentença de encerramento da falência.
A ação de responsabilidade pessoal tem efeito meramente patrimonial, não se confunde com a extensão dos efeitos da falência existente na desconsideração da personalidade jurídica.
O STJ já assentou entendimento no sentido de que não se confunde a desconsideração da personalidade jurídica com a ação de responsabilidade pessoal, conforme REsp 1180714:
DIREITO CIVIL E COMERCIAL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADEJURÍDICA. SEMELHANÇA COM AS AÇÕES REVOCATÓRIA FALENCIAL E PAULIANA.INEXISTÊNCIA. PRAZO DECADENCIAL. AUSÊNCIA. DIREITO POTESTATIVO QUENÃO SE EXTINGUE PELO NÃO-USO. DEFERIMENTO DA MEDIDA NOS AUTOS DAFALÊNCIA. POSSIBILIDADE. AÇÃO DE RESPONSABILIZAÇÃO SOCIETÁRIA.INSTITUTO DIVERSO. EXTENSÃO DA DISREGARD A EX-SÓCIOS. VIABILIDADE. 1. A desconsideração da personalidade jurídica não se assemelha àação revocatória falencial ou à ação pauliana, seja em suas causasjustificadoras, seja em suas consequências. A primeira (revocatória) visa ao reconhecimento de ineficácia de determinado negócio jurídicotido como suspeito, e a segunda (pauliana) à invalidação de atopraticado em fraude a credores, servindo ambos os instrumentos comoespécies de interditos restitutórios, no desiderato de devolver àmassa, falida ou insolvente, os bens necessários ao adimplemento doscredores, agora em igualdade de condições (arts. 129 e 130 da Lein.º 11.101/05 e art. 165 do Código Civil de 2002). 2. A desconsideração da personalidade jurídica, a sua vez, é técnicaconsistente não na ineficácia ou invalidade de negócios jurídicoscelebrados pela empresa, mas na ineficácia relativa da própriapessoa jurídica - rectius, ineficácia do contrato ou estatuto socialda empresa -, frente a credores cujos direitos não são satisfeitos,mercê da autonomia patrimonial criada pelos atos constitutivos dasociedade. 3. Com efeito, descabe, por ampliação ou analogia, sem qualquerprevisão legal, trazer para a desconsideração da personalidadejurídica os prazos decadenciais para o ajuizamento das açõesrevocatóriafalencial e pauliana. 4. Relativamente aos direitos potestativos para cujo exercício a leinão vislumbrou necessidade de prazo especial, prevalece a regrageral da inesgotabilidade ou da perpetuidade, segundo a qual osdireitos não se extinguem pelo não-uso. Assim, à míngua de previsãolegal, o pedido de desconsideração da personalidade jurídica, quandopreenchidos os requisitos da medida, poderá ser realizado a qualquermomento. 5. A superação da pessoa jurídica afirma-se como um incidenteprocessual e não como um processo incidente, razão pela qual podeser deferida nos próprios autos da falência, nos termos dajurisprudência sedimentada do STJ. 6. Não há como confundir a ação de responsabilidade dos sócios eadministradores da sociedade falida (art. 6º do Decreto-lei n.º 7.661/45e art. 82 da Lei n.º 11.101/05) com a desconsideração dapersonalidade jurídica da empresa. Na primeira, não há um sujeitooculto, ao contrário, é plenamente identificável e evidente, e suaação infringe seus próprios deveres de sócio/administrador, ao passoque na segunda, supera-se a personalidade jurídica sob cujo manto seescondia a pessoa oculta, exatamente para evidenciá-la comoverdadeira beneficiária dos atos fraudulentos. Ou seja, a ação deresponsabilização societária, em regra, é medida que visa aoressarcimento da sociedade por atos próprios dossócios/administradores, ao passo que a desconsideração visa aoressarcimento de credores por atos da sociedade, em benefício dapessoa oculta. 7. Em sede de processo falimentar, não há como a desconsideração dapersonalidade jurídica atingir somente as obrigações contraídas pelasociedade antes da saída dos sócios. Reconhecendo o acórdãorecorrido que os atos fraudulentos, praticados quando os recorrentesainda faziam parte da sociedade, foram causadores do estado deinsolvência e esvaziamento patrimonial por que passa a falida, asuperação da pessoa jurídica tem o condão de estender aos sócios aresponsabilidade pelos créditos habilitados, de forma a solvê-los deacordo com os princípios próprios do direito falimentar, sobretudoaquele que impõe igualdade de condição entre os credores (parconditio creditorum), na ordem de preferência imposta pela lei. 8. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido. (STJ, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 05/04/2011, T4 - QUARTA TURMA)
Efeitos da sentença que decreta a Falência, quanto à pessoa do Falido:
- Inabilitação empresarial: impossibilidade do devedor (falido) exercer a atividade empresarial. A inabilitação perdura da sentença que decreta a falência até a sentença de extinção das obrigações.
- Restrição na Capacidade Processual: quando há a decretação da falência, o falido tem sua capacidade processual restringida (“perde” a capacidade de estar em juízo), de modo que não será mais a Sociedade quem irá ajuizar a ação, e sim a massa falida, representada pelo Administrador Judicial.
A massa falida não tem personalidade jurídica, mas tem capacidade processual.
Quanto aos processos já em curso, antes da decretação da falência, ocorre a substituição do devedor, no polo ativo ou no polo passivo, passando a figurar a massa falida, representada pelo Administrador Judicial.
O devedor não perde totalmente a capacidade processual, o que há é uma restrição. O empresário individual, por exemplo, é uma pessoa natural e este será o falido, podendo ser demandado em ações em face de sua pessoa natural (p. ex.: ação de investigação de paternidade).
- Devedor perde o direito de administrar e dispor de seus bens:
O falido é substituído pela massa falida nos processos já em andamento. Nos novos processos, a massa falida terá capacidade processual. O falido não tem mais capacidade processual.
O devedor perde o sigilo de correspondência. As correspondências endereçadas ao falido são abertas pelo Administrador Judicial.
Obrigações do Falido– Dever Geral de Colaboração
O falido tem a obrigação de prestar informações/ajudar.
- Assinatura do Termo de Comparecimento: O falido comparece em juízo para assinar o Termo, declarando seu estado de insolvência.
- Entrega em Juízo: de todos os bens e documentos (livros contábeis).
- Não pode se ausentar: salvo comunicação expressa ao Juiz.
- Comparecer em todos os Atos de Falência e se Manifestar quando o Juiz e/ou Administrador Judicial solicitar.
- Prestar informações e apresentar a Relação de Credores.
Caso o falido não cumpra com suas obrigações/deveres está sujeito ao crime de desobediência.
Direitos do Falido (devedor)
- Fiscalizar a administração da Massa Falida: a massa falida é administrada pelo Administrador Judicial.
- Requerer diligências necessárias para a conservação da Massa Falida.
- Intervir nos processos, na qualidade de assistente: na omissão do Administrador Judicial.
Dissolução do Falido (Sentença Decreta Falência → S. Extinção Obrigações)
O processo falimentar representa a dissolução regulardo empresário. Com a sentença de extinção das obrigações, o falido tem 2 opções: ou voltar a exercer a atividade empresarial ou se dissolverregularmente.
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. EXECUÇÃO FISCAL. ENCERRAMENTO DO PROCESSO FALIMENTAR. CIRCUNSTÂNCIA QUE NÃO IMPEDE O REDIRECIONAMENTO DO PROCESSO EXECUTIVO FISCAL. INVIABILIDADE DE REDIRECIONAMENTO NO CASO CONCRETO. 1. Não havendo no acórdão recorrido omissão, obscuridade ou contradição, não fica caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC. 2. Não obstante a falência seja forma de dissolução regular da sociedade, o encerramento do processo falimentar não implica exclusão de eventuais irregularidades que possam ter sido praticadas pelo sócio responsável e que tenham relação com o não pagamento do tributo devido. Assim, o fato de haver dissolução regular da sociedade, por si só, não impede o redirecionamento da execução fiscal. Nesse sentido: REsp 958.428/RS, 2ª Turma, Rel. p/ acórdão Min. Herman Benjamin, DJe de 18.3.2011. 3. No entanto, malgrado seja possível o redirecionamento da execução fiscal, mesmo após o encerramento da falência da empresa executada, tal providência não se revela possível no caso dos autos. No que se refere ao disposto nos arts. 134 e 135 do CTN, a orientação das Turmas que integram a Primeira Seção desta Corte firmou-se no sentido de que as regras previstas nos artigos referidos aplicam-se tão-somente aos créditos decorrentes de obrigações tributárias, de modo que, em se tratando de cobrança de multa administrativa, mostra-se inviável o pedido de redirecionamento fulcrado em tais artigos (REsp 408.618/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 16.8.2004; AgRg no REsp 735.745/MG, 1ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 22.11.2007; AgRg no Ag 1.360.737/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 9.6.2011). 4. Em relação ao disposto no art. 50 do CC/2002, verifica-se que o pedido de redirecionamento baseia-se tão somente na responsabilidade decorrente do não pagamento do valor executado (multa administrativa), olvidando-se o exequente (ora recorrente) de apontar alguma circunstância que, nos termos da jurisprudência desta Corte, viabilize o redirecionamento da execução fiscal. Impende ressaltar que "a responsabilização dos administradores e sócios pelas obrigações imputáveis à pessoa jurídica, em regra, não encontra amparo tão-somente na mera demonstração de insolvência para o cumprimento de suas obrigações (Teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica)", fazendo-se "necessário para tanto, ainda, ou a demonstração do desvio de finalidade (este compreendido como o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica), ou a demonstração da confusão patrimonial (esta subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de separação patrimonial do patrimônio da pessoa jurídica ou de seus sócios, ou, ainda, dos haveres de diversas pessoas jurídicas" (REsp 1.200.850/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Massami Uyeda, DJe de 22.11.2010). 5. Recurso especial não provido.(STJ - REsp 1267232/PR, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 01/09/2011, T2 - SEGUNDA TURMA)
Dissolução irregular: enseja a responsabilidade dos sócios.
Súmula 435, STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
Efeitos da sentença que decreta a Falência, quanto às obrigações do Falido:
- Obrigações exigíveis: àtítulo oneroso (vencidas e vincendas)e as custas judiciais decorrentes do litígio. As obrigações vincendas, com a decretação da falência, tem seu vencimento antecipado (vencem na data da decretação da falência).
- Vencimento antecipado daobrigação: quando da decretação da falência, ocorre o vencimento antecipado das obrigações do falido.
- Juros:
• Vencidos antes da decretação – incluir no cálculo (principal + acessório)
Ex.: 20 meses vencidos e não pagos antes da decretação da falência + 100 meses vincendos, que, em razão da decretação da falência tem seu vencimento antecipado. Sendo 120 prestações de R$ 1.000,00 ao mês, incluindo o valor do principal (obrigação) + juros remuneratórios (acessórios).
Para calcular o valor devido na data da decretação da falência, nas obrigações que já se venceram, calcula-se o valor do principal + acessórios (juros).
• Vencimento antecipado (vincendas) – abatimento proporcional
Nas obrigações vincendas há o abatimento proporcional dos juros e demais encargos.Quando da sentença de decretação da falência, nas obrigações vincendas (que são “trazidas” para a data de decretação da falência – vencimento antecipado), calcula-se somente o principal.Ex.: Se tinha R$100.000,00, sendo R$ 20.000,00 juros. O valor devido será de R$ 80.000,00.
• Vencidos após a decretação
Da sentença que decreta a falência até o efetivo pagamento do credor, se passados 2 anos (Sentença de Encerramento da Falência), incidem juros e correção monetária, mas os juros ficam com a exigibilidade suspensa.
		- Suspensão da exigibilidade dos juros: quando for pagar, ao final, somente vai pagar o principal, corrigido monetariamente, mas os juros somente serão pagos depois que houver o pagamento de todos os credores.
		- Pagamento depois de todos os credores – Juros.
Os juros incidem após a decretação da falência, mas tem sua exigibilidade suspensa. Os juros somente serão pagos após o pagamento de todos os credores
EXCEÇÃO: salvo se o credor tiver umagarantia real vinculada a sua obrigação.
Quando houver credor com garantia real, os juros incidirão e não terão sua exigibilidade suspensa. O credor com garantia real irá receber na sua classe o valor atualizado, com a incidência de correção monetária e juros. Mas receberá o valor até o limite do produto da alienação do bem objeto da garantia e o restante receberá quando do pagamento dos créditos quirografários.
- Obrigações em moeda estrangeira: faz-se a conversão em moeda nacional ao cambio da data da sentença que decreta a falência.
- Formação do Juízo Universal e Indivisível
Com a sentença que decreta a falência, ocorre a formação do juízo universal e indivisível da falência. 
- Universal: o juízo da falência atrai todos os credores para serem pagos (ordem legal de preferencia), inclusive credores que não estão sujeitos ao processo falimentar, a exemplo do Fisco, que tramita em paralelo (execução individual), mas irá receber no processo falimentar.
- Indivisível: o juízo da falência é o competente para processar e julgar todas as ações que tramitam contra a massa falida. Atrai todas as ações contra a massa falida, salvo: Justiça do Trabalho, Juízo Fiscal e competência da Justiça Federal (art. 109, CF) – tramitam no juízo especializado.
- A sentença que decreta a falência acarreta a Suspensão:
doDireito de Retirada do Sócio do Quadro Societário.
doDireito de Receber Capital Social, na hipótese do sócio ter se retirado antes da decretação da falência. Poderá receber após o pagamento de todos os credores, se sobrar dinheiro.
doDireito de Retenção (sobre coisa).
- Conta Corrente: eventual conta corrente que tenha o devedor, com a sentença que decreta falência, será encerrada.
- Compensação: é possível em relação às obrigações anteriores à decretação da falência, independentemente da ordem legal de preferência dos créditos.
Efeito da sentença que decreta a Falência, em relação aos Contratos do Falido:
Efeitos da falência em relação aos contratos que o falido celebrou enquanto exercia a atividade empresarial:
- Regra Geral: 
Bilaterais: o Administrador Judicial decide pela denúncia/quebra do contrato ou pela continuidade do contrato. Se optar pela continuidade do contrato, precisa da autorização do Comitê de Credores ou do Juiz, quando não houver Comitê formado.
Interpelação: em razão do contrato bilateral gerar obrigações para ambas as partes (sinalagmático), o legislador traz o direito a interpelação, ou seja, terceiro que contratou com o falido tem o direito de interpelar o Administrador Judicial, no sentido de questioná-lo acerca da continuidade ou não do contrato. O contratante tem o prazo de 90 dias, contados da Assinatura do Termo de Compromisso do Adm. Jud., para realizar a interpelação. Em contrapartida, o Administrador Judicial tem o prazo de 10 dias, contados da interpelação para responder. Caso o Adm. Judicial não se manifeste, considera-se negativa a resposta (não continuidade do contrato – denúncia – quebra do contrato).
Na hipótese de denúncia do contrato, gera-se o direito de indenização ao contratante, caso sobrevenha dano (comprovado)em razão do não cumprimento do contrato.
Unilaterais: não há direito de interpelação.
Quando houver cláusula contratual, oriunda da vontade das partes, prevalece a Lei, e não a vontade das partes.
- Regras Especiais (art. 119 – Lei nº 11.101/2005):
Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes regras:
I – o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos pelo vendedor;
II – se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, poderá o comprador pôr à disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos;
III – não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe própria;
IV – o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato, dos valores pagos;
V – tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação em bolsa ou mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e pagamento do preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do contrato e a da época da liquidação em bolsa ou mercado;
VI – na promessa de compra e venda de imóveis, aplicar-se-á a legislação respectiva;
VII – a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato;
VIII – caso haja acordo para compensação e liquidação de obrigações no âmbito do sistema financeiro nacional, nos termos da legislação vigente, a parte não falida poderá considerar o contrato vencido antecipadamente, hipótese em que será liquidado na forma estabelecida em regulamento, admitindo-se a compensação de eventual crédito que venha a ser apurado em favor do falido com créditos detidos pelo contratante;
IX – os patrimônios de afetação, constituídos para cumprimento de destinação específica, obedecerão ao disposto na legislação respectiva, permanecendo seus bens, direitos e obrigações separados dos do falido até o advento do respectivo termo ou até o cumprimento de sua finalidade, ocasião em que o administrador judicial arrecadará o saldo a favor da massa falida ou inscreverá na classe própria o crédito que contra ela remanescer.
Mandatos celebrados pelo Falido, antes da decretação da Falência: 
Mandato Judicial/Procuração,para representação judicial, não cessa seus efeitos com a sentença que decreta da falência;
A procuração outorgada pelo falido ao advogado, para representá-lo em juízo, com a decretação da falência não cessam os efeitos do mandato judicial.
Se o falido outorgou poderes à terceiro para celebrar Negócio Jurídico, cessam os efeitos do contrato quando for

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