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DOS PRECEDENTES JUDICIAIS slides oficiais

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Prof. Karen Emilia Antoniazzi Wolf
Disciplina: Direito processual Civil II
DOS PRECEDENTES JUDICIAIS
PRECEDENTE: é a decisão judicial tomada à luz de uma caso concreto, cujo elemento normativo pode servir como diretriz para julgamento posterior de casos análogos.
Composto por:
a) Circunstâncias de fato que embasam a controvérsia;
b) Tese ou Princípio Jurídico assentado na motivação (ratio decidendi) do provimento decisório;
c) Argumentação jurídica em torno da questão
Ratio Decidendi- “são os fundamentos jurídicos que sustentam a decisão; a opção hermenêutica adotada na sentença, sem a qual a decisão não teria sido proferida”.
Então nota-se:
ao construir uma decisão o magistrado baseia-se necessariamente em duas normas jurídicas-
Primeiramente, as de caráter geral, são fruto da interpretação/compreensão dos fatos envolvidos na causa, Direito Positivo (CF/ Leis, etc.)
Secundariamente, às de caráter Individual, constitui a sua decisão para aqueia situação específica que lhe põe para análise. 
NA VERDADE EM SENTINDO ESTRITO, O PRECEDENTE PODE SER DEFINIDO COMO SENDO A PRÓPRIA Ratio Decidendi.
DECISÃO JUDICIAL- é o ato jurídico de onde se extrai a solução do caso concreto encontrável no dispositivo, e o precedente, comumente retirado da fundamentação.
OBTER DICTUM (ou Dictum)- é o argumento jurídico (comentário exposto apenas de passagem na motivação da decisão), que se convola em juízo normativo acessório, provisório, secundário, impressão ou qualquer outro elemento jurídico hermenêutico que não tenha influência relevante e substancial sobre a decisão (opinião jurídica adicional).
É MENCIAONADA INCIDENTALMENTE PELO JUIZ, MAS PODE REPRESENTAR UM SUPORTE AINDA QUE NÃO ESSENCIAL E PRESCINDÍVEL PARA CONSTRUÇÃO DA MOTIVAÇÃO E DO RACIOCINIO ALÍ EXPOSTO.
AUTOCOMPOSIÇÃO E PRECEDENTES:
Questão interessante diz respeito ao precedente nos casos em que a decisão homologa autocomposição, será pressuposto para a homologação do negócio jurídico. 
A Ratio Decidendi será uma regra jurídica geral que prescreve que, em casos como aquele, o órgão jurisdicional está autorizado a homologar a autocomposição.
O precedente relaciona-se com os pressupostos para homologação da autocomposição- (Núcleo da fundamentação da decisão homologatória)
O raciocínio é o mesmo quando a decisão nega a homologação de autocomposição, em causas semelhantes àquela de onde ele surgiu.
EFICÁCIA JURÍDICA DO PRECEDENTE: 
EFEITOS: no direito brasileiro, os precedentes têm aptidão para produzir diversos efeitos jurídicos. É possível e até comum que um mesmo precedente produza mais de um tipo de feito.
ESPÉCIES (de efeitos):
I- Vinculantes/Obrigatórios;
II- Persuasivos;
III- Obstativo da revisão de decisões;
IV- Autorizante;
V- Rescindente / Deseficacizante;
VI- Revisão da Sentença.
O efeito do precedente decorre de sua Ratio Decidendi, logo “os fundamentos prescindíveis para o alcance do resultado fixado no dispositivo da decisão ainda que nela presentes, não possuem efeito de precedente vinculante. 
“o efeito vinculante do precedente decorre da adoção dos mesmos fundamentos determinantes pela a maioria dos membros do colegiado, cujo entendimento tenha ou não sido sumulado”
POR ISSO OS FUNDAMENTOSNÃO ADOTADOS OU REFENDADOS PELA MAIORIA DOS MEMBROS DO ÓRGÃO JULGADOR NÃO POSSUEM EFEITO DE PRECEDENTE VINCULANTE.
EFICÁCIA VINCULANTE/OBRIGATÓRIA:
A norma jurídica estabelecida na fundamentação de determinadas decisões judiciais tem o condão de vincular decisões posteriores, obrigando que os órgãos jurisdicionais adotem aquela mesma teses jurídica na sua própria fundamentação.
É DIZER, QUE A Ratio Decidendi CONTIDA NA FUNDAMENTAÇÃO DE UM JULGADO TEM FORÇA VINCULANTE (estão enumerados no Art. 927CPC/15)
LOGO É CORRETO AFIRMAR QUE:
É omissa a decisão que “deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou incidente de assunção de competência aplicável a caso sob julgamento (Art. 1022 §único I CPC)
É OMISSA A DECISÃO QUE SE FURTE EM CONSIDERAR QUALQUER UM DOS PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS (Art. 927 CPC/15)
“As decisões e precedentes previstos nos incisos do caput do Art. 927 são vinculantes aos órgãos jurisdicionais a eles submetidos”
EFICÁCIA PERSUASIVA: 
O precedente persuasivo não tem eficácia vinculante; possui apenas força persuasiva, na medida em que constitui “indício de uma solução racional socialmente adequada”
Nenhum magistrado está obrigado a segui-lo:
“Se o segue, é por estar convencido de sua correção”
É UMA EFICÁCIA MÍNIMA DE TODO O PROCEDENTE”
EFICÁCIA DE OBSTAR A REVISÃO DE DECISÕES:
Sendo por recurso, seja por remessa necessária, este impedimento pode ser tanto no sentindo de não admitir a demanda, o recurso ou a remessa, como no sentido de NEGAR, no mérito, de plano, a postulação.
O efeito OBSTATIVO não deixa de ser um desdobramento do efeito vinculante de certos precedentes, em algumas situações, o legislador permite que o órgão jurisdicional negue provimento a determinados recursos ou dispense a remessa quando estiverem eles em conflito com precedentes judicias (jurisprudência ou súmula) sobretudo com aqueles emanados das cortes superiores.
O PRECEDENTE PODE AUTORIZAR UMA DENEGAÇÃO DE PLANO:
EXEMPLOS:
 
a) precedentes formados no julgamento de casos repetitivos ou de assunção de competência e enunciados de súmulas. (autorizam a improcedência liminar da demanda)
b) previsão Negativa de Provimento a recurso por contrariar precedente ou enunciado de súmula.
c) aplicação de tese firmada no julgamento de recursos repetitivos (inadmissão dos de mais recursos pelo presidente ou vice do tribunal de origem)
EFICÁCIA AUTORIZANTE :
“Ocorre quando é determinante para admissão ou acolhimento de ato postulatório.”
Acolhimento de postulação:
a) Existência de “tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou súmula vinculante”;
b) Bem como precedente ou enunciado de súmula contrariados pela decisão recorrida, ao implicar o provimento do recurso por decisão monocrática do relator.
O PRECEDENTE OU ENUNCIADO DE SÚMULA TAMBÉM PODE DETERMINAR OU CONTRIBUIR PARA A ADMISSÃO DE RECURSO.
EFICÁCIA RESCINDENTE OU DESEFICACIZANTE:
É a aptidão para rescindir ou retirar uma decisão judicial transitada em julgado.
O precedente do STF deve ser anterior à decisão transitada em julgado para produzir o efeito de deseficacizar a decisão judicial.
Se o precedente for posterior caberá AÇÃO RESCISÓRIA, cujo o prazo será contado da data do trânsito em julgado. 
NOTE: QUE SE PODE COGITAR UMA RESVISÃO CRIMINAL COM BASE EM PRECEDENTES MAIS FAVORÁVEIS
PRECEDENTE QUE PERMITE REVISÃO DE COISA JULGADA: 
O precedente pode autorizar a ação de revisão de coisa julgada que diga respeito a uma relação jurídica sucessiva (Art. 505 I CPC) – relação jurídica tributária.
Um precedente do STF poderia, por exemplo autorizar a revisão ex nunc, da sentença que regulasse uma relação jurídica tributária.
EXEMPLO: EM 2005, O SEGURADO PASSOU A AUFERIR O BENEFÍCIO DO AUXÍLIO ACIDENTE, QUANDO A ORIENTAÇÃO DO STJ ERA NO SENTINDO DE QUE MOLÉSTIA DE QUE ERA VÍTIMA OCASIONAVA A INCAPACIDADE TEMPORÁRIA PARA O TRABALHO, A SUPERVENIÊNCIA , EM 2006, DE NOVO PRECEDETNE DO STJ ENTENDENDO QUE AQUELA MOLÉSTIA NÃO ENSEJAVA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO, FAZ CESSAR O BENEFÍCIO,SEM, POREM, OBRIGAR A RESTITUIÇÃO DO QUE O SEGURADO RECEBEU.
CLASSIFICAÇÃO PELO PROCEDIMENTO DE FORMAÇÃO:
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: STF (Art. 927 I CPC/15)
RACIO DECIDENDI: os juízes e tribunais deverão observar os enunciados das súmulas do STF em matéria constitucional (inclusive enunciados de Súmulas Vinculantes – Art. 103 A CF) e do STJ em matéria Infraconstitucional;
É oque diz o Art. 927 II CPC/15- força obrigatória.
INCIDENTE EM JULGAMENTO DE TRIBUNAIS: os juízes e tribunais deverão observar “acórdãos em incidente de assunção de competência OU de resolução
de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos.”
ORIUNDOS DO PLENÁRIO OU DO ÓRGÃO ESPECIAL:
DUAS ORDENS DE VINCULAÇÃO;
Uma vinculação INTERNA dos membros e órgãos fracionários de um tribunal aos precedentes oriundos do plenário ou órgão especial daquela mesma corte;
Vinculação EXTERNA dos demais órgãos de instâncias inferiores (juízos e tribunais) aos precedentes do plenário ou órgão especial do tribunal a que estiverem submetidos.
Observe: 
a) Plenário do STF, sobre matéria constitucional, vinculam todos os tribunais e juízes brasileiros;
b) Plenário e órgãos do STJ, em matéria de Direito Federal Infraconstitucional, Vincula o próprio STJ, bem como TRFs, TJs, e juízes (federais e estaduais);
c) Plenário e órgão especial do TRF vinculam o próprio TRF, bem como Juízes Federais e Estaduais;
d) Plenário e órgão especial do TJ, vinculam o próprio TJ, bem como os juízes estaduais a ele vinculados. 
DA SÚMULA VINCULANTE:
 (art. 103-A CF e Lei 11.417/06)
A emenda constitucional n.45/04 acrescentou o Art. 103-A ao texto da constituição federal, permitindo o STF, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar enunciado sumular com efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública, mas esferas federais estaduais e municipais. 
 
CARACTERÍSTICAS: (principais)
a) Efeito Vinculante: consiste em ter efeito vinculante sobre o próprio STF, e os demais órgãos do Poder Judiciário.
 “Este poder opera de imediato, a partir da sua publicação enunciada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União, devendo ser feito dentro do prazo de 10 dias após a sessão em que foi aprovado”.
Obs. É possível que o STF, por decisão de 2/3 dos seus membros, restrinja o efeito vinculante ou decida que só terá eficácia a partir de um momento posterior, tendo em vista razões de segurança jurídica ou excepcional interesse público. 
Como decorrência do efeito vinculante do enunciado, caberá reclamação ao STF contra o ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicavel ou que indevidamente a aplicar, sem prejuízo de outros recursos ou meios admissíveis de impugnação.
Julgado procedente a reclamação, o STF anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula.
(Art. 103-A §3º CF, Art. 7º Lei nº 11.417/06, Art. 988 IV e §4º, e Art. 992 CPC)
b) Objeto: 
Somente se admite a edição de enunciado sumular que tenha por objeto a interposição ou a verificação da validade u da eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgão judiciário, ou entre esses e a administração pública, que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
c) COMPETÊNCIA:
A princípio somente o STF possui a competência; 
Não podendo editar estes enunciados com força vinculante, os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou DF e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
(mas estes podendo propor ao STF a edição de Súmulas Vinculantes)
d) REVISÃO E CANCELAMENTO:
As Súmulas Vinculantes não tem a pretensão de viger eternamente.
O entendimento nela cristalizado pode ser revisado ou mesmo superado, isso pode ocorrer, por exemplo, se for revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição de enunciado de súmula.
e) INICIATIVA:
A edição, revisão ou cancelamento, pode ter início de oficio ou provocação. (Art. 103-A §2º CF)
Lei. 11.417/06 estabeleceu quem pode propor a edição:
a) Presidente da República;
b)Mesa do Senado Federal;
c)Mesa da Câmera dos deputados;
d)Procurador Geral da República;
e)Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
f)Defensor Público-Geral da União;
g)Confederação Sindical ou entidade de classe de Âmbito Nacional
h)Mesa de Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa do DF;
i)Governador do Estado ou DF;
j) Tribunais Superiores, Os tribunais de Justiça de Estados ou DF e Territórios
Art3º§1º lei- “o Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, edição, revisão ou cancelamento de enunciado.
d) PROCEDIEMNTO:
(regulamentação resoluções 381 e 388/08)
Recebendo a proposta de edição, revisão ou cancelamento de súmula, vinculante OU NÃO, a Secretaria de Justiça a registrará, e publicará edital no sítio do Tribunal e no diário de Justiça Eletrônico, para possíveis manifestações de interessados no prazo de 05 (cinco) dias.
A petição conterá a proposta de edição, revisão ou cancelamento de súmula, sendo esta atuada no STF, como uma proposta. 
Obs. A possibilidade de manifestação de interessados atende ao disposto no Art. 3º §2º da Lei 11.417/08.
RESSALVADA A VOTAÇÃO DA PROPOSTA, QUE OCORRE EM PLENÁRIO, TODOS OS ATOS DO PROCEDIMENTO SÃO PROCESSADOS ELETRONICAMENTE E AS INFORMAÇÕES DEVEM FICAR DISPONÍVEIS NO SITE DO STF(Art. 4º, res,388/08)

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