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Inspeção A 1ª Etapa da Manutenção Autônoma (Parte 2)

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Inspeção: A 1ª Etapa da Manutenção Autônoma (Parte 2)
No artigo anterior falamos da limpeza na primeira etapa da Manutenção Autônoma (veja o artigo clicando aqui). Tão importante quanto a limpeza é a inspeção. Por este motivo, neste artigo vou falar da inspeção Geral do equipamento, onde o principal objetivo na execução desta atividade é a aproximação do operador ao seu equipamento dando a ele a oportunidade de visualizar e tratar as anomalias que estão causando a baixa no rendimento. A inspeção é ponto fundamental para o desenvolvimento da Manutenção Autônoma.
1 – Conceito – O que é inspeção
Inspecionar é verificar, checar e principalmente observar se os equipamentos se encontram em suas condições ideais conforme recomendações do fabricante ou mesmo preestabelecidas pela própria empresa.
Faz parte do processo de inspeção, o registro das anomalias identificadas, e consequentemente as ações para promover a eliminação das mesmas, sempre na busca por medidas que evitem a reincidência.
2 – Pontos Chave Para Inspeção
A prática do processo de limpeza e inspeção não é fácil, exigindo uma forte mudança de cultura na empresa. Por este motivo, esta etapa exige um foco no desenvolvimento e treinamento das pessoas com a capacitação da equipe e apoio por parte da gestão e da manutenção. As habilidades precisam ser desenvolvidas para que os operadores possam reconhecer e registrar as deficiências dos equipamentos e isso só é possível através das experiências obtidas com as dificuldades em entender quais são os reais problemas das máquinas. Para a obtenção de sucesso nesta etapa, é preciso primeiro formar a condição ideal do equipamento e manter esta condição durante as limpezas que serão realizadas. A seguir estão algumas dicas para identificar os defeitos e as anomalias:
Procurar por defeitos visíveis e invisíveis, tais como folgas, vibrações que são imperceptíveis ao olho e pequenos aquecimentos onde só com o toque é possível a detecção;
Procurar minuciosamente por correias e polias desgastadas, correntes dentadas sujas, filtros de sucção entupidos e outros diversos problemas prováveis de mau funcionamento;
Observar se o equipamento é fácil de limpar, lubrificar, inspecionar, operar e ajustar. Identificar os obstáculos que impedem as operações mencionadas, tais como tampas grandes e obstrutivas, pontos de difícil acesso para lubrificação, entre outros;
Assegurar que todos os instrumentos de medição operam de forma correta e apresentem claramente os valores especificados;
Investigar qualquer vazamento de fluído: seja vapor, água, óleo, ar comprimido, líquidos de arrefecimento em geral, ou qualquer outro tipo;
Procurar por problemas escondidos como corrosão dentro de partes isoladas em tubulações, colunas e tanques, ou por bloqueios dentro de dutos e rampas.
As inspeções diárias realizadas pelos operadores na área de produção são mais que uma formalidade, elas são necessárias para assegurar que anomalias sejam detectadas e tratadas o mais rápido possível.
Algo importante a dizer é que a grande maioria das inspeções nas empresas de manufatura são feitas sem fundamento, sendo baseadas as vezes em padrões estabelecidos para processos ou situações diferentes de onde o equipamento trabalha. A inspeção diária adequada tem por propósito o desenvolvimento da percepção de forma suficiente a apontar qualquer anomalia fora do comum, durante todo o processo de operação ou qualquer outro. Este cenário exige um alto grau de habilidade e de sensibilidade por parte de quem inspeciona. Para desenvolver esta verificação diária expressiva há a exigência de padrões de fácil compreensão e habilidades elevadas dos operadores.
3 – Necessidade Dos 5 Sentidos
Para que haja um bom desenvolvimento do processo de inspeção há a necessidade do desenvolvimento de algo que quase todas as pessoas já possuem, o desenvolvimento do 5 (cincos) sentidos. Sendo assim, é fundamental:
Desenvolver a visão crítica, com olhos que de fato enxerguem os problemas: A mudança de paradigma é importante neste caso pois muitas coisas podem parecer normais, quando de fato não são.
Desenvolver o sentido de ouvir anormalidades é essencial para poder distinguir os tipos de ruídos que provocarão problemas maiores.
Desenvolver a sensibilidade do olfato que possa identificar alterações nos cheiros dos equipamentos.
Aproximar-se do equipamento, tocar em suas partes para identificar possíveis vibrações e alternâncias de temperaturas.
Não há evolução se todos estes pontos não forem transmitidos para os responsáveis para a resolução dos mesmos, falar é essencial neste processo.
Veja na Figura 1 como devemos usar os sentidos para a prática da inspeção.
4 – Tipos de Inspeção
Através do desenvolvimento dos 5 sentidos, é possível realizar inspeções com qualidade de forma a detectar os problemas antes que estes interfiram na produção. Abaixo alguns pontos que podem ser verificados nos equipamentos:
Pontos de Verificação para Parafusos e Porcas;
Pontos de Verificação dos Sistemas de Transmissão;
Pontos de Verificação de Lubrificação;
Pontos de Verificação Hidráulica;
Pontos de Verificação Pneumática;
Pontos de Verificação Elétricas;
Pontos de Verificação de Equipamento em Geral.
O processo de inspeção é o grande divisor de águas no processo de Manutenção Autônoma, pois é através dele que a operação passa a se aproximar mais dos equipamentos, reconhecendo e registrando melhor as anomalias e permitindo que os equipamentos operem em suas condições ideais. Um grande fator de sucesso para esta etapa é o apoio ao processo por parte dos gestores, que em momentos de crise, mudam as prioridades e acabam boicotando o processo. Há necessidade de comprometimento de todos.
Referências – SUZUKI, T. TPM in Process Industries. 1ª. ed. New York: Productivity Press, 1994

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