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Mecânica dos Sólidos III Flexão – Parte I 29/04/2007 - Colapso provocado pelo peso próprio após acidente envolvendo um caminhão tanque. Uma estande de livros não deixa de ser uma viga em flexão: comprimento maior que a largura ou espessura e carga (livros) aplicada perpendicularmente ao seu eixo longitudinal. Introdução Cargas atuando sobre uma viga criam ações internas (ou tensões resultantes) na forma de forças de cisalhamento e de momentos fletores. As cargas que atuam numa viga a fazem fletir (ou curvar), e assim deformar o seu eixo em uma curva. O eixo que estava inicialmente reto é então flexionado em uma curva chamada de curva de deflexão da viga. Flexão de uma viga em balanço: (a) Viga com carregamento; (b) Curva de deflexão. v = deflexão (deslocamento de um ponto em relação à sua posição original, medida na direção de y. Flexão pura: • Quando a viga está submetida a um momento fletor constante. • Ocorre somente em pontos da viga onde a força de cisalhamento é zero (V = 0). Flexão não-uniforme: • É referente à flexão na presença de forças de cisalhamento. Nesse caso, o momento fletor varia quando se move ao longo da viga. Viga simples em flexão pura Viga engastada em flexão pura Viga com região central em flexão pura e extremidades em flexão não-uniforme. Deformação de vigas em flexão pura Quando cargas são aplicadas em uma viga, seu eixo longitudinal é deformado em uma curva. As tensões e deformações resultantes estão diretamente relacionadas à curvatura da curva de deflexão. M M Hipóteses: Mudanças dimensionais na direção y são significativamente menores que a flexão. • Isso provoca uma tensão de tração de um lado da viga e uma tensão de compressão do outro lado. • As retas longitudinais tornam-se curvas e as retas transversais permanecem retas, mas sofrem rotação. Hipóteses: A seção transversal de uma viga reta permanece plana e perpendicular ao eixo longitudinal quando a viga se deforma por flexão. A deformação longitudinal varia linearmente de zero no eixo neutro. A lei de Hooke se aplica quando o material é homogêneo. O eixo natural passa pelo centróide da área da seção transversal e não sofre mudança de comprimento. ρ = raio de curvatura; A curvatura (k) é uma medida de quão intensamente a viga é flexionada. É definida como o inverso do raio de curvatura. As deflexões em vigas são usualmente muito pequenas quando comparadas aos seus comprimentos ds ≈ dx d ds dds ds d kk 1 dx d kk 1 Antes da aplicação do momento: AB = JK = DE = A’B’ = L P/ M>0 AB encurta (σcompressão, εx < 0) A’B’ alonga (σtração, εx > 0) DE = superfície neutra (σ = ε = 0) L L DE como DE y JKx DE = ρ.θ como DE ≈ L L = ρ.θ Para uma superfície qualquer: JK = (ρ – y).θ = L’ // L’ = compr. Final δJK = L’ – L = (ρ – y).θ - ρ.θ = -y.θ Como εx = δ/L εx terá seu valor absoluto máximo quando y for máximo (na superfície superior ou inferior da viga) ponto “c”. max. c y ρ = raio de curvatura; ab linha neutra: • εx = σx = 0; • Δxantes def = Δxdepois def Entretanto, todas as outras linhas tanto acima quanto abaixo da linha neutra ou alongam ou encurtam, criando assim deformações normais específicas (εx) yy x u )( limlim 00 Observa-se que a deformação evolui de forma linear ao longo da espessura da viga, onde εmax é a máxima deformação que ocorre no ponto mais distante da superfície neutra, c. y c y c . 1y mas , max max c y .max Tensão e deformação no regime elástico Considerando o material homogêneo e dentro do regime elástico-linear, σ=E.ε . ..E. (E) x . max maxmax c y c y E c y x No regime elástico, a tensão normal varia linearmente com a distância da superfície neutra. Tensões normais em uma viga de material elástico linear: (a) vista lateral da viga mostrando a distribuição das tensões normais e (b) seção transversal da viga mostrando o eixo z como a linha neutra da seção transversal. Impondo o equilíbrio de forças na direção x, teremos: Mas Como σmax e c são valores constantes e não nulos, .max c y x De acordo com a equação, e desde que as tensões permaneçam no regime elástico, conclui-se que o eixo neutro passará pelo centróide da seção transversal da viga. 𝐹𝑅 = 𝐹𝑥 = 0 → 𝑑𝐹 𝐴 = 0 → 𝜎𝑥. 𝑑𝐴 𝐴 = 0 𝑦𝑑𝐴 𝐴 = 0 𝜎𝑚𝑎𝑥 𝑐 . 𝑦𝑑𝐴 𝐴 = 0 𝑦 = 𝑦𝑑𝐴𝐴 𝑑𝐴𝐴 = 0 Lembrando que o momento interno atuante na seção transversal é a soma dos momentos infinitesimais atuantes nas áreas dA, teremos: A AA x A zzR dAy c dA c y yMdAyM dFyMMM 2max max M )..( )..( . .2 A dAyI I = momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo que passa seu centróide . max I cM • σmax = tensão normal máxima; • M = momento interno resultante; • I = momento de inércia • c = distância perpendicular do eixo neutro ao ponto onde ocorre tensão máxima. . I yM x Tensão normal para qualquer distância y da linha neutra W = módulo de resistência (tabelado) A relação I/c depende somente da geometria da seção transversal max W M . max I cM .c . . . maxmax EI cM EI cM I cM E 1 EI M k Calculo da curvatura Resumindo ... 1. A viga simplesmente apoiada tem a área de seção transversal mostrada na figura abaixo. Determine a tensão de flexão máxima absoluta na viga e represente a distribuição de tensão na seção transversal nessa localização. Exemplos 2. (Beer, 4.1) Sabendo que o momento mostrado atua em um plano vertical, determine a tensão no ponto A e no ponto B. 3. (Beer, 4.3) Usando uma tensão admissível de 155 MPa, determine o maior momento fletor M que pode ser aplicado à viga de mesa larga mostrada. 4. (Beer, 4.8) Duas forças verticais são aplicadas à viga com a seção transversal mostrada na figura. Determine as tensões de tração e de compressão máximas na parte BC da viga. 5. 6. Beer
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