Buscar

Oncocercose e Filariose Linfática

Prévia do material em texto

ONCOCERCOSE
A oncocercose é uma doença causada por um verme nematódeo transmitido de uma pessoa infectada a outra por meio da picada de mosquitos vetores do gênero Simulium. Um aspecto extremamente importante dessa doença é que pode causar cegueira. A oncocercose é comum na África e na região das Américas, principalmente no México, na Guatemala e na Venezuela. É também conhecida como cegueira dos rios, pela sua maior incidência em margens de rios e riachos, onde se desenvolve o vetor. No Brasil, a oncocercose é restrita à área Yanomami, no Estado de Roraima, onde inquérito epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde no período de 1993 a 1997, em 28 pólos-base, encontrou 1.247 infectados (29,12%) entre os 4.283 indígenas examinados. Em 1995, com a disponibilização de drogas mais eficazes contra a oncocercose, foram iniciadas atividades de controle, com distribuição de medicamentos, que atingiram 100% da área endêmica no Distrito Sanitário Yanomami em 2001. Desde então, essas atividades vêm sendo executadas regularmente com altos níveis de cobertura, o que possibilitará a eliminação da doença.
Sinais e Sintomas
Na forma aguda da doença, as lesões dermatológicas são geralmente pruriginosas, acompanhados de exantema. Com a cronicidade da doença os sinais na região subcutânea é a despigmentação e atrofia da pele. Outro sinal são os nódulos provocados pelos oncocercomas. Na região ocular os sinais geralmente são lacrimejamento, fotofobias intensas, edemas palpebrais, ceratite, redução do campo visual e perda da acuidade visual.
Nos vasos linfáticos o principal sintoma é o aumento dos gânglios e o edema linfático. Na corrente sanguínea é encontrada uma alta eosinofilia.
	Tratamento
A ivermectina, um antibiótico macrolídeo semi-sintético, inicialmente era usada exclusivamente em parasitologia veterinária, sendo liberada para uso em humanos em 1987. Desde então é o medicamento de escolha para o tratamento da oncocercose. A dietilcarbazina há tempos foi utilizada para o tratamento, entretanto, causava graves reações quando do ataque às microfilárias.
 A ivermectina estimula a liberação do GABA nas terminações nervosas, favorecendo sua fixação no nível dos receptores, interferindo na transmissão de impulsos nervosos, determinando a eliminação dos parasitos. Em dose única de 200 µg/kg (via oral) destrói as microfilárias, impedindo a ampliação das lesões cutâneas e também atenuando ou impedindo o acometimento do globo ocular.
A destruição das microfilárias na pele ou tecidos do olho pode provocar reações adversas tais como edemas, pruridos, febre, mialgia, cefaléia, vômito, dispnéia, porém menos pronunciadas que as provocadas por outros medicamentos tal qual a dietilcarbazina. Embora a ivermectina seja eficaz contra microfilárias, parece não ter efeitos sobre os vermes adultos. O tratamento com dose semestral ou anual de 200µg/kg é suficiente para prevenir o desenvolvimento de lesões oculares a reversão da linfadenopatia e das alterações inflamatórias agudas.
O uso da Ivermectina tem sido utilizado em campanhas profiláticas, e seu emprego em doses semestrais/anuais, juntamente com medidas de combate ao vetor, tem reduzido a incidência da doença nas regiões endêmicas. Apesar de as reações adversas observadas nos pacientes serem mais brandas que as causadas por outros medicamentos, o uso da ivermectina é contra-indicado em gestantes, lactentes e crianças menores de cinco anos.
Profilaxia
A estratégia de prevenção da cegueira por oncocercose se fundamenta no tratamento dos pacientes infectados e no combate ao vetor. Este último só é possível em regiões onde o ambiente favoreça a eficiência da borrifação de inseticidas. No foco brasileiro, região Norte, a borrifação não é tão eficiente pelas características ecológicas dessa área.
As características sócio-culturais da população Yanomami como o nomadismo, o hábito de manter em segredo o próprio nome, torna difícil a distribuição eficiente da medicação, o que compromete o tratamento do doente, ação tão significativa para a prevenção de novos casos e dos agravos dessa parasitose. Assim, há um aumento na possibilidade de disseminação da doença para outras áreas do país principalmente quando se considera o aumento do fluxo migratório da região e a ubiqüidade do vetor, ou seja, sua capacidade de viver em habitats diversos.
O uso de roupas que cobrem a maior parte da pele é aconselhado, assim como repelentes de insetos e telas protetoras em janelas e portas. Contudo, é importante ressaltar que essa forma de contaminação fica comprometida quando se considera que o maior foco está em região indígena.
FILARIOSE LINFÁTICA
Causadora da elefantíase, a filariose linfática coloca em risco um bilhão de pessoas em todo o mundo. Mais de 120 milhões sofrem da doença, sendo que mais de 40 milhões se encontram gravemente incapacitados ou apresentam deformações. Dos infectados, um terço vive na Índia, um terço na África e o restante na Ásia, Pacífico Ocidental e Américas.
Endêmica em mais de 80 países, a filariose é uma doença crônica com importante potencial de sequelas, adquirida geralmente na infância. É causa importante de infecções crônicas e agudas, podendo provocar incapacidade. Além de onerar o sistema de saúde, seus portadores enfrentam não só as limitações provocadas pela doença, mas também o preconceito social.
No Brasil, a filariose permanecia de forma endêmica em apenas três capitais: Belém, Manaus e Recife. Nas duas primeiras cidades, houve uma significativa redução da transmissão. Em Recife, cidade com o maior número de casos do país, o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, unidade da Fiocruz é referência nacional para o controle da filariose, vem desenvolvendo um mapeamento das áreas de risco para a doença.
Transmissão
No Brasil, a filariose é transmitida apenas pela picada da fêmea do mosquito Culex quinquefasciatus>>. Outros transmissores da Wuchereria bancrofti são algumas espécies de Anopheles. Os vetores da Brugia malayi e da Brugia timori são mosquitos do gênero Mansonia.
A doença
O período de incubação da filariose é de 9 a 12 meses. Metade dos indivíduos infectados em zonas endêmicas desenvolvem a forma assintomática da doença, embora apresentem microfilárias no sangue e sejam portadores sãos.
Os primeiros sintomas costumam ser processos inflamatórios (desencadeados pela morte do verme adulto) localizados nos vasos linfáticos (linfangite), com febre, calafrio, dor de cabeça, náusea, sensibilidade dolorosa e vermelhidão ao longo do vaso linfático - em diferentes regiões independentes de sua localização: escroto, cordão espermático, mama, membros inferiores, etc. São frequentes os casos com ataques repetidos de linfangite, linfadenite (inflamação dos nódulos linfáticos) e lesões genitais.
A evolução da filariose é lenta. Seus sinais e sintomas são decorrentes principalmente da dilatação (ectasia) do vaso linfático muitas vezes complicada por infecções secundárias.De 10% a 15% dos casos de filariose vão apresentar elefantíase, após 10 a 15 anos de infecção.
Tratamento
A droga de escolha para o combate à filariose é a dietilcarbamazina. Em países em que a doença coexiste com a oncocercose, usa-se a ivermectina. Em casos específicos de resistência ao tratamento clínico com medicamentos, há indicação de retirada cirúrgica do verme adulto.
Prevenção e Controle
Tratamento dos infectados para eliminar a microfilária do sangue, interrompendo a transmissão (A Organização Mundial da Saúde recomenda o tratamento de massa para populações em risco, pela administração de uma dose anual de dietilcarbamazina, em áreas de alta prevalência);
Tratamento dos doentes;
Promoção, através de educação comunitária, de técnicas simples de higiene para pacientes que apresentam linfoedema, evitando infecções bacterianas e o desenvolvimento de formas mais graves da moléstia;
PESTE
A peste bubônica, também chamada de peste negra, é uma doença grave e muitas vezes fatal causada pela bactéria da peste, Yersínia pestis, que é transmitida por animais roedoresaos seres humanos. A maioria dos indivíduos não tratados morre nas 48 horas que sucedem o início dos sintomas.
A peste septicêmica é uma infecção na qual a forma bubônica estende-se até o sangue e pode causar a morte, antes mesmo do surgimento de outros sintomas da peste bubônica ou pneumônica.
A pestis minor é uma forma leve da mesma infecção e, normalmente, ocorre apenas em áreas geográficas onde a doença é prevalente.
Sintomas da peste bubônica
Os sintomas de peste bubônica são:
Aumento dos linfonodos, que deixam a pele enegrecida nas axilas, virilhas ou pescoço
Febre alta
Intolerância à luz
Apatia
Tremores pelo corpo
Vertigens
Cefaleia
Cansaço
Aumento da frequência cardíaca
Tosse inicialmente seca e depois com sangue
A tosse ocorre em 24 horas. No início, o escarro é claro, mas, rapidamente, ele começa a apresentar sinais de sangue e, em seguida, torna-se uniformemente rosado ou vermelho vivo e espumoso.
Diagnóstico da peste bubônica
O diagnóstico da peste bubônica é feito através da análise microscópica do conteúdo dos gânglios linfáticos após a sua coleta.
Transmissão da peste bubônica
A transmissão da peste bubônica é feita através dos roedores, especialmente os ratos. A pulga que infesta alguns tipos de ratos, após levá-los à morte, pode migrar para outros corpos atrás do seu alimento, o sangue.
Após picar a pele do ser humano, a bactéria da pulga instala-se no nódulo linfático mais próximo e multiplica-se ali, gerando todos os sintomas relacionados à peste.
Tratamento para peste bubônica
O tratamento para a peste bubônica consiste em tomar antibióticos, como, por exemplo: Doxiciclina, estreptomicina, gentamicina, tetraciclinas e cloranfenicol. Veja mais detalhes do tratamento clicando em: Tratamento para infecção por Yersinia pestis.

Continue navegando