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Contratos em Espécie - Quadro V

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ESCOLA DE DIREITO 
6º PERÍODO 
CONTRATOS EM ESPÉCIE REVISÃO PARTE IV
PROFESSORA MARISTELA DENISE MARQUES DE SOUZA
	Modalidades de Contratos
	Depósito
	Mandato 
	Comissão 
	
Conceito 
	O depósito é o contrato pelo qual um dos contraentes (depositário) recebe do outro (depositante) um bem móvel, obrigando-se a guardá-lo temporária e gratuitamente, para restituí-lo quando lhe for exigido (CC.art. 627). 
O depositante é a pessoa que entrega a coisa em depósito, e depositário, a que a recebe. 
Partes:
Depositante 
Depositário 
	Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
Ideia de representação – mandatário representa o mandante – como se ele fosse – age em nome do mandante e não em nome próprio 
Mandato difere do termo mandado – este é ordem judicial – mandado de citação de intimação – aquele é instrumento de representação.
Partes: 
Mandante – quem outorga poder – representado.
Mandatário – quem recebe poder – representante.
	Comissão é o contrato pelo qual uma pessoa (comissário) adquire ou vende bens, em seu próprio nome e responsabilidade, mas por ordem e por conta de outrem (comitente), em troca de certa remuneração, obrigando-se para com terceiros com quem contrata.
	
Natureza Jurídica 
	
Bilateral: porque envolve a prestação de ambas as partes, sendo certo que a prestação de um contratante tem por causa a prestação que lhe fornece o outro. 
Comutativo: equivalência das prestações.
Oneroso ou gratuito 
Não solene: porque não é daqueles contratos a que a lei impõe forma determinada. Pode ser ultimado por mero acordo verbal de vontades.
Intuitu personae ou não 
	
Contrato – resulta de acordo de vontades: a do mandante que outorga a procuração e a do mandatário de aceitar.
Personalíssimo – Intuitu Personae – baseado na confiança, na presunção de lealdade e probidade do mandatário. Extingue-se pela morte.
Consensual – se aperfeiçoa com o consenso – não é real, pois não depende de tradição da coisa.
Não Solene – procuração é o instrumento do mandato, mas pode ser verbal e tácito – Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
Gratuito – em regra - se judicial presume-se oneroso.
Unilateral - a princípio, pois gera obrigações apenas ao mandatário – quando oneroso é bilateral (imperfeito).
	
Natureza contratual: visto ser
 a) bilateral, por criar deveres tanto para o comissário como para o comitente;
 b) onerosa, pois reclama do comitente uma contraprestação monetária pelos serviços prestados pelo comissário;
c) intuito personae, por ter caráter pessoal, pois o comissário terá poderes para atender aos interesses do comitente, porque se forma pelo simples consenso do comissário e do comitente, não requerendo a lei nenhum modo especial para a sua formação, podendo esse tipo de contrato ser provado por todos os meios admitidos pelo direito. Contudo, para que o comissário possa agir no interesse do comitente, este deverá dar-lhe ordens e instruções (CC, art. 695) verbais ou escritas, pois na falta dessas, o comissário, não podendo pedi-las a tempo, procederá seguindo os usos em casos similares;
- Intermediação, aliada à prestação de serviços;
- Comissário age em nome próprio, obrigando-se pessoalmente, apesar de seguir instruções do comitente (CC, art. 694)
- Comissário deverá ser em regra, empresário, ainda que o comitente não o seja.
- Aplicação das disposições atinentes ao mandato, no que couber, e, na omissão legal ou contratual, seus efeitos reger-se-ão pelos usos (CC, art. 709).
	
Requisitos
	Subjetivos, como a capacidade genérica para praticar os atos da vida civil, e a especial, por ser imprescindível o consentimento inequívoco e comum de entregar-se uma coisa em depósito e de haver aceitação pelo outro contraente.
Objetivos, pois só podem ser objeto desse contrato coisas móveis corpóreas (p. ex., títulos de crédito, ações de uma sociedade, livros, mesa etc.), não se conciliando, porém, com a natureza fungível desses bens, embora excepcionalmente haja depósito de bens imóveis e fungíveis.
Formais, sendo livre a sua forma, por não estar adstrito a forma especial; a lei, porém, reclama ad probationem o instrumento escrito para o depósito voluntário (CC, art. 646), dispensando-se esse requisito para o depósito necessário, que se prova por todos os meios admitidos em direito.
	
Capacidade das Partes
Mandante – mandante deve ser capaz – instrumento particular.
Relativamente incapaz – por meio de seu representante – instrumento pode ser particular.
Absolutamente incapaz – instrumento público.
Analfabeto – instrumento público. Assinatura a rogo.
Mulher casada – pode outorgar poderes sem a anuência do cônjuge.
Entre cônjuges – instrumento público – artigo 1.647, I.
Exceção- mandato judicial – (regulada pelos artigos art.38 CPC e artigo 692 CC).
Capacidade é aferida no momento da assinatura do contrato – a aquisição de capacidade superveniente não o valida, nem o invalida.
Mandatário
	Capacidade geral, porém:
Relativamente incapaz (entre 16 e 18) pode ser mandatário, mas não responde perante o mandante – esse assume o risco.
Falido, pródigo – também podem, pois só perdem a capacidade em relação à disponibilidade de seus bens.
Não podem: Absolutamente incapazes.
Forma
Não há forma predeterminada – mas deve seguir a forma do ato a ser praticado. Só pode ser verbal se o ato permitir.
Procuração – é o instrumento do mandato.
Pode ser por instrumento público ou particular – forma respeita a exigência do ato.
Reconhecimento firma – facultativo. Dispensável na procuração judicial - CPC38. Pode ser assinada digitalmente, desde que certificada por Autoridade Certificadora credenciada (Lei 11.419/2006).
Procuração apud acta – outorgada verbalmente no momento da realização do ato ou lavrada pelo escrivão em juízo.
Substabelecimento – pode ser por instrumento particular 
Total – outorga de todos os poderes.
 Parcial – inibe a prática de certos atos.
Com reserva - o substabelecente poderá continuar usando dos poderes substabelecidos. Transferência provisória.
Sem reserva – verdadeira renúncia do mandato pelo substabelecente
	Comissão “del credere”
	A Comissão del credere vem a ser uma modalidade de comissão que se opera com a cláusula del credere, que é o pacto inserido no contrato no momento de sua celebração, pelo qual o comissário assume a responsabilidade de responder pela solvência daquele com que vier a contratar no interesse e por conta do comitente. Essa cláusula constituirá em estimulo à seleção dos negócios, evitando que o comissário efetive atos prejudiciais ao comitente.
	A comissão del credere constitui o comissário garantidor solidário ao comitente. Logo o comissário responderá solidariamente com as pessoas com quem houver tratado em nome do comitente. Prescreve, nesse sentido:
 Art. 698 do CC: “Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere, reponderá o comissário solidariamente com as pessoas com que houver em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrário, o comissários tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido”. 
Não havendo a cláusula (comissão simples) perante o comitente só responderão as pessoas com quem o comissário contratou, de forma que o comissário apenas responderá diretamente ante o comitente, pelos danos que culposamente lhe causou, segundo as normas da culpa contratual. Se o comissário falir, o comitente del credere terá direito privilegiado sobre a massa falida.
	Modalidades de Contratos
	Depósito
	Mandato 
	Comissão 
	
Modalidades 
	
1°) depósito voluntário ou convencional, se resultante da vontade livre das partes (CC, arts. 627 a 646); Consenso espontâneo; Pode ser pelo proprietário da coisa ou não – proprietário pode autorizar que outro depositeo bem.
2°) depósito necessário (CC, arts. 647 a 652), Depósito necessário é aquele que o depositante por imposição legal ou premido por circunstâncias imperiosas, realiza com pessoa não escolhida livremente. Não é intuitu personae; É depósito obrigatório.
Divide-se em:
depósito legal, se decorrente de lei; 
depósito miserável, se efetuado por ocasião de alguma calamidade pública; e 
depósito do hoteleiro ou do hospedeiro; art. 649
3°) depósito irregular, se incidir sobre bens fungíveis, e regular, se tiver por objeto coisas infungíveis;
4°) depósito judicial ou sequestro, se realizado pelo juiz (CPC, art. 664);
5°) depósito civil e comercial, ou melhor, empresarial, que, pelo art. 628 do Código Civil, será aquele que:
provier de atividade negocial; 
for praticado por profissão ou durante o exercício da empresa; logo, se faltarem tais requisitos, será civil o depósito.
	
Quanto a declaração da vontade
.
Expresso 
Tácito (por exemplo CC1643, I e II cônjuges; CC1324 – condômino que administra sem oposição dos demais presume-se representante).
Verbal
Quanto à remuneração	
Gratuito
Oneroso
Quanto à finalidade 
Judicial - ad judicia 
Extrajudicial – ad negotia 
Quanto ao conteúdo 
Simples atos civis – presume-se gratuito.
Empresário CC966/1018 – atos mercantis – presume-se oneroso.
Aparente – quando terceiro de boa fé contrata com alguém que guarda toda a aparência de representante de outrem.
Quanto a forma
Verbal – prova – CC227 – testemunha ou outros meios de prova CPC401
Escrito 
Instrumento público
Instrumento particular
Quanto a extensão dos poderes
Geral – a todos os atos
Especial – a um ato específico
Em termos gerais – entende-se apenas os poderes de administração – as demais cláusulas devem vir expressas. 
	
	Efeitos 
Direitos e obrigações 
	O depósito gera:
1) O depositário terá o direito de:
receber do depositante as despesas necessárias feitas com a coisa e a indenização dos prejuízos oriundos do depósito (CC, art. 643;); 
reter a coisa depositada até que se lhe pague a retribuição devida e o valor líquido das despesas necessárias e dos prejuízos a que se refere o art. 643 do Código Civil, provando-os imediatamente de modo suficiente (CC, art. 644). E, se essas despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante, ou, na falta desta, a remoção da coisa para o depósito público, até que se liquidem (CC, art. 644, parágrafo único);
exigir, havendo cláusula contratual expressa, a remuneração pactuada, pois estará afastada a gratuidade do depósito;
requerer o depósito judicial da coisa, quando por motivo plausível a não puder guardar e o depositante não lhe queira receber (CC, arts. 635 e 641) e nos casos do art. 633
compensação, se se fundar noutro depósito (CC, art. 638, in fine). 
2) O depositário terá a obrigação de:
guardar a coisa sob seu poder, sendo-lhe permitido invocar a ajuda de auxiliares, que ficarão sob sua responsabilidade;
ter na custódia da coisa depositada o cuidado e a diligência que costuma com o que lhe pertence (CC, art. 629), respondendo pela sua perda ou deterioração se contribuiu dolosa ou culposamente para que isso acontecesse;
não se utilizar da coisa depositada sem autorização expressa do depositante, sob pena de responder por perdas e danos (CC, art. 640), pois o depósito visa à custódia da coisa e não ao seu uso, nem a dar em depósito a outrem, e, se, devidamente autorizado, a confiar em depósito a terceiro, terá responsabilidade por culpa in eligendo (CC, art. 640, parágrafo único) pelos danos que ele causar à coisa depositada;
manter a coisa no estado em que lhe foi entregue; deverá respeitar o segredo da coisa sob sua guarda, pois assim prescreve o Código Civil.
restituir, no local estipulado ou no lugar do depósito, o objeto depositado in natura ou seu equivalente se: 
se tratar de depósito irregular; 
a coisa depositada se perder por força maior ou por fato inimputável ao depositário, que recebeu outra em seu lugar, pois nesse caso será obrigado a restituir a coisa sub-rogada ao depositante e ceder-lhe as ações que tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira (CC, art. 636); 
o herdeiro do depositário tiver vendido de boa fé a coisa depositada; será, então, obrigado a assistir o depositante na reivindicação e a restituir ao comprador o preço recebido (CC, art. 637); 
a perda da coisa se der por culpa do depositário. 
O depositário deverá restituir a coisa depositada ao depositante, não podendo, salvo nos casos dos arts. 633 e 634 do Código Civil, furtar-se à restituição do bem, alegando que ele não pertence ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar (CC, art. 638).
 
Se houver dois ou mais depositantes e for divisível a coisa, deverá entregar a cada um a respectiva parte, salvo se existir solidariedade entre eles (CC, art. 639). 
Nada obsta a que a restituição do bem seja feita a outra pessoa que não o depositante, se ele a indicar no contrato de depósito. 
A morte do depositário não extingue a obrigação de restituir, pois o depósito se transmite como um direito ou como um dever aos herdeiros do depositante e do depositário. O depositário deverá restituir a coisa aos herdeiros ou ao inventariante, mediante autorização judicial, se o depositante falecer.
Não transferir o depósito sem autorização do depositante.
	Obrigações das partes
MANDATÁRIO
Obrigação de praticar um ou mais atos em nome do mandante
Obrigação de fazer
Agir em nome do mandante, dentro dos poderes conferidos – se exceder é mero gestor de negócios até a ratificação – CC665. Ratificação valida o ato e retroage CC662
Aplicar diligência habitual na execução do mandato e indenizar eventuais prejuízos que tenha culpa 
Se não aplicar diligência terá culpa
Diligência do homem médio
Responde por atos do substabelecido – CC667 se agir com desídia na escolha ou se não era autorizado a substabelecer
Prestar contas ao mandante CC668 – espontâneas ou a pedido do mandante 
Apresentar o instrumento de mandato àqueles com quem negociar em nome do mandante 
Concluir o negócio começado – CC674
Para alienar, hipotecar, transigir, precisa de poderes especiais e expressos - CC 661, § 1º.
MANDANTE
Satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário CC675
Adiantar despesas necessárias à execução do mandato
Pagar a remuneração ajustada
Indenizar por prejuízos 
Há direito de retenção se não pagar
Formação do mandato
MAIS DE UM MANDATÁRIO – presume-se solidário.
Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo instrumento, qualquer deles poderá exercer os poderes outorgados, se não forem expressamente declarados conjuntos, nem especificamente designados para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os mandatários forem declarados conjuntos, não terá eficácia o ato praticado sem interferência de todos, salvo havendo ratificação, que retroagirá à data do ato.
Presunção: É SIMULTÂNEO – no silencio é simultâneo. 
	Qualquer um pode exercer os poderes e substabelecer individualmente.
	Para ser individual deve estar expresso.
ACEITAÇÃO - normalmente é tácita.
Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução.
RATIFICAÇÃO
A princípio quem não tem mandato não pode representar.
	E quem tem mandato deve agir no limite dos poderes recebidos.
	Se agir sem mandato ou fora dos poderes o mandante pode posteriormente ratificar e validar os atos praticados.
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco,e retroagirá à data do ato.
 
IRREVOGABILIDADE
Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o mandante o revogar, pagará perdas e danos.
Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição de um negócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário, a revogação do mandato será ineficaz.
A princípio é revogável, porém pode ter o caráter da irrevogabilidade quando:
Cláusula de irrevogabilidade
CC683
Causa própria CC685
Cessão de créditos – compra e venda por procuração
Contratos de gaveta
Cláusula de irrevogabilidade for condição de negócio bilateral
É acessório a outro contrato, como é acessório, segue o principal
CC686- negócios já entabulados – deverão ser cumpridos
Responsabilidade dos atos do substabelecido – 3 hipóteses segundo Silvio Rodrigues:
Mandatário tem poderes para substabelecer – não tem responsabilidade – a não ser que o mandante prove a nomeação recaiu sob pessoa notoriamente incapaz ou insolvente.
Mandatário não tem poderes – omisso - responde pelos prejuízos que o mandante sofrer. 
Mandatário não tem poderes – proibido de substabelecer – responde por prejuízos inclusive de caso fortuito força maior.
	Direitos e obrigações do comissário
O comissário terá o direito de:
- Exigir uma remuneração pelo cumprimento dos encargos que lhe foram cometidos. Essa comissão esta estipulada no contrato, e na falta, regula-se pela do que foi estabelecido pela praça em que se executar o contrato. (CC, art 701)
- Requisitar do comitente os fundos necessários para realizar os negócios que for incumbido.
- Fazer o reembolso não só das despesas que efetuou com a negociação, com os juros, desde a data do desembolso, mas também dos prejuízos que vier a sofrer com o desempenho da comissão.
- Reter bens e valores pertencentes ao comitente não só para reembolsar-se das despesas, mas para servir de garantia ao pagamento de sua remuneração.
- Concluir contrato consigo mesmo, se a compra for de títulos ou mercadoria com preço de bolsa, pois, se o comissário age em nome próprio, nada obsta a que realize a operação como contraparte. Assim, será preciso que o a situação se configure por traços que torne indiferente, para o comitente, que o comissário efetive a negociação com terceiro ou consigo próprio.
Obrigações em relação ao comitente:
- Concluir o negócio em seu próprio nome, agindo no interesse do comitente (CC, art. 693)
- Cumprir o contrato, seguindo as ordens e instruções recebidas do comitente. Se não as receber, deverá agir como se se tratasse de negócio próprio em consonância com os usos em caso semelhante (CC, art. 695). Se assim não o fizer, poderá responder por perdas e danos.
- Responsabilizar-se pela guarda e conservação dos bens do comitente, quer lhe tenham sido consignados, quer tenha comprado, visando evitar qualquer prejuízo e proporcionando o lucro que razoavelmente se podia esperar do negócio.
- Responde, se empregar em operações diversas daquelas a que foram destinadas as importâncias que lhe entregar o comitente, não só pelos juros a datar do dia em que as recebeu, mas também pelos prejuízos provenientes do não cumprimento das Instruções ou ordens do comitente (CC, art. 695)
- Ressarcir os prejuízos por ventura causados ao comitente por ter feito negociação de preço e condições mais onerosas que as correntes. (CC,art. 696)
- Indenizar os danos resultantes do não cumprimento de ordem do comitente (CC, art. 695).
- Prestar comprar ao comitente do encargo recebido, visto que a realiza negócios no interesse dele.
	- Pagar juros moratórios ao comitente pela demora ou atraso na entrega dos fundos que lhe pertencem (CC, art. 706).
Em relação aos terceiros, deverá:
	- Responder pelas obrigações assumidas, por contratar em seu próprio nome, se bem que sob as ordens e por conta do comitente (CC, art. 693). O comissário não responderá pela insolvência das pessoas em questão, cabendo ao comitente correr esse risco (CC, art. 697), exceto se a comissão for del credere (CC, art. 698).
- Responsabilizar-se pela perda ou extravio de dinheiro ou metais preciosos, mesmo decorrentes de caso fortuito ou força maior, a não ser que consiga provar que empregou na sua guarda, a diligência necessária.
Direitos e deveres do comitente
O comitente terá o direito de:
	- Opor todas as exceções que pode opor o comissário, porém jamais poderá alegar a incapacidade deste, para anular efeitos das obrigações assumidas.
	- Exigir que o comissário responda pelos prejuízos sofridos, se este não o avisar, ao receber as mercadorias, avarias, diminuição ou mudança de estado.
	- Reivindicar, no caso de falência, as mercadorias que estiverem em seu poder, e receber dos terceiros as quantias não pagas pelos produtos vendidos.
	- Não responder, perante os terceiros, pelas obrigações assumidas pelo comissário, pois este age em seu próprio nome, e pelo mesmo motivo esses terceiros não poderão acionar o comitente a respeito dos contratos realizados a seu mando (CC, art. 693).
	- Acionar terceiros, no caso de existência de sub-rogação nos direitos assumidos pelo comissário.
	- Alterar as instruções dadas ao comissário (CC, art. 704).
O Comitente terá como deveres:
	- Pagar ao comissário a remuneração a que ele tem direito (CC, art. 701, 702 e 703).
	- Fornecer fundos suficientes para que o comissário possa levar a efeito as negociações que lhe foram cometidas.
	- Indenizar o comissário das despesas que foram feitas às suas expensas por adiantamento, pagando os respectivos juros (CC, art. 706).
	- Assumir os riscos oriundos da devolução de fundos em poder do comissário, exceto se este se desviar de suas instruções ou fizer devolução por meios diversos dos comumente usados no local da remessa.
	- Ressarcir o comissário despedido sem justa causa, pelas perdas e danos (CC, art. 705)
Pagar remuneração proporcional ao trabalho realizado em caso de força maior impeditiva da conclusão do negócio ou de morte do comissário (CC, art. 702).
	
Efeitos 
Direitos e obrigações 
Depositante
(constituem o inverso dos direitos e obrigações do depositário). 
 
	
Depositante terá o direito de:
exigir a restituição da coisa depositada, com todos os seus acessórios, a qualquer tempo, mesmo antes do vencimento do prazo estipulado; salvo disposição em contrário, essa restituição deverá dar-se no local em que tiver de ser guardada, correndo as despesas de restituição à conta do depositante (CC, art. 631).
impedir o uso da coisa depositada, se não o autorizou;
exigir a conservação da coisa no estado em que a entregou.
O depositante terá o dever de: 
pagar a remuneração do depositário, se convencionada;
reembolsar ex lege o depositário das despesas necessárias feitas com a coisa, indenizando-o dos prejuízos resultantes do depósito (CC, art. 643), e pagar ex contractu as úteis ou voluptuárias, desde que as tenha permitido;
responder pelos riscos do contrato de depósito, por ser ele o proprietário da coisa depositada;
dar caução idônea, exigida pelo depositário, se as despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente ou forem ilíquidos (CC, art. 644, parágrafo único).
 
	
Mandato Judicial – requisitos importantes
MANDATO + PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
CAPACIDADE – MANDATÁRIO LEGALMENTE HABILITADO – OAB – CAPACIDADE POSTULATÓRIA
LEI 8.906/94 CPC – arts. 36 e 37
INSTRUMENTO PÚBLICO OU PARTICULAR
MENOR PODE DESDE QUE ASSISTIDO OU REPRESENTADO
EM CAUSAS URGENTES PODE ATUAR SEM PROCURAÇÃO E APRESENTAR EM 15 DIAS
OBRIGAÇÃO DE MEIO E NÃO DE RESULTADO
NÃO PRECISA RECONHECIMENTO DE FIRMA
	
	
Extinção
	
O contrato de depósito extingue-se:
1) pelo vencimento do prazo;
2) pela manifestação unilateral do depositante, que tem o direito de exigir a restituição do bem a todo tempo;
3) por iniciativa do depositário que, se não quiser mais custodiaro bem, devolvê-lo-á ao depositante, e, se este se recusar a recebê-lo, poderá o depositário, tendo motivo plausível para não o guardar, requerer o seu depósito judicial (CC, art. 635);
4) pelo perecimento da coisa depositada, em razão de força maior ou caso fortuito, sem sub-rogação em outro bem;
5) pela morte ou incapacidade superveniente (interdição, falência) do depositário, se o contrato de depósito for intuitu personae;
6) pelo decurso do prazo de vinte e cinco anos, quando não reclamado o bem.
	
Art. 682. Cessa o mandato:
I - pela revogação (mandante) ou pela renúncia (mandatário); ambos podem ocorrer sem justificativa 
II - pela morte ou interdição de uma das partes; (contrato intuitu personae)
III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer.
IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
Irrevogabilidade do Mandato
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais. Em causa própria significa que a outorga é de interesse exclusivo do mandatário e como forma de alienação de bens. Utilizada nos contratos de gaveta (SFH).
	
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**** OS DESTAQUES EM NEGRITO PARA IDENTIFICAR OS PONTOS MAIS IMPORTANTES DO QUADRO

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