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Crime e Desvio: Teorias Sociológicas. Prof. Dr. Lucas Azambuja Introdução Toda sociedade possui valores, normas e leis que prescrevem condutas consideradas adequadas para certos contextos. Uma vez que há esses elementos normativos é porque há presença da transgressão, do desvio. Desvio = não conformidade com um certo conjunto de regras aceitas por um No. significativo de pessoas numa comunidade ou sociedade. Crime = conduta não conformista que infringe a Lei. Nem todo desvio é crime, mas todo crime é desvio. P.ex., naturistas. A reflexão sociológica está ligada, então, ao interesse clássico da sociologia sobre as normas e valores sociais. Tendo duas questões fundamentais: Por que certos comportamentos são amplamente considerados desviantes ou criminosos e outros não? Como as noções de “desviante” e “criminoso” são aplicadas de modo diferente entre as pessoas da sociedade? Ambas questões nos leva a perguntar: regras de quem? Poder e Estrutura de Classes. Principais Teorias: Funcionalismo Crime e desvio são resultados de tensões estruturais e da falta de regulação social dentro da sociedade. Se as aspirações de indivíduos ou grupos não coincidem com a recompensa socialmente disponível, esta tensão será sentida como motivação para o desvio ou crime. Durkheim é o primeiro a compreender o desvio e o crime em relação aos fatos sociais. Desenvolveu duas ideias fundamentais nesse sentido: Anomia = ausência de padrões claros de comportamento em certas áreas da vida social, causando ansiedade e desorientação nos indivíduos. Funções sociais do desvio ou crime: 1) função de adaptação, i.e., desvio como força inovadora na sociedade; 2) função de manutenção de fronteira, ou seja, demarca os limites das normas e aumenta a solidariedade social em razão da comoção gerada por um crime. Principais Teorias: Funcionalismo Merton aprofunda a teoria de Durkheim, especialmente na questão da explicação do desvio e do crime a partir da estrutura social. Anomia = pressão imposta ao comportamento individual quando as normas sociais entram em conflito com a realidade social. Como isto explica o crime e o desvio? Pressão social por sucesso econômico => regra “trabalho duro gera sucesso material => desigualdades e falta de oportunidades geram uma tensão entre a pressão social e a regra. Portanto, desvio seria um subproduto da desigualdade e da falta de oportunidades iguais. Principais Teorias: Funcionalismo Outra linha da abordagem funcionalista são as explicações subculturais. Teorias que explicam por meio da tensão anômica de Merton o comportamento desviante de grupos, ou seja, a formação de grupos desviantes como produto da tensão entre valores/normas e meios de realização. Por exemplo, gangues como grupos formados em comunidades onde há menor probabilidade de sucesso econômico por vias legítimas. Tanto na abordagem de Merton como na subcultural é preciso destacar que a tensão da anomia não está restrita aos grupos pobres e estes também podem ajustar suas expectativas de maneira mais realista. Principais Teorias: Interacionismo Desvio e crime são fenômenos construídos socialmente. Não há condutas que sejam inerentemente desviantes. É preciso compreender como ocorre a construção social sobre como certos comportamentos venham a ser considerados desviantes e outros não, assim como porque certos grupos são rotulados de desviantes. Interacionistas também analisam que tipos de interações sociais se apreende o comportamento desviante. Nesse sentido, noção de associação diferencial de Sutherland: Existem certas subculturas com atividades criminosas. Pessoas aprendem a conduta criminosa se associando com pessoas estabelecidas nestas subculturas. Assim como se aprende a seguir a lei, aprende-se a transgredi-la. Principais Teorias: Interacionismo Teoria da Rotulação = desvio não é uma característica de um comportamento, indivíduo ou grupo, mas é resultado da interação entre desviantes e não-desviantes. Pessoas com poder tornam-se não desviantes. Que tipo de poder? O de representar a Lei, a ordem e o status quo. E também de impor definições morais. Estes poderes são o poder de rotular outros indivíduos ou grupos em interação. Rotulação afeta a identidade social e a auto-identidade. Um dos principais nomes desta corrente é Howard Becker. Principais Teorias: Conflito Nova criminologia = desvio é uma escolha deliberada, não raro política, em razão das desigualdades do sistema capitalista. Leis e a sua aplicação são instrumentos dos poderosos para manter suas posições privilegiadas. Nova esquerda realista = aumento da criminalidade é real (numa uma invenção dos poderosos) e seria um resultado da falência das políticas de controle e sociais, ou seja, era resultado do aumento da desigualdade, mas principalmente da exclusão social de grupos como os negros. Principais Teorias: Controle Crime e desvio são resultados de um desequilíbrio entre os impulsos em direção à atividade criminosa e os controles sociais e físicos que a detém. O comportamento criminoso é produto da ação racional + oportunidade, ou seja, há um cálculo entre riscos e benefícios. Indivíduos sempre vão empregar este cálculo, então, o que favorece ou inibe o crime são as variáveis que aumentam os riscos em relação aos benefícios. Isso é obtido através do aumento dos mecanismos de controles. Outro elemento que afeta a disposição para o crime, porém não é alvo de medidas, é uma socialização imperfeita que fragiliza os elos do indivíduo com a sociedade, ou seja, menos sensível ao controle social. Estudo Dirigido VOLUNTÁRIO e FORA DE AULA O texto da Alba Zaluar perpassa uma séria de explicações sobre o fenômeno da criminalidade no Brasil. Relacione as diferentes dimensões explicativas que a autora usa no artigo com as diferentes teorias aqui vistas. Por exemplo, estudo sobre o perfil das vítimas de assassinatos no Brasil Novo Realismo de Esquerda.
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