Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cálculo Diferencial e Integral I Professor: Napoleão Sobrinho E-mail: napoleaosobrinho@yahoo.com.br ESTUDO DOS LIMITES ESTUDO DOS LIMITES DE UMA FUNÇÃO O conceito de Limite é fundamental em todo o Cálculo Diferencial e Integral, um campo da Matemática que se iniciou no século XVII com os trabalhos de Isaac Newton(1642-1727) e Gottfried Wilhelm Leibnitz (1646-1716) para resolver problemas de Mecânica e Geometria. A utilização de limites ajuda na compreensão de diversas situações envolvendo funções, através de pontos notáveis como mínimo e máximo ou até mesmo os pontos de intersecção entre funções, a continuidade de funções também utiliza as noções de limites, bem como os problemas envolvendo séries numéricas convergentes ou divergentes. 2 A ideia intuitiva de limite Exemplo 1 3 Exemplo 2 4 Exemplo 3 5 Definição de Limites Obs.: DELTA MINÚSCULO (δ) e ÉPSILON (ε) 6 Relação entre (delta) e (épsilon) na definição de limite. 7 Propriedades dos Limites 1) Regra da soma (ou subtração) 2) Regra do produto 3) Regra do quociente 8 4) Regra da potência 5) Regra da raiz 6) Regra do logaritmo 9 7) Regra do seno(o mesmo vale para o cosseno) 8) Regra da exponencial Observações: Sendo k um número real (uma constante), temos que: 10 Exercícios de fixação Calcule os seguintes limites aplicando as propriedades vistas: EXERCÍCIOS PROPOSTOS 11 Limites laterais Definição (1): Se x se aproxima de a através de valores maiores que a ou pela sua direita, escrevemos: Esse limite é chamado de limite lateral à direita de a. Esse limite é chamado de limite lateral à esquerda de a. Definição (2): Se x se aproxima de a através de valores menores que a ou pela sua esquerda, escrevemos: 12 Exemplos 13 14 15 Continuidade Definição: Dizemos que uma função f(x) é contínua num ponto a do seu domínio se as seguintes condições são satisfeitas: 1) Existe f(a); 2) Existe Lim f(x) x→a 3) Lim f(x)=f(a) x→a Definição: Seja f uma função definida em um intervalo aberto I e a um elemento de I. Dizemos que f é descontínua em a se f não for contínua em a. Da definição decorre que, se f é descontínua em a, então as duas condições abaixo deverão estar satisfeitas: 1) Existe f(a) 2) Não existe lim f(x) ou lim f(x) ≠ f(a) x→a x→a Definição: Dizemos que uma função f é contínua em um intervalo aberto ]a, b[ se f for contínua em qualquer elemento x desse intervalo. Definição: Seja a um ponto do domínio da função f . Dizemos que f é contínua à direita de a se Lim f(x) = f(a) e dizemos que f é contínua à esquerda de a se x→a + Lim f(x) = f(a). x→a – Definição: Dizemos que uma função f é contínua em um intervalo fechado [a, b] se f for contínua no intervalo aberto ]a, b[ e se também for contínua à direita de a e à esquerda de b. 16 Propriedades: 1. Toda função polinomial é contínua em todos os reais. 2. Toda função racional (divisão de polinômios) é contínua em seu domínio. 3. As funções f(x) = sen(x) e f(x) = cos(x) são contínuas para todo número real x 4. A função exponencial f(x) = ex é contínua para todo número real x. 5. Se f e g são funções contínuas em um ponto a, então: (i) f + g é contínua em a; (ii) f - g é contínua em a; (iii) f x g é contínua em a; (iv) f / g é contínua em a, desde que g(a) ≠ 0. 6) Sejam f e g funções tais que Lim f(x)= b e g é contínua em a. Então x→a Lim g[f(x)] = g[lim f(x)]. x→a x→a 7) Se f é contínua em a e g é contínua em f(a), então a função composta gof é contínua em a. 8) Seja y = f(x) definida e contínua em um intervalo real I. Seja J = Im(f). Se f admite uma função inversa f -1:J→I, então f -1 é contínua em todos os pontos de J. Obs.: Devido a esta propriedade, a função f(x) = ln(x) é contínua em todo o seu domínio (R+ * ), uma vez que é a inversa da função exponencial, que é contínua. 17 EXEMPLOS 18 19 20 21 Exercícios Determine a para que a função seja contínua no ponto especificado: 22 Alguns limites envolvendo Infinito Conforme sabemos, a expressão x→ +∞ (x tende para mais infinito) significa que x assume valores superiores a qualquer número real e x→-∞ (x tende para menos infinito), da mesma forma, indica que x assume valores menores que qualquer número real. Exemplos: 23 1) 24 2) 25 26 Limites Infinitos O que acontece com os valores de f(x) na função abaixo quando x se aproxima de 1? Construindo a tabela e fazendo o esboço do gráfico, obtemos: 27 Definição. Seja I um intervalo real, com a ∈ I , e f uma função real definida em I-{a}. Então, dizemos que lim f (x) = +∞ x→a quando x se aproxima de a e f(x) cresce ilimitadamente, ou seja, quando, para qualquer número M > 0, existe um número δ > 0 tal que, se 0 < |x − a| < δ, então f (x) > M, Ou ainda, Tomemos, agora, a função g como sendo g(x) = −1/(x − 1)2 definida para todo x real e x diferente de 1. Tomemos valores cada vez mais próximos de 1, respectivamente, à esquerda e à direita. Temos: 28 Definição: Seja I um intervalo real, com a ∈ I , e f uma função real definida em I-{a}. Então, dizemos que lim f(x) = −∞ x→a quando x se aproxima de a e f(x) decresce ilimitadamente, ou seja, quando, para qualquer número M < 0, existe um número δ > 0 tal que, se 0 < |x − a| < δ, então f (x) < M. Ou ainda, Teorema:[Teorema da Conservação do Sinal] Se lim f (x) = b≠ 0, x→a então existe uma vizinhança Va de a, tal que ∀ x ∈ Va, x ≠ a, tem-se f (x) com o mesmo sinal de b. Teorema. Sejam f (x) e g(x) funções reais. Se lim f (x) = k, k ∈ R∗ e lim g(x) = 0, x→a x→a então: 29 OBS.: Este teorema continua válido se “ x→a ” for substituído por “ x→a+ ” ou “ x→a- ” . Exemplo SOLUÇÃO 30 OUTRO MODO DE RESOLVER A QUESTÃO: Fazendo A(x) = 6 e B(x) = x – 5 e, em seguida, a distribuição dos sinais na reta real, obtemos: 31 Calcule: Solução 32 33 Obs.: Se fosse pedido para x→2 + , o limite seria +∞. Porém, o limite com x→2, não existiria pois, os limites laterais são diferentes. Verifique o que ocorre o exemplo abaixo: Calcular o limite Pode-se verificar através dos cálculos que: 34 Teorema: Se n é um número inteiro positivo qualquer, então: Observação: Alguns limites poderão ser calculados de uma forma direta através do seguinte teorema: Propriedades dos limites Infinitos Antes de prosseguirmos, façamos um resumo dos teoremas, lembrando que as proposições permanecerão válidas se substituirmos o símbolo “x→a” por x→a+) ou (x→a -) 35 Não poderemos estabelecer uma lei para os seguintes casos: Exemplos:Calcular os limites e Solução 36 Calcular os limites abaixo 37 38 Limites no infinito 39 40 Definição 1: Definição 2: Teorema: Se n é um número inteiro positivo, então: Limite de uma função polinomial para x→ ± ∞ Seja a função polinomial f(x)= anx n + an-1x n-1 + ... + a2x 2 + a1x 1 + a0. Então lim f(x) = lim anx n x→± ∞ x→± ∞ 41 42 Exemplos Encontre: Solução: Solução: Solução: 43 Solução Solução Solução 44 Assíntotas Em aplicações práticas, encontramos com muita frequência gráficos que se aproximam de uma reta à medida que x cresce ou decresce, conforme as figuras abaixo: Definição: A reta x = a é uma assíntota vertical do gráfico de y= f(x), se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira: 45 Exemplo: 1) A reta x=2 é uma assíntota vertical do gráfico de y= 1/(x-2)2. De fato, lim 1/(x-2)2=1/0+=+∞, ou também, lim 1/(x-2)2=1/0+ =+∞ x→2+x→2-, 2) A reta x=0 é uma assíntota vertical do gráfico das funções abaixo: 46 Definição: A reta y = b é uma assíntota horizontal do gráfico de y= f(x), se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira: Exemplos 47 Observação: exemplos que NÃO representam assíntota (vertical ou horizontal) 48 49 Definição: A reta y = a.x+b (a≠0) é uma assíntota inclinada do gráfico de y= f(x), se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira: i) lim[f(x)-(a.x+b)] = 0 x→+∞ ii) lim[f(x)-(a.x+b)]= 0 x→-∞ Exemplo: Observação: Em muitos gráficos de funções é possível observar mais que um tipo de assíntotas. Por exemplo, a função f(x) = x/(x2 - 9), possui as retas x = 3 e x= - 3 como assíntotas verticais e a reta y=0 (eixo dos x) é uma assíntota horizontal. (Verifique!!!) 50 Exemplo Como todos os valores da função seno estão entre – 1 e 1, temos que: 51 LIMITE FUNDAMENTAL TRIGONOMÉTRICO Para isso, tomemos x no intervalo 0 < x < /2. Representando na circunferência trigonométrica abaixo, temos: Geometricamente, é possível constatar que sen(x)<x<tg(x) sen(x) ≤ x ≤ tg(x). Com x≠0, podemos inverter os termos dessa igualdade. Assim, multiplicando por sen(x) os dois membros da desigualdade acima, temos: 52 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Respostas: a) 3 b) 1/2 c) 5/2 d) m/n (n≠0) e) 1 53 j) Basta fazer y=1/xx=1/y e para x→+∞ y→0. Então lim[x.sen(1/x)]= lim[sen(y)]/y = 1 x→+∞ y→0 Respostas: f) 2 g) 2/3 h) cos(a) i) – sen(a) 54 LIMITES DA FUNÇÃO EXPONENCIAL Teoremas com relevância para o estudo dos limites da função exponencial. 55 Exercícios de fixação Limites da função logarítmica Teoremas com relevância para o estudo dos limites da função logarítmica. 56 Exercícios de fixação Limite exponencial fundamental Definição do número e O número e é um número irracional neperiano, cujo valor aproximado é e = 2,718281 Respostas: a) - 4 b) -∞ c) +∞ d) 4 e) ln62 f) 0 57 Observações importantes Observe a tabela abaixo: Ainda de forma mais geral, temos: As duas últimas formas, dão solução imediata a exercícios do tipo abaixo evitando fazer substituições algébricas. Generalizando esta última propriedade, temos: Observação: se a = e, temos: (1 ) 58 Demonstração de (1) Exercícios de fixação Calcular os limites 59 60 61 Longe, ao norte, numa terra chamada INFINITO, existe uma rocha. Possui 100 Km de altura, 100 Km de largura e 100 Km de comprimento. A cada milênio um pássaro vem nela afiar o seu bico. Assim, quando a rocha estiver totalmente gasta pela ação do pássaro, um dia na eternidade terá se passado. (Hendrick Van Loon) 62
Compartilhar