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146.Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato

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146 
AUMENTO DE DESPESA TOTAL 
COM PESSOAL NO ÚLTIMO ANO DO 
MANDATO 
____________________________ 
 
146.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS 
DO CRIME 
O tipo penal está contido no art. 359-G: 
“ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com 
pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da 
legislatura”. 
A pena é reclusão, de um a quatro anos. 
O bem jurídico protegido é a Administração Pública, a gestão fiscal dos entes 
públicos. 
Sujeito ativo é o funcionário público que tem competência ou atribuição para ordenar, 
autorizar ou executar qualquer ato administrativo que importe em aumento de despesa 
com pessoal. O Presidente da República, Governador de Estado, Prefeito Municipal, 
Ministro de Estado, Secretário de Estado ou de Município, Chefe de Poder, Judiciário e 
Legislativo, do Ministério Público, da União e dos Estados, Presidente de Tribunal de 
Contas, de empresa pública, de autarquia, enfim, todo aquele agente público que tenha o 
poder de ordenar, autorizar e executar ato que aumente a despesa com pessoal. 
Sujeito passivo é o Estado, o ente público. 
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
146.2 TIPICIDADE 
146.2.1 Conduta e elementos do tipo 
As condutas incriminadas são: ordenar, autorizar e executar. Ordenar é determinar, 
mandar, impor. Autorizar é dar permissão, anuir, concordar. Executar é realizar, 
concretizar. 
As condutas dizem respeito à prática de qualquer ato administrativo que tenha como 
conseqüência o aumento de despesa relativa a pessoal, ou seja, que acarrete o aumento do 
valor total dos gastos realizados pelo ente público com seu pessoal. 
O art. 18 da Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe que 
“entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da 
Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos 
eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros do Poder, 
com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, 
fixas ou variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, 
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de 
qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo 
ente às entidades de previdência”. 
Segundo determina o § 1º do mesmo artigo, “os valores dos contratos de 
terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados 
públicos serão contabilizados como ‘Outras Despesas de Pessoal’”. 
O tipo contém um elemento temporal: nos cento e oitenta dias anteriores ao final 
do mandato ou legislatura. É nesse período de seis meses, portanto, que incide a norma 
proibitiva. Durante esse tempo, o agente não poderá praticar qualquer ato que dê causa ao 
aumento da despesa total com pessoal. 
Não pode o agente praticar ato que importe em aumento da despesa total, de modo 
que poderá nomear funcionário, conceder gratificação ou reajustar vencimentos, desde 
que, em contrapartida, promova cortes de despesas de pessoal de maneira que não haja o 
aumento de seu valor total. Não há, portanto, vedação da prática de atos que importem em 
aumento de despesa, desde que não haja aumento de seu valor global. 
Determina o § 2º do art. 18 da Lei de Responsabilidade Fiscal que “a despesa total 
com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze 
Aumento de Despesa Total com Pessoal no Último Ano do Mandato - 3 
 
imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência”. De conseqüência, não 
poderá haver aumento que ultrapasse o valor da soma de gastos com pessoal nos últimos 
12 meses anteriores ao período de proibição, que deverá ser mantido até o final do 
mandato ou legislatura. 
Ultrapassado o valor, incide a norma incriminadora, devendo responder o agente 
que ordenar o ato causador do aumento, o funcionário que o tiver autorizado e também 
aquele que o executou. Se o mesmo agente ordena, autoriza e executa, haverá crime único. 
Exige-se o dolo, que abrange a consciência de que, com o ato, exsurgirá o aumento 
total da despesa com pessoal e a vontade livre de ordená-lo, autorizá-lo ou executá-lo, sem 
qualquer outro fim especial. Se o agente não tem conhecimento de que, com a conduta, 
provocará o aumento, será reconhecido o erro de tipo, excludente do dolo e da tipicidade. 
 
146.2.2 Consumação e tentativa 
O crime é material, de resultado. Sua consumação, portanto, ocorre no momento 
em que se verifica o aumento da despesa total com pessoal, o que só poderá ocorrer depois 
de ordenado, autorizado e executado o ato causador do aumento. A tentativa é possível 
quando, por circunstâncias alheias à vontade do agente, não ocorre o aumento do valor 
total da despesa com pessoal. 
 
146.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, permitida a suspensão 
condicional do processo penal.

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