Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 1 CONTRATOS EM ESPÉCIE 1. DELEGAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO A delegação de serviços públicos pode se realizada para os particulares, utilizando-se a Administração dos institutos da concessão, permissão e autorização. I) Concessão de Serviços Público: a) Concessões comuns (Lei 8987/95) : - concessão comum de serviços públicos (art. 2º, II); - concessão comum de serviços públicos precedidas de obra pública (art.2º, III) b) Concessões Especiais (Parecerias público-privadas) – Lei 11.079/04 - concessão patrocinada (art.2º, §1º) - concessão administrativa (art.2º, §2º) II) Permissão de serviços públicos – Lei 8.987/95, art.2º, IV III) Autorização de serviços públicos – Aplica-se, no que couber, a Lei 8.987/95 1.1. CONCESSÃO COMUM DE SERVIÇOS PÚBLICOS: - Concessão comum de serviço público é o contrato através do qual o Estado delega a alguém o exercício de um serviço público e este aceita prestá-lo em nome do Poder Público sob condições fixadas e alteráveis unilateralmente pelo Estado, mas por sua conta e risco, remunerando-se pela cobrança de tarifas diretamente dos usuários do serviço tendo a garantia de um equilíbrio econômico-financeiro. - Concessão comum precedida da execução de obra – deve o concessionário primeiro construir, conservar, reformar, ampliar ou melhorar determinada obra pública, por sua própria conta e risco. Em seguida passa a explorar o serviço por prazo determinado, suficientemente longo, para que obtenha a remuneração a amortização de seu investimento. - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: a) exige: autorização legislativa, regulamentação por decreto e licitação na modalidade de concorrência pública; b) pode ser legal (quando a concessão é feita a Administração indireta) ou contratual (quando concede a prestação de serviços a particulares); b) a concessão é intuitu personae, isto é, não pode o concessionário transferir o contrato para terceiros, salvo as hipóteses de subconcessão desde que autorizada; c) os contratos de concessionárias com terceiros não envolve o poder concedente; d) o concessionário tem a garantia do equilíbrio econômico-financeiro do contrato (rentabilidade assegurada); e) responsabilidade da concessionária – art. 37, § 6º, CF; f) concessionária não tem imunidade – art. 150, § 3º, CF. OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 2 - PODER CONCENDENTE - é a União, o Estado, o DF ou Município, em cuja competência se encontre o serviço público (a titularidade continua sendo sua, só transfere a execução). Em diploma recente, à Lei 11.107/05 foi introduzida a possibilidade de formalização da concessão, tendo, como poder concedente, os novos consórcios públicos (Art. 2º, §3º da Lei 11.107/05). A Administração Pública tem sobre o concessionário os seguintes poderes: a) poder de inspeção e fiscalização sobre as atividades do concessionário, para verificar se este cumpre regularmente as obrigações que assumiu; b) poder de alteração unilateral das cláusulas regulamentares, isto é, poder de impor modificações relativas à organização do serviço, seu funcionamento e às tarifas cobradas do usuário; c) poder de extinguir a concessão antes de findo o prazo inicialmente previsto; d) pode retomar o serviço sempre que o interesse público o aconselhar, já que a concessão é uma técnica através da qual o Poder Público procura obter o melhor serviço possível. e) poder de aplicar sanções ao concessionário inadimplente: em regra, estas penalidades estão previstas em regulameto que antecede a licitação ou seu edital. - POLÍTICA TARIFÁRIA - a tarifa é a fonte de rendas das concessionárias, não é tributo, o seu valor inicial é estabelecido na proposta, podendo ser revistas por ato exclusivo do poder concedente e se faz por decreto. Esta tarifa deve permitir uma justa remuneração do capital da concessionária. - DIREITO DO CONCESSIONÁRIO O concessionário tem, basicamente, dois direitos: a) o de que não lhe seja exigido o desempenho de atividade diversa daquela que motivou a concessão; b) o da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, o que se realiza através da alteração da remuneração a cada vez que se alterar as obrigações da concessionário, para que não tenha prejuízos. - FORMAS DE EXTINÇÃO: a) advento do termo contratual – quando termina o prazo b) encampação – término do contrato antes do prazo, feito pelo poder público, de forma unilateral, por razões de interesse público. O concessionário faz jus a indenização c) caducidade – forma de extinção do contrato antes do prazo, pelo poder público, de forma unilateral, por descumprimento de cláusula contratual d) rescisão – forma de extinção do contrato, antes de encerrado o prazo, feita pelo concessionário por força do descumprimento de cláusulas contratuais pelo poder concedente. Deve ser por medida judicial e, enquanto não transitar em julgado a sentença, o serviço deverá continuar sendo prestado. e) anulação – extinção do contrato antes do término do prazo, por razões de ilegalidade f) falência ou extinção do concessionário OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 3 1.2. CONCESSÕES ESPECIAIS ( PARCERIAS PUBLICO-PRIVADA): - PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA: um acordo firmado entre a Administração Pública e pessoa do setor privado com o objetivo de implantação ou gestão de serviços públicos, com eventual execução de obras ou fornecimento de bens, mediante financiamento do contratado, contraprestação pecuniária do Poder Público e compartilhamento dos riscos e dos ganhos entre os pactuantes (caracterizando responsabilidade solidária). - MODALIDADES: I) CONCESSÃO PATROCINADA: é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987/95, quando envolver, adicionalmente duas fontes de recursos: a) tarifa cobrada dos usuários; b) contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. - Objeto: prestação de serviços e obras à coletividade – usuários (tarifas) - incidência normativa subsidiária da Lei 8987 e outras leis II) CONCESSÃO ADMINISTRATIVA: é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. - Objeto: prestação de serviços à Administração Pública = usuária, direta ou indiretamente - texto confuso - a lei não fala da natureza do serviço - não diz o que significa ser usuária, direta ou indiretamente – expressão vaga ( no projeto a justificativa apontava para um amplo leque de investimentos, tais como demandas de segurança pública, habitação, saneamento básico, infraestrutura viária ou elétrica) - CARACTERÍSTICAS: a) financiamento pelo setor privado – o PP não disponibilizará integralmente recursos financeiros para o empreendimento (não os tem); b) compartilhamento dos riscos – responsabilidade solidária – daí o risco para a Administração se não fizer um controle eficiente; c) pluralidade compensatória (variabilidade remuneratória) fixada como obrigação do PP em face do particular – depende do desempenho do parcerio exigindo-se critériosobjetivos no edital (pode ser: ordem bancária (pagamento direto em pecúnia - forma comum de quitação); cessão de créditos não tributários (indenizações devidas por terceiros); outorga de direitos em face da Administração Pública (outorga onerosa – Lei 10.257/01 – consentimento para edificar além do coeficiente de aproveitamento básico do local); outorga de direitos sobre bens públicos dominicais; outros meios admitidos em lei. - DIRETRIZES: I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da sociedade; II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes privados incumbidos da sua execução; OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 4 III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado (fç jurisdicional - ABSURDO – não precisa escrever); IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias – dependerá da forma como o PP vai exercer o controle para que esta regra seja aplicada; V – transparência dos procedimentos e das decisões; VI – repartição objetiva de riscos entre as partes – responsabilidade solidária; VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria – é necessário um estudo de custo benefício do empreendimento projetado. - CLÁUSULAS CONTRATUAIS: a) ESSENCIAIS I) art. 23 da Lei 8987: II) cláusulas essenciais adicionais – art. 5º, da Lei 11.079: b) NÃO ESSENCIAIS (facultativas) – depende do juízo discricionário da autoridade – art. 5º, § 2º - GARANTIAS (clausula essencial – art. 8º) - limites do art. 56 da Lei 8.666 - conc. patrocinada – poderá o PP adotar outras garantias – art. 18, XV, Lei 8987/95 - admite-se: a) vinculação de receitas; b) seguro-garantia; c) garantia prestada por organismos internacionais; d) criação ou utilização fundos especiais, conforme a lei e) fundo garantidor ou empresa estatal criada só para isso; f) além de outros definidos por lei - VEDAÇÕES: a) quanto ao valor: valor inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); b) quanto ao tempo: período de prestação inferior a 5 anos e superior a 35 anos c) quanto ao objeto: contrato que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública (se for prestação exclusiva de cada um destes elementos o contrato será só de serviço, obra ou fornecimento da Lei 8.666/93) - LICITAÇÃO – modalidade concorrência, exigindo-se: a) previsão no PPA – exigindo-se estimativa do impacto orçamentário-financeiro e compatibilidade com a lei de diretrizes orçamentárias e orçamentária anual; b) consulta publica – para análise da minuta do edital c) licença ambiental; d) autorização legislativa específica. e) algumas adaptações para as regras do edital f) critérios são os mesmos da Lei 8987 g) faculdade para inversão das fases da licitação (julgamento e habilitação = pregão) – para doutrina regra inconstitucional – outros defendem dizendo que deveria ser uma obrigatoriedade e não faculdade (JSCF) OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 5 - CONTROLE – criação de uma sociedade de propósito específico – instituição com incumbência de implantar e gerir o projeto de parceria 1.3. PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO - CONCEITO - É a delegação, a título precário, mediante licitação da prestação de serviços públicos feita pelo poder concedente, a pessoa que demonstre capacidade de desempenho por sua conta e risco. (arts. 2º, IV e art. 40). - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: a) Divergência quanto a formalização – contrato ou ato unilateral. A Lei estabelece o contrato – art. 40. b) precário e discricionário e intuitu personae; c) os permissionários podem cobrar tarifas dos usuários; d) revogação: a permissão pode ser unilateralmente revogada, a qualquer tempo, pela Administração, sem que deva pagar ao permissionário qualquer indenização exceto se se tratar de permissão condicionada que é aquela em que o Poder Público se autolimita na faculdade discricionária de revogá-la a qualquer tempo, fixando em lei o prazo de sua vigência. e) Os riscos do serviço são por conta do permissionário, exceto se constar de cláusula expressa; f) A permissão não assegura a exclusividade do permissionário, salvo se constar de cláusula expressa; g) Deve ser precedida de licitação; h) Os atos dos permissionários revestem-se de certa autoridade e passíveis de mandado de segurança; i) A responsabilidade por danos causados a terceiros é do permissionários, sendo que, apenas subsidiariamente a Administração pode ser responsabilizada pela culpa na escolha ou na fiscalização do executor dos serviços. - PRINCIPAIS DIFERENÇAS Concessão Permissão Caráter mais estável Caráter mais precário Exige autorização legislativa Não exige autorização legislativa, em regra Licitação só por concorrência Licitação por qualquer modalidade Só para pessoas jurídicas ou consórcio de empresas Para pessoas jurídicas ou físicas. 1.4. AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO - PRINCIPAIS ASPECTOS OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 6 a) autorização de serviços públicos – coloca-se ao lado da concessão e da permissão de serviços públicos, destina-se a serviços muito simples, de alcance limitado, ou a trabalhos de emergência, ex. serviço de táxi, serviços de despachante, serviços de segurança particular; b) é realizada através de ato unilateral (não é contrato), ato precário, discricionário, no interesse do particular e intuitu personae; c) É exceção, e não regra, na delegação de serviços públicos; d) A licitação pode ser dispensável ou inexigível – art. 24 e 25 da Lei 8666/93. e) É formalizada por decreto ou portaria, por se tratar de ato unilateral e precário. f) cessação pode dar-se a qualquer momento, sem que a Administração tenha que indenizar; g) a remuneração dá-se por tarifa; i) os serviços autorizados não se beneficiam da prerrogativa de serviço público; j) os executores de serviços autorizados não são agentes públicos, não praticam atos administrativos e, portanto, não há responsabilidade da Administração pelos danos causados a terceiros. k) Segue, no que couber, a Lei 8.987/95; 2. CONSÓRCIOS PÚBLICOS - CONCEITO: uma forma de colaboração entre os diversos entes políticos, que disciplina a celebração de consórcios entre entes públicos, União, Estados, Distrito Federal e Municípios para a gestão associada de serviços públicos de interesse comum. - FUNDAMENTO LEGAL: Lei 11.107, de 06.04.2005 - Art. 241, CF - OBJETIVOS: busca da GESTÃO ASSOCIADA na prestação dos serviços, - representa uma forma jurídica segura e estável, afastando as formas convencionais e precárias que costumavam ser utilizadas para este tipo de acordo, o que acabava ameaçando a própria continuidade do serviço público. - quem define os objetivos são os entes partícipes – para cumpri-los o consórcio poderá: a) firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuiçõese subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo; b) promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; c) ser contratado pela Administração Direta ou Indireta dos entes da Federação consorciados, sendo neste caso dispensada a licitação; d) emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos e) outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos, f) fazer cessão de servidores entre eles. - CRÍTICAS: estes consórcios públicos acabam dando um novo sentido à organização federativa do país. OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 7 a) riscos à autonomia dos entes federativos, se a União participa ela domina podendo reduzir a autonomia dos demais entes, em razão de seu poder político e financeiro; b) poder demais para cumprimento de seus objetivos, quase tudo de um novo ente político c) a lei define competências que deveriam ser definidas na CF (competências dos entes) - NOVOS CONTRATOS: a) contrato de consórcio b) contrato de programa – ocorre quando um ente da Federação firmar para com outro ente da Federação ou para com o consórcio público, no âmbito de gestão associada, em que haja a prestação de serviços públicos ou transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos serviços. - CONSTITUIÇÃO: a) entes de espécies diferentes (diferentes dos anteriores) b) formalização por contrato (nova espécie), com prévio protocolo de intenções celebrado entes os partícipes c) adquire personalidade jurídica: de direito público (administração indireta – art. 41 CC – regime de autarquia) ou de direito privado (regime híbrido – licitação, contratos, TC, concurso público e regime celetista) d) os seus órgãos dirigentes e o seu funcionamento devem ser definidos por meio de seus estatutos. - NOVAS REGRAS DE LICITAÇÃO: a) ser contratado pela Administração Direta ou Indireta dos entes da Federação consorciados, sendo neste caso dispensada a licitação; b) valores para dispensa do art. 24, pú, também é de 20% para os consórcios. c) valores do art. 23 para cada modalidade será – dobrado quando o consórcio for formado por até 3 entes. Tendo mais do que isso o valor será triplicado. d) a licitação é dispensável na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada, nos termos do autorizado no contrato de consórcio público ou no convênio de cooperação. - EXTINÇÃO: A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembléia geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados. - A retirada de consorciado ou a extinção do consórcio público não prejudicará as obrigações já constituídas AGENTE PÚBLICO 1. AGENTE PÚBLICO: conceito mais amplo para designar genérica e indistintamente os sujeitos que servem ao Poder Público como instrumentos de sua vontade ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou episodicamente. OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 8 2. CLASSIFICAÇÃO I. AGENTE POLÍTICO (estatutário) a) servidor titular de cargo público (estatutário) 1. Servidor Público (AD/ Autarq./ Fund. Pub.) b) servidor titular de emprego público (celetista) II.SERVIDOR ESTATAL (AD/AI) 2. Servidores das pessoas governamentais de direito privado (EP/ SEM) - (celetista) III. PARTICULAR EM ATUAÇÃO COLABORADORA COM O PODER PÚBLICO 3. CARGO PÚBLICO - Conceito: é o conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor. - Distinção: cargo, emprego e função - Classificação: a) cargo em comissão – aquele ocupado transitoriamente com base no critério de confiança b) cargo efetivo – preenchido em caráter definitivo, sem transitoriedade, o seu preenchimento se dá através de concurso público. c) vitalício – também preenchidos em caráter definitivo, sendo que seu ocupante só pode ser desligado por processo judicial assegurada a ampla defesa – ex. magistratura, MP d) de carreira – aquele que faz parte de um conjunto de cargos com a mesma denominação, escalonados em razão das atribuições e da responsabilidade. e) isolado – não integra carreira nenhuma - Provimento: ato que designa uma pessoa para titularizar um cargo público. a) Inicial – aquele que independe de relações anteriores do indivíduo com a Administração Pública. - dá-se, em regra, por concurso público, com a exceção do cargo em comissão e a contratação por tempo determinado - Nomeação, Posse e Exercício b) derivado – aquele que se verifica quando ocorre a titularização de um cargo por um indivíduo que já se encontra na estrutura da Administração, não depende de concurso público, é possível concurso interno. Pode ser: - horizontal: não implica elevação, ascensão funcional (ex. readaptação) - vertical: passagem de um cargo para outro, implicando em ascensão funcional (ex. promoção) - por reingresso - Reingresso: Pode ser: a) reintegração – é a recondução do servidor ao mesmo cargo de que fora demitido, com o pagamento integral dos vencimentos e vantagens do tempo em que esteve afastado, uma vez reconhecida a ilegalidade da demissão em decisão judicial ou administrativa. Se o cargo estiver sido extinto o servidor ficará em disponibilidade remunerada - art. 28, Lei 8112/90 OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 9 b) recondução – o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado em decorrência de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou de reintegração do anterior ocupante - art. 29 da Lei 8.112/90. c) reversão - ocorre o retorno do inativo (aposentado) ao mesmo cargo ou ao cargo resultante de sua transformação ou simplesmente ao serviço, como excedente (na terminologia da lei), se o antigo cargo estiver provido, quando, por junta médica oficial, forem declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria - art. 25 a 27 da Lei 8.112/90. e) aproveitamento – é o retorno obrigatório à atividade do servidor em disponibilidade, em cargo de atribuições e remuneração compatíveis com o anteriormente ocupado - art. 30 e 31, da Lei 8.112/90. Obs.: O servidor ficará em disponibilidade quando extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade. Ficará em disponibilidade remunerada até que seja adequadamente aproveitado em outro cargo, obrigatoriamente de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. - Desinvestidura de cargo público a) demissão – é a dispensa do servidor, a título de penalidade funcional. b) exoneração – é a dispensa do servidor a seu pedido ou de ofício, nos casos em pode ser dispensado, não tem caráter sancionador, não constitui penalidade. - Vacância: é a abertura de um cargo antes preenchido. - Hipóteses: exoneração, demissão, promoção, readaptação,aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável, falecimento. (art. 33) - DOS DIREITOS E VANTAGENS DOS SERVIDORES (arts. 40 a 115, da Lei 8.112/90) a) remuneração; b) das vantagens: são previstas na lei as: I) indenizações: visam compensar o servidor pelo acréscimo de despesas decorrentes de situação especial do serviço, assumem caráter eventual e não incorporam ao vencimento ou provento, são as ajudas de custo, as diárias e transporte; II) adicionais: são vantagens que, dependendo de sua natureza, podem ou não incorporar à remuneração – ex. adicional por tempo de serviço, adicional de insalubridade, periculosidade e de atividade penosa, adicional noturno, adicional de férias (1/3); c) das férias; d) licenças (hipóteses previstas em lei: por motivo de doença de pessoa da família, afastamento do cônjuge ou companheiro, para o serviço militar, para atividade política, para capacitação, para trato de interesses particulares); e) dos afastamentos (ex. para exercício de mandato eletivo, para estudo ou missão no exterior); f) são consideradas faltas justificadas ao serviço, por concessão legal: um dia para doação de sangue, dois dias para alistar-se como eleitor e oito dias consecutivos para casamento ou falecimento de familiares; g) ao servidor estudante horário especial para adaptar o trabalho e o estudo; OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 10 h) direito de petição; i) plano da seguridade social (alguns direitos: aposentadoria, auxílio natalidade, salário-família, licenças gestante, tratamento de saúde e acidente em serviço, assistência à saúde – SUS, condições individuais e ambientais de trabalho, quadro de dependente, auxílio funeral, assistência pré-escolar, etc) 4. REGRAS CONSTITUCIONAIS 4.1. SISTEMA REMUNERATÓRIO a) remuneração: os estipêndios dos servidores compõem de parte fixa (padrão fixado em lei) + parte variável de um servidor para outro (condições especiais - tempo de serviço, vantagens pecuniárias - adicionais, gratificações e verbas indenizatórias e outras) b) subsídio - é a forma remuneratória atribuída a certos cargos, em que a retribuição se efetua por meio de pagamentos mensais de parcelas únicas - indivisas e insuscetíveis de acréscimos de qualquer espécie - art. 39, 4o, exceto: verbas indenizatórias e garantias constitucionais (art. 39, § 3º) - Remuneram-se por subsídio: Chefes do PE e os VICES Auxiliares imediatos do PE (art. 49, VIII, art. 28, §2º, art. 29, V Membros do PL (DF,DE,SF,AL,CM) Membros da Defensoria Pública; Magistrados – arts. 48,XV, 93,V, 96, II,b; Membros do Ministério Público; Membros da AGU; Procuradores de Estado e do DF (excluídos os Municipais - CF) Servidores policiais – PF, PRF, PFF, PC, PM e corpos de bombeiros militares – art. 144, § 9o - (excluídas as municipais não se equiparam); Ministros e Conselheiros de TC – art. 73, § 3º e art. 75; Servidores organizados em carreira – poderão ser incluídos – art. 39, § 8o. - FIXAÇÃO: lei específica (para cargos, funções ou empregos) - exceções: não serão fixados por lei e sim por: Pres. da República e o Vice – art. 49, VIII Ministros de Estado – art. 49, VIII Senadores – art 49, VII DECRETO-LEGISLATIVO DO CN Deputados Federais – art. 49, VII DECRETO-LEGISLATIVO DA CM Vereadores – art. 29, VI - TETO TETO REMUNERATÓRIO (EC- 41/03) UNIÃO - Ministros do STF ESTADO E DF - para PE – Governador, OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 11 - para PL – Deputados Estaduais e Distritais, - para PJ – Desembargadores do TJ (limite 90,25 do STF – aplicável para MP, Procurad. e Defensores) MUNICÍPIO - do Prefeito - PARA DEFINIR – lei de iniciativa do STF - Lei 11.143/05 (art. 48, XV, CF – alterado EC 41) 5. ACESSIBILIDADE - princípio da ampla acessibilidade aos cargos, funções e empregos públicos - art. 37, I, EC19 – são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos e aos estrangeiros na forma da lei. - concurso público – é a regra, excepcionalmente não o faz: a) cargo em comissão – livre nomeação e exoneração b) além das hipóteses excepcionais expressamente previstas na CF: - Ministros dos TC; Magistrados dos Tribunais (STF; alguns cargos do STJ, TST e STM; 1/5 dos Magistrados de segunda instância (art. 94) e TSE e TREs. c) contratação por tempo determinado - necessidade excepcional e transitória (art. 37, IX) incompatível a demora do concurso (admite proc. seletivo simpl) d) EP e SEM exploradora de atividade econômica – quando violar o interesse público - Algumas Súmulas relevantes - STF - Súmula 683 – O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7o, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. (fica de fora o emprego) - STF - Súmula 684 – É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. - STF - Súmula 686 - Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público - STJ - Súmula: 266 - O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. - Validade - Direito à nomeação - Teoria do funcionário de fato 6. ACUMULAÇÃO - A regra geral proíbe a acumulação remunerada de cargos, exceto (art. 37, XVI e XVIII, CF): a) quando houver compatibilidade de horários, OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 12 b) que acumulação não ultrapasse ao teto (subsídios STF), c) que recaia em uma das seguintes hipóteses: I) dois cargos de professor II) professor com outro técnico ou científico III) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas (EC 34) - Mandato eletivo - art. 38 a) mandato eletivo fed. est. e distrital – ficará afastado do cargo, emprego ou função b) prefeito – afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela remuneração c) vereador – havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, não sendo compatível aplica-se a regra do prefeito. 7. ESTABILIDADE (art. 41) - Requisitos para se adquirir a estabilidade: - Perda da estabilidade 8. APOSENTADORIA - Aposentadoria é a garantia de inatividade remunerada reconhecida aos servidores que já prestaram longos anos de serviço, ou se tornaram incapacitados para suas funções: - Regras Tipo de Aposentadoria Proventos Requisitos para aquisição Proventos Proporcionais a regra – invalidez permanente Aposentadoria por invalidez permanente – art. 40, I Proventos Integrais invalidez em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei Aposentadoria compulsória – art. 40 II Proventos proporcionais 70 anos de idade Proventos Integrais - 60/55 anos de idade e 35/30 anos de contribuição Aposentadoria voluntária – art. 40 III Proventos Proporcionais - 65/60 anos de idade AposentadoriaEspecial - ART. 40, § 5º Proventos Integrais - professor com exclusividade de magistério infantil, ensino fundamental e médio, - 55/50 anos de idade e 30/25 anos de contribuição - REFORMA - EC 41/03 - PRINCÍPAIS ALTERAÇÕES: OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 13 Previsão do princípio da solidariedade (art. 40, caput) Cotização dos entes federativos (art. 40, caput) Revogação do princ. integralidade (aplica-se média das remunerações percebidas na vida laboral - art. 40, §§ 1º, 3º e 17) Revogação do princ. paridade (aplica-se princípio da preservação do valor real dos benefícios - art. 40, § 8º) Teto de provento e pensão (art. 5º, EC 41; Lei 1, Lei 8.213/91 e Portaria 479/04 - art. 40, § 14) Contribuição do inativos e pensionistas (art. 40, § 18 e 149, § 1º, CF) - ADIN 3.105 Abono de permanência (art. 16, § 1º, Lei 10.887/04) Regime complementar criação – LO Aplicação subsidiária do RGPS (art. 40, § 12) Unidade de regime e gestão para entes (art. 40, § 15) CENÁRIO ATUAL 1) APLICAÇÃO DA REGRA NOVA – para os que entraram depois da EC 41 – as quatro modalidades já citadas (art. 40) – SEM INGRALIDADE e SEM PARIDADE. 2) APLICAÇÃO DA REGRA VELHA (texto da CF original ou EC20) - direito adquirido aos servidores e dependentes que preencherem os requisitos (não precisa requerer) para fruição de seus benefícios até a data da entrada em vigor da EC 41/03. (vale preencher requisitos até o dia da entrada em vigor) - COM INTEGRALIDADE e COM PARIDADE - a aplicação da regra velha é facultativa (mais vantajosa) - estas regras são aplicáveis para os servidores que já estavam na Administração, mesmo que tenha mudado de cargo, desde que não tenha solução de continuidade (interrupção). 3) APLICAÇÃO DA REGRA DE TRANSIÇÃO – para evitar as modificações radicais a EC41 estabeleceu regras transitórias e facultativas para os servidores que já estavam na administração mas, não tinham os requisitos para se aposentar: I) EC 41 – art. 2º - para aqueles que ingressaram no serviço público antes da EC20 mas, não tinham à data da EC41 os requisitos para se aposentar, podem optar pela regra de transição , entretanto SEM INTEGRALIDADE e SEM PARIDADE desde que: a) idade - 53 anos, se homem e 48, se mulher; b) 5 anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria, c) tempo de contribuição de 35 anos, se homem e, 30 anos, se mulher – somados a um período adicional (antigo pedágio) equivalente a 20% do tempo que faltava, na data da publicação da EC 20, para atingir o limite. - a remuneração será calculada com a média da vida laboral, sendo atualizadas monetariamente com uma redução nos proventos para cada ano antecipado em relação a idade de 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher, na proporção de 3,5% se ele completar as exigências até 2005 e 5% a partir de 2006. ( art. 2ª, § 1º) - se for professor a redução será calculada sobre o limite de 55 e 50 anos. OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 14 II) EC 47 – art. 3º - para aqueles que ingressaram antes da EC 20 (antes de 1998) - desde que tenha 25 anos de serviço público + 15 anos de carreira + 5 de cargo. Neste caso a cada ano de contribuição que ultrapassar o limite 35 anos para os homens e 30 anos para as mulheres será subtraído o respectivo período do limite de idade a ser observado, iniciando do limite de 60 anos para homens e 55 para mulheres. - COM INTEGRALIDADE E COM PARIDADE II) EC41 – art. 6º - para os servidores que ingressaram no serviço até a edição da EC41 (31.12.03) ainda não completaram o tempo para se aposentar (mesmo que troque de cargo desde não tenha solução de continuidade - interrupção) - COM INTEGRALIDADE e COM PARIDADE desde que: a) 20 anos de efetivo exercício no serviço público (e não apenas 10 - art. 40), b) 10 anos de efetivo exercício na carreira (requisito inexistente no art. 40), c) 5 anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria d) - se homem - 60 anos de idade e 35 de contribuição, - se mulher - 55 de idade e 30 de contribuição, - observada a redução de 5 anos no caso do professor RESPONSABILIDADE DO ESTADO 1. FUNDAMENTO TEÓRICO - 2. EVOLUÇÃO 2.1. Primeira Fase – Princípio da Irresponsabilidade do Estado 2.2. Segunda Fase – Responsabilidade Subjetiva do Estado 2.3. Terceira Fase – Responsabilidade objetiva do Estado 2.4. Histórico no Brasil - DISTINÇÃO RESPONSABILIDADE SUBJETIVA RESPONSABILIDADE OBJETIVA procedimento ilícito procedimento lícito ou ilícito depende de culpa ou dolo só depende de nexo de causalidade Exime-se do dever se demonstrar que se comportou com diligência, perícia e prudência exime-se do dever se provar a inexistência do nexo causal (ausência do comportamento ou do dano) - Hipóteses de exclusão 3. TIPOS DE RESPONSABILIDADE - responsabilidade civil, penal e administrativa, OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 15 - independência das instâncias, exceções. 4. RESPONSABILIDADE OBJETIVA NO BRASIL 4.1. Fundamento Constitucional – art. 37, § 6º. 4.2. Distinção: responsabilidade e sacrifício de direito 4.3. Teorias a) risco integral b) risco administrativo 5. QUESTÕES CAPITAIS 5.1. Sujeitos 5.2. Caracteres da Conduta Lesiva a) Danos por ação do Estado - ATO COMISSIVO b) Danos por omissão - ATO OMISSIVO c) Danos dependentes de situação produzida pelo Estado 5.3. Dano 6. AÇÃO REGRESSIVA 7. DENUNCIAÇÃO DA LIDE BENS PÚBLICOS 1. DOMÍNIO PÚBLICO O domínio público em sentido amplo é o poder de dominação ou de regulamentação que o Estado exerce sobre os bens do seu patrimônio (bens públicos), ou sobre bens do patrimônio privado (bens particulares de interesse público) ou sobre as coisas inapropriáveis individualmente, mas de fruição geral da coletividade. Neste sentido amplo e genérico o domínio público abrange não só os bens das pessoas jurídicas de direito público interno como as demais coisas que, por sua utilidade coletiva, merecem a proteção do Poder Público, tais como as águas, as jazidas, as florestas, a fauna, o espaço aéreo e as que interessam ao patrimônio histórico e artístico nacional. Esta expressão também pode ser utilizada para bens destinados ao uso público individualmente ou em geral. 2. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 16 a) bens de uso comum do povo (ou de domínio público) – são os bens que todos podem usar, todos os lugares abertos à utilização pública adquirem esse caráter de comunidade, de uso coletivo - ex.: como as ruas e praças; b) bens de uso especial (patrimônio administrativo)– são os que se destinam especialmente à execução dos serviços públicos e, por isso mesmo são considerados instrumentos desses serviços - ex.: como os prédios dasrepartições ou escolas públicas c) bens dominicais (dominiais ou do patrimônio disponível) – são os que pertencem ao acervo do poder público, sem destinação especial, são aqueles que, embora integrando o domínio público como os demais, deles diferem pela possibilidade sempre presente de serem utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela Administração, se assim o desejar. 3. REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS a) são inalienáveis, exceto: I) os bens de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, em princípio, mas poderão tornar- se alienáveis se forem desafetados, ou seja, se for alterada a sua destinação, de modo que passem a ser considerados dominicais. Pode dar-se por lei, por ato administrativo ou por um fato que torne a destinação inviável. II) bens dominicais podem ser alienados, exigindo-se, em regra, autorização legislativa, avaliação prévia e licitação – art. 17 a 19, da Lei 8.666/93. Estes bens deixam de ser alienáveis se forem afetados, isto é, se receberem destinação específica, de uso especial ou de uso comum do povo. b) direitos do poder públicos sobre seus bens não prescrevem; c) não há usucapião de bens públicos, de qualquer espécie (são imprescritíveis); d) todos são impenhoráveis, não podendo ser penhorados (art. 100, da CF), arrestados ou seqüestrados; e) não podem ser onerados, isto é, objeto de penhor (art. 768 a 804, do CC), hipoteca (art. 809 a 862, do CC) ou anticrese (art. 805 a 808, do CC). 4. AQUISIÇÃO DE BENS PARA O PATRIMÔNIO PÚBLICO a) doação b) compra c) desapropriação d) confisco – art. 91,I do CP e art. 243 da CF e) permuta (troca ou escambo) f) dação em pagamento g) direito hereditário (testamento e herança jacente) h) usucapião (bens públicos não podem ser usucapidos, mas o poder público pode usucapir) i) acessão natural (aluvião, avulsão e leito do rio abandonado) j) parcelamento do solo (loteamentos) 5. ALIENAÇÃO DE BENS PÚBLICOS: OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 17 Os bens públicos podem ser alienados pelas formas comuns do direito civil, como venda, doação, troca, etc, respeitados os requisitos impostos pelo direito administrativo, como caracterização do interesse público, avaliação prévia, autorização legislativa e licitação. Exceção: investidura – numa obra pública, sobra um pedaço pequeno de terra, que não serve para nada, então, pode ser alienado, mediante avaliação, para o dono da terra limítrofe, por investidura. 6. UTILIZAÇÃO ESPECIAL DE BENS PÚBLICOS POR PARTICULARES Todos podem eventualmente ser utilizados de forma especial por particulares, mediante: a) autorização de uso – serve para auxiliar interesses particulares em eventos ocasionais ou temporários (ex.: instalação de um parque de diversões, uso de um terreno baldio para uma quermesse); É ato unilateral, discricionário, de título precário, podendo ser revogado a qualquer tempo. Independe de licitação e de lei autorizadora. Pode ser em caráter gratuito ou oneroso. Por tempo determinado ou indeterminado. b) permissão de uso – é semelhante à autorização mas, é dada no interesse público, tem grau menor de precariedade, depende, em regra, de licitação e cria para o permissionário um dever de utilização, sob pena de revogação (ex. permissão de instalação de uma banca de jornal na via pública, mesas e cadeiras de bares nas calçadas); c) concessão de uso – é contrato entre a Administração e um particular, tendo por objeto uma utilidade pública de certa permanência (ex. instalação de restaurante em edifícios públicos). Exige, em regra, autorização legislativa e licitação. d) enfiteuse, emprazamento ou aforamento – é o instituto que permite ao proprietário atribuir o domínio útil de imóvel, pagando a pessoa que o adquire, chamada enfiteuta uma pensão ou foro anual e invariável (art. 678, do CC). O novo CC civil não mais inclui enfiteuse nos direitos reais e proíbe a constituição de novas enfiteuses, garantindo, porém, a eficácia das instituídas anteriormente – art. 2038 do CC/02. 7. BENS DO PATRIMÔNIO PÚBLICO (art. 20, 26 da CF) 1) terras devolutas – terras que ninguém se apossou, nem foram utilizadas para algum fim público. Não tem localização e limites claros, por isso necessitam ser demarcadas e separadas das outras propriedades. Esta separação ou discriminação pode ser administrativa ou judicial – Ação discriminatória – Lei 6383/76, sendo utilizada a via judicial se insuficiente a via administrativa. Após a discriminação elas deixam de ser devolutas e passam a ser simplesmente terras públicas. Pertencem a União (as terras devolutas dos territórios federais e as que forem por lei declaradas indispensáveis à segurança e ao desenvolvimento nacionais) e, por exclusão, aos Estados. (art. 26, IV, CF); OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 18 2) plataforma continental - são bens da União os recursos naturais da plataforma continental, que consiste no prolongamento natural das terras continentais ou insulares, por baixo das águas do mar, em extensão variável, conforme a legislação de cada país – art. 20, V, CF (aqui até 200 milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial). A União exerce direitos de soberania para efeitos de exploração e aproveitamento de seus recursos naturais (Lei 8.617/93). 3) terras tradicionalmente ocupadas por índios – são bens da União, art. 20, XI, CF, destinam-se à posse permanente dos índios, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes – art. 231, § 2º, CF 4) terrenos de marinha – são bens da União, assim considerados os que, banhados pelas águas do mar ou dos rios navegáveis, vão até 33 m para a parte da terra, contados desde o ponto a que chega a preamar média – art. 13 do Cód. de Águas, art. 20, VII, CF e DL 9.760/46. Os terrenos de marinha tem sido objeto de arrendamento perpétuo a particulares, mediante o pagamento de um foro anual. Tal arrendamento perpétuo denomina-se enfiteuse, continuando a União a proprietária e o particular enfiteuta, como detentor do domínio útil. A utilização dos terrenos de marinha, inclusive para edificações, depende de autorização federal, mas, tratando-se de áreas urbanas ou urbanizáveis, as construções e atividades civil nelas realizadas ficam sujeitas a regulamentação e a tributação municipais, como as demais realizações particulares. A reserva dominial da União visa, unicamente, a fins de defesa nacional, sem restringir a competência estadual e municipal no ordenamento territorial e urbanístico dos terrenos de marinha, quando utilizados por particulares civis. 5) terrenos marginais ou reservados – são os que se situam ao lado dos rios navegáveis, até uma distância de 15m contados desde a linha média das enchentes ordinárias. Tais terrenos podem pertencer a algum órgão público ou a um particular. Se forem de propriedade privada, são onerados por uma servidão de trânsito, para possibilitar a fiscalização e a realização de obras ou serviços públicos pela Administração (há divergências) SUMULA Nº 479 DO STF: “ as margens dos rios navegáveis são do domínio publico, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização” 6) Ilhas – pertencem à Uniãoas ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras. Pertencem aos respectivos Estados as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União – O art. 20, IV e art. 26, III da CF/88. O art. 20, IV da CF/88 foi alterado pela EC 46/05 que passou a ter a seguinte redação: “IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005). Segundo o Código de Águas as ilhas ou ilhotas que se formarem no álveo de uma corrente, pertencem ao domínio público, no caso das águas públicas e ao domínio particular, no caso de águas comuns ou particulares (art. 23). OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 19 7) Álveos ou leitos abandonados – se um rio de águas públicas vier a abandonar naturalmente o seu leito, as terras por onde o mesmo corria passam a pertencer aos proprietários ribeirinhos das respectivas margens, sem que tenham direito a indenização alguma os donos dos terrenos por onde as águas abram novo curso. Mas, se o fato ocorrer por obra do poder público, fica ele com leito original do rio, devendo indenizar os proprietários das terras por onde passa a correr o novo curso – art. 27 8) Faixa de fronteira – uma faixa de 150 km de largura, ao longo das fronteiras terrestres, e considerada fundamental para a defesa nacional, e sua utilização são reguladas em lei, como servidão administrativa. – art. 20, § 2º, CF 9) vias ou logradouros públicos - as terras ocupadas com as vias e logradouros públicos pertencem às Administrações que os constituírem. Tais áreas podem constituir bens de uso comum do povo ou bens de uso especial, dependendo das limitações quanto a horário, tonelagem, pagamento de tarifas. A legislação rodoviária geralmente impõe limitação administrativa aos terrenos marginais das estradas de rodagem, consistente na proibição de construções a menos de quinze metros da rodovia. As estradas de ferro, no regime administrativo brasileiro, tanto podem pertencer ao domínio público de qualquer das entidades estatais (bens de uso especial) como podem ser de propriedade particular, exploradas mediante concessão federal ou estadual. As terras ocupadas pelas vias férreas seguem, consequentemente, a natureza da estrada a que destinam. 10) águas internas - são as águas que banham exclusivamente o território nacional ou lhe servem de divisa com Estados estrangeiros. Segue regime jurídico da Lei 9.433/97, que passa a considerar a água como um bem de domínio público, recurso natural limitado e dotado de valor econômico (até agora a água era considerada dádiva da natureza, disponível a qualquer um e só cobravam tarifas para cobrir os custos da captação). a) lagos, rios e correntes de água – são bens da União quando banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham. Os terrenos marginais, nestes casos, são também da União. Na partilha constitucional os rios públicos ficaram repartidos entre a União e os Estados-membros, se atribuir qualquer domínio fluvial ou lacustre aos Municípios. Também foi abandonado o critério tradicional da navegabilidade ou flutuabilidade, só se levando em conta a condição territorial das correntes ou lagos, conforme o território em que cubram. b) águas minerais – tem regulamentação especial no Código de Águas Minerais – Dec. Lei Federal 7.841, 8.8.45. 11) águas externas - são as que contornam o continente. a) mar territorial – estende-se numa faixa de 12 milhas marítimas (eqüivale a 1.852m) da linha de baixa-mar do litoral continental e insular. Trata-se de águas públicas de uso comum, pertencentes à União, sobre as quais o Brasil exerce soberania. - Depois do mar territorial temos: OBCURSOS PODIVM WWW.CARREIRAFISCAL.COM.BR Profa. FERNANDA MARINELA ISBN – 85-02-05620-X 20 b) zona contígua – com início a partir de 12 milhas do litoral, até 24 milhas, nesta faixa o Brasil conserva o poder de fiscalização e polícia, embora sem soberania. c) zona econômica – com início a partir de 12 milhas do litoral (igual a zona contígua) e vai de 12 até 200 milhas, nesta faixa tem o Brasil direitos exclusivos de exploração dos recursos naturais do mar. d) alto-mar - é toda extensão de águas marítimas compreendidas entre as zonas contíguas dos diversos continentes. Tais águas são res nullius, de uso comum de todos, sem que sobre elas qualquer nação diretos de soberania ou domínio individual. 12 milhas 24 milhas 200 milhas 12) minas, jazidas e quedas d’água – as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia elétrica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra – art. 176 da CF 13) Floresta - é a forma de vegetação, natural ou plantada, constituída por um grande número de árvores, com o mínimo espaçamento entre si. Segue o regime do Código Florestal – Lei 4.771, de 15.9.65. 14) Fauna silvestre – os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha (Lei 5.197/67 – art. 1º). 15) Espaço aéreo – segue regime do Código Brasileiro de Aeronáutica – Lei 7.565, de 19.12.86. 16) Patrimônio histórico – nesta categoria encontram-se as obras, monumentos, documentos e recantos naturais que, embora propriedade privada, passam a integrar o patrimônio histórico e artístico da Nação, como bem de interesse da coletividade, sujeitos ao domínio eminente do Estado, através do tombamento. CONTINENTES E ILHAS Alto - ZONA ECONÔMICA ZONA CONTÍGUA MAR TERRITORIAL
Compartilhar