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Ação Rescisória

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AÇÃO RESCISÓRIA (artigos 966 a 975, NCPC)
Introdução
Esgotados os recursos, a sentença transita em julgado. Não é mais possível rediscuti-la nos mesmos autos, pois haverá coisa julgada formal, que afeta todas as sentenças, terminativas ou definitivas. Se o julgamento for de mérito, haverá também a coisa julgada material sobre todas as decisões de mérito, que projeta seus efeitos fora do processo e impede que as partes rediscutam em qualquer outro aquilo que tenha sido decidido sobre os pedidos. Em casos excepcionais, porém, a lei permite a utilização de ação autônoma de impugnação, cuja finalidade é desconstituir a decisão de mérito transitada em julgado. Nela, ainda é possível postular a reapreciação daquilo que foi decidido em caráter definitivo. Trata-se da ação rescisória. Não se trata de um recurso, pois pressupõe que todos já se tenham esgotado. Exige que tenha havido o trânsito em julgado da decisão de mérito. Consiste em uma ação cuja finalidade é desfazer o julgamento já tornado definitivo.
Outros mecanismos de impugnação das sentenças transitadas em julgado
Ações anulatórias ou declaratórias de nulidade (art. 966, § 4°, do CPC)
Há dois outros mecanismos, além da rescisória, pelos quais se pode impugnar uma sentença transitada em julgado. Um deles é a ação anulatória ou declaratória de nulidade, prevista no art. 966, § 4°, do CPC que cabe contra os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução. Sempre que a sentença for apenas de homologação, como ocorre quando há acordo entre os litigantes, a ação rescisória não será o mecanismo adequado para impugnação, mas as ações anulatórias ou declaratórias de nulidade, previstas para os atos jurídicos em geral. Como a transação ou disposição é negócio jurídico civil, a rescisão opera-se na forma da lei civil, que prevê hipóteses de nulidade ou anulabilidade dos atos jurídicos em geral. Em caso de nulidade, caberá a ação declaratória, e em caso de anulabilidade, ação anulatória.
Ações declaratórias de ineficácia
A ação rescisória cabe quando o processo ou a decisão contiver uma nulidade absoluta. Superado o prazo, o vício que os contamina estaria sanado, pois até as nulidades absolutas têm um limite para serem alegadas. Mas tem-se admitido uma categoria de vícios mais graves, que não se sanariam nem com o transcurso in albis do prazo das ações rescisórias. Os processos e as decisões que os contenham seriam ineficazes. Não se trata de inexistência física ou material, pois a sentença foi proferida e pode estar produzindo efeitos, mas de ineficácia decorrente de um vício insanável, o que enseja não a ação rescisória, mas a declaratória de ineficácia, a querela nullitatis insanabilis, que, diferentemente daquela, não tem prazo. É proposta em primeiro grau de jurisdição, e não no tribunal, como a rescisória.
Ação rescisória contra decisão interlocutória de mérito
Como já foi visto, o CPC autoriza que o mérito seja julgado não apenas na sentença, mas também em decisão interlocutória, no caso de julgamento antecipado parcial (art. 356), quando um ou alguns dos pedidos, ou parte deles, tenham ficado incontroversos ou estejam em condições de serem apreciados. Essas decisões interlocutórias de mérito, esgotados os recursos, são alcançadas pela autoridade da coisa julgada material. Por isso, o art. 966 prevê o cabimento da ação rescisória contra elas, referindo-se a "decisão" em sentido amplo, abrangendo as decisões interlocutórias, as sentenças e os acórdãos.
Ação rescisória contra decisões que não são de mérito (art. 966, § 2°, NCPC)
Como visto, só cabe ação rescisória contra decisões de mérito, porque só elas fazem coisa julgada material. No entanto, há duas exceções previstas em lei, tratadas no art. 966, § 2°: "Nas hipóteses previstas nos incisos do 'caput', será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: I – nova propositura da demanda; ou II - admissibilidade do recurso correspondente". Para entendê-las, é preciso lembrar que o juiz pode proferir uma sentença de extinção sem resolução de mérito, sem força de coisa julgada material, mas que impede a repropositura da mesma ação. São as hipóteses previstas no art. 486, § 1°, I e também as de coisa julgada ou perempção. Diante da vedação à repropositura, admite- se a ação rescisória, que também será cabível contra a decisão que impeça a admissibilidade de recurso pendente.
Juízo rescindente e juízo rescisório
O art. 974, do CPC, ao estabelecer que "julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento ( ... )", aponta para a existência de dois momentos: o juízo rescindente, aquele em que o órgão julgador rescinde a decisão impugnada; e o juízo rescisório, em que, se for o caso, procede- se a novo julgamento. 
Os limites do novo julgamento na ação rescisória são os limites da lide originária. Ainda que a decisão rescindida seja uma sentença; o tribunal que julgar a ação rescisória terá competência para promover o novo julgamento, em substituição ao anterior.
Natureza jurídica da ação rescisória
A sua natureza primordial é desconstitutiva. Isso porque toda ação rescisória tem de ter o juízo rescindente, o pedido de desconstituição total ou parcial do julgamento anterior transitado em julgado. Mas, além dele, quando for o caso, a rescisória poderá ter também o juízo rescisório, em que o tribunal proferirá novo julgamento da questão anteriormente decidida. O juízo rescisório pode ter qualquer tipo de natureza: condenatória, constitutiva ou declaratória. E, sendo condenatória, pode ainda ter natureza mandamental ou executiva lato sensu.
Requisitos de admissibilidade
As condições da ação rescisória
O interesse:
Só tem interesse em propô-la aquele que puder auferir algum proveito da rescisão, alguma melhora de sua situação, caso o julgamento anterior seja rescindido e outro seja proferido em seu lugar.
O trânsito em julgado como condição indispensável para o ajuizamento da ação rescisória: Enquanto não há trânsito em julgado, a decisão deverá ser impugnada por meio do recurso adequado. Só quando não for mais possível a interposição do recurso, após o trânsito, surgirá o interesse de agir para a ação rescisória.
A legitimidade: (art. 967 do NCPC)
I. Quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II. A legitimidade do terceiro juridicamente prejudicado: O terceiro que tem interesse jurídico é aquele que poderia ter ingressado no processo, na qualidade de assistente.
III. O Ministério Público: neste caso, deverão figurar no polo passivo da rescisória os autores e
réus da ação originária, já que todos serão afetados.
IV. aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Hipóteses de cabimento (CPC, art. 966)
I. se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz:
A prevaricação é o ato de "retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal" (CP, art. 319). A concussão consiste em "exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida" (CP, art. 316). E a corrupção passiva em "solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar a promessa de tal vantagem" (art. 317). Não é preciso que o juiz tenha sido condenado em processo criminal. A existência do ilícito pode ser demonstrada na própria rescisória. Não haverá incompatibilidade entre sentença penal absolutória e a procedência da ação rescisória por esse fundamento. Mas, se o juiz tiver sido condenado na esfera criminal, o ilícito não mais poderá ser rediscutidona rescisória. Se for perpetrado por juiz integrante de órgão colegiado, a rescisória só será acolhida se o voto dele afetou o resultado.
II. Impedimento do juiz ou incompetência absoluta do juízo:
Se o juiz impedido participou do julgamento em órgão colegiado, a rescisória será cabível se o seu voto repercutiu sobre o julgamento, se o influenciou. Se foi voto isolado, cuja alteração não afetaria o resultado, não há razão para cogitar da rescisão. Se, no julgamento da rescisória, for reconhecida a incompetência absoluta do juízo ou Tribunal que prolatou a decisão, haverá a cassação da decisão por eles proferida, com a determinação de remessa dos autos ao juízo ou Tribunal competente. Parece-nos que, nessa hipótese, não haverá a possibilidade de se proceder ao juízo rescisório, desde logo, porque cumprirá que, primeiro, haja a decisão do órgão competente.
III. Sentença que resulta de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei:
Haverá dolo da parte vencedora quando ela engana o juiz ou a parte contrária para influenciar o resultado do julgamento, e coação quando ela incute no adversário fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família ou a seus bens. Para que possa ensejar a rescisória, é preciso que isso tenha sido determinante para o resultado e que aquele que violou o dever de lealdade e boa-fé, ou fazendo uso de ardis para induzir a erro o adversário, ou fazendo uso da coação, tenha saído vitorioso.
A colusão é o conluio entre as partes, que utilizam o processo para fins ilícitos. Vem tratada no art. 142 do CPC: "Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé". Se ele não conseguiu obstar a colusão, qualquer prejudicado ou o Ministério Público poderão ajuizar a rescisória. Mas não as partes, por faltar-lhes interesse, já que eram envolvidas na fraude. Em regra, não haverá juízo rescisório, porque bastará que o órgão julgador casse a sentença, sem que profira outra no lugar.
A simulação ocorre quando uma das partes se valer dos expedientes enumerados no art. 167, §§ 1° e 2°, do Código Civil, aplicando-se a ela as mesmas regras da colusão.
IV. Decisão que ofender a coisa julgada
Não pode haver novo pronunciamento judicial sobre pretensão já examinada por decisão transitada em julgado e acobertada pela autoridade da coisa julgada material. Nem mesmo a lei pode retroagir para prejudicá-la. Por isso, uma nova decisão, que reforme o decidido pela anterior, poderá ser rescindida. Se ela reafirmar a anterior, o problema, em princípio, não se colocará, pois não haverá ofensa à coisa julgada.
V. Violar manifestamente norma jurídica
Não se admite a rescisão por injustiça da sentença ou por inadequado exame das provas. É indispensável que haja afronta direta e induvidosa à norma jurídica (ou a princípio geral do direito), de natureza constitucional ou infraconstitucional.
A ofensa pode ser à norma material (errar injudicando) ou à norma processual (erro in procedendo), o que, em regra, terá influência decisiva sobre o juízo rescisório. Se o erro foi de julgamento, será, em princípio, possível que o órgão julgador já profira a nova decisão, em substituição à anterior; mas se o erro for processual, haverá necessidade de que o processo originário seja retomado no ponto em que foi perpetrado o erro capaz de influir no julgamento. Caberá rescisória se o error in procedendo for cometido na própria decisão, ou em fase anterior, desde que sobre ela repercuta.
Súmula 343 do STF: "Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais".
VI. Se fundar em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja demonstrada na própria ação rescisória
É indispensável que a prova falsa tenha sido determinante do resultado, que este não possa subsistir sem ela. Se o julgamento está fundado em vários elementos ou provas variadas, e a falsidade de uma delas não seja decisiva para o resultado, não haverá razão para a rescisória.
VII. Depois do trânsito em julgado, o autor obtiver prova nova, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável
O autor, a que alude o dispositivo legal, não é o da ação originária, cuja decisão se pretende rescindir, mas o da própria rescisória, que pode ter figurado como autor ou réu daquela. A prova nova não é aquela cuja constituição se operou após a decisão transitada em julgado, mas cuja existência, embora anterior, era ignorada pelo autor da ação rescisória, ou de que ele não pôde fazer uso, por circunstâncias alheias à sua vontade. Se deixou de ser apresentada por culpa da parte, que agiu com desídia ou negligência, porque ela era acessível, não cabe a rescisória. É preciso ainda que o documento seja tal que possa assegurar, por si só, pronunciamento favorável.
VIII. Fundada em erro de fato, verificável do exame dos autos
De acordo com os parágrafos do art. 966, haverá erro quando a decisão admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido. Para que caiba a rescisória, é indispensável que o fato não represente ponto controvertido, sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado. 
Só cabe a rescisória se a existência ou inexistência do fato não tiver sido expressamente apreciada pela decisão. Se o juiz, no julgamento, concluiu pela existência, ou inexistência do fato, equivocadamente, isso não enseja a rescisória. O que a enseja é o erro que passou despercebido do juiz, seja quando ele não reconheceu na decisão um fato que, de acordo com os elementos dos autos, comprovadamente ocorrera; ou quando reconheceu um fato que, de acordo com os mesmos elementos, comprovadamente não ocorrera. É preciso que o juiz não tenha se pronunciado e levado em conta elementos dos autos por si sós suficientes para comprovar que um fato que ele considerou existente não ocorreu, ou vice-versa.
Procedimento da ação rescisória
Competência
A ação rescisória de sentença deve ser proposta perante o Tribunal que teria competência para julgar recursos contra ela; se de acórdão, a competência será do mesmo Tribunal que o proferiu, mas o julgamento será feito por um órgão mais amplo.
Petição inicial
A petição inicial deve conter os requisitos do art. 319 do CPC e indicar os três elementos da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir. Ao formular o pedido, o autor poderá cumular a pretensão ao "juízo rescindente" e ao "juízo rescisório", se for o caso.
Caução
O art. 968, II, obriga o autor a "depositar a importância de 5% sobre o valor da causa, que se converterá em multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou julgada improcedente". Sem o depósito, a inicial será indeferida. Essa exigência torna relevante a fixação do valor da causa, que deverá corresponder ao proveito econômico que se obterá com a desconstituição do provimento judicial.
Caso a rescisória venha a ser julgada procedente, o dinheiro será restituído ao autor. Também haverá restituição se o resultado lhe for desfavorável, mas não por unanimidade de votos. No ent1nto, não haverá restituição em caso de desistência ou de extinção por abandono. Quando o autor for o Ministério Público, pessoa jurídica de direito público, Defensoria Pública ou beneficiário da justiça gratuita, não haverá necessidade de caução. O depósito prévio de 5% não pode ultrapassar 1.000 salários mínimos.
Indeferimento da inicial
O art. 968, § 3°, do CPC autoriza o indeferimento da inicial nas mesmas situações em que isso ocorre nos outros processos (CPC, art. 330). Também haverá o indeferimento se não for recolhida a caução exigidapelo art. 968, II, do CPC. Além de indeferir a inicial, o tribunal também pode proferir a improcedência liminar, desde que presentes as hipóteses do art. 332 do CPC.
Tutela provisória
O art. 969 passou a regulamentar expressamente o assunto, ao determinar que "a propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tuteia provisória". A concessão da tutela provisória há de ser excepcional, uma vez que há decisão transitada em julgado. Para o deferimento da tutela de urgência é indispensável a plausibilidade do pedido de rescisão e o risco de prejuízo irreparável ou de difícil reparação, caso o cumprimento da decisão não seja suspenso. Cumpre ao relator da ação rescisória apreciar o pedido de liminar.
Citação e defesa
Estando em termos a inicial, o relator determinará a citação dos réus, assinalando- lhes o prazo nunca inferior a quinze nem superior a trinta dias para, querendo, apresentar resposta.
Não há peculiaridade quanto à citação, que poderá ser feita pelos meios previstos em lei. Se os réus forem revéis, não haverá a presunção de veracidade decorrente da revelia, uma vez que já existe sentença transitada em julgado. Ainda que o réu não conteste, o autor não se exime do ônus de comprovar as hipóteses do art. 966. 
Admite-se a reconvenção, desde que presentes os requisitos do art. 343 do CPC.
Apresentada ou não a resposta, o processo seguirá pelo procedimento comum.
Se houver necessidade de provas, o órgão julgador poderá delegar a competência para colhê-la ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, com prazo de um a três meses para a devolução dos autos.
O julgamento
Depois de colhidas as manifestações das partes e do Ministério Público, quando for o caso de sua intervenção, a ação rescisória será julgada, na forma do art. 974 do CPC. Cumprirá ao tribunal, em caso de procedência, rescindir a decisão (juízo rescindente) e, se for o caso, promover o novo julgamento (juízo rescisório). 
A caução será restituída ao autor. Também o será, caso haja improcedência, ou a rescisória seja
considerada inadmissível, mas não por unanimidade de votos. Se a improcedência ou rejeição for unânime, o autor perderá em favor do réu a caução, a título de multa, nos termos do art. 968, II, do CPC.
Quando o resultado da ação rescisória for a rescisão da decisão por votação não unânime, o julgamento deverá prosseguir, com a inclusão de novos julgadores em número suficiente para uma potencial reversão do resultado, em sessão a ser designada, se não for possível o prosseguimento na mesma sessão. Trata-se da técnica de julgamento implementada pelo art. 942 do CPC, que se estende às ações rescisórias (art. 942, § 3°, 1).
Prazo
O art. 975, do CPC, estabelece que "o direito à rescisão se extingue em dois anos contratos do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo".
Há duas exceções ao prazo de dois anos a contar do trânsito em julgado da última decisão: a hipótese do art. 966, VII, em que o prazo será contado da data da descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de cinco anos contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo; e a hipótese de simulação ou colusão, em que o prazo da rescisória para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, correrá a partir do momento em que ambos têm ciência da simulação ou colusão.
O prazo do art. 975 tem natureza decadencial, pois a ação é desconstitutiva dos julgados anteriores. Aplica-se a regra geral do art. 240, § 4°, do CPC: o despacho que ordena a citação interrompe o prazo, mas, se esta for feita dentro do período estabelecido em lei, a eficácia interruptiva retroage à data da propositura da ação. Também retroage se houver atraso na citação, por fato que não possa ser imputado ao autor.
Apesar de o prazo ser decadencial, ele se prorroga até o primeiro dia útil subsequente, quando expirar durante o período de férias, recesso, ou cair em feriado ou em dia que não haja expediente forense (art. 975, § 1°).
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