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MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA AÇÃO RESCISÓRIA ▪objetivo: desconstituir coisa julgada 1. Segurança jurídica e coisa julgada. ▪segurança jurídica: toda vez que impacta a segurança jurídica interfere de certa forma na economia e a ação rescisória é um dos instrumentos que causa esse impacto, porque a ação rescisória serve exatamente para desconstituir a coisa julgada. ▪A ação rescisória é uma garantia de erro do judiciário; 2. Caracterização e função na ação rescisória. 3.1. Ação autônoma de impugnação. ▪ Não é um recurso ▪ Instaura um novo processo 3.2. Desconstituição [rescisão] da coisa julgada. 3.2.1. "Desconstituição de coisa julgada". ▪Desconstituir a coisa julgada: significa quebrar o efeito da imutabilidade da discussão sobre o conteúdo da decisão que foi proferida e que foi estabilizada anteriormente. ▪ Caso a ação rescisória seja simultânea a execução do processo? É possível solicitar antecipação de tutela da ação rescisória para paralisar o procedimento executivo. 3.2.2. O objeto da rescisão. Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: ▪ Em regra: A decisão de mérito transitada em julgado, pode ser rescindida, em regra a ação rescisória se presta a desconstituir a coisa julgada formal a partir de uma decisão de mérito. A ultima decisão do processo que sacramentou julgamento de mérito do processo, é essa decisão que se busca desconstituir. Hipóteses: OBS. 2. Decisão homologatória: reconhecimento da procedência do pedido/transação. ▪Decisão homologatória: Juiz ratifica a validade do negócio jurídico (que é a vontade das partes), ele faz o controle de validade do negocio, verificando a admissibilidade do negocio pelo sistema. Esse juízo de homologação provoca a criação de uma norma MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA jurídica que fica estabilizada pela coisa julgada, assim como qualquer decisão de mérito irrecorrível. Art. 966, § 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: I – nova propositura da demanda; ou II – admissibilidade do recurso correspondente. ▪Decisão homologatória pode ser rescindida? Sim, porque a decisão homologatória não julga, mas ela resolve o mérito. Assim como a decisão que julga o mérito, a decisão que homologa um acordo, uma transação, ela não julga, mas resolve o mérito. ▪As hipóteses do paragrafo 2°, do art.966, são diferentes, parece que ele amplia o contexto de ação rescisória, DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO pode ainda não ter feito coisa julgada material, o trânsito em julgado na verdade encerra a realidade da coisa julgada formal, o trânsito em julgado representa o momento que a coisa julgada formal se estabeleceu, o que é a coisa julgada formal? É a imutabilidade da decisão dentro do processo. O que não quer dizer que na realidade de outro processo essa decisão não posso mudar, mas isso já se trata de coisa julgada material. Ex: decisão que extingui o processo sem resolução de mérito, 267/ 485 cpc, não houve recurso, dentro do processo não se pode mais discutir se a decisão que extinguiu o processo tá certa ou errada? A decisão determina a extinção do processo, mas esse não se encerra imediatamente, daquela decisão começa correr o prazo para recurso, mas na fluência desse prazo ainda é possível discutir essa decisão, mas quando esse prazo se encerra nesse momento se opera o trânsito em julgado, se estabelece a coisa julgada formal. ▪Formas de extinção do processo, sem julgamento do mérito que impedem a renovação da ação: coisa julgada, litispendência, perempção, nesses casos como a parte fica impedida de ajuizar a ação, são pressupostos processuais negativos, no novo CPC essas hipóteses foram ampliadas. Ao longo dos anos se criou a ideia de que extinção do processo sem resolução de mérito podem ser sempre renovadas as ações, nesses casos é um imperativo de acesso a justiça você permitir o uso de ação rescisória para desconstituir essas decisões, enquanto você não desconstituir a decisão a parte fica impedida de ir a juízo. Ex: referente ao inciso I (transito em julgado, coisa julgada formal, impede propositura de nova ação): você ajuizou uma ação e na contestação o réu apareceu e disse juiz essa questão não pode ser novamente submetida a sua apreciação, porque ela já foi objeto de apreciação anterior, existe coisa julgada sobre esse ponto, só que MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA o réu estava mentindo, de má-fé ele induziu o juiz a erro, o juiz caiu extingue o processo sem julgamento do mérito injustamente, o código diz que se o juiz extinguiu o processo sem julgamento do mérito não pode renovar, acabou suas possibilidades de acesso à justiça, com a ação rescisória é devolvido o acesso a justiça. Ex2: Referente ao inciso II(a decisão embora não seja de mérito impede a admissibilidade do recurso correspondente): você teve uma sentença de mérito de 1° grau dessa sentença nasceu uma apelação e na apelação a sentença de mérito foi confirmada, o acordão substitui o conteúdo da sentença, mas apresentou o mesmo sentido, não reformou, estabeleceu a confirmação da sentença. Imagine que o réu, condenado, apelante perdeu na apelação, tenta embargos de declaração que foram conhecidos, mas não providos, pode seguir para os tribunais superiores Resp, Recext. O tribunal de origem não admitiu seu recurso especial ou extraordinário, vou usar o agravo para de destrancar os recursos (especiais ou extraordinários), o agravo recebido, o STF ou STJ vão estabelecer que admissibilidade desses dois recursos, inadmitiu o recurso especial/ extraordinário, tem pra onde ir? Veja você queria discutir o mérito da ação no STJ/ STF mas por um erro quanto ao juízo de admissibilidade ficou impedido, novo obstáculo de acesso a justiça, essa decisão embora não seja de mérito ela mantem o posicionamento do judiciário quanto ao mérito da decisão proferida na apelação. Eu tentei discutir o mérito nos tribunais superiores mas não consegui prevaleceu a decisão de mérito do tribunal de origem, ou seja, apesar da decisão do tribunal superior não ser mérito ela esta impendido a discussão do mérito, se por ex esse juízo de admissibilidade negativo do tribunal superior violou lei federal, eu posso desconstituir a decisão dele que não é de mérito em ação rescisória, para restaurar a possibilidade de ter o mérito apreciado. OBS. 3. Decisão de inadmissibilidade que viola literal disposição de lei: posicionamento doutrinário e, residualmente, jurisprudencial. OBS. 4. Decisão de inadmissibilidade que impede nova propositura. OBS. 5. Impossibilidade de ataque por ação rescisória: a) Proveniente de Juizados Especiais Cíveis (art. 59, Lei 9.099/95) e proveniente de Juizados Especiais Federais (REsp 747.447/PR); ▪não cabe ação rescisória contra decisão de juizado b) ADin e ADC (art. 26, Lei 9.868/99) e ADPF (art. 12, Lei 9.882/99). OBS. 6. Ação rescisória contra decisão em incidente processual. MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA ▪ Nesses procedimentos estão aptos a formar coisa julgada? Se sim cabe. OBS. 7. Ação rescisória contra decisão em jurisdição voluntária. OBS. 8. Ação rescisória contra decisão em processo cautelar. OBS 9. Ação rescisória sobre capítulo da decisão transitado em julgado em tribunais diversos. ▪ cabe ação rescisória em capitulo transitado em julgado 3. Elementos da Ação Rescisória. 3.1. Partes. 3.2. Causa de pedir: fundamentação vinculada - cabimento. ▪Qual a fundamentação para eu pedir a desconstituição da coisa julgada: essa fundamentação está nos incisos do 966. A) Configuradora da rescisão da sentença. 3.2.1. Prevaricação,concussão e corrupção (Art. 966, I, CPC). Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; três tipos penais. A) Tipicidade da conduta. B) Desnecessidade de cognição em competência criminal. ▪ não há necessidade de previa coisa julgada criminal pra você arguir prevaricação, concussão ou corrupção, porque seu objetivo aqui não é promover a aplicação da sanção penal, para efeito de desconstituir a coisa julgada não é necessário, basta que você arguir corrupção, concussão, prevaricação no bojo da ação rescisória, se o juiz se convencer. 3.2.2. Impedimento do juiz (Art. 966, II, CPC). II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA ▪ Arguição de parcialidade do juiz envolve dois grupos de argumentação: suspeição e impedimento, o inciso II só fala em impedimento e incompetência absoluta, observe que essa matéria pode ser arguida a qualquer momento mesmo depois que o processo termine e a coisa julgada se forme não há garantias de que a decisão vai prevalecer porque existe a possibilidade de desconstituição da coisa julgada por ação rescisória. ▪Pra você arguir a parcialidade do juiz em ação rescisória tem que primeiro verificar se essa parcialidade está enquadrada como impedimento, se não tiver não cabe ação rescisória. ▪Logo, juiz suspeito ou relativamente incompetente não vai gerar a possibilidade de desconstituição da coisa julgada. OBS. Desnecessidade de prévia arguição de impedimento/suspeição. Não precisa arguir no início do processo, não preclui a possibilidade de arguir vicio do procedimento por impedimento do juiz mesmo que não tenha protestado antes. 3.2.3. Incompetência absoluta (Art. 966, II, CPC). Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; Pergunta: No caso não busca reforma, busca anulação? ▪ São duas etapas: o mérito foi julgado, então se o mérito foi julgado porque existia o conflito carente de resolução, mas o mérito foi julgado de forma defeituosa, então a primeira etapa se apura o defeito para desconstituir o julgamento, mas em sequencia você pede um novo julgamento. A ação rescisória envolve duas etapas, juízo rescindendo e juízo rescisório. 3.2.4. Dolo da parte vencedora (Art. 966, III, CPC). III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; Exemplos. MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA a) Autor levou (induziu) o réu à revelia alegando ignorar o seu paradeiro a fim de provocar expedição de edital de citação; ▪ agiu com dolo, com vicio no procedimento, impedindo contraditório, o dolo justifica a rescisória. b) A parte cria obstáculos à produção de prova que sabe ser vantajosa ao adversário; ▪ a parte oculta objeto. c) Subtraiu ou inutilizou documento. Para usar o dolo como argumento é preciso demonstrar: A) Demonstração de nexo de causalidade. ▪ Para usar o dolo precisa demonstrar nexo de causalidade. Precisa demonstrar que no dolo resultou julgamento contrário para você, foi diminuída suas chances. COMO? Se a outra parte ocultou provas que te beneficiariam. B) Demonstração de ser o dolo razão determinante do resultado do julgamento. ▪ Precisa demonstrar que do dolo foram diminuídas suas chances de uma decisão favorável. C) Litisconsórcio necessário e dolo de litisconsorte. Afeta todo o julgamento? Se for litisconsórcio unitário, sim. Se o litisconsórcio for facultativo, simples, a tendência é impactar apenas contra aquele litisconsórcio. D) Dolo e sentença homologatória de acordo (enunciado 403 da Súmula do TST). Súmula nº 403 do TST AÇÃO RESCISÓRIA. DOLO DA PARTE VENCEDORA EM DETRIMENTO DA VENCIDA. ART. 485, III, DO CPC (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 111 e 125 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 I - Não caracteriza dolo processual, previsto no art. 485, III, do CPC, o simples fato de a parte vencedora haver silenciado a respeito de fatos contrários a ela, porque o procedimento, por si só, não constitui ardil do qual resulte cerceamento de defesa e, em conseqüência, desvie o juiz de uma sentença não-condizente com a verdade. (ex-OJ nº 125 da SBDI-2 - DJ 09.12.2003) II - Se a decisão rescindenda é homologatória de acordo, não há parte vencedora ou vencida, razão pela qual não é possível a sua desconstituição calcada no inciso III do art. 485 do CPC (dolo da parte vencedora em detrimento da vencida), pois constitui fundamento de rescindibilidade que MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA supõe solução jurisdicional para a lide. (ex-OJ nº 111 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003) E) Deveres vinculados ao princípio da boa-fé objetiva e ação rescisória (REsp 656.103-DF). ▪ se exige da parte bom comportamento. 3.2.5. Colusão entre as partes (Art. 966, III, CPC). ▪ Simulação, as partes usam do processo para fraudar a lei. 3.2.6. Ofensa à coisa julgada (Art. 966, IV, CPC). Para ocorrer ofensa à coisa julgada, é necessário ter duas coisas julgadas. Já existe coisa julgada e ajuízo a ação, pode ser que ninguém perceba que já havia coisa julgada e nasça outra coisa julgada. Quando a outra parte percebe que já existia coisa julgada pode pedir a rescisão da segunda coisa julgada. ▪Duas coisas julgadas: Já tenho coisa julgada, como não foi beneficiado ajuíza nova ação “se colar colou”, a outra parte não percebe que havia previa coisa julgada, nascendo uma 2° coisa julgada, tempo depois se perceber a 1° coisa julgada então se pode pedir a rescisão da 2° coisa julgada. 3.2.7. Violação manifesta à norma jurídica (Art. 966, V, CPC). Significa aquela violação sobre a qual não existe dissenso doutrinário e nem jurisprudencial. Precisa demonstrar que não existe dissenso. ▪ essa expressão manifesta diverge de anteriormente que era literal. Manifesta significa que é uma violação sobre a qual não existe dissenso doutrinário ou jurisprudencial, não precisa fazer menção a violação literal do artigo. A) Semelhança à hipótese de cabimento do RE(alínea "a", inc, III, 102, CF)/REsp (a. "a". III, 105,CF). B) Impossibilidade de reexame de fatos e provas (questão de direito). ▪ não cabe reexame de fatos e provas, o objetivo é interpretar questão de direito, não cabe reavaliar fatos e provas. C) Intepretação sobre a qual não existe controvérsia: (enunciado 400 da súmula do STF). MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA Súmula 400 Decisão que deu razoável interpretação à lei, ainda que não seja a melhor, não autoriza recurso extraordinário pela letra a do art. 101, III, da C.F. D) A força dos precedentes do STJ e STF e nova sinalização de jurisprudência. ▪ Precedente também é uma norma jurídica, violar precedente é violar norma jurídica. 3.2.8. Decisão sustentada em prova falsa (Art. 966, VI, CPC). VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; ▪desde que a prova falsa tenha capacidade de mudar o julgamento. 3.2.9. Prova nova (Art. 966, VII, CPC). VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; ▪ Prova nova, sob a mesma causa de pedir. ▪ Prova nova que não disponha e que tenha capacidade de mudar o julgamento. OBS. Momento de formação de documento novo: ao tempo em que tramitava o processo,a parte ignorava a existência do documento ou dele não podia fazer uso. OBS 2. Documento deve ser suficiente para alterar o resultado do julgamento. 3.2.10. Erro de fato (Art. 966, VIII, CPC) ▪ Só existe provas nos autos no sentido que o fato extinto ocorreu, e o juiz chega a conclusão que o fato não ocorreu, isso é um erro de fato. ▪ Segunda hipótese: As partes chegam a conclusão que o fato ocorreu, o juiz da decisão entende que o fato não ocorreu, isso é um erro de fato verificado no exame dos autos. A) É suficiente para alterar o resultado do julgamento (STJ, AgRg em AR 3731). MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA B) Erro apurável mediante simples exame dos documentos e mais peças dos autos, não se admitindo produção de novas provas (STJ, AR 2810). Art. 966, § 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda (a decisão que se pretende desconstituir a coisa julgada) admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado. § 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão. § 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei. ▪ Antes da decisão homologatória forma coisa julgada não cabe rescisória, só cabe rescisória de decisão protegida pela coisa julgada, enquanto não houver coisa julgada sobre a decisão homologatória cabe ação anulatória (ação ordinária) do embargo de disposição praticado pela parte. Depois da coisa julgada, não cabe anulatória, cabe rescisória. EX: Fiz uma conciliação de um processo com você, o juiz homologou a sentença, mas a sentença não foi publicada, as partes não foram intimadas da sentença homologatória, começou correr prazo para recurso, não tem coisa julgada, dentro desse cenário eu posso desconstituir a transação via ação anulatória, não cabe ação rescisória porque não tem coisa julgada, só vai caber ação rescisória depois que o juiz intimar as partes, houver prazo para recurso e a coisa julgada se estabelecer. 3.3. Pedido. 3.3.1. Pedido rescindente. ▪ Para desconstituir a coisa julgada, apontando um dos fundamentos, fundamentação vinculada. 3.3.2. Pedido rescisório. ▪ É o pedido de um novo julgamento, o fundamento tem haver com argumentação livre como em qualquer petição inicial. Sempre tem que constar na ação rescisória. OBS. Ausência de pedido rescisório: MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA ▪Se não constar na ação rescisória, considera-se que você não tem interesse de desconstituir a coisa julgada. ▪ Exceções: a) Quando a rescisão esgotar toda a atividade jurisdicional concebível para a rescisória. ▪ ex: seu objetivo em rescisória fundada na coisa julgada, é fazer valer a 1° coisa julgada, se você desconstitui a 2° coisa julgada, não precisa formular pedido de ação rescisória para não prejudicar a 1° coisa julgada. Exemplos: * Rescisória fundada em ofensa à coisa julgada, exceto quando o interesse no pedido rescisório focar no efeito positivo da coisa julgada (desconstituição da sentença em ação de alimentos). * Rescisória fundada em violação a literal disposição de lei, quando se reconheça inadmissibilidade do procedimento. ▪ ex: o que está buscando não é discutir o mérito, o foco é admissibilidade. b) Quando for o Tribunal incompetente para promover o juízo rescisório. ▪ O tribunal que rescindir a coisa julgada não for competente para estabelecer um novo julgamento. 4. Admissibilidade da Ação Rescisória. 4.1. Admissibilidade da Inicial na Ação Rescisória (Art. 282, CPC). Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor: I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento da causa; II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente. §1º. Não se aplica o disposto no inc. II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça. §2º. O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será superior a 1.000 (mil) salários mínimos. 4.1.1. Documentos indispensáveis à propositura (Art. 320). A) Cópia da decisão rescindenda. B) Certidão do trânsito em julgado. 4.1.2. Cúmulo objetivo de demandas: pedido rescindendo e pedido rescisório. ▪ Se a parte confundir o pedido rescindendo com o pedido rescisório o Juiz pode extinguir ação rescisória? Tem que intimar a parte para querendo emendar a inicial. OBS. Possibilidade de suprimento de ofício pelo juízo. 4.1.3. Valor da causa: benefício patrimonial. 4.2. Competência. 4.2.1. STF: Rescisória de seus julgados (Art. 102, I, j, CF). ▪ Se a coisa julgada se fez no STF, STF vai julgar; 4.2.2. STJ: Rescisória de seus julgados (Art. 105, I, e, CF). idem 4.2.3. TRF: Rescisória de seus julgados e dos juízes de 1ª instância vinculados à região (Art. 108, I, b, CF). idem 4.2.4. TJ: Rescisória de seus julgados e dos juízes de 1ª instância (Constituições Estaduais - CEBA - Art. 123, I, c). idem OBS. A coisa julgada parcial e a competência. A) Posição do STF - competência do órgão que proferiu a última decisão. B) Posição do STJ - competência conforme o capítulo. ▪ as vezes uma decisão “influencia” a outra. MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA C) Flávio Yarshell - necessidade de identificação de relação de precedêcia lógica. OBS 2. Efeitos da incompetência do Tribunal para julgar rescisória - posição do STJ: extinção do processo s/ julgamento do mérito. ▪Perde 5% OBS. 3. Interesse de ente federal em ação rescisória de decisão transitada em julgado na Justiça Estadual: competência da JF (segundo STJ e STF). ▪ A ação rescisória tem que ser julgada pela JF pois teve participação de ente federado. 4.3. Legitimidade. I) Ativa. 4.3.1. Parte no processo original ou sucessor. 4.3.2.MP, na condição de fiscal da lei. A) Se não foi ouvido no processo em que era obrigatória a intervenção. B) Se a sentença é resultado de colusão. 4.3.3. Terceiro interessado. A) Conluio. B) Adquirente da coisa litigiosa. C) Terceiro atingido nas ações pseudoindividuais. ▪ações que repercutem a coletividade, ex: vizinho carro de som. D) Substituído. II) Passiva - o problema do litisconsórcio necessário. ▪Se a coisa julgada se formou e o litisconsórcio é necessário, a rescisória vai ter que contar com todos. - a substituição processual (ex. sindicatos). 4.4. Prazo para ajuizamento. MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA 4.4.1. Dois anos a contar do trânsito em julgado da última decisão (Art. 975). Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. § 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense. § 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observadoo prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. ▪VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; ▪Ação rescisória fundada na aquisição de prova nova capaz de alterar o teor do julgamento, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, ou seja, o termo inicial não será a ultima decisão. ▪Se a descoberta da prova acontecer logo depois da ultima decisão você não terá 5 anos, mas 2 anos. Ex: Dia 11 /11/2015 tem o trânsito em julgado da ultima decisão, vamos ter 11/11/2020 pra propor ação rescisória fundada em prova nova. O problema é que não tenho prova nova disponível, a prova nova pode vir a aparecer, eu tenho até 2020 pra reincidir a coisa julgada com fundamento na prova nova. O problema é que quando a coisa nova aparecer, assim que a coisa nova aparecer vou contar 2 anos para usa-la, isso significa que a depender do momento que essa coisa nova surgir eu posso ter 2 anos ou menos, caso ela surja em 11/12/2015 eu vou ter até 11/11/2017 para ajuizar a rescisória, agora se ela aparecer em 11/11/2019 eu só vou ter até 11/11/2020, porque eu só tenho até 5 anos depois da ultima decisão pra encontrar prova nova, caso encontre depois disso não posso mais. ▪ no caso de prova nova você começa contar da descoberta da prova nova respeitando o prazo máximo de 05 anos. § 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão. ▪ Esse parágrafo nos traz um problema pois não estabelece prazo máximo, diz que começa contar da data do conhecimento da simulação ou colusão, mas não MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA estabelece prazo máximo. Estou condicionado o prazo a um evento futuro e incerto, por outro lado segurança jurídica quer dizer que as partes do processo rescindendo ficaram ad infinito sujeitas a argumentação sobre a existência de fraude, percebam o risco disso. OBS. 1. Prazo de 8 anos em casos de transferência de terras públicas rurais (Lei 6739/79 - Art. 8-C). ▪ Prazo 8 anos, transferência de propriedade de terras públicas rurais. OBS. 2. MP tem prazo de 2 anos a partir do conhecimento da fraude (TST) 4.4.2. Prazo decadencial: não se prorroga, não se suspende, não se interrompe. 4.4.3. Trânsito em julgado parcial. A) Posição do TST - enunciado 100 - múltiplos prazos. Súmula nº 100 do TST AÇÃO RESCISÓRIA. DECADÊNCIA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 13, 16, 79, 102, 104, 122 e 145 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 I - O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subseqüente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. (ex-Súmula nº 100 - alterada pela Res. 109/2001, DJ 20.04.2001) II - Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial. (ex-Súmula nº 100 - alterada pela Res. 109/2001, DJ 20.04.2001) III - Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso intempestivo ou a interposição de recurso incabível não protrai o termo inicial do prazo decadencial. (ex- Súmula nº 100 - alterada pela Res. 109/2001, DJ 20.04.2001) IV - O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em julgado juntada com a ação rescisória, podendo formar sua convicção através de outros elementos dos autos quanto à antecipação ou postergação do "dies a quo" do prazo decadencial. (ex- OJ nº 102 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003) V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. (ex-OJ nº 104 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003) VI - Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministério Público, que não interveio no processo principal, a MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA partir do momento em que tem ciência da fraude. (ex-OJ nº 122 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003) VII - Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão do TST que, após afastar a decadência em sede de recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. (ex-OJ nº 79 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002) VIII - A exceção de incompetência, ainda que oposta no prazo recursal, sem ter sido aviado o recurso próprio, não tem o condão de afastar a consumação da coisa julgada e, assim, postergar o termo inicial do prazo decadencial para a ação rescisória. (ex-OJ nº 16 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) IX - Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subseqüente, o prazo decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente forense. Aplicação do art. 775 da CLT. (ex-OJ nº 13 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) X - Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso do prazo legal previsto para a interposição do recurso extraordinário, apenas quando esgotadas todas as vias recursais ordinárias. (ex-OJ nº 145 da SBDI-2 - DJ 10.11.2004) ▪Quando há coisas julgadas parciais em momentos diferentes surgem prazos diferentes para ação rescisória, então cada decisão transitada em julgado vai gerar um inicio do fluxo de prazo de rescisória para aquela decisão. Ex: Então tenho o pedido A, B e C, a decisão sobre o pedido A fez coisa julgada na 1° instancia, a do pedido B fez coisa julgada na 2°, a decisão sobre o pedido C vai fazer coisa julgada no STJ, então em momentos diferentes, segundo o TST eu tenho que ajuizar ação rescisória na 1° instancia, depois na 2°, depois no STJ, em momentos diferentes. B) Posição do STJ - enunciado 401 - prazo único - posicionamento contraditório no que toca à rescisória contra capítulo. Súmula 401: O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial. ▪ O STJ em seu turno no enunciado 401 de sua sumula, ele apresenta um posicionamento contrario diz que o prazo da rescisória é um só, do ultimo pronunciamento judicial. Parece que o novo CPC seguiu esse posicionamento. ▪Julgamento parcial do mérito, CPC de 2015 deixa claro que pode haver coisa julgada parcial, diferente do CPC 1973. ▪ Como STJ acha que não existe julgamento parcial do mérito, então julgamento do mérito só ocorre uma vez ao final então o prazo é único, da ultima decisão do processo. Porém no inicio do CPC no art. 356 (Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles...):o código MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA deixou claro que as coisas julgadas parciais podem acontecer e será que não cabe interpretar o 975 caput assim, da ultima decisão proferida no processo sobre aquele recorte, até porque o mérito esta compartimento, ai cada certidão de transito em julgado seria um termo inicial de um prazo de rescisória diferente que é o que Bernardo acha coerente! ex: você teria a possibilidade de ter uma rescisória com um prazo de 10 anos, porque teve sentença em 2011 e seu recurso especial vai ser julgado em 2021,na sobre sentença de 2011 ficou sedimentada a coisa julgada sobre o pedido A, se interpretar que é da ultima decisão do processo não importa o que acontecer, vai poder falar sobre o pedido A em 2021, ou melhor em 2023. Seria uma agressão a segurança jurídica? ▪ Quando houver prejudicialidade de decisões, acredita-se que a medida mais correta é que deve se agredir um pouco a segurança jurídica para se preserva a coerência nas decisões judiciais. 5. Questões atinentes ao procedimento. 5.1. Prazo de defesa (art. 970) - prazo judicial não é contado em dobro para a Fazenda Pública. Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum. ▪ Não há contagem em dobro para fazenda pública na ação rescisória, o prazo para contestar na ação rescisória é diferente do prazo para contestar na ação no procedimento normal que é 15 dias, na rescisória varia entre 15 e 30 a depender da discricionariedade do magistrado. Não se aplica a prerrogativa em dobro da fazenda publica. 5.2. Revelia e a presunção construída pela coisa julgada. ▪ é possível aplicar os efeitos de presunção de veracidade em razão da revelia? Revelia é a não apresentação de contestação. Esse fato jurídico desencadeia efeitos diversos entre esses efeitos a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, esse efeito se aplica na rescisória? ▪ Quando esses efeitos não se aplicam direito indisponível. O direito a estabilidade da sentença ou da decisão (da coisa julgada) é disponível ou indisponível? 90 % da doutrina diz que essa situação é indisponível, a segurança jurídica é uma matéria de interesse publico, para Bernardo a segurança jurídica serve paras as partes, foi criada para eles, logo elas podem renunciar a segurança jurídica. MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA 5.3. Reconvenção: admite-se ação rescisória reconvencional (sucumbência recíproca). ▪ Pode existir reconvenção na rescisória desde que seja de uma rescisória também. Vai estar discutindo o mesmo caso, vai existir uma conexão, está discutindo o mesmo caso, está querendo desconstituir uma decisão sobre o mesmo problema, um problema conexo, você usa o expediente da reconvenção para rescindir uma outra decisão que também está conectada com o mesmo problema, sobretudo quando há sucumbência recíproca. Ex: na mesma rescisória, no prazo de defesa, o réu reconvém ao autor, mas reconvém com o pedido de rescisão de coisa julgada também, não é que ele ajuíza uma ação rescisória nova, ele pede a rescisão de coisa julgada no mesmo processo, porque a gente pode pedir a rescisão de um capitulo da decisão e a sucumbência reciproca é uma hipótese que evidencia isso. Ex: Eu consegui a metade do que eu queria, ajuízo uma rescisória, o réu vê a possibilidade de pagar o dobro do que deveria pagar, então pede a rescisória para reduzir pra zero. 5.4. Produção probatória - 972 - delegação ao juiz da comarca onde deva ser produzida a prova. Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência ao juiz de direito da comarca onde deva ser produzida, fixando prazo de 01(um) a 03 (três) meses para a devolução dos autos. ▪ A competência da ação rescisória é do Tribunal; ▪ Se a decisão rescindenda tiver sido proferida pela 1° instancia o tribunal pode delegar a competência da produção de provas para 1° instancia; ▪ Nada impede que o relator promova a colheita da prova; 5.5. Intervenção obrigatória do MP - interesse público - "natureza da lide" (Art. 178, III). 5.6. A cautelar incidental de suspensão do procedimento executivo. ▪ É possível na ação rescisória usa do pedido de antecipação de tutela para suspender a tramitação de uma execução. 6. Modulação dos efeitos da rescisão de decisão. MATERIAL ELABORADO POR BEATRIZ ARAUJO COM BASE NAS AULAS E DOUTRINA ▪ É possível dizer que o fenômeno da modulação dos efeitos da rescisão ele pode acontecer no processo de rescisória. A rescisória é um instrumento de quebra de estabilidade, portanto a rescisória pode fazer estragos pesados, você tinha uma expectativa venho a ser quebrada com a rescisória. E isso gera portanto, a possibilidade de modular os efeitos, ex: no caso dos alimentos, você foi condenado a pagar alimentos fez coisa julgada, depois você ajuíza uma ação rescisória e se prova na verdade que você teve uma condenação equivocada trocaram os exames de DNA, o justo para o alimentante seria reaver tudo aquilo que ele pagou mas existe uma regra especial na lei de alimentos que determina irreptibilidade das prestações alimentícias, pagou não pode pedir de volta, isso é uma modalidade de modulação de efeitos, porque os efeitos naturais da rescisória seriam de estabelecer o status quo, mas por conta da segurança jurídica se modula esses efeitos. Modulação de efeitos é uma coisa que acontece muito na aplicação de precedentes judiciais, imagine que durante muito tempo o judiciário entendeu que o Estado poderia impor sobre as dividas tributarias uma alíquota, um índice de atualização x e em um dado momento o Estado, o poder judiciário muda esse entendimento isso gera impacto de arrecadação muito forte, e ai despesas orçamentarias que estavam previstas na legislatura anterior acabam sendo prejudicadas por esse novo posicionamento do judiciário, então para evitar que isso aconteça o judiciário modula os efeitos, diz assim enquanto as previsões orçamentarias já feitas tiverem que ser executadas esse precedente não vai se aplicar, ele só vai se aplicar no próximo planejamento orçamentário, isso é modulação de efeitos estou dizendo a partir de quando os efeitos do meu precedente vão ser produzidos, é uma questão de gestão, de politica e não de técnica jurídica. ▪ Modulação da rescisória obedece a essa lógica, se a rescisória vai quebrar a expectativa que já tinha sido gerada pela coisa julgada, é possível que pontualmente essa modulação aconteça. Veja que isso acontece por exemplo: na rescisória de incompetência absoluta, a incompetência absoluta do juiz é uma hipótese de rescisão da coisa julgada, mas e os atos processuais praticados vão ser todos descartados ou podem ser aproveitados? Eu posso escolher alguns atos e preservar seus efeitos justamente por economia processual, isso também é um exemplo de modulação dos efeitos. 6.1. Aspectos gerais. 6.2. Incompetência absoluta (art. 113, §2º, CPC) - aproveitamento de atos processuais. 6.3. Irrepetibillidade de prestações alimentícias.
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