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GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
 
Coordenação de Medicina 4º Período - 2013/2 MÓDULO XII – SISTEMA 
DIGESTÓRIO 
 
Problema 1 
“Tosse com pigarro” 
Data da Abertura: 21.10.2013 --- Data do Fechamento: 24.10.2013 
Joana Alves 56 anos, tabagista, obesa, há 3 meses com tosse seca e sensação de “bolo na 
garganta” e pigarro o dia todo. Foi ao Otorrino que ao exame de Videolaringoscopia 
evidenciou edema, hiperemia de aritenóides e paquidermia de comissura posterior. Diante 
destes achados o Otorrino preferiu encaminha-la ao Gastroenterologista que prosseguiu com 
a propedêutica. 
 
1. O estímulo de distensão do esôfago envia sinais nervosos para o bulbo, onde monta-se 
uma eferência que vai para a musculatura lisa do esôfago. 
2. Mecanismos de defesa do esôfago: esfíncter interno, hiato esofágico (pilar do 
diafragma) e angulação do esôfago. 
3. O refluxo no lactente geralmente é fisiológico. 
4. O refluxo fisiológico é geralmente pós prandial e tem curta duração. 
5. Manifestações típicas: pirose e regurgitação. 
6. Manifestações atípicas: tosse, disfonia. 
7. Complicações: esofagite, esôfago de Barret, úlcera. 
8. A DRGE é crônica e agrava-se com a ingestão de certos tipos de alimento. 
9. A DRGE pode ser causada por uma lesão nervosa, lesões da barreira de proteção 
(hérnia de hiato). 
10. Fatores de risco: má alimentação, obesidade, gravidez. 
11. Medidas comportamentais: não dormir após as refeições, evitar a ingesta de café, 
chocolate, pimenta. 
Questões de aprendizagem 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
1. Descrever a inervação do esôfago 
2. Descrever vascularização do esôfago 
3. Descrever a drenagem venosa do esôfago 
4. Descrever a drenagem linfática do esôfago 
5. Descrever as relações anatômicas do esôfago 
6. Quais são as camadas do esôfago (histologia)? 
7. Caracterize cada camada do esôfago 
8. Explique o funcionamento do esfíncter esofágico inferior 
9. O que é depuração esofagiana? 
10. Descreva o mecanismo da deglutição 
11. Quais são os componentes anatômicos da barreira anti-refluxo? 
12. Diferencie refluxo fisiológico de refluxo patológico 
13. Conceitue DRGE 
14. Descreva a epidemiologia da DRGE 
15. Quais são os mecanismos de defesa da mucosa esofagiana 
16. Quais são as condições predisponentes da DRGE? 
17. Quais são os principais mecanismos fisiopatológicos que permitem a ocorrência de 
episódios de refluxo? 
18. Quais são os fatores de risco para DRGE? 
19. Quais são as manifestações típicas e atípicas da DRGE? 
20. O que é disfagia? 
21. Quais são os diagnósticos diferenciais frente a um paciente com disfagia? 
22. O que são sintomas de alarme? 
23. Quais são os métodos diagnósticos da DRGE? 
24. Quais são as complicações da DRGE? 
25. O que é esôfago de Barret? 
26. Qual é o tipo de tratamento que pode ser instituído na DRGE (medidas 
comportamentais e tratamento farmacológico e cirúrgico)? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
Resumo Sistema Digestório – Problema 1 
ANATOMIA DA REGIÃO ORAL 
A região oral inclui a cavidade da boca, dentes, gengivas, língua, palato e a região das 
tonsilas palatinas. 
Cavidade da boca: 
Consiste em duas partes: O vestíbulo da boca (espaço semelhante a uma fenda entre os 
dentes e os lábios, gengivas e bochechas) e a cavidade própria da boca (é o espaço entre 
os arcos dental superior e inferior. É delimitada anteriormente e lateralmente pelos arcos 
alveolares – espaços que alojam os dentes; superiormente é delimitada pelo palato e 
inferiormente se encontra a língua). 
 
Lábios, Bochechas e Gengivas: 
Lábios: são pregas musculares móveis que circundam a boca. São recobertos 
externamente por pele e internamente pela túnica mucosa. Apresenta o lábio superior 
(entre o nariz e o orifício da boca, apresenta uma depressão central externamente 
chamado filtro) que apresenta uma margem avermelhada superior e zona de transição do 
lábio superior. O lábio inferior (entre o orifício da boca e o mento) apresenta a zona de 
transição do lábio inferior (essas zonas é a parte que não apresentam pelos) e a margem 
vermelha inferior. A parte dos lábios que ficam no vestíbulo da boca apresenta a túnica 
mucosa labial e tanto o lábio superior quanto o inferior apresentam os frênulos labiais 
que são pregas da túnica mucosa que saem da região mediana da gengiva até a túnica 
mucosa dos lábios. Na parte externa o lábio superior apresenta o sulco nasolabial 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
(separa a bochecha do lábio superior), e o lábio inferior apresenta o sulco labiomentual 
(que separa o mento do lábio inferior). 
Bochechas: São pregas musculares móveis que formam as paredes laterais da cavidade 
da boca e região sobre os ossos zigomáticos. São contínuas com os lábios e possuem a 
mesma estrutura que os lábios. A região da bochecha sobre o zigomático recebe o nome 
de proeminência zigomática da bochecha. O principal músculo é o músculo bucinador 
que empurra o alimento do vestíbulo para a boca. Superficialmente ao músculo 
bucinador se encontra um acúmulo encapsulado de gordura, que é o corpo adiposo. 
Gengivas: Apresenta a gengiva propriamente dita (=gengiva fixa) que se encontra 
firmemente fixada aos processos alveolares da mandíbula e da maxila e colo dos dentes 
de coloração rósea e queratinizada, também apresenta a túnica mucosa alveolar 
(=gengiva frouxa) de coloração vermelho viva e não queratinizada que vai da túnica 
mucosa labial até antes do colo dos dentes onde se encontra com a gengiva 
propriamente dita. 
 
 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
Dentes: 
É estruturas cônicas, duras, fixadas nos alvéolos da maxila e mandíbula que são usados 
na mastigação e na assistência a fala. 
Os tipos de dentes são (na metade de cada parte superior e inferior): incisivos – margem 
cortante fina (1 medial e 1 lateral), caninos – cone proeminente simples (1), pré-molares 
– apresentam bicúspides (1º pré-molar e 2º pré-molar), molares – apresentam 3 ou mais 
cúspides (1º molar, 2º molar e 3º molar ou siso). OBS: o nervo lingual está intimamente 
relacionado com o 3º molar. 
As partes dos dentes: É divido em 3 regiões - coroa (parte acima da gengiva), colo 
(entre a coroa e a raiz) e raiz (é o ápice, região fixada no alvéolo pela membrana 
periodontal). As partes são esmalte (cobre a coroa), dentina (maior parte), cemento 
(cobre a raiz), cavidade pulpar (apresenta tecidos moles, os vasos e os nervos) e canal 
da raiz (pode apresentar mais de um canal da raiz, que dá passagem a entrada e saída 
dos vasos e nervos da cavidade pulpar. O forame do ápice do dente é o orifício do canal 
da raíz). 
Local de fixação dos dentes: se fixam pela raiz nos alvéolos dentais que ficam no 
interior dos processos alveolares da maxila e mandíbula. Os alvéolos adjacentes são 
separados pelos septos interalveolares. No interior dos alvéolos as raízes dos dentes com 
mais uma raiz são separadas pelos septos inter-radiculares. O periodonto inclui o 
cemento e a membrana periodontal (essa membrana é fibras colágenas que estendem do 
cemento da raiz até o osso alveolar), essa ligação entre a raiz do dente e o osso do 
alvéolo com fibras elásticas entre ela forma uma articulação do tipo fibrosa chamada 
gonfose. 
Vascularização é feita por ramos da artéria maxilar que são as artérias alveolares 
superior e inferior que suprem os dentes maxilares e mandibulares. As veias recebem o 
mesmo nome e acompanham as artérias. Inervação é feita pelos nervos alveolares 
superior (ramo do NC V2) e inferior (ramo do NC V3) que se originam dos plexos 
dentais e suprem tantos os maxilares quanto os mandibulares. 
 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
 
 
Palato:Forma o teto arqueado da boca e o teto das cavidades nasais. A face superior (nasal) 
apresenta túnica mucosa respiratória e a face inferior (oral) apresenta túnica mucosa 
oral. Dividido em palato duro e palato mole. 
Palato duro: É côncavo (arqueado). Representa os 2/3 anteriores do palato, que é ósseo e 
formado pelo processo palatino da maxila e pelas lâminas horizontais dos ossos 
palatinos. Apresenta 3 forames na face oral: a fossa incisiva da maxila (depressão 
posterior aos dentes incivisos centrais, que dá passagem aos nervos nasopalatinos 
vindos do nariz), forames palatinos maiores (medial ao 3º molar, emergem vasos e 
nervos palatinos maiores) e os forames palatinos menores (posteriores aos forames 
palatinos maiores, dão passagem aos vasos e nervos palatinos menores para o palato 
mole e estruturas adjacentes). 
Palato mole: 1/3 posterior do palato, móvel, sem esqueleto ósseo, suspensa pela margem 
posterior do palato duro. Estende-se postero-inferiormente ao palato duro, a partir da 
qual pende um processo cônico, a úvula. Apresenta uma parte muscular posteriormente 
e uma parte aponeurótica anteriormente que é a aponeurose palatina fixada ao palato 
duro. Lateralmente é continuo com a parede da faringe e se une a língua pelo arco 
palatoglosso e se une a faringe pelo arco palatofaríngeo. A fauce (passagem da boca 
para a faringe, incluindo o lume e os limites) é limitada superiormente pelo palato mole, 
inferiormente pela raiz (base) da língua e lateralmente pelos arcos palatoglosso e 
palatofaríngeo (os dois arcos são os pilares da fauce). O istmo da fauce é o curtíssimo 
espaço que estabelece conexão entre a cavidade própria da boca e a parte oral da 
faringe, entre os arcos palatoglosso e palatofaríngeo. As tonsilas palatinas se encontram 
na fossa tonsilar (=leito tonsilar) uma de cada lado da parte oral da faringe entre os 
arcos palatinos. 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
Superficialmente o palato duro apresenta túnica mucosa firmemente ligada ao osso e 
profundo a ela apresenta glândulas palatinas que dão uma aparência esburacada ao 
palato duro. Apresenta a papila incisiva uma elevação posterior aos dentes incisivos e, 
lateralmente a essa papila apresenta pregas palatinas transversas. A partir da papila 
incisiva passa uma linha mediana na direção posterior que é a rafe palatina que é o local 
de fusão dos processos palatinos da maxila embrionários. 
Músculos do palato: 
 Levantador do véu palatino (eleva o palato mole durante a deglutição e bocejo); 
 Tensor do véu palatino (estende o palato mole durante a deglutição e o bocejo); 
 Palatoglosso (eleva a parte posterior da língua e puxa o palato mole para a 
língua); 
 Palatofaríngeo (estende o palato mole e puxa as paredes da faringe); 
 Músculo da úvula (encurta e eleva a úvula). 
 
 
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GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
Língua: 
A maior parte se encontra na cavidade da boca e pequena parte na faringe. Está 
envolvida com a mastigação, gustação, deglutição, limpeza da cavidade oral e 
articulação das palavras. 
Partes da língua: Apresenta uma raiz (terço posterior pós-sucal da língua), corpo (os 
dois terços restantes da língua, pré-sulcal) e ápice (ponta do corpo). Apresenta ainda 
uma face dorsal (póstero-superior da língua) e uma face inferior. A face dorsal apresenta 
um sulco em forma de V (sulco terminal), que divide a língua em uma parte anterior e 
uma parte posterior (na faringe), e o desse sulco ápice aponta para o forame cego 
(resquício embriológico da glândula tireoide). 
A parte anterior da face dorsal apresenta o sulco mediano (depressão central) e as 
papilas linguais que são as circunvaladas (grandes, localizadas anteriormente ao sulco 
terminal e circundadas por valas profundas), folhadas (localizadas lateralmente na 
língua em forma de fenda e são pequenas), filiformes (longas, numerosas e dispostas em 
forma de V, presentes no centro e no ápice) e fungiformes (forma de cogumelos e 
presentes no ápice e lados da língua). A parte posterior da face dorsal apresenta as 
tonsilas linguais que são massas nodulares dos folículos linfáticos linguais. 
A parte inferior apresenta o frênulo da língua (prega de túnica mucosa) e apresenta 
ainda a carúncula sublingual (duas papilas sublinguais de cada lado dos frênulos 
linguais, que é a localização da abertura do ducto submandibular da glândula 
submandibular). 
Músculos da língua: Apresenta músculos extrínsecos (alteram a posição da língua, 
originam-se fora da língua e se fixam nela) e intrínsecos (alteram o formato da língua, 
originam e se fixam na língua). 
 Extrínsecos: Estiloglosso, Genioglosso, Hioglosso e palatoglosso. 
 Intrínsecos: Longitudinal superior, Longitudinal inferior, transverso e vertical. 
Vascularização é feita pela artéria lingual (ramo da carótida externa) e os principais 
ramos dessa artéria são: dorsais da língua (parte posterior), profunda da língua (parte 
anterior). As veias da língua são: veias dorsais da língua e veias profundas da línguas e 
todas vão para a jugular interna. 
Inervação: todos os músculos exceto o palatoglosso (pelo plexo faríngeo) são supridos 
pelo nervo hioglosso (NC XII). Os 2/3 iniciais são supridos para sensação gerais (tato e 
temperatura) pelo nervo lingual (NC V), e para sensação especial (paladar) menos as 
papilas circunvaladas pelo nervo corda do tímpano (NC VII). O 1/3 posterior e as 
papilas circunvaladas pelo nervo glossofaríngeo para ambas as sensações. 
Sensações de sabores: doce (ápice), salgado (margens laterais), ácido e amargo (parte 
posterior). 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
 
 
 
 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
ANATOMIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES 
São as parótidas, submandibulares e sublinguais. A saliva (líquido viscoso claro, 
sem gosto e sem odor) tem função: 
 Mantém a túnica mucosa da boca úmida; 
 Lubrifica o alimento durante a mastigação; 
 Começa a digestão dos amidos; 
 Serve como um líquido intrínseco para a lavagem da boca; 
 Tem função importante na prevenção da cárie dental e na gustação. 
OBS: Além das glândulas principais, apresenta as glândulas salivares acessórias 
que estão espalhadas sobre o palato, lábios, bochechas, tonsilas e língua. 
Glândulas parótidas: São as maiores, apresenta uma secreção serosa que desemboca 
no vestíbulo da cavidade bucal. Está localizada na lateral da face abaixo do 
pavilhão auricular. O ducto parotídeo se abre através do músculo bucinador no 
vestíbulo na altura do 2º molar. 
Glândulas submandibulares: é arredondada e situa-se no triângulo submandibular. 
O ducto submandibular se abre nas papilas sublinguais localizadas uma de cada 
lado do frênulo lingual. 
Glândulas sublinguais: menores e as mais profundas possuem forma de amêndoas e 
localizam-se abaixo da mucosa do assoalho da boca. Numerosos pequenos ductos 
sublinguais se abrem no assoalho da boca. 
 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
ANATOMIA DA FARINGE 
É a parte do sistema digestório posterior às cavidades do nariz, boca e da laringe. Acima 
da faringe tem-se a base do crânio, anteriormente têm-se as cavidades do nariz, boca 
(palato mole entre as duas cavidades) e laringe indo até a margem inferior da cartilagem 
cricóidea, posteriormente vai da base do crânio passando anteriormente pelas vértebras 
torácicas até margem inferior da vértebra C6 (a parede posterior da faringe se situa a 
frente da lâmina pré-torácica da fáscia cervical), inferiormente é contínuo com o 
esôfago. 
 
 
A faringe é dividida em 3 partes: 
 Parte nasal da faringe – posterior ao nariz e acima do palato mole; 
As cavidades nasais se abrem na parte nasal da farige por dois orifícios os 
coanos.O teto e a parede posterior da parte nasal da faringe forma uma 
superfície contínua abaixo do esfenoide e da parte basilar do occipital. Nessa 
parte na túnica mucosa possui agregados de tecidos linfoides chamados de 
tonsilas faríngeas (adenoides). Na parte nasal da faringe se encontra o óstio da 
tuba auditiva que possui tecidos linfoides em sua volta denominados tonsilas 
tubárias, este óstio apresenta medialmente estendendo-se para baixo uma prega 
denominada prega salpingofaríngea e atrás do óstio da tuba auditiva e da prega 
salpingofaríngea está o recesso faríngeo. 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
 
 
 Parte oral da faringe – posterior a cavidade oral; 
Estende-se do palato mole até a parte superior da epiglote. É delimitada pelo 
palato mole e úvula, base da língua e pelos arcos palatoglosso e palatofaríngeo. 
As tonsilas palatinas são coleções de tecidos linfoides de cada lado da parte oral 
da faringe entre os arcos palatinos, e as regiões entre os arcos palatinos que não 
estão as tonsilas palatinas é a fissura tonsilar. 
 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
 
 
 
 
 Parte laríngea da faringe – posterior da laringe. 
Estende-se da margem superior da epiglote até a margem inferior da cartilagem 
cricóidea, onde se estreita e se continua com o esôfago, passa posterior a laringe. 
Posteriormente está relacionada com as vértrebas de C4 a C6. Suas paredes 
posterior e lateral são formadas pelos músculos constrictores médio e inferior e 
internamente a parede é formada pelos músculos palatofaríngeo e estilofaríngeo. 
Essa parte da faringe se comunica com a laringe por uma abertura denominada 
adito da laringe. Lateralmente, a protrusão da laringe na parede anterior da 
faringe forma-se uma depressão de cada lado dessa protrusão que é o recesso 
piriforme. 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
 
Músculos da Faringe: 
A parede da faringe é composta por uma camada muscular circular externa e uma 
camada muscular longitudinal interna. A camada circular externa é composta de 3 
músculos constrictores denominados constrictores superior, médio e inferior (são 
voluntários, e a contração ocorre subsequentemente da extremidade superior para o 
esôfago para empurrar o alimento). Já a camada longitudinal interna é composta de 3 
músculos denominados palatofaríngeo, estilofaríngeo e salpingofaríngeo que elevam a 
laringe e encurtam a faringe durante a fonação e deglutição. 
 
 
 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
ANATOMIA DO ESÔFAGO 
É um tubo fibro-muscular-mucoso (com aproximadamente 25 cm de comprimento), 
com diâmetro médio de 2 cm, que se estende da parte laríngea da faringe até o 
estômago. É dividido em cervical (inicial e em contato íntimo com a traqueia), torácico 
(passa atrás do brônquio principal esquerdo, mediastino superior, pequena parte entre a 
traqueia e a coluna vertebral e vai até o diafragma) e abdominal (do diafragma até o 
estômago). Consiste em músculo esquelético em seu terço cervical, em músculo liso em 
seu terço abdominal e uma mistura dos dois em seu terço torácico. 
O esôfago normalmente apresenta 3 constricções (locais onde as estruturas adjacentes 
deixam impressões): 
 No seu início, causada pelo músculo constrictor inferior da faringe, chamado 
clinicamente de esfíncter esofágico superior. É a parte mais estreita; 
 Onde é cruzado pelo arco da aorta e cruzado pelo brônquio principal esquerdo; 
 Onde ele passa através do diafragma (chamado clinicamente de esfíncter 
esofágico inferior - fisiológico). O esfíncter esofagiano inferior é um complexo 
de estruturas que mantém aquela região fechada, que são: pilares diafragmáticos, 
ângulo de His (é um ângulo formado entre o terço distal do esôfago e o fundo 
gástrico), e por uma membrana chamada freno-esofágica, que fixa o esôfago no 
diafragma. Essas estruturas ajudam impedindo o refluxo. 
Parte cervical: Começa posterior, a partir da margem inferior da cartilagem cricóide, 
nível da vértebra C6, onde apresenta a junção faringoesofágica no plano mediano e se 
inclina ligeiramente para a esquerda à medida que desce. Situa-se entre a traqueia 
anteriormente e a parte cervical da coluna vertebral posteriormente. Lateralmente 
apresenta o nervo laríngeo recorrente de cada lado no sulco traqueoesofágico e também 
relaciona-se com fáscias de grandes vasos do pescoço como a carótida comum e a veia 
jugular interna. 
Vascularização da parte cervical: arterial - ramos das artérias tireoideas inferiores 
(ramo da subclávia); venosa – tributárias das veias tireoideas inferiores. 
Drenagem linfática da parte cervical: os vasos linfáticos drenam para linfonodos 
paratraqueais e linfonodos cervicais profundos inferiores. 
Inervação da parte cervical: troncos simpáticos cervicais (vasomotoras) e fibras 
somáticas dos nervos laríngeo recorrentes (motora – parassimpático e sensitiva). 
Parte torácica: parte que entra no mediastino superior e atravessa o mediastino superior 
e posterior, onde no superior passa posterior a traquéia e relaciona-se com o arco da 
aorta anterolateralmente na altura do brônquio principal esquerdo e pleura cervical na 
base do pescoço. No mediastino posterior passa por trás do coração, a aorta vai 
passando de sua lateral para posterior e atinge o hiato esofágico do diafragma pelo pilar 
muscular direito do diafragma, no nível de vértebra T10. Nesse hiato esofágico, está o 
ligamento frenicoesofágico, que é uma extensão da fáscia inferior do diafragma e 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
permite o movimento independente do diafragma e esôfago durante a respiração e 
deglutição. 
Vascularização da parte torácica: arterial - ramos direto da artéria aorta e ramos das 
artérias intercostais e brônquicas; venosa – drenam para as veias ázigo, hemiázigo e 
intercostais. 
Drenagem linfática da parte torácica: drenam para linfonodos mediastinais, 
paratraqueais, intercostais e frênicos principalmente. 
Inervação da parte torácica: parassimpático pelos nervos vago (tronco vagal anterior – 
nervo vago esquerdo e tronco vagal posterior – nervo vago direito); simpático pelos 
troncos simpáticos torácicos; Que formam o plexo nervoso esofágico (extrínseco). 
Também recebe inervação do plexo nervoso mioentérico (intrínseco – plexo de 
meissner e auerbach). 
 
Parte abdominal: A parte abdominal que é pequena possui forma de trombeta e, 
estende-se do diafragma até o óstio cárdico do estômago (termina entrando no estômago 
pelo óstio cárdico, no nível da 7ª cartilagem costal e vértebra T11). Internamente a 
túnica mucosa apresenta a junção esofagogástrica ou linha Z, onde a túnica mucosa 
muda abruptamente da túnica mucosa do esôfago para a túnica mucosa do estômago. 
Nesta junção a musculatura do diafragma que forma o hiato esofágico, funciona como 
um esfíncter fisiológico que se contrai e relaxa, o esfíncter esofágico inferior. Esse 
esfíncter é eficiente para impedir o refluxo gastroesofágico, e quando uma pessoa não se 
alimenta, o lúmen normalmente está colapsado para impedir o refluxo dos conteúdos 
gástricos. É retroperitoneal, mas coberto pelo peritônio apenas anterior e lateralmente. 
Vascularização da parte abdominal: arterial – proveniente da artéria gástrica esquerda 
(ramo do tronco celíaco) e da artéria frênica inferior esquerda. Venosa – veia gástrica 
esquerda (para a veia porta- sistema venoso porta) e pelas veias esofágicas que entram 
na veia ázigo (sistema venoso sistêmico). 
Drenagem linfática da parte abdominal: para linfonodos gástricos esquerdos e vasos 
linfáticos eferentes destes linfonodos drenam para linfonodos celíacos e gástricos. 
Inervação da parte abdominal: parassimpático pelos nervos vago (tronco vagal anterior 
– nervo vago esquerdo e tronco vagalposterior – nervo vago direito); simpático pelos 
troncos simpáticos torácicos através do nervo esplâncnico torácico; simpático e 
parasimpático pelo plexo celíaco através dos nervos esplâncnico maior e menor. Que 
formam o plexo nervoso esofágico (extrínseco). Também recebe inervação do plexo 
nervoso mioentérico (intrínseco – plexo de meissner e auerbach). 
GUSTAVO BAHIA CATABRIGA 
 
 
 
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HISTOLOGIA DO ESÔFAGO 
Mucosa: 
Apresenta epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado (reveste a luz e 
encontra-se colabado como pregas quando vazio. No epitélio há dispersas células 
apresentadoras de antígenos, as células de Langerhans), uma lâmina própria 
fibroelástica (contêm as glândulas cardíacas esofágicas situadas um grupo perto da 
faringe e o outro perto do estômago – se assemelham as glândulas cárdicas do estômago 
e produzem muco que cobrem o esôfago lubrificando o epitélio para a passagem do bolo 
alimentare) e a muscular da mucosa (apresenta apenas 1 camada de músculo liso 
disposto longitudinalmente que se torna espesso próximas ao estômago). 
Submucosa: 
Constituída por tecido conjuntivo denso fibroelástico, que contêm glândulas 
denominadas glândulas esofágicas propriamente ditas. Apenas o esôfago e duodeno 
contêm glândulas na submucosa. Essas glândulas apresentam dois tipos de células as 
mucosas (núcleo basal e grânulos de muco apicais) e serosas (núcleo central). Os 
grânulos destas células têm pepsinogênio (pró-enzima) e lisozima. Apresenta o plexo 
submucoso. 
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Muscular externa: 
Está disposta em duas camadas, uma circular interna e outra longitudinal externa, 
entretanto essas camadas musculares não são usuais, pois são compostas por fibras 
musculares esqueléticas e lisas. A parte cervical apresenta principalmente músculo 
esquelético; a parte torácica apresenta músculo esquelético e liso; e a parte abdominal 
tem somente fibras musculares lisas. O plexo de Auerbach está entre as duas camadas. 
Adventícia ou Serosa: 
Está coberto por uma adventícia até o ponto em que perfura o diafragma, depois é 
coberto por uma serosa. 
 
 
FISIOLOGIA DO ESÔFAGO E DRGE 
Fisiologia da Deglutição: 
Pode ser dividida em 3 estágios: 1- estágio volutário (fase voluntária que inicia o 
processo da deglutição), 2- estágio faríngeo (fase involuntária que consiste na passagem 
do alimento pela faringe até o esôfago) e 3- estágio esofágico (fase involuntária que 
transporta o alimento da faringe para o esôfago). 
1- Estágio voluntário – quando o alimento está pronto para ser deglutido, ele é 
voluntariamente comprimido e empurrado para trás, em direção à faringe pela 
pressão da língua para cima e para trás contra o palato. 
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2- Estágio faríngeo – o bolo de alimento ao atingir a parte posterior da cavidade 
bucal e a faringe estimula as áreas receptoras epiteliais da deglutição ao redor 
da abertura da faringe, especialmente nos pilares tonsilares, daí conduz impulsos 
para o tronco encefálico, que iniciam uma série de contrações musculares 
faríngeas automáticas, como: 
 O palato mole é empurrado para cima de maneira a fechar a parte nasal 
da faringe, para impedir o refluxo; 
 As pregas ou arcos palatofaríngeos são empurrados de cada lado da 
faringe medialmente de forma a se aproximarem, formando uma fenda 
sagital, que tem função de permitir apenas alimentos mastigados passem 
com facilidade; 
 As cordas vocais aproximam vigorosamente, a laringe é puxada para 
cima e para frente pelos músculos do pescoço, e essas ações aliada ao 
alimento que empurra a epiglote para trás fechando a abertura da laringe; 
 O movimento ascendente da laringe também puxa e dilata a abertura do 
esôfago e ao mesmo tempo o esfíncter esofágico superior relaxa, 
permitindo que o alimento se mova livre e facilmente para o esôfago; 
 Quando a laringe já está levantada e o esfíncter faringoesofágico já está 
relaxado, é gerada umas ondas peristálticas na faringe que se contrai em 
sua parte superior e então progride para baixo o que impulsiona o 
alimento para o esôfago. 
OBS: todo esse processo dura menos de 2 segundos. 
Mecanismo da iniciação nervosa do estágio faríngeo: As áreas mais sensíveis ao 
estímulo para o início da deglutição faríngea é a região do arco palatofaríngeo e pilares 
tonsilares. Daí os estímulos são transmitidos pelas porções sensoriais do nervo trigêmeo 
e glossofaríngeo até o bulbo (especificamente no trato solitário). Assim áreas do bulbo e 
áreas inferiores da ponte (que recebem estímulos do bulbo) essas áreas são chamadas de 
centro da deglutição e desencadeiam o reflexo da deglutição estimulando toda a 
sequência acima pelos nervos cranianos V, IX, X e XII e alguns nervos cervicais 
superiores. 
3- Estágio esofágico – representa a passagem do alimento da faringe para o esôfago 
e a condução para o estômago. Apresenta dois tipos de ondas peristálticas: 1- 
peristalse primárias (é a continuação das ondas peristálticas que começa na 
faringe atingindo o esôfago, e essa onda percorre da faringe até o estômago por 
cerda de 8-10 segundos) 2- peristalse secundária (ondas resultantes da distensão 
do alimento no esôfago, essas ondas ajudam a empurrar o alimento para o 
estômago se as primárias não conseguiram mover todo o alimento, e continuam 
até o completo esvaziamento do esôfago). As primárias se iniciam na faringe e 
são transmitidas por fibras sensoriais do nervo trigêmeo e glossofaríngeo para o 
bulbo e retornando por fibras de alguns nervos cranianos principalmente. Já as 
secundárias são originadas pelo sistema nervoso intrínseco mioentérico no 
esôfago e em parte por fibras aferentes vagais na faringe que vai para a medula 
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retornando ao esôfago por fibras eferentes vagais e glossofaríngeas. Como o 
terço superior do esôfago é composto principalmente de musculatura estriada as 
ondas peristálticas são controladas por fibras nervosas motoras dos nervos 
glossofaríngeo e vago. Nos dois terços inferiores a musculatura é composta 
principalmente por músculo liso e as ondas é controlada pelo nervo vagos que 
fazem sinapse com o sistema nervoso mioentérico. Assim, dias após ser cortado 
o nervo vago ou paralisia do reflexo da deglutição do tronco encefálico, o 
sistema nervoso mioentérico se torna excitável o suficiente para manter ondas 
peristálticas fortes, possibilitando a passagem de alimento para o estômago. 
OBS: relaxamento receptivo do estômago: para o alimento entrar no estômago, quando 
a onda peristáltica aproxima-se do estômago, neurônios inibitórios do sistema nervoso 
mioentérico gera ondas de relaxamento do estômago, preparando-o com antecedência 
para receber o alimento trazido pelo esôfago. 
OBS: Mecanismo semelhante a uma válvula da porção abdominal do esôfago: o 
aumento da pressão intra-abdominal projeta o esôfago para dentro do estômago, assim o 
fechamento do esôfago como se fosse uma válvula contribui para evitar a elevação da 
pressão intra-abdominal impedindo que o esôfago entre no estômago e cause refluxo de 
conteúdos estomacais. 
Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) 
Conceito da DRGE: É uma afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do 
conteúdo gastroduodenal para o esôfago, acarretando um espectro variável de sinais e 
sintomas, tanto esofágicos, quanto extra-esofágicos, que podem ou não estar associados 
a lesão. Esofagite de refluxo é pacientes que possuem DRGE e apresentam alterações 
mucosas histopatológicas características causada pelo refluxo de matéria predominanteácido e péptico. 
Epidemiologia da DRGE: é a manifestação clínica mais comum relacionada com o ao 
gastrointestinal. A maior parte da população não procura o médico e usam antiácidos ou 
similares. A azia que é o sintoma mais comum tem prevalência semanal no Brasil por 
volta de 12%. A azia afeta homens um pouco mais do que em mulheres mas sem 
significância estatística. O risco para desenvolvimento de adenocarcinoma esofágico é 
baixo por volta de 1:2500 pessoas com episódios diários e de 1:10000 com episódios 
mensais. 
Classificação: endoscopicamente - em erosiva (apresentam alteração patológica da 
mucosa esofágica na presença de sintomas típicos) e não erosiva (não apresenta 
alteração patológica da mucosa esofágica na presença de sintomas típicos); clinicamente 
– fisiológica (não está associado a doenças ou complicações. É mais comum nos 
primeiros meses de vida, ocorrendo em um período pós-prandial e está relacionado ao 
relaxamento transitório e hipotonia do esfíncter esofágico inferior) e patológico (quando 
está associado a doenças ou complicações. Em crianças indica ser patológico, quando 
após 6 mêses de vida os vômitos e regurgitações não melhoram, quando não respondem 
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às medidas posturais e quando apresentam retardo do crescimento e sinais e sintomas de 
esofagite). 
Barreira contra refluxo: Composta por componentes anatômicos e fisiológicos como: 
 Pressão aumentada na região esofagogástrica (esfincter esofágico inferior – 
apresenta uma pressão intrínseca, ângulo de His – o volume do conteúdo 
gástrico faz com que seu fundo faça compressão extrínseca do esôfago, 
ligamento freno-esofágico – ajuda a deixar o ângulo de his agudo e evitar que o 
EEI fique submetido a pressão negativa intratorácica, diafragma crural - durante 
a inspiração o diafragma se contrai e comprime o EEI e a roseta gástrica – é a 
linha Z, que apresenta pregas da mucosa gástrica que ajuda a conter o conteúdo 
gástrico); 
 Depuração esofágica (peristalse, salivação e ação da gravidade); 
 Resistência da mucosa esofágica (junções firmes, matriz intracelular e secreção 
de bicarbonato. Essa resistência muda de pessoas para pessoa). 
Etiopatogenia da DRGE: 
 Relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior (EEI) – é o mais 
relevante, normalmente o EEI deve permanecer contraído fora dos episódios de 
deglutição, evitando o refluxo. Mas normamente o EEI apresenta relaxamento 
transitórios que não estão ligados a deglutição e peristaltismo, esses 
relaxamentos transitórios são de curta duração, mas com duração superior aos 
relacionados com a deglutição e são episódios de redução abrupta da pressão do 
EEI. Ocorre principalmente pela distensão do fundo gástrico por alimento ou 
gás. Tanto em pessoas normais como pessoas com DRGE apresentam esse 
relaxamento, mas está com maior frequência e maior duração em pacientes que 
possuem DRGE. 
 Hipotonia do EEI – A maioria dos pacientes com DRGE apresentam pressão do 
EEI dentro de padrões normais. Mas diminuição da pressão basal do EEI está 
relacionada com a ocorrência do refluxo principalmente nos casos mais graves. 
 Hérnias hiatais – facilita a ocorrência de refluxo, pois a hérnia hiatal funciona 
como um reservatório de conteúdo gástrico, facilitando o fenômeno conhecido 
como re-refluxo, isto é, retorno para o esôfago de conteúdo armazenado da 
câmara herniária. Isto ocorre porque conteúdo gástrico fica retido na câmara da 
hérnia, assim um aumento da pressão intra-abdominal pode fazer com que o 
conteúdo vá para o esôfago. 
 Alteração da motilidade esofágica – A depuração, isto é, lavagem esofágica de 
material refluído ocorre em duas etapas: 1- Peristalse, que não é efetiva 
deixando pequena quantidade de material. 2- saliva e secreção de bicarbonato, 
que leva e tampona essa quantidade restante de material que ficou. Assim, 
alterações da motilidade esofágica podem levar ao aparecimento de refluxo. 
Pacientes com deficiência do peristaltismo, a salivação é importante, mas 
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normalmente há uma diminuição da produção a noite, o que pode influenciar a 
ocorrência de refluxo noturnos. 
Agentes que diminuem a pressão do EEI 
Alimentos Medicamentos Hormônios Agentes Neuronais Outros 
Chocolate Bloqueadores dos 
canais de Ca 
Progesterona Betabloqueadores Tabaco 
Gorduras Meperidina Secretina Anticolinérgicos Álcool 
Café Morfina Glucagon Antagonistas alfa-
adrenérgicos 
 
 Dopamina Somatostatina Agonistas do ácido 
nítrico 
 
 Piazepam VIP 
 Barbitúricos GIP 
 Teofilina 
 Prostaglandinas E2, 
I2 
 
 
Manifestações clínicas: 
Manifestações típicas e atípicas da DRGE 
Manifestações típicas Manifestações atípicas 
 Pulmonares Otorrinolaringológicas Orais 
Pirose Asma Faringites Desgaste do esmalte dente 
Regurgitação ácida Tosse crônica Otites Aftas 
Disfagia (indica 
complicação - estenose) 
Pigarro Sinusites Alitose 
 Bronquite crônica Rouquidão 
 Pneumonia de repetição 
 Bronquiectasias 
Uma manifestação atípica frequente é a dor torácica que pode ser confundida com 
angina pectoris. 
Complicações: Podem ocorrer complicações como consequência da DRGE de evolução 
crônica. As mais comuns são: esôfago de Barret (substituição do epitélio escamoso 
estratificado próprio do esôfago por epitélio metaplásico do tipo colunar intestinal. Está 
associado ao risco aumentado de desenvolvimento de adenocarcinoma de esôfago); 
estenose (consequência da inflamação que leva a uma fibrose da parede e redução da luz 
esofágica); úlceras e sangramento esofágico (sangramento esofágico costuma na DRGE 
ser lento e insidioso, podendo ser responsável por quadros de anemia crônica. Mais 
raramente, pode cursar como hematêmese). 
Diagnóstico: principalmente pela elaboração da história clínica completa 
(pirose/regurgitação com frequência mínima de 2 vezes/semana, por período igual ou 
superior a 4 semanas, sugere o diagnóstico). Depois pode-se usar métodos que avaliam 
se tem refluxo, as consequências do refluxo, correlação entre a presença de ácido e os 
sintomas e avaliar o prognóstico e o pré-operatório. 
Métodos que demonstram o refluxo: 
 Exame radiológico contratado do esôfago (avaliar grosseiramente a motilidade, 
mais reservado para casos de sofagite complicada, melhor indicação para 
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sintomas de disfagia para determinar a extensão de estenoses, úlceras e hérnia 
hiatal); 
 Cintilografia de refluxo (pode ser usado em crianças; pode se avaliar a aspiração 
pulmonar através do estudo cintilográfico do pulmão. Melhor indicação para 
investigar presença de refluxo em crianças); 
 pHmetria de 24 horas (mais sensível e específico para diagnóstico da DRGE, 
pode se avaliar o refluxo em situações rotineiras do paciente longe do ambiente 
hospitalar. Também pode ser usado para avaliar a relação entre o refluxo e os 
sintomas e avaliar pré e pós-operatório de cirurgia de antirrefluxo). 
Métodos para avaliar as consequências do refluxo: 
 EDA (importante para diferenciar com outras enfermidades como câncer de 
esôfago, permite colher biópsia para diagnosticar esôfago de barret e 
adenocarcinoma, pode visualizar erosões que são mucosa com solução de 
continuidade com pelo menos 3 mm de diâmetro com depósito de fibrina e 
permeação neutrofílica, úlceras que são solução de continuidade que atinge pelo 
menos a camda muscular da mucosa, com presença de tampão e tecido de 
granulação, estenose péptica, esôfago de barrett; 
 Biópsia (diagnosticar se tem esôfago de barrett e adenocarcinoma). 
Métodos para avaliar correlação entre presença de ácido/refluxo e os sintomas: 
 Teste de Bernstein(é o teste de perfusão ácida, baseia-se na perfusão de ácido 
clorídrico 0,1N no terço distal do esôfago com a extremidade do cateter. O teste 
é positivo se ocorre pirose depois da solução ácida, e negativo se desaparecer 
depois de solução salina, importante para investigar dor torácica não 
cardiológica); 
 pHmetria de 24 horas. 
Métodos para avaliar o prognóstico e pré ou pós-operatório: 
 Manometria esofágica ou esofagomanometria (avaliar a motilidade esofágica, 
usado apenas para investigação da eficácia da peristalse em pacientes com 
indicação de tratamento cirúrgico, detecção da localização exata do EEI para 
colocação do eletrodo de pHmetria e para investigar presença de distúrbio 
motor esofágico como espasmo esofágico difuso, doença do colágeno, etc.; 
 pHmetria do esôfago. 
Tratamento: tem como objetivo a melhora dos sintomas, a cicatrização das lesões e 
prevenção das recidivas e complicações. 
Tratamento clínico – é feito pelas medidas comportamentais e dietéticas. Evitar 
refeições volumosas, ricas em gorduras, cítricos, bebidas alcoólicas, chocolate, bebidas 
gasosas, aguardar 1 ou 2 horas após as refeições para se deitar, evitar líquidos durante as 
refeições, redução do peso corpóreo, cessar o consumo de tabaco, elevar a cabeceira da 
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cama e cuidados especiais com medicamentos que apresentam riscos potenciais como 
anticolinérgicos, bloqueadores dos canais de Cálcio, antidepressivos tricíclicos, 
teofilina, agonistas beta-bloqueadores e alendronato. 
Tratamento medicamentoso – visam neutralizar ou eliminar o ácido refluído e melhoria 
dos distúrbios motores do esôfago se presentes. 
Inibidores da bomba de prótons (IBP): atualmente são considerados as drogas de 
primeira escolha na DRGE. Inibem a produção de ácido pelas células parietais do 
estômago, reduzindo a agressão do esôfago pelo ácido. Só bloqueiam as bombas de 
próton ativas, portanto devem ser administrados sempre após refeições, pois é o 
principal fator ativador das bombas, sendo assim, só diminuem a produção estimulada 
de ácido e não a basal. EX: omeprazol (dose diária total: 40 mg), pantoprazol (dose 
diária total :40 mg), esomeprazol (dose diária total : 40 mg), lansoprazol (dose diária 
total: 30 mg) e rabeprazol (dose diária total: 20 mg). 
Bloqueadores dos receptores H2 da histamina (ARH2): bloqueiam os receptores da 
histamina nas células parietais, sendo eficaz na redução da produção ácida basal e 
estimulada. Os mais utilizados são a rinitidina, famotidina e cimetidina. Possui baixa 
eficácia em casos mais graves. 
Procinéticos: elevam a amplitude das contrações peristálticas do corpo esofágico, 
acelerar o esvaziamento gástrico e elevar a pressão no EEI sem influencia no seu 
relaxamento transitório. EX: metoclopramida (atua na musculatura lisa e no EEI), a 
Domperidona (derivado da metoclopramida e possui menos efitos adversos no SNC). 
Antiácidos, alginatos e sucralfato: fornecem alívio sintomático passageiro, atuam 
neutralizando o ácido e são eficazes para controle em curto prazo dos sintomas da 
DRGE. Podem ser usados para efeitos adversos dos IBP e ARH2. 
Tratamento cirúrgico – não apresenta diferenças significativas do tratamento clínico 
num período de 13 anos. Está indicado em casos de pacientes que respondem 
satisfatoriamente ao tratamento clínico, mas não podem ou não querem continuar com o 
tratamento. Também está indicado nas grandes hérnias hiatais, nas formas complicadas 
da DRGE, com estenose e/ou úlceras e obviamente na presença de adenocarcinoma. A 
intervenção cirúrgica consiste na recolocação do esôfago na cavidade abdominal, na 
aproximação dos pilares do hiato diafragmáticos (hiatoplastia) e no envolvimento do 
esôfago distal pelo fundo gástrico (fundoplicadura). Pode ser feito a céu-aberto ou por 
lapasrocopia.

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