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cap 12 micro Mn Mo Ni Zn

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA 
AGRÍCOLA 
AGR 061 – NUTRIÇÃO DE PLANTAS 
CAP. 12 – MICRONUTRIENTES – MANGANÊS, 
MOLIBDÊNIO, NÍQUEL E ZINCO 
 METABOLISMO MINERAL 
 
PROF. COORDENADOR – ARMANDO J. SILVA 
PROFESSOR ASSOCIADO IV - UFRR 
Manganês no sistema Solo-Planta – Ciclo 
Manganês no Solo – Generalidades 
 
 É o micronutriente mais abundante no solo, depois do 
ferro. 
 
 Ocorre em três valências: Mn2+, Mn3+ e Mn4+. 
 
 Considera-se como disponível o Mn2+ trocável e o 
existente na solução do solo. 
 
 O manganês no solo ocorre também como: 
 Minerais primários – minerais ferro-magnesianos. 
 Minerais secundários: 
 Pirolusita (MnO2) e 
 Manganita [Mn(OH]. 
 
 Matéria orgânica – quelados pouco estáveis com o 
manganês. 
Manganês na Planta – Absorção, Transporte e 
Redistribuição 
 
 É absorvido ativamente como Mn2+ 
 A quantidade absorvida é inibida na presença 
de altas concentrações de K+, Ca2+, Mg2+, Cu2+, 
Zn2+ e Na+. 
 
 Foram identificadas em raízes de aveia, três 
frações de manganês: 
 Mn trocável – ocupado rapidamente. Forma 
relativamente livre. Pode ser removido por lavagem 
com soluções salinas diluídas. 
 Mn lábil – ocupado mais lentamente, servindo como 
“fonte” para o transporte ascendente. 
 Mn não-lábil – ocupado ainda mais lentamente. 
Cede muito pouco para a parte aérea. Predomina 
no tecido mais velho. 
Manganês na Planta – Absorção, Transporte e 
Redistribuição 
 
 O transporte na corrente transpiratória ocorre na forma 
de Mn2+. 
 
 De modo geral, há uma reduzida redistribuição do 
manganês absorvido. 
 
 Os sintomas de deficiência, quando ocorrem, aparecem 
primeiramente nas folhas mais novas (amarelecimento 
internerval semelhante à carência de ferro). 
 
 Nos solos tropicais, contudo, a toxidez é mais frequente 
do que a deficiência. Isto tem sido observado em 
culturas como algodoeiro, cafeeiro e soja. 
 
 A toxidez de manganês pode ser corrigida por meio da 
calagem. 
Manganês na Planta – Absorção, Transporte e 
Redistribuição 
 
 Os sintomas de toxidez geralmente se 
manifestam nas folhas mais novas: aparecem 
pontuações de cor marrom ao longo das 
nervuras e também entre estas. 
 
O silício parece ser capaz de diminuir o efeito 
tóxico do manganês. 
 
Manganês na Planta – Funções 
 
 Assim como o Mg2+, o Mn2+ forma ponte entre 
o ATP e as enzimas transferidoras de grupos. 
 
 Outra função importante do manganês é a 
ativação enzimática. (Tabela 6.35, de 
Malavolta, 1980). 
 
 Na fotossíntese ,o manganês atua como: 
 Doador de elétrons para a clorofila ativada; 
 Síntese de clorofila. 
Manganês na Planta – Funções 
Enzima Fonte Metal exigido 
Sintetase do glutatione Trigo, levedura Mn, Mn, K, NH4
+ 
ATPase Cenoura, ervilha Mg, Mn, Ca, Fe 
Quinase pirúvica Sementes, 
folhas, levedura, 
bactérias 
Mg, Mn. 
Enolase Levedura Mn, Mg 
Pirofosforilase Ervilha e outras Mg, Mn 
Oxidase do AIA Várias espécies Mn 
Enzima málica Várias espécies Mn 
Fonte: Malavolta (1980) 
Tabela 6.35 – Algumas enzimas ativadas pelo manganês e por 
outros cátions 
Molibdênio no Sistema Solo-Planta – Ciclo 
Molibdênio no Solo – Generalidades 
 
 É o micronutriente menos abundante no solo e o menos 
exigido pelas culturas. Crucíferas e leguminosas são as 
mais exigentes. 
 
 Nos solos brasileiros, o teor total de Mo varia entre 0,5 e 
5 ppm e o “disponível vai de 0,1 a 0,25 ppm. 
 
 Ocorre nos solos nas seguintes formas: 
 Minerais primários e secundários – É o Mo não disponível, 
pois está preso na rede cristalina dos minerais. 
 Adsorvido a óxidos hidratados de Fe e Al. A retenção pelo 
ferro é a mais enérgica. A disponibilidade depende da 
elevação do pH. 
 Ligado à matéria orgânica. 
 Mo na solução – ocorre predominantemente como MoO4
2-, 
HMoO4
- e H2MoO4
0. A concentração é muito baixa: 2 x 10-8 
a 8 x 10-8 M. 
Molibdênio na Planta – Absorção, Transporte e 
Redistribuição 
 
 Mo é um ânion não metálico absorvido como molibdato 
(MoO4
2-). 
 
 Normalmente, a concentração de Mo nas plantas é 
menor que 1 ppm e plantas deficientes geralmente 
apresentam menos de 0,2 ppm. 
 
 As concentrações de molibdênio nas plantas são 
geralmente baixas devido às quantidades extremamente 
pequenas de MoO4
2- na solução do solo. 
 
 Em alguns casos, contudo, níveis de Mo nas culturas 
podem exceder a faixa de 1.000 a 2.000 ppm. 
Molibdênio na Planta – Absorção, Transporte e 
Redistribuição 
 
Alguns fatores que podem afetar a disponibilidade de Mo 
para as plantas 
 
1 – Presença de outros nutrientes no substrato 
 
 O aumento na concentração de H2PO4
- no substrato 
promove maior absorção e maior transporte de Mo das 
raízes para a parte aérea. 
 
 O SO4
2- contudo, tem efeito oposto, diminuindo a 
absorção do molibdato, provavelmente devido à 
competição pelo mesmo sítio de absorção. 
Molibdênio na Planta – Absorção, Transporte e 
Redistribuição 
 
Alguns fatores que podem afetar a disponibilidade de Mo 
para as plantas 
 
2 – pH e Calagem 
 
 Ao contrário dos micronutrientes catiônicos, o efeito do 
pH na disponibilidade de Mo para as plantas é direto, ou 
seja, o aumento do pH promove maior absorção de Mo 
pelas plantas. 
 
 Marschner (2008) mostrou que o teor de Mo na parte 
aérea de plantas de soja aumentou quando o pH foi 
elevado de 5,0 a 7,0 por meio da calagem (Tabela 9.36) 
Molibdênio na Planta – Absorção, Transporte e 
Redistribuição 
 
Alguns fatores que podem afetar a disponibilidade de Mo 
para as plantas 
Suprimento de Mo 
(mg/vaso) 
pH do solo 
5,0 6,0 7,0 
0 14,9 18,9 22,5 
5 19,6 19,5 20,4 
Teor de Mo na parte aérea 
(µg/g de peso seco) 
0 0,09 0,82 0,90 
5 1,96 6,29 18,50 
Parâmetro 
Peso seco 
(g/vaso) 
Tabela 9.36 (Marschner, 2008) – Efeito do pH do solo e do suprimento 
de molibdênio no crescimento e no teor de Mo em plantas de 
soja 
Molibdênio na Planta – Absorção, Transporte e 
Redistribuição 
 
 No xilema, o Mo aparece como ânion molibdato, como 
complexo com os grupos SH dos aminoácidos ou com 
grupos OH de carboidratos e de outros polihidroxilados 
como ácidos orgânicos. 
 
 Sua mobilidade no floema é considerada média. 
 
 Geralmente, os sintomas de carência se apresentam nas 
folhas velhas ou de meia idade fisiológica: clorose que 
lembra a falta de N e encurvamento. 
 
 Em casos agudos de deficiência, a lâmina foliar não se 
forma e apenas a nervura principal está presente.. 
Molibdênio na Planta – Funções 
 
 O molibdênio é um componente essencial da enzima 
nitrato redutase, a qual catalisa a conversão do nitrato a 
nitrito. 
 
 A maior parte do Mo na planta está concentrada nesta 
enzima, a qual ocorre principalmente nos cloroplastos. 
 
 A necessidade de Mo pelas plantas é influenciada pelo 
suprimento de nitrogênio inorgânico às plantas, o qual 
tanto na forma de nitrato quanto na forma de amônio 
reduz essa necessidade. 
 
 Assim, devido a sua ação na atividade da nitrato 
redutase, a deficiência em Mo induz uma concentração 
anormal de NO3
- nas folhas e, portanto, influi no 
metabolismo do nitrogênio (Quadro 5, de Dechen & 
Nachtigall, 2006). 
Molibdênio na Planta – Funções 
Matéria Seca Clorofila Nitrato Ácido 
ascórbico 
- Mo + Mo - Mo + Mo - Mo + Mo - Mo + Mo 
----g/planta----- --------------------------------g/kg-------------------------------- 
Nitrato 9,6 25,0 0,089 0,158 72,9 8,70,99 1,95 
Amônio 16,9 19,4 0,216 0,174 10,4 8,7 1,26 1,84 
Fonte 
de N 
Quadro 5 (Dechen & Nachtigall, 2006 – Efeito do molibdênio e fontes de 
nitrogênio no crescimento e no teor de clorofila, nitrato e ácido 
ascórbico em tomate 
Molibdênio na Planta – Funções 
 
 O Mo é também parte estrutural da enzima nitrogenase, 
envolvida na fixação do N2 por bactérias presentes em 
nódulos de leguminosas, por algumas algas e 
actinomicetos e por microrganismos diazotróficos de vida 
livre como o Azotobacter. 
 
 Em plantas leguminosas e não leguminosas 
dependentes da fixação do N2 atmosférico, o 
requerimento por molibdênio é alto, particularmente nos 
nódulos radiculares. 
 
 Como esperado, o crescimento de plantas dependentes 
da fixação do N2 é particularmente estimulado pela 
aplicação de solos deficientes em molibdênio (Tabela 
9.32, de Marschner, 2008). 
Molibdênio na Planta – Funções 
Parâmetro Aplicação de Mo 
(µg/planta) 
Folhas Caule Raízes Nódulos 
Peso Seco 
(g/vaso) 
0 1,79 0,59 0,38 0,007 
150 5,38 2,20 1,24 0,132 
Teor de N 
(%) 
0 2,29 0,92 1,79 2,77 
150 3,58 1,17 1,83 3,26 
Tabela 9.32 (Marschner, 2008) – Efeito do molibdênio no 
crescimento e teor de nitrogênio em plantas de Alder 
(Alnus glutinosa) cultivadas em solo deficiente em 
molibdênio 
Molibdênio na Planta – Funções 
 
 
 Concentrações de molibdênio em nódulos de 
leguminosas podem ser 10 vezes maiores do que nas 
folhas, conforme demonstram algumas pesquisas. 
 
 Além do seu papel no metabolismo do nitrogênio, tem 
sido reportado que o Mo tem um papel essencial na 
absorção e translocação de Fe nas plantas. 
 
 De acordo com Dechen & Nachtigall (2006), o 
Molibdênio influencia a viabilidade do grão de pólen e 
consequentemente, a produtividade das plantas (Quadro 
6). 
Molibdênio na Planta – Funções 
Dose de Mo 
(mg/kg) 
[Mo] no grão 
de pólen 
(mg/kg) 
Nº de grãos de 
pólen/antera 
Diâmetro do 
pólen (µm) 
Germinação 
(%) 
0,01 17 1.300 68 27 
0,10 61 1.937 85 51 
20,00 92 2.437 94 86 
Quadro 6 (Dechen & Nachtigall, 2006) – Efeito do suprimento de 
molibdênio para plantas de milho, na produção e viabilidade do 
grão de pólen 
Molibdênio na Planta – Sintomas de Deficiência 
 
 
 Dependendo da espécie vegetal e da fonte de nitrogênio 
aplicada, os níveis críticos para o aparecimento de 
sintomas de deficiência de Mo variam entre 0,1 e 1,0 µg/ 
de peso seco de folha. 
 
 Nas sementes, o teor de Mo é altamente variável, mas é 
em geral, muito maior nas leguminosas do que nas não-
leguminosas. 
 
 Em plantas com deficiência em Mo, sintomas de 
deficiência de nitrogênio, como redução do crescimento 
e clorose são comuns. 
Molibdênio na Planta – Sintomas de Deficiência 
 
 
 Em espécies dicotiledôneas, uma drástica redução do 
tamanho e deformações nas folhas são os sintomas 
visuais mais típicos de deficiência de Mo. 
 
 Outros sintomas relatados na literatura são: 
 Redução no tamanho das folhas; 
 Folhas com clorose e mosqueados de cor marrom (em 
toda ou parte da folha; 
 Zonas necróticas na ponta da folha que se estendem 
aos bordos. 
 
 Devido a sua ação na atividade da nitrato redutase, a 
deficiência em Mo induz uma concentração anormal de 
NO3
- nas folhas e, portanto, influi no metabolismo do 
nitrogênio. 
Molibdênio na Planta – Sintomas de Deficiência 
Figura 3.3. (Epstein & Bloom, 
2008). Sintomas de 
deficiência de molibdênio em 
folha de tomateiro cultivado 
em solução nutritiva com 
carência de Mo. 
Níquel no Solo – Generalidades 
 
 Na crosta terrestre, o teor de Ni é de aproximadamente 
0,16 g/kg. 
 Encontrado principalmente nas rochas ígneas. 
 
 Os teores no solo variam entre 1 e 200 mg/kg. 
 
 Assim como ocorre com os demais micronutrientes, o Ni 
presente na estrutura dos minerais, é disponibilizado 
após o intemperismo. 
 
 Alguns minerais portadores de níquel: pirrolita e 
calcopirita (pentandlitas) e enlaterita. 
Níquel na Planta - Introdução 
 
 É o elemento mais recentemente identificado como 
essencial para as plantas (Brown et al., 1987). 
 
 De acordo com Marschner (2009) o níquel é um elemento 
traço essencial para um grande número de bactérias devido 
à sua crucial participação como componente de importantes 
enzimas como a urease e muitas hidrogenases. 
 
 Há também um grande número de artigos sobre o estímulo 
da germinação e crescimento de várias espécies de plantas 
devido à presença de baixas concentrações de níquel no 
substrato. 
 
 A primeira evidência clara da função do níquel na urease 
em plantas superiores foi apresentada por Dixon et al. 
(1975. 
Níquel na Planta - Introdução 
 
 Posteriormente, a essencialidade de níquel em leguminosas 
foi comprovada independentemente da forma de nutrição 
nitrogenada. A importância essencial do níquel também 
para não leguminosas foi comprovada na sequência. 
 
 Pelo menos algumas das funções do níquel estão hoje 
claramente definidas, sendo que as plantas não podem 
completar o seu ciclo sem um adequado suprimento deste 
nutriente. 
Níquel na Planta – Absorção 
 
 O níquel é absorvido na forma divalente (Ni2+). 
 
 Na maioria das plantas o teor de níquel nos órgãos 
vegetativos está na faixa de 1 a 10 µg/g de matéria seca 
e esta faixa reflete as diferenças entre as espécies 
vegetais em absorver e transportar o níquel a partir da 
raiz 
 
 As informações sobre os fatores que afetam a 
disponibilidade de níquel para as plantas são escassas. 
 
 Acredita-se que os mesmos fatores que afetam a 
disponibilidade dos íons metálicos (Fe, Mn, etc.) afetam 
também a disponibilidade de níquel. 
 
 
Níquel na Planta – Transporte e Redistribuição 
 
 
 A mobilidade do níquel nos vasos do xilema é 
considerada intermediária nas plantas, havendo pouca 
informação sobre sua redistribuição pelo floema. 
 
 Entretanto, de acordo com Kochian (1991) o níquel tem 
uma rápida mobilidade no xilema e no floema e em 
algumas espécies ele é preferencialmente translocado 
para as sementes. 
 
 Isto é particularmente verdadeiro na família Fabaceae 
como mostrado na Tabela 9.31 (Marschner, 2008). 
Níquel na Planta – Transporte e Redistribuição 
Teor em µg/g de peso seco 
Ni Mo Cu Zn Mn Fe 
Lupinus Parte aérea 0,81 0,08 3,6 28 298 178 
Sementes 5,53 3,29 6,0 41 49 47 
Cevada Parte aérea 0,62 0,17 1,6 7 16 78 
Sementes 0,28 0,33 4,4 25 27 26 
Espécies Porção 
Tabela 9.31 – Teores de níquel e outros micronutrientes na porção 
vegetativa e nas sementes de Lupinus (Lupinus 
polyphyllus) e cevada (Secale cereale) 
Níquel na Planta – Funções 
 
1 – Enzimas portadoras de níquel 
 
 Em sistemas biológicos algumas enzimas são bem 
definidas em termos da presença do níquel como 
componente metálico necessário para sua atividade. 
 
 Nas plantas superiores, a urease é a única enzima 
portadora de níquel que se tem conhecimento. 
 
 Urease isolada de Jack Bean (Canavalia ensiformis L.) 
tem um peso molecular de 590 kDa, apresenta seis 
subunidades e cada subunidade contém dois átomos de 
níquel. 
Níquel na Planta – Funções 
 
2 – O papel do níquel no metabolismo do nitrogênio 
 
 Experimentos têm mostrado que algumas plantas, 
quando supridas com nitrogênio na forma de ureia, na 
ausência de níquel, apresentam um baixo crescimento e 
uma atividade da urease bastante reduzida. 
 
 A adição de níquel aumentou tanto o crescimento quanto 
a atividade da urease em mais de 5 vezes em soja 
cultivada em cultura de tecidos. A aplicação foliar de ureia está frequentemente 
associada com a toxicidade de ureia e a severidade dos 
sintomas de toxicidade está intimamente associada com 
o status nutricional de níquel das plantas de soja, como 
mostrado na Tabela 9.29 (Marschner, 2009). 
Níquel na Planta – Funções 
2 – O papel do níquel no metabolismo do nitrogênio 
Aplicação 
foliar (mg de 
ureia por 
folha) 
Necrose dos 
folíolos (% de 
peso seco) 
Teor de 
ureia (µg/g 
de peso 
seco) 
Atividade da 
urease 
(µmol de 
NH3/h/g de 
peso seco) 
0 < 0,1 64 2,2 
3 5,2 1038 2,7 
6 13,6 6099 2,4 
0 0 0 11,8 
3 2,0 299 11,3 
6 3,5 1583 9,6 
Tabela 9.29 (Marschner, 2009) – Efeito do suprimento de níquel na 
solução nutritiva e aplicação foliar de ureia na necrose das 
folhas, teor de ureia e atividade da urease em plantas de 
soja 
Ni 
(µg/L) 
 
0 
100 
Níquel na Planta – Funções 
 
2 – O papel do níquel no metabolismo do nitrogênio 
 
Explicação para os dados da Tabela 2.29 (Marschner, 
2009): 
 
Nas plantas que não receberam níquel, a atividade da 
urease é baixa e a aplicação foliar de ureia promove uma 
alta acumulação de ureia e severa necrose nos folíolos. 
Nas plantas supridas com níquel a atividade da urease foi 
muito superior, diminuindo consequentemente o acúmulo de 
ureia e a incidência da necrose dos folíolos. 
Níquel na Planta – Funções 
 
3 – Germinação e qualidade das sementes 
 
 Outros experimentos mostraram que quando foram 
usadas sementes de plantas que cresceram sob baixas 
concentrações de níquel, o acúmulo de ureia e a 
severidade da necrose dos folíolos foram sintomas 
marcantes em trigo, aveia e cevada. 
 
 Em sementes de cevada de plantas crescidas sob baixo 
suprimento de níquel, uma alta correlação ocorreu entre 
o teor de níquel e a viabilidade, a germinação e o vigor 
(Figua 9.20, de Marschner, 2009) 
Níquel na Planta – Funções 
 
3 – Germinação e qualidade das sementes 
Figura 9.20 (Marschner, 2009) – Correlação entre o teor de níquel em 
sementes e a porcentagem de germinação em cevada 
Níquel na Planta – Sintomas de deficiência 
 
 Como visto na Tabela 9.29 (Marschner, 2009), os 
sintomas de deficiência de níquel em leguminosas 
caracterizam-se pelo acúmulo de ureia, provocando 
necrose dos folíolos. 
 
 Plantas de tomate deficientes em Ni apresentam clorose 
em folhas jovens, evoluindo para necrose do meristema. 
 
 A deficiência de Ni afeta o crescimento, metabolismo, 
envelhecimento e absorção de Fe pelas plantas. 
Níquel na Planta – Sintomas de deficiência 
Figura 3.4. (Epstein & Bloom, 2008) – Ramos de nogueira-pecã 
cultivadas em condições de suficiência (esquerda) e deficiência 
(direita) de níquel. 
Zinco no sistema solo-planta - Ciclo 
Zinco no sistema solo-planta - Generalidades 
 
 A concentração de zinco na litosfera é de aproximadamente 80 
ppm. 
 
 Os teores no solo variam de 10 a 300 ppm com média em torno de 
50 ppm. 
 
 As rochas ígneas apresentam cerca de 70 ppm, enquanto que 
rochas sedimentares contêm maiores teores (95 ppm) do que 
rochas calcárias (20 ppm) ou arenitos (16 ppm). 
 
 Os principais minerais primários portadores de zinco são: 
franklinita (ZnFe2O4), smithsonita (ZnCO3) e willemita (Zn2SiO4). 
 
 Minerais ferromagnesianos como a augita, a hornblenda e a biotita 
são também fontes importantes de zinco no solo. 
Zinco no sistema solo-planta - Generalidades 
 
 O zinco ocorre também em formas trocáveis na argila e na matéria 
orgânica. 
 
 Os teores no solo variam de 10 a 300 ppm com média em torno de 
50 ppm. 
 
 As rochas ígneas apresentam cerca de 70 ppm, enquanto que 
rochas sedimentares contêm maiores teores (95 ppm) do que 
rochas calcárias (20 ppm) ou arenitos (16 ppm). 
 
 Os principais minerais primários portadores de zinco são: 
franklinita (ZnFe2O4), smithsonita (ZnCO3) e willemita (Zn2SiO4). 
 
 Minerais ferromagnesianos como a augita, a hornblenda e a biotita 
são também fontes importantes de zinco no solo. 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
 Absorvido na forma de Zn2+. A absorção se dá tanto por 
via radicular quanto foliar. 
 A mobilidade do zinco na planta oscila entre média e 
alta. 
 Dados da literatura mostram que a concentração de Zn é 
maior nas raízes do que nos frutos. 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
 
Fatores que afetam a absorção – pH do solo 
 
 
 À medida que aumenta o pH, diminui a disponibilidade 
de zinco 
 No geral, o pH ideal para a absorção na maioria das 
plantas oscila entre 5 e 8. 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
 
Fatores que afetam a absorção – presença de outros 
elementos 
 
 Boro estimula a absorção radicular, mas inibe a foliar. 
 Ferro na forma de Fe3+ e cobre (Cu2+) inibem a 
absorção. 
 Ca2+ e Mg2+ em altas concentrações inibem a absorção, 
mas o 1º em baixas concentrações estimula. 
 É clássica na literatura a deficiência de zinco induzida 
pelo fósforo. 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
Fatores que afetam a absorção 
 
A deficiência de zinco induzida pelo fósforo 
 
 Em diversos experimentos, tem sido verificado que altos 
níveis de fósforo no meio (ou solução nutritiva) causam 
diminuição na absorção de zinco (Ver Figura 6.50, de 
Malavolta, 1980). 
 Marschner & Schropp (1977) verificaram que altas 
concentrações de P em videira, cultivada em vasos com solo 
calcário, induziram sintomas de deficiência de zinco nas 
folhas, apresentando baixas concentrações de Zn nas folhas 
novas, bem como redução no crescimento. 
 Os mesmos autores conduziram experimentos com solução 
nutritiva e observaram que, embora não tenha ocorrido 
sintomas de deficiência de Zn, a concentração deste 
elemento nas folhas de videira foi inferior à das folhas com 
sintomas de deficiência do experimento com solo (Quadro 3). 
Fatores que afetam a absorção 
A deficiência de zinco induzida pelo fósforo 
Conc. em folha nova Relação 
P/Zn 
P Zn 
mmol/kg g g/kg mg/kg 
Cultivo em solo 
0,3 19,9 2,63 26,6 99 
3,0 19,9 2,69 19,7 137 
6,0 17,2 3,06 15,5 197 
Cultivo em solução 
0,1 15,7 2,72 15,7 173 
1,0 15,2 8,60 13,9 678 
5,0 15,5 13,47 13,8 976 
P MS 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
Quadro 3 (Dechen & Nachtigall, 2006) – Produção de matéria seca, concentração 
de fósforo e zinco em folhas de videira e relação fósforo/zinco, em função da 
aplicação de doses de fósforo em solo e em solução nutritiva 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
Fatores que afetam a absorção 
 
A deficiência de zinco induzida pelo fósforo 
 
 O antagonismo entre Zn e P ainda não está totalmente elucidado. 
 
 De acordo com Marschner (2008), elevadas doses de fósforo 
aplicadas em solos com baixos teores de zinco disponíveis podem 
deficiência deste último devido a alterações tanto de fatores de solo 
quanto de plantas. 
 
 Altos teores de P no solo podem reduzir a solubilidade de zinco, 
embora isto nem sempre ocorra. 
 
 Além disso alto suprimento de P está constantemente associado 
com a redução do crescimento radicular e com uma menor infecção 
da raiz com fungos micorrízicos, sendo estes fatores (menor 
crescimento da raiz e ausência de fungos micorrízicos) de grande 
importância na aquisição de zinco. 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
Fatores que afetam a absorção 
 
A deficiência de zinco induzida pelo fósforo 
 
 O decréscimo do teor de zinco na parte aéreae a indução de 
sintomas de deficiência em zinco por alto suprimento de fósforo 
estão também associados com um alto crescimento das plantas 
causando assim um efeito de diluição do zinco nos tecidos vegetais. 
 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
Fatores que afetam a absorção 
 
A deficiência de zinco induzida pelo fósforo 
 
 O antagonismo entre Zn e P ainda não está totalmente 
elucidado. Algumas hipóteses aceitas no meio científico são 
as seguintes (Malavolta, 1980): 
 
1. O P insolubiliza o zinco na superfície das raízes 
diminuindo a sua absorção; 
2. O P inibe de forma não-competitiva a absorção de zinco 
(Figura 6-52, A); 
3. O P diminui o transporte do Zn da raiz para a parte aérea 
(Figura 6-52, B). 
Figura 6.50 – Influência da adubação fosfatada e da calagem 
sobre o crescimento e o teor de zinco no milho 
em solo Bruno ácido (Malavolta, 1980) 
Fatores que afetam a absorção 
A deficiência de zinco induzida pelo fósforo 
Figura 6.51 – Efeito do P na produção e no teor de Zn 
(Malavolta, 1980). 
Fatores que afetam a absorção 
A deficiência de zinco induzida pelo fósforo 
Figura 6.52 – Influência do P na absorção do Zn por raízes 
destacadas de cevada (A) e no transporte 
ascendente por plantas inteiras (B) (Malavolta, 
1980). 
Fatores que afetam a absorção 
A deficiência de zinco induzida pelo fósforo 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
 
 As plantas apresentam capacidade diferente para 
absorver o zinco (Tabela) 
Pouco eficientes Intermediárias Altamente eficientes 
Feijoeiro, soja, 
videira, milho, 
sorgo, arroz 
citrus, cafeeiro 
Batatinha, 
tomateiro, cebola, 
alfafa, beterraba, 
trevos 
Menta, ervilha, cereais 
de inverno, aspargo, 
cenoura, gramíneas 
forrageiras. 
Tabela – Classes de plantas em relação à sua capacidade em 
absorver zinco do solo (Malavolta, 1980) 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
 
O transporte e a redistribuição 
 
 No xilema, o zinco ocorre principalmente como Zn2+. 
 É considerado pouco móvel na planta, principalmente 
nas deficientes e nas folhas velhas. 
 De acordo com Dechen & Nachtigall (2006), alguns 
autores consideram o zinco altamente móvel, enquanto 
outros consideram-no de mobilidade intermediária. 
 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
 
As funções 
 
 Co-fator enzimático; 
 Essencial para a atividade, regulação e estabilização da 
estrutura protéica; 
 Constituinte (estrutural) de diversas enzimas: álcool, 
malato, lactato e glutamato desidrogenase, superóxido 
dismutase e anidrase carbônica; 
 Participa na ativação enzimática da trifosfato-
desidrogenase, enzima essencial na glicólise, bem como 
nos processos de respiração e fermentação; 
 Essencial para a síntese do triptófano (precursor do AIA). 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
Os sintomas de deficiência 
 
 As concentrações de Zn nas plantas variam entre 3 e 150 
mg/kg; 
 Teores inferiores a 25 mg/kg caracterizam deficiência do 
elemento nas folhas. 
 Com a deficiência de zinco, a planta apresenta diminuição 
drástica na atividade enzimática, no desenvolvimento dos 
cloroplastos, conteúdo de proteínas e de ácidos nucléicos. 
 De modo geral, os sintomas de carência de Zn consistem no 
encurtamento dos internódios e na produção de folhas novas, 
pequenas, cloróticas e lanceoladas (Figura 9.19 de Marschner, 
2008); 
 Podem ainda aparecer tonalidades roxas no caule e nas folhas; 
 Em plantas perenes é comum ocorrer a formação de um tufo de 
folhinhas na ponta das ramas. 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
Os sintomas de deficiência 
Figura 9.19 (Marschner, 
2008) – Deficiência de zinco 
em maçã mostrando a inibi-
ção típica do alongamento 
dos internódios e a redução 
no tamanho das folhas. 
Zinco na Planta – Absorção, Transporte e Redistribuição 
 
Os sintomas de deficiência 
Figura 3.3. (Epstein & Bloom, 2008). 
Sintomas de deficiência de zinco 
em folha de tomateiro cultivado 
em solução nutritiva com 
carência de Zn.

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