Buscar

WEB AULA 1 UNIDADE 2 CONTABILIDADE DO SETOR PÚBLICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Unidade 2 – Lei de Responsabilidade Fiscal
WEBAULA 1
 
A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Foi elaborada e promulgada, com certa pressa, no decorrer de uma revolta da sociedade, que pedia por socorro e revoltada com altíssimos índices de atos de improbidade que reinavam pelo país.
A legislação que trata das finanças públicas brasileiras recebeu a Lei de Responsabilidade Fiscal com elevado grau de ceticismo. Foram inúmeras as reações dos entes alcançados pelo rigorismo a que os planos orçamentários e a execução financeira ficaram sujeitos. Especificamente os municípios que naquele ano de 2000 estavam realizando eleição para a sucessão de seus prefeitos e foram afetados pela lei.
Deve-se notar que ao término dos mandatos dos governadores estaduais, ocorrido em dezembro de 2002 e com o término do mandato de prefeitos municipais no final do ano de 2004, inúmeras vezes, durante debates pela busca de votos, abordaram ditames e respeitabilidade à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por outro lado, persistem dúvidas quanto à agilidade na aplicação de penalidade aos gestores que entregaram  mandato aos seus sucessores e estes constataram, na entidade a administrar, uma série de irregularidades.
A novidade da Lei de Responsabilidade Fiscal reside no fato de responsabilizar especificamente a parte da gestão financeira a partir de um acompanhamento do desempenho mensal, trimestral, anual e plurianual.
Controles dos gastos com pessoal, limites de endividamento, organização do sistema próprio de previdência, transferência de recursos constitucionais e voluntários, além de déficit primário, servem de referencial para avaliar as contas do gestor público.
Juntamente com a promulgação desta lei, vem a Lei nº 10.028, de 19 de outubro de 2000, impondo grandes penas e obrigando a correta utilização de recursos financeiros com honestidade do administrador e de seus agentes públicos.
Não há lei que possa transformar o desonesto, o ímprobo, mas uma lei através da sua coação ou, digamos, impondo medo, pode intimidar esses gestores públicos com ameaças representadas por essas sanções penais. Como não há lei perfeita, a possibilidade, bem como a probabilidade de os atos de improbidade nas três esferas de Poder e no âmbito das três entidades políticas continuarão em aberto, ainda que, em proporção menor.
A dívida ocorre quando se gasta mais do que se pode pagar. Às vezes conseguimos pagar nossas dívidas, outras vezes, perdemos o controle e o dinheiro não é suficiente para pagar as contas do dia a dia, muito menos para pagar nossas dívidas já constituídas.
Assim como em nosso orçamento doméstico funciona desta maneira, é da mesma forma na administração pública, verificar o quanto entrará de recursos e desembolsar conforme esse montante.
Um dos grandes objetivos e intenção do legislador, com esta lei, foi o de tentar evitar que o governo gaste mais do que pode efetivamente pagar. Assim, além de impor os limites a serem obedecidos com determinadas despesas, prevê sanções para os gestores que ficarem em desobediência à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Esta lei complementar veio regulamentar alguns artigos constitucionais, tal como atender o discriminado no artigo 163 da Constituição Federal de 1988, cuja redação é a seguinte:
Art. 163 - Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo poder público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Temos também o atendimento do art. 165, § 9º, II, também da Constituição, que determina uma regulamentação para a gestão financeira e patrimonial, além dos fundos criados pela administração pública, como citado na sequência:
Art. 165 - § 9º - Cabe à lei complementar:
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
Bem como o art. 169 da CF/88, que pede a normatização referente a limites de gasto com pessoal, como segue:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Estão compreendidos ou submetidos ao rigor da Lei de Responsabidade Fiscal todos os entes Federativos e a ele vinculados de alguma forma, assim como, todos os Poderes existentes, tal como transcrito abaixo:
Art. 1º - § 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
§ 3º Nas referências:
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;
II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.
A Lei de Responsabilidade Fiscal também trata do tema referente ao planejamento, que é um dos seus pilares:
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:
I - disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º;
II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias...
ANEXOS OBRIGATÓRIOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – LRF
A LC nº 101, de 05 de maio de 2000, em seu artigo 48, define quais são os intrumentos que fazem parte para cumprimento da transparência fiscal obrigatória:
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentose leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
A LRF estabelece as normas para elaboração e publicação do Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO.
A LRF obriga os governantes a:
Realizar o Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO a cada dois meses e publicação da forma que a lei exige.
Fazerem Relatório da Gestão Fiscal - RGF a cada quatro meses, isto é, o quanto arrecadou, como cuidou e gastou o tributo;
Realizarem audiências públicas nas Câmaras Municipais, o Prefeito, e nas Assembleias Legislativas pelo Governador.
O objetivo da transparência é garantir a todos os cidadãos, individualmente, por meio das diversas formas em que costumam se organizar, acesso às informações que explicitam as ações a serem praticadas pelos governantes, as ações em andamento e também as executadas em períodos anteriores, quando prevê ampla divulgação, inclusive por meios eletrônicos e realização de audiências públicas, dos planos, diretrizes orçamentárias, orçamentos, relatórios periódicos da execução orçamentária e da gestão fiscal, bem como das prestações de contas e pareceres prévios emitidos pelos tribunais de contas.
 
RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA - RREO
O Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO é exigido pela Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, que estabelece em seu artigo 165, § 3º, que o Poder Executivo o publicará, até 30 dias após o encerramento de cada bimestre:
Art. 165. § 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,relatório resumido da execução orçamentária.
O objetivo dessa periodicidade é permitir que, cada vez mais, a sociedade, por meio dos diversos órgãos de controle, conheça, acompanhe e analise o desempenho da execução orçamentária do governo.
O RREO e seus demonstrativos abrangerão os órgãos da Administração Direta e entidades da Administração Indireta, de todos os Poderes, constituídos pelas autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas e sociedades de economia mista que recebem recursos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, inclusive sob a forma de subvenções para pagamento de pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.
O RREO será elaborado e publicado pelo Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O RREO deverá ser assinado pelo chefe do Poder Executivo que estiver no exercício do mandato na data da publicação do relatório, ou por pessoa a quem ele tenha legalmente delegado essa competência, qualquer dos dois deve fazê-lo em conjunto com o profissional de contabilidade responsável pela elaboração do relatório.
O RREO é formado por alguns relatórios, sendo eles:
I. Balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada;
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;
II. Demonstrativos da execução das:
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;
b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício;
c)  despesas, por função e subfunção.
III. Apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;
IV. Receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;
V. Resultados Nominal e Primário;
VI. Despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;
VII. Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional.
A publicação dos relatórios no último bimestre do exercício financeiro será acompanhada também de demonstrativos, sendo eles:
I. Projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos;
II. Variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.
RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL - RGF
O Relatório de Gestão Fiscal – RGF é exigido assim como o RREO, sendo um instrumento imprescindível no acompanhamento das atividades financeiras e de gestão do Estado e está previsto no artigo 54 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, intitulada Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Os relatórios conterão:
I. Comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes:
a)  Despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;
b)  Dívidas consolidada e mobiliária;
c)  Concessão de garantias;
d)  Operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;
e)  Despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
II. Indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
III. Demonstrativos, no último quadrimestre:
a)  Montante das disponibilidades de caixa em 31 de dezembro;
b)  Inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
• Liquidadas;
• Empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;
• Empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade de caixa;
• Não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional.
Os Poderes e órgãos definidos na LRF deverão, cada um, emitir o seu próprio Relatório de Gestão Fiscal, abrangendo todas as informações necessárias à verificação da consecução das metas fiscais e dos limites de que trata a lei. O relatório deverá conter, também, as medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites. Dessa forma, o manual utiliza uma linguagem clara e objetiva, a partir dos preceitos legais que fundamentam e justificam a elaboração do Relatório de Gestão Fiscal.
Caso não sejam observados os prazos para divulgação do Relatório Resumido de Execução Orçamentária e do Relatório de Gestão Fiscal, o órgão público ficará impedido de receber transferências voluntárias e contratar operações de crédito.
Os prazos de publicações do RGF são:
I. Até o dia 30 de maio, para o 1º quadrimestre;
II. Até o dia 30 de setembro, para o 2º quadrimestre;
III. Até o dia 30 de janeiro, do ano subsequente ao de referência, para o 3º quadrimestre.
Saiba mais
1 - Para saber mais sobre os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal, leia a Parte III e IV do manual disponível no link indicado: .
A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, ou Lei Complementar nº 101/2000, é o principal instrumento normativo das finanças públicas no Brasil, estabelecendo metas, limites e condições para gestão de receitas e despesas, bem como obrigando os gestores a assumirem compromissos com a arrecadação e gastos públicos.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional.
A LRF se apoia em quatro fundamentos:
Planejamento – é feito por intermédio de mecanismos como o Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentária Anual - LOA, que estabelecem metas para garantir uma eficaz administração dos gastos públicos.
Transparência – é a ampla e diversificada divulgação dos relatórios nos meios de comunicação, inclusive internet, para que todos tenham oportunidade de acompanhar como é aplicado o dinheiro público.
Controle – é aprimorado pela maior transparência e pela qualidade das informações, exigindo uma ação fiscalizadora mais efetiva e contínua dos Tribunais de Contas.
Responsabilização – são sanções que os responsáveissofrem pelo mau uso dos recursos públicos. Essas sanções estão previstas na legislação que trata dos crimes de responsabilidade fiscal (Lei 10.028, de 19 de outubro de 2000).
Tópicos abordados na Lei de Responsabilidade Fiscal:
Capítulo I – Disposições Preliminares
Capítulo II – Do Planejamento
Capítulo III – Da Receita Pública
Capítulo IV – Da Despesa Pública
Capítulo V – Das Transferências Voluntárias
Capítulo VI – Da Destinação de Recursos Públicos para o Setor Privado
Capítulo VII – Da Dívida e do Endividamento
Capítulo VIII – Da Gestão Patrimonial
Capítulo IX – Da Transparência, Controle e Fiscalização
Capítulo X – Disposições Finais e Transitórias
Como você, aluno, pode verificar, a LRF tranforma a sua finalidade de planejamento, transparência pública, controle na administração pública e responsabilização dos gestores pela não obediência à obrigatoriedade na gestão das contas públicas em 10 (dez capítulos), conforme descrito acima.
 
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
A Audiência Pública é um instrumento de participação popular, garantido pela Constituição Federal de 1988 e regulado pela leis federais, constituições estaduais e leis orgânicas municipais.
É um espaço em que os poderes Legislativo e Executivo podem expor e debater com a população sobre a formulação das políticas públicas, elaboração de um projeto de lei ou realização de algum empreendimento que possa gerar impacto na cidade, na vida das pessos ou no meio ambiente.
A Audiência Pública é um momento em que você e sua comunidade podem representar seus próprios interesses, esclarecer dúvidas e dar opiniões junto ao poder público.
Duas importantes novidades são as prestações de contas oriundas do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Ministério Público  serem submetidas ao parecer prévio e, separadamente, do Tribunal de Contas, cada um em seu nível governamental.
Também as prestações de contas do Tribunal de Contas deverão ser analisadas pelo Poder Legislativo. No âmbito federal, pela Comissão Mista Permanente de Senadores e Deputados. Nos Estados e Municípios, serão as comissões equivalentes às que deverão emitir parecer sobre a prestação de contas.
Portanto, nenhum dos poderes está imune ao julgamento das contas, e um outro órgão será responsável para emitir parecer sobre o desempenho orçamentário e financeiro.
Na prática, deve haver maior especialização e estruturação dos atuais Tribunais de Contas, uma vez que se amplia e diversfica o conteúdo a analisar. Também no Poder Legislativo deve haver essa especialização técnica, para atender no mínimo a qualidade e credibilidade devido à incumbência determinada pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
As audiências referentes à prestação das contas financeiras e orçamentárias executadas pela administração pública têm o prazo de até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, para ser demonstrado pelo Poder Executivo e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, que consiste em uma apresentação, por meio de exposição oral, no Poder Legislativo, de todos os relatórios, para que se tenha conhecimento de como estão os gastos do ente federativo, em cumprimento ao art. 9º, § 4º da LRF.
Para participar dessas audiências é interessante que os participantes tenham algum preparo anterior, que sejam informados sobre o assunto a ser apresentado ou discutido e que tenham clareza em suas opiniões. Para isso, é necessário que esses participantes busquem informações, discutam anteriormente com a comunidade e que já tenham a certeza sobre a exposição dos seus pontos de vista ou as dúvidas a respeito da questão discutida ou apresentada.
Agora que você estudou e entende a importância da transparência pública, incentive as pessoas que você conhece a participarem deste momento e desta conquista em nosso país, a divulgação dos atos realizados com os recursos públicos. Além do mais, PARTICIPE, É DIREITO SEU!
DESPESAS EM FINAL DE MANDATO
Visando o cuidado com as contas públicas, também foram inseridos cuidados a serem observados em seus finais de mandato, para que não saiam do período que estão a exercer os seus mandato de deixarem dívidas e mais dívidas para o próximo gestor que irá assumir a chefia do Poder Executivo.
Os cuidados para final de mandato são os seguintes:
I - Aumento de despesa com pessoal;
Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
Portanto, ato do gestor que configure aumento de pessoal dentro dos últimos 180 dias de seu mandato é totalmente proibido.
 
II - Retorno da despesa com pessoal dentro dos limites estabelecidos;
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição.
§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:
I - receber transferências voluntárias;
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
§ 4º As restrições do § 3º aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.
Há limite estabelecido para despesas com pessoal e quando o governo extrapola esse limite fixado em um quadrimestre, ele possui o prazo de 2 (dois) próximos quadrimestres para que esse gasto retorne ao limite determinado em lei. Mas se esse período de extrapolamento for o 1º quadrimestre do último ano de mandato, o retorno do montade dos gastos com pessoal deve ser imediato.
 
III - Retorno da dívida consolidada dentro dos limites estabelecidos;
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.
§ 1º Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:
I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;
II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9º.
§ 3º As restrições do § 1º aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do chefe do Poder Executivo.
Assim como as despesas com pessoal, na dívida consolidada há limite estabelecido e quando o governo extrapola esse limite fixado em um quadrimestre, ele possui o prazo de nos três próximos quadrimestres para que esse gasto retorne ao limite determinado em lei. Mas se esse período de extrapolamento for o 1º quadrimestre do último ano de mandato, o retorno do montante das dívidas consolidadas deve ser imediato.
 
IV - Realização de operação de crédito por antecipação de receita;
Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:
IV - estará proibida:
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.
No primeiro momento, operação de crédito por antecipação de receita é aquela que é realizada e quitado esse empréstimo no mesmo exercício financeiro até o dia 10 de dezembro,podendo ocorrer somente a partir do décimo dia do ano. Mas sendo esse exercício financeiro o último ano do mandato do chefe do Executivo, ele estará proibido de realizá-la de qualquer forma.
 
V - Restos a pagar;
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Restos a pagar são aquelas despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro. Mas em se tratando do último ano do mandato, estará o gestor proibido de realizar despesas nos 2 (dois) últimos quadrimestres que ele não conseguirá quitá-las dentro do exercício financeiro ou deixar para o exercício financeiro seguinte sem que haja valores em caixa para o pagamento delas.
Saiba mais
1 - Para continuar se aprofundando no tema Lei de Responsabilidade Fiscal, leia mais sobre a LRF e para isso acesse o link indicado: .
SANÇÕES
Existem tipos diferente de punições para o não cumprimento das obrigatoriedades estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal: as punições fiscais, que correspondem ao impedimento do ente para o recebimento de transferências voluntárias, a contratação de operações de crédito e a obtenção de garantias para a sua contratação; e as sanções penais, que envolvem o pagamento de multa com recursos próprios (podendo chegar a 30% dos vencimento anuais), a inabilitação para o exercício da função pública por um período de até cinco anos, a perda do cargo público e a cassação de mandato, e, finalmente, a prisão.
Vamos ver um pouquinho então quais as punições existentes no camo governamental para os agentes públicos.
Sanções Administrativas
Irregularidades:
Por não cobrar as receitas de tributos;
Por ultrapassar o limite de gastos com pessoal;
Por ultrapassar o limite da dívida consolidada;
Por descumprir os prazos de apresentação dos Relatórios:
•  Resumido de execução orçamentária;
•  De execução fiscal.
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão municipal. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque na contabilidade municipal: de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
 
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. Brasília, DF: Senado, 1967.
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 5 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Brasília, DF: Senado, 2000.
CASTRO, Domingos Poubel de. Auditoria, Contabilidade e Controle Interno no Setor Público. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
COUCEIRO, Julio Cezar. Princípio da Separação de Poderes em corrente tripartite. Disponível em: < http://www.ambito-juridico.com.br/site/?artigo_id=10678&n_link=revista_artigos_leitura >. Acesso em 24 ago. 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 35. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2009.
 
Sanções:
Suspensão das Transferências Voluntárias; 
Proibição de contratação de Operações de Crédito.
 
Sanções institucionais:
não prever, arrecadar e cobrar tributos que sejam de sua competência;
•  suspensão de transferência voluntária;
ultrapassar o limite máximo para despesa com pessoal;
•  ficam  suspensas  a  contratação  de  operação  de crédito e obtenção de garantias da União.
 
Punições Fiscais e Penais por Transgressões à LRF
Punições Fiscais: (suspensão)
•  transferências voluntárias (menos p/ saúde, educação e assistência social);
•  contratação de operações de crédito;
•  obtenção de garantias.
A LRF prevê apenas 11 casos de transgressão passíveis de punição fiscal, dentre os quais:
• estar acima do limite das dívidas consolidada e mobiliária;
• não instituir, prever e arrecadar todos os impostos de sua competência;
• não publicar o R.R.E.O no prazo;
• não promover a redução da despesa com pessoal que exceder o limite.
 
Penalidades pessoais (Lei 10.028, de 19 de outubro de 2000)
•  Todo cidadão é parte legítima para denunciar, configurando crime a denúncia infundada.
•   Alcança os responsáveis dos três Poderes no que lhes couber.
•  Punições: perda de cargo, inabilitação para exercício de função, cargo ou emprego público por cinco anos, detenção ou reclusão e multa.
•  Em vários casos, pune administradores pela omissão (i.e., não pelo desvio, mas por não tomar medidas para corrigir desvios).
Punições penais:
•  perda do cargo e a inabilitação, por cinco anos, p/ exercer cargo público;
•  cassação do mandato;
•  detenção de três meses a dois anos;
•  reclusão de um a quatro anos;
•  multa de 30% dos vencimentos anuais.
 
Legislações
•  Decreto-Lei 2.848, de 07.12.40 (Código Penal)
•  Lei 1.079, de 10.04.50 (União e Estados)
•  Decreto-Lei 201, de 27.02.67 (Prefeitos e Vereadores)

Outros materiais