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19 02 14 Direito Previdenciario Resumo Aula 04

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Direito Previdenciário 
Aula 04 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 1 
Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Benefícios em espécie / Benefícios por incapacidade / Auxílio-doença. 
2º Horário. 
 Aposentadoria por invalidez. 
3º Horário. 
 Auxílio-acidente / Benefícios acidentários. 
 
1º Horário 
 
1. Benefícios em espécie 
Para todos os beneplácitos, estabelecer-se-á uma espécie de formulário, no 
qual se analisarão cinco aspectos inerentes à sua concessão, quais sejam: (i) 
necessidade social; (ii) exigências pessoais; (iii) carência; (iv) valor; (v) data de início do 
benefício (DIB); (vi) outras observações. 
Do artigo 201 da Carta de Outubro, extrai-se o fundamento de validade de 
todos os benefícios previdenciários. 
 
1.1. Benefícios por incapacidade 
1.1.1. Auxílio-doença 
Especificamente, no caso do auxílio-doença, o fundamento constitucional 
cuida-se do artigo 201, inciso I, CRFB. 
CRFB, Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
O legislador trata do auxílio-doença na Lei 8.213/91 a partir do artigo 59 e 
seguintes: 
Lei 8.213/91, Art. 59. O auxílio‑doença será devido ao segurado que, havendo 
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar 
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 
(quinze) dias consecutivos. 
 Direito Previdenciário 
Aula 04 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 2 
Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br 
 
Da perquirição do artigo em tela, extraem-se os pontos de análise da concessão 
do benefício. 
 
1º. Necessidade social 
Como necessidade social, tem-se a incapacidade parcial e/ou temporária 
superior a 15 dias. Incapacidade parcial é aquela que inabilita o segurado para o 
exercício de sua atividade. 
Exemplo: digitador com a mão quebrada não pode desenvolver o seu mister. 
Por sua vez, a incapacidade temporária é aquela passível de recuperação. 
Nota1: a incapacidade tem recuperação. Inexiste preocupação com a reversão 
da doença do indivíduo, porquanto o foco da Previdência não é saúde. Interessante à 
Previdência Social é a capacidade laborativa, ainda que a doença de que se acometeu 
o segurado seja incurável. 
Nota2: na análise da incapacidade, levam-se em conta os recursos terapêuticos 
disponíveis no momento. Obsta-se a que se façam previsões sobre possíveis 
tratamentos que venham a revertê-la. 
Nota3: somando-se as assertivas explanadas, factível conceituar a incapacidade 
temporária como aquela detentora de prognóstico positivo disponíveis no momento. 
Nota4: imperiosa a duração da incapacidade por período superior a 15 dias, 
marco cronológico oponível a qualquer tipo de segurado sem o qual não se materializa 
o fato gerador do beneplácito. 
Nota5: doença ou lesão preexistentes ao ingresso/reingresso do indivíduo no 
sistema do RGPS obstam à concessão do auxílio-doença, salvo se a incapacidade 
decorre do agravamento ou progressão da doença/lesão. 
Exemplo: indivíduo diabético não é segurado do INSS. Faz controle de sua 
doença sem sequer precisar de medicamentos; apenas, com dietas. Começa, então, a 
trabalhar em seu primeiro emprego, de motorista. Após muitas comemorações pela 
vitória obtida, sua doença torna-se descontrolada, resultando em redução de sua 
acuidade visual. In casu, conquanto seja a doença preexistente, a incapacidade é 
posterior à filiação ao RGPS. Fará, pois, jus ao benefício. 
Lei 8.213/91, Art. 59, Parágrafo único. Não será devido auxílio‑doença ao 
segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da 
doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a 
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença 
ou lesão. 
 Direito Previdenciário 
Aula 04 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Observação: se tanto a doença quanto o agravamento, e por consequência a 
incapacidade, forem anteriores ao ingresso no RGPS, não terá o segurado direito ao 
beneplácito. 
Exemplo: indivíduo cego começa a trabalhar em seu primeiro emprego, 
instante a partir do qual ingressa no RGPS. Ser-lhe-á defeso eventual pleito de auxílio-
doença/aposentadoria por invalidez com fincas exclusivamente na cegueira, haja vista 
tal condição existir previamente à filiação no Regime Geral. 
Nota6: não há se cogitar em afastamento do direito ao benefício em virtude de 
possível culpa do segurado, como, por exemplo, uma tetraplegia decorrente da prática 
de esportes radicais. 
Nota7: não necessariamente a incapacidade decorrerá da doença. Pode esta 
advir de acidente. O nome ‘auxílio-doença’, malgrado o evidente equívoco, assim foi 
definido por razões históricas. Exemplifica-se com o caso do entregador de pizzas que, 
a bordo de sua bicicleta, sofre um acidente, quebrando a perna. Sua incapacidade, 
parcial e temporária, derivou não de uma doença, mas, sim de um acidente. 
Caso esse sujeito venha a ficar em coma, com prognóstico de retorno às 
atividades laborais após 12 meses, sua incapacidade será total, porém temporária. 
Malgrado a totalidade da impossibilidade do exercício de seu mister, ser-lhe-á pago 
auxílio-doença, em virtude da temporalidade. 
Se, na mesma ilustração, em vez de ficar em coma, o sujeito quebrar as pernas 
e perder o movimento de genuflexão. Ficará incapaz parcialmente, porém de maneira 
permanente. A ele será concedido o auxílio-doença, até a ocorrência da sua morte, 
invalidez total ou reabilitação profissional (exemplo: fornecer um curso de assistente 
administrativo para que o entregador volte à mesma pizzaria exercendo outra função). 
Lei 8.213/91, Art. 62. O segurado em gozo de auxílio‑doença, insusceptível de 
recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter‑se a processo de 
reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. Não cessará o 
benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova 
atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, 
for aposentado por invalidez. 
 
2º. Exigências pessoaisTão-só, a qualidade de segurado. 
Observação1: o desempregado pode receber auxílio-doença, dês que se 
encontre no período de graça. 
 Direito Previdenciário 
Aula 04 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Observação2: a aferição da preexistência da doença incapacitante é 
engendrada em conformidade com a atual filiação no RGPS. Explique-se: caso um 
indivíduo, que já ostentou qualidade de segurado atualmente sequer encontra sob os 
auspícios do período de graça, venha a verter contribuições ao regime acometido de 
doença incapacitante, não se lhe concederá o benefício, porquanto sua incapacidade é 
posterior ao reingresso no RGPS. Vide entendimento sumulado da TNU. 
Verbete nº 53 – Súmula da TNU 
Não há direito a auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez quando a 
incapacidade para o trabalho é preexistente ao reingresso do segurado no Regime 
Geral de Previdência Social. 
 
3º. Carência 
Consubstancia-se no número mínimo de contribuições necessárias à concessão 
do benefício. 
Lei 8.213/91, Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições 
mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas 
a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. 
 
Lei 8.213/91, Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de 
Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o 
disposto no artigo 26: 
I – auxílio‑doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições 
mensais; 
A carência para o benefício em comento é curta pelo fato de ninguém se 
programar para tornar-se incapaz. 
Conjeture-se hipótese de indivíduo, detentor de 100 contribuições, que, 
atualmente, encontra-se sem qualidade de segurado e não mais está no raio de 
alcance da graça. Consegue nova atividade laborativa, por meio da qual verte mais 6 
contribuições e, após, é acometido de uma incapacidade. Nesse contexto, conforme 
expressa previsão legal, a recuperação de sua qualidade de segurado dá-se com o 
pagamento de 1/3 da carência necessária à consecução da benesse, situação na qual, 
inclusive, resgata as contribuições anteriores. 
Lei 8.213/91, Art. 24. [...] 
Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições 
anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o 
segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 
1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da 
carência definida para o benefício a ser requerido. 
 Direito Previdenciário 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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De outro giro, se em vez de 06 fossem pagas 03 contribuições, não teria havido 
o preenchimento de 1/3 carência do auxílio-doença. Tal situação implica a não 
consideração das 100 contribuições pretéritas, sendo certo que, conquanto haja 
recuperado a qualidade de segurado, ao indivíduo faltaria o cumprimento da carência. 
Pois bem. Tendo em conta a lógica do fator surpresa de que os eventos 
incapacitantes, de regra, trajam-se, há outros fatos da vida que, tamanha a 
improbabilidade de previsão de sua ocorrência, mostram-se ainda mais 
surpreendentes. E o legislador, de olhos atentos a isso, para tais fatos não exigiu uma 
carência pequena (12 meses do auxílio-doença/aposentadoria por invalidez). Ao revés, 
despiu-os desse requisito, delegando ao Poder Executivo a função de estabelecer as 
doenças imiscuídas no bojo da prescindibilidade do pagamento do número mínimo de 
contribuições. 
Exemplo: cardiopatia grave, neoplasia maligna, hanseníase, AIDS, etc. 
Lei 8.213/91, Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes 
prestações: 
II – auxílio‑doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de 
qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como 
nos casos de segurado que, após filiar‑se ao Regime Geral de Previdência Social, 
for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada 
pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, 
de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou 
outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento 
particularizado [vide IN 45/2010 do INSS]; 
 
4º. Valor 
Imperioso descobrir o coeficiente de cálculo. No caso do auxílio-doença, é de 
91% do salário de benefício. 
Observação: apenas as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição 
sofrem a incidência do fator previdenciário, sendo que, naquela primeira, o fator tem 
aplicação facultativa. 
 
5º. Data de início do benefício 
Para o empregado, de regra, o auxílio-doença será concedido a partir do 16º dia 
da incapacidade, uma vez que os 15 primeiros dias são de responsabilidade do 
empregador. Diferentemente, para os demais segurados, será devido desde a data do 
início da condição incapacitante. Note-se que a incapacidade deverá, nesse benefício, 
ser superior a 15 dias. No caso dos demais segurados, o pagamento terá data 
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retroativa ao início da incapacidade, e não a partir do 16º dia, como ocorre com o 
empregado. 
Vide o artigo 75 do Decreto 3.048/99 e pequeno quadro esquemático sobre 
empregado e auxílio-doença no período de 60 dias: 
 
QUADRO ESQUEMÁTICO 
(i) Empregado em gozo de auxílio-doença 
teve alta e, dentro de 60 dias da tal, fica 
incapacitado pelo mesmo motivo 
O empregador não pagará os 15 primeiros, 
como de praxe, os quais ficarão a cargo do 
INSS. 
(ii) Empregado fica afastado (exemplo, por 10 
dias), porém não chega a obter auxílio-
doença. Dentro de 60 dias, fica incapacitado 
pelo mesmo motivo 
Receberá os 05 dias restantes pelo 
empregador e, logo em seguida, 
permanecendo a incapacidade, ficará em 
gozo de auxílio-doença 
 
Decreto 3.048/99, Art. 75. Durante os primeiros 15 (quinze) dias consecutivos de 
afastamento da atividade por motivo de doença, incumbe à empresa pagar ao 
segurado empregado o seu salário. 
§ 1º Cabe à empresa que dispuser de serviço médico próprio ou em convênio o 
exame médico e o abono dasfaltas correspondentes aos primeiros quinze dias de 
afastamento. 
§ 2º Quando a incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias consecutivos, o segurado 
será encaminhado à perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social. 
§ 3º Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de sessenta 
dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do 
pagamento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando‑se o 
benefício anterior e descontando‑se os dias trabalhados, se for o caso. 
§ 4º Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar‑se do trabalho 
durante quinze dias, retornando à atividade no décimo sexto dia, e se dela voltar a 
se afastar dentro de sessenta dias desse retorno, em decorrência da mesma 
doença, fará jus ao auxílio doença a partir da data do novo afastamento. 
§ 5º Na hipótese do § 4º, se o retorno à atividade tiver ocorrido antes de quinze 
dias do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio‑doença a partir do dia 
seguinte ao que completar aquele período. 
Mais um quadro esquemático, agora concernente ao período de percepção do 
benefício por contribuintes individuais e segurados empregados: 
 
 
 Direito Previdenciário 
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QUADRO ESQUEMÁTICO 
(i) Empregado incapaz por 10 dias Recebe esse período da empresa; 
(ii) Contribuinte individual (Advogado) 
incapacitado por 10 dias 
Não recebe nada; 
(iii) Empregado incapaz por 30 dias Recebe os 15 primeiros dias da empresa; do 
16º ao 30º, recebe do INSS; 
(iv) Contribuinte individual (Advogado) 
incapacitado por 30 dias 
Recebe todo o período do INSS. 
 
Nota: passados 30 dias do início da incapacidade, tanto empregados, quanto 
demais segurados, somente receberão a partir da data do requerimento do benefício 
(DER). 
 
6º. Outras observações 
(i) Assevera a jurisprudência que, comprovando o laudo a incapacidade do 
segurado, sem, contudo, fixar-lhe a data de início, essa data será a da confecção do 
próprio laudo, ainda que o requerimento administrativo tenha sido realizado em 
período anterior. Inexistindo prévio requerimento administrativo, a jurisprudência 
considera como tal a data de ajuizamento da ação. 
(ii) A teor do que preconiza a TNU, o fato de o segurado ter trabalhado não 
impede a obtenção de auxílio-doença. Assim, caso o laudo fixe o início da incapacidade 
em data na qual o indivíduo exercia atividades laborativas, fará jus ao benefício por 
todo esse período. Trabalha-se com o raciocínio de que a necessidade de sustento, a si 
próprio ou a outrem, demonstrou-se mais preponderante que o próprio fator 
incapacitante. 
Verbete nº 72 – Súmula da TNU 
É possível o recebimento de benefício por incapacidade durante período em que 
houve exercício de atividade remunerada quando comprovado que o segurado 
estava incapaz para as atividades habituais na época em que trabalhou. 
 
2º Horário 
 
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O auxílio-doença é um benefício precário, tendo em vista a transitoriedade de 
sua necessidade social. Isso implica ao beneficiário, por uma tendência legislativa, o 
ônus de provar à autarquia a permanência de sua condição incapacitante. 
Lei 8.213/91, Art. 101. O segurado em gozo de auxílio‑ doença, aposentadoria por 
invalidez e o pensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do 
benefício, a submeter‑se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo 
de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado 
gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. 
Sob pena de suspensão do benefício, além da subsunção às perícias, é dever do 
beneficiário submeter-se à reabilitação profissional e aos tratamentos médicos 
indicados pelo perito do INSS. Nada obstante, tal exigência está condicionada à 
disponibilidade do tratamento de modo gratuito pela Previdência Social. 
Observação: em razão de crenças religiosas ou filosóficas, e a própria lei 
estabelece essa ressalva, não está o indivíduo a submeter-se a intervenções cirúrgicas 
ou transfusões de sangue. 
Coevamente, o Decreto 3.048/99 prevê, nos dizeres da doutrina e da 
jurisprudência, a famigerada ‘alta programada’, que consiste na estipulação de data de 
provável cessação do benefício do indivíduo quando o mesmo submete-se à perícia 
que irá constatar sua incapacidade1. 
Exemplo: realização da perícia em 30.01.2014 com reconhecimento da 
incapacidade e, simultaneamente, designação do dia 30.03.2014 como ‘alta 
programada’. 
Decreto 3.048/99, Art. 78. O auxílio‑doença cessa pela recuperação da 
capacidade para o trabalho, pela transformação em aposentadoria por invalidez 
ou auxílio‑acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar sequela que 
implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. 
§ 1º O INSS poderá estabelecer, mediante avaliação médico‑pericial, o prazo que 
entender suficiente para a recuperação da capacidade para o trabalho do 
segurado, dispensada nessa hipótese a realização de nova perícia. 
§ 2º Caso o prazo concedido para a recuperação se revele insuficiente, o segurado 
poderá solicitar a realização de nova perícia médica, na forma estabelecida pelo 
Ministério da Previdência Social. 
Em um primeiro momento, a jurisprudência considerou ilegal a alta 
programada, eis que o artigo 101 da Lei 8.213/91 exigiria exames constantes para 
determinar a cessação do benefício. Entretanto, o entendimento prevalecente decidiu 
pela legalidade do expediente. 
 
1
 Tal expediente desenvolveu-se visando a reduzir o número de exames médico-periciais 
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Surgiu, diante disso, uma sensível problemática, a saber, o considerável atraso 
havido nalgumas agências do INSS para a marcação da perícia de constatação da 
condição incapacitante alegada pelo segurado. Isso resultava, em muitas ocasiões, na 
cessação do benefício indevidamente, porque o indivíduo ainda estava incapaz, porém 
havia suspensão automática do beneplácito. 
Como soluçãointermediária, a jurisprudência decidiu que o requerimento 
administrativo de prorrogação do benefício passaria a gozar de efeito suspensivo. 
Constatada na nova perícia uma invalidez total e permanente, o benefício a que 
terá direito o segurado é a aposentadoria por invalidez. 
 
1.1.2. Aposentadoria por invalidez 
Guarda muitas semelhanças com o auxílio-doença. Tanto assim que seu 
fundamento de validade, também, está no artigo 201, inciso I, CRFB. 
CRFB, Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
É tratada, na Lei 8.213/91, a partir do artigo 42: 
Lei 8.213/91, Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando 
for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em 
gozo de auxílio‑doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação 
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser‑lhe‑á paga 
enquanto permanecer nesta condição. 
Da perquirição do artigo em tela, extraem-se os pontos de análise da concessão 
do benefício. 
 
1º. Necessidade social 
Como necessidade social, tem-se a incapacidade total e permanente. 
Incapacidade total é aquela que inabilita o segurado para o exercício de qualquer 
atividade capaz de lhe garantir o sustento. 
Quando da aferição da totalidade da incapacidade, levar-se-ão em conta, além 
dos critérios clínicos, as circunstâncias sociais que permeiam a vida do indivíduo. A isso 
se chama “incapacidade psicossocial”. 
Exemplo: imaginem-se dois entregadores de pizzas. Um deles tem 64 anos 
idade e é analfabeto; nunca trabalhou noutra atividade. O outro é um jovem de 30 
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anos, portador de diploma de curso superior em Engenharia. Os dois tiveram um 
acidente de trabalho e foram diagnosticados com o mesmo fator incapacitante. Por 
óbvio, dadas as condições pessoais de cada um e sociais, a incapacidade para o 
primeiro é total; para o segundo, não. 
A jurisprudência manifestou-se oportunamente nesse sentido, externando seu 
entendimento por meio do verbete nº 47 da Súmula da TNU. 
Verbete nº 47 da Súmula da TNU 
Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar 
as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria 
por invalidez. 
Observação: após a edição do enunciado, houve uma enxurrada de pedidos de 
auxílio-doença/aposentadoria por invalidez pautados apenas nas condições pessoais e 
sociais, sem que, de fato, existisse fator incapacitante. Com vistas a corrigir essa 
distorção, a TNU editou outro enunciado, o de nº 77: 
Verbete nº 77 da Súmula da TNU 
O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando não 
reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual 
Nota: as demais observações pertinentes ao auxílio-doença, tais como culpa do 
segurado e doença preexistente, encaixam-se perfeitamente na aposentadoria por 
invalidez. 
 
2º. Exigências pessoais 
Tão-só, a qualidade de segurado, tal como no auxílio-doença. 
 
3º. Carência 
Idêntica ao auxílio-doença. 
 
4º. Valor 
Maior do que o auxílio-doença, o valor da aposentadoria por invalidez é de 
100% do salário de benefício. 
Na conversão do auxílio-doença para aposentadoria por invalidez, o INSS não 
calcula novamente o salário de benefício; apenas modifica o coeficiente de cálculo: 
antes 91%, depois, 100%. 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Esse expediente foi questionado, e o STJ, instado, manifestou-se pela 
legalidade da referida sistemática, que está inserta no artigo 36, §7º, do Decreto 
3.048/99 e, consequentemente, pela possibilidade de aproveitamento por parte do 
INSS do salário-de-benefício do auxílio-doença. Ou seja, não é necessário novo cálculo. 
Decreto 3.048/99, Art. 36, § 7º. A renda mensal inicial da aposentadoria por 
invalidez concedida por transformação de auxílio‑doença será de cem por cento 
do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal inicial 
do auxílio doença, reajustado pelos mesmos índices de correção dos benefícios em 
geral. 
c/c 
Lei 8.213/91, Art. 44. A aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de 
acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 100% (cem 
por cento) do salário de benefício, observado o disposto na Seção III, 
especialmente no artigo 33 desta Lei. 
 
5º. Data de início do benefício 
Presume o legislador que, antes da percepção da aposentadoria, o segurado 
passará a receber auxílio-doença. A praxe administrativa caminha nessa senda. Assim, 
a DIB será o dia seguinte à cessação do auxílio-doença. 
Caso a aposentadoria por invalidez não seja precedida de auxílio-doença, sua 
DIB será fixada conforme as regras desse último benefício. 
Lei 8.213/91, Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia 
imediato ao da cessação do auxílio‑doença, ressalvado o disposto nos §§ 1o, 2o e 
3o deste artigo. 
§ 1o Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e 
definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida: 
a) ao segurado empregado, a contar do 16o (décimo sexto) dia do afastamento da 
atividade ou a partir da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a 
entrada do requerimento decorrerem mais de 30 (trinta) dias; 
b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, 
especial e facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da 
entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 (trinta) 
dias. 
§ 2o Durante os primeiros 15 (quinze) dias de afastamento da atividade por 
motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário. 
 
6º. Outras observações 
(i) Precariedade 
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 12 
Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.brSe convocado pelo INSS, deverá o segurado comparecer, a fim de demonstrar 
que ainda permanece incapacitado, razão por que se diz que esse benefício é precário. 
Entretanto, incoerente submeter tal indivíduo a reabilitação profissional, eis que sua 
incapacidade é total e permanente. 
Caso o segurado, voluntariamente, retorne às atividades laborais, 
automaticamente, cessa o beneplácito. 
Lei 8.213/91, Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à 
atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do 
retorno. 
Constatada, por intermédio de perícia, a recuperação da capacidade laborativa 
pelo segurado, necessário fazer distinção entre a recuperação rápida e a lenta ou 
parcial. No ponto, vide o artigo 47 da Lei 8.213/91: 
Lei 8.213/91, Art. 47. Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do 
aposentado por invalidez, será observado o seguinte procedimento: 
I – quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco anos), contados da data do 
início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio‑doença que a antecedeu sem 
interrupção, o benefício cessará: 
a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função 
que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação 
trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade 
fornecido pela Previdência Social [lembre-se de que o contrato de trabalho, nas 
hipóteses de percepção de auxílio-doença/aposentadoria por invalidez, 
permanece suspenso]; ou 
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio‑doença ou da 
aposentadoria por invalidez, para os demais segurados2; 
II – quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I [5 
anos], ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de 
trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, 
sem prejuízo da volta à atividade: 
a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for 
verificada a recuperação da capacidade; 
b) com redução de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de (seis) meses; 
c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 
(seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente. 
 
Adiante, quadro esquemático destinado à explicação do aludido dispositivo: 
 
 
2
 Nos dizeres da doutrina, trata-se de mensalidades de recuperação, as quais serão proporcionais ao 
número de anos em que ficou em gozo de benefício por incapacidade. 
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EESSPPÉÉCCIIEE DDEE SSEEGGUURRAADDOO MMOODDAALLIIDDAADDEE DDEE RREECCUUPPEERRAAÇÇÃÃOO SSIITTUUAAÇÇÃÃOO JJUURRÍÍDDIICCAA DDOO 
SSEEGGUURRAADDOO 
 
(i) Empregado 
Recuperação rápida e total 
dentro de 05 (cinco) anos 
Retorno imediato à função 
que desempenhava na 
empresa quando se 
aposentou 
(ii) Demais segurados 
 
Recuperação rápida e total 
dentro de 05 (cinco) anos 
Após o número de meses 
proporcionais aos anos nos 
quais recebeu aposentadoria 
por invalidez, período no qual 
receberá as famosas 
‘mensalidades de 
recuperação’. 
 
 
 
(iii) Todos os segurados 
(incluídos os empregados) 
 
 
 
Recuperação lenta ou parcial 
Durante 06 (seis) primeiros 
meses, recebe aposentadoria 
no valor integral 
Nos 06 (seis) meses 
seguintes, sofre uma redução 
de 50% no valor 
Nos 06 (seis) meses finais, 
sofre uma redução de 75%, 
período no qual receberá 
apenas 25%3 
 
(ii) Grande invalidez 
Em havendo “grande invalidez”, conforme dizeres da doutrina, que se 
caracteriza como a impossibilidade de o indivíduo exercer, sozinho, os atos da vida 
cotidiana, fará o segurado jus ao acréscimo de 25% à aposentadoria por invalidez. 
Detém três características: (i) é reajustado da mesma forma que a 
aposentadoria; (ii) personalíssimo, isto é, não se incorpora à pensão por morte; (iii) a 
soma desse adicional à aposentadoria não se subsumi ao teto da Previdência Social. 
Lei 8.213/91, Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que 
necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% 
(vinte e cinco por cento). 
 
3
 Ao término do período de 18 meses, ocorre a cessação definitiva do benefício. 
 Direito Previdenciário 
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Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo: 
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal; 
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado; 
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da 
pensão. 
Por curiosidade, com escopo de enriquecimento do saber, consigna-se o anexo 
I do Decreto 3.048/99: 
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
A N E X O I 
RELAÇÃO DAS SITUAÇÕES EM QUE O APOSENTADO POR INVALIDEZ 
TERÁ DIREITO À MAJORAÇÃO DE VINTE E CINCO POR CENTO 
PREVISTA NO ART. 45 DESTE REGULAMENTO. 
1 - Cegueira total. 
2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta. 
3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores. 
4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível. 
5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível. 
6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for 
impossível. 
7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e 
social. 
8 - Doença que exija permanência contínua no leito. 
9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária. 
 
3º Horário 
 
1.1.3. Auxílio-acidente 
Seu fundamento de validade, também, está no artigo 201, inciso I, CRFB. 
CRFB, Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
 
É tratado, na Lei 8.213/91, a partir do artigo 86: 
Lei 8.213/91, Art. 86. O auxílio‑acidente será concedido, como indenização, ao 
segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de 
qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade 
para o trabalho que habitualmente exercia. 
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§ 1º O auxílio‑acidente mensal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do 
salário de benefício e será devido, observado o disposto no § 5º até a véspera do 
início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. 
§ 2º O auxílio‑acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do 
auxílio‑ doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento 
auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qual quer aposentadoria. 
§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de 
aposentadoria, observado o disposto no § 5º, não prejudicará a continuidade do 
recebimento do auxílio‑acidente. 
§ 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão 
do auxílio‑acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o 
trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capa 
cidade para o trabalho que habitualmente exercia. 
 
No auxílio-acidente, o segurado está apto a trabalhar, no entanto, sofre 
limitação em sua capacidade laborativa. Sua finalidade, portanto, é a proteção da 
redução da capacidade de trabalho. 
Existem duas possibilidades de redução dessa capacidade: [1ª] o indivíduo não 
mais consegue exercer sua atividade habitual e é reabilitado; [2ª] o sujeito consegue 
desenvolver seu mister costumeiro, no entanto, é-lhe demandado maior esforço. 
Exemplo1: entregador de pizzas que, após queda, perde parte do movimento 
do joelho. Conquanto consiga trabalhar, fá-lo mediante o emprego de maior esforço. 
Exemplo2: entregador de pizzas que, após queda, perde o movimento de ambos 
os joelhos. Não mais consegue exercer a mesma atividade, ante o que é reabilitado em 
nova função (auxiliar de cozinha), na qual trabalha com notória redução na sua 
capacidade. 
Daí, tem-se que, dada a natureza indenizatória do benefício, sua finalidade é 
complementar a renda do beneficiário. 
 
1º. Necessidade Social 
Redução da capacidade laborativa em razão das sequelas de acidente de 
qualquer natureza (registre-se prescindir que se trate de acidente de trabalho). 
Sustenta o INSS que apenas a redução permanente da capacidade laborativa 
enseja a concessão de auxílio-acidente. Em sentido contrário, assevera a 
jurisprudência a possibilidade de deferimento de pleito com base em redução de 
capacidade laborativa temporária. 
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Exemplo: bancária adquirente de tendinite por ocasião de seu trabalho. 
Mediante perícia, constatou-se uma temporariedade na atenuação de sua capacidade 
laboral a qual perduraria enquanto ela sentisse dor. Administrativamente, o INSS 
negou o benefício. O Superior Tribunal de Justiça decidiu em sentido contrário, 
concedendo a benesse. Entendeu a Corte que a redução temporária confere ao 
indivíduo o direito de receber auxílio-acidente. 
Observação: ordinariamente, o acidente não precisa estar relacionado à 
atividade laboral, salvo a perda de audição, único caso em que se fará presente a 
causalidade entre o trabalho e o fator de redução da capacidade laborativa. 
Lei 8.213/91, Art. 86, § 4º. A perda da audição, em qualquer grau, somente 
proporcionará a concessão do auxílio‑acidente, quando, além do reconhecimento 
de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na 
redução ou perda da capa cidade para o trabalho que habitualmente exercia. 
 
2º. Exigências pessoais 
Apenas o empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial têm direito 
ao auxílio-acidente. 
Lei 8.213/91, Art. 18, § 1º Somente poderão beneficiar‑se do auxílio‑acidente os 
segurados incluídos nos incisos I, VI e VII do artigo 11 desta Lei. 
 
3º. Carência 
Não há. 
Lei 8.213/91, Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes 
prestações: 
I – pensão por morte, auxílio‑reclusão, salário‑família e auxílio‑acidente; 
 
4º. Valor 
Desde o advento da Lei 9.528/97, é de 50% do salário de benefício, podendo 
ser inferior ao salário-mínimo. Anteriormente, a depender do grau de redução da 
capacidade, o auxílio-acidente variava entre 30%, 40% ou 60%. 
Com a edição do novel diploma em 1997, deflagraram-se discussões sobre qual 
legislação seria aplicável àqueles que percebiam auxílio-acidente no patamar de 30% e 
40%. 
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Tais segurados desejavam receber o benefício no valor de 50%, hipótese de lei 
nova regulando efeitos futuros de fatos pretéritos4. O INSS argumentava, 
contrariamente, que ao beneplácito havido antes da nova lei aplicavam-se as regras 
dispostas no diploma vigente à época. 
Instado, o Pretório Excelso assentou a inaplicabilidade imediata de lei material. 
Ou seja, a lei previdenciária, ainda que mais benéfica, não tem aplicação imediata. 
Fundamentou-se na ideia de tempus regit actum. 
EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento. Previdenciário. Pensão por 
morte. Revisão. Aplicação dos efeitos financeiros da Lei nº 9.032/95 aos benefícios 
em manutenção. Impossibilidade. Precedentes. 1. Pacífica a jurisprudência desta 
Corte no sentido da inaplicabilidade dos efeitos financeiros introduzidos pela Lei 
nº 9.032/95 aos benefícios concedidos ou cujos requisitos foram implementados 
antes de sua vigência, sob pena de violação dos arts. 5º, inciso XXXVI, e 195, § 
5º, da Constituição Federal. 2. Agravo regimental não provido. 
(AI 602258 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 
13/09/2011, DJe-218 DIVULG 16-11-2011 PUBLIC 17-11-2011 EMENT VOL-02627-
02 PP-00146) 
 
EMENTA DIREITO PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. 
LEI Nº 9.032/95. BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DE SUA VIGÊNCIA. 
INAPLICABILIDADE. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA NA CORTE. MATÉRIA COM 
REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. 
(RE 613033 RG, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 14/04/2011, DJe-110 
DIVULG 08-06-2011 PUBLIC 09-06-2011 EMENT VOL-02540-02 PP-00284 ) 
 
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. 
AUXÍLIO-ACIDENTE. ART. 86, § 1o., DA LEI 8.213/91, COM A REDAÇÃO DADA PELA 
LEI 9.032/95. BENEFÍCIO CONCEDIDO SOB O MANTO DA LEGISLAÇÃO MAIS 
BENÉFICA. CABIMENTO DA MAJORAÇÃO DO PERCENTUAL. 
ORIENTAÇÃO DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REPERCUSSÃOGERAL. RE 613.033/SP. PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM. AGRAVO 
REGIMENTAL DO INSS DESPROVIDO. 
1. Esta Corte, alinhando-se à orientação do Supremo Tribunal Federal, pacificou 
o entendimento de que o aumento do percentual do auxílio-acidente, 
estabelecido pela Lei 9.032/95, que alterou o § 1o., do art. 86 da Lei 8.213/91, 
aplica-se, tão somente, aos benefícios concedidos a partir de sua vigência. 
2. Em atenção ao princípio Tempus Regit Actum, o auxílio-acidente deverá ser 
calculado de acordo com o disposto na legislação em vigor na data da sua 
 
4
 Ao que se denomina de “aplicação imediata”, “retroatividade mínima” ou “retroatividade imprópria”. 
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concessão. No caso dos autos, o benefício foi concedido em 15.5.2005, razão pela 
qual deverá observar o disposto na Lei 9.032/95. 
3. Agravo Regimental do INSS desprovido. 
(AgRg no REsp 1225427/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/12/2013, DJe 19/12/2013) 
Sepultado esse imbróglio, os embates migraram para o diploma a ser aplicado 
quando da análise do cabimento do auxílio-acidente. Entendeu o Superior Tribunal de 
Justiça que incidirá sobre o caso concreto a lei vigente à época do fato gerador, e não 
do acidente. Por fato gerador, tem-se a consolidação das lesões com o aparecimento 
das sequelas. 
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 
535 DO CPC. AUSÊNCIA DE OMISSÃO OU NULIDADE. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 
AUXÍLIO-ACIDENTE. NÃO CABIMENTO. REDUÇÃO DA CAPACIDADE. 
TRABALHO EXERCIDO. INOCORRÊNCIA. AGRAVO DESPROVIDO. 
I. A omissão no julgado que enseja violação ao artigo 535 da Norma Processual é 
aquela referente às questões, de fato ou de direito, trazidas à apreciação do 
magistrado, e não a relativa às teses defendidas pelas partes a propósito daquelas 
questões. Mesmo porque as teses jurídicas podem ser rechaçadas implicitamente 
pelo julgador. 
II. In casu, não padece o julgado recorrido de qualquer omissão ou nulidade, 
porquanto decidiu fundamentadamente as questões trazidas à sua apreciação. É 
cediço que não pode a parte tachar o julgamento de nulo tão-somente porque 
contrário a seus interesses. 
III - Esta Corte Superior já consolidou o entendimento no sentido de que, o 
auxílio-acidente será concedido, como indenização ao segurado, quando após a 
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, 
resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que 
eventualmente exercia. Hipótese em que não há redução da capacidade para o 
exercício da atividade habitualmente desempenhada pela parte-agravante. 
IV. Agravo interno desprovido. 
(AgRg no REsp 1055170/PR, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado 
em 26/10/2010, DJe 22/11/2010) 
 
5º. Data de início do benefício (DIB) 
Tal como na aposentadoria por invalidez, o legislador presume que, em 
princípio, o indivíduo receberá auxílio-doença. Logo, de regra, a DIB será o dia seguinte 
à cessação do auxílio-doença. 
 
6º. Outras observações 
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Coetaneamente, o auxílio-acidente é inacumulável com outra aposentadoria, 
porquanto o valor a ele referente passará a integrar o salário de contribuição, para fins 
de cálculo do benefício de aposentadoria. 
Registre-se que o referido benefício não é somado à aposentadoria. Como dito, 
integra, apenas, o cálculo do salário de contribuição do qual se extrairá o salário de 
benefício. 
Lei 8.213/91, Art. 31. O valor mensal do auxílio‑acidente integra o salário de 
contribuição, para fins de cálculo do salário de benefício de qualquer 
aposentadoria, observado, no que couber, o disposto no artigo 29 e no artigo 86, 
§ 5º. 
c/c 
Lei 8.213/91, Art. 86, § 2º O auxílio‑acidente será devido a partir do dia seguinte 
ao da cessação do auxílio‑ doença, independentemente de qualquer remuneração 
ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qual quer 
aposentadoria. 
Até a Lei 9.528 de 1997, o auxílio-acidente era vitalício. 
 
SSIITTUUAAÇÇÕÕEESS PPOOSSSSÍÍVVEEIISS DDEE CCUUMMUULLAAÇÇÃÃOO EE IINNVVEERRSSÃÃOO DDEE JJUURRIISSPPRRUUDDÊÊNNCCIIAA 
(i) Aposentadoria e auxílio-acidente 
anteriores à Lei 9.528 de 1997 
Tempus regit actum. Direito adquirido à 
mantença de ambos 
(ii) Aposentadoria e auxílio-acidente 
posteriores à Lei 9.528 de 1997 
Tempus regit actum. Impossibilidade de 
acumulação entre os benefícios 
(iii) Auxílio-acidente anterior à Lei 9.528 de 
1997 e aposentadoria posterior à referida Lei 
O STJ modificou a posição sedimentada há 
anos5 e passou a entender que o auxílio-
acidente, ainda que concedido em época 
anterior à Lei, não é vitalício e, portanto, não 
pode ser cumulado 
 
1.1.4. Benefícios acidentários 
Auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente podem ter 
natureza acidentária, contexto em que escapará da Justiça Federal a competência para 
seu processamento e julgamento. 
 
5
 Por muito tempo, defendeu-se a vitaliciedade do auxílio-acidente concedido anteriormente à Lei 
9.528/97. 
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O conceito de acidente do trabalho é trazido pelo artigo 19 da Lei 8.213/91: 
Lei 8.213/91, Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do 
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados 
referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. 
Exemplo: funcionário, durante seu expediente de trabalho, que quebra o pé 
após cair sobre o membro uma pesada bigorna. 
Há duas principais relevâncias que demandam a visualização do caráter 
acidentário do benefício: (i) competência da justiça estadual para o julgamento; (ii) 
estabilidade conferida ao segurado, por dozes meses, quando de seu retorno ao 
trabalho. 
O artigo 20 da Lei 8.213/91,por sua vez, consigna situações que também serão 
consideradas acidente de trabalho: 
Lei 8.213/91, Art. 20. Consideram‑se acidente do trabalho, nos termos do artigo 
anterior, as seguintes entidades mórbidas: 
I – doença profissional [exemplo: tendinite em uma digitadora], assim entendida 
a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada 
atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho 
e da Previdência Social; 
II – doença do trabalho [exemplo: problemas respiratórios desencadeados em 
uma digitadora por conta do ambiente empoeirado no qual trabalha], assim 
entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que 
o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação 
mencionada no inciso I. 
O acidente do trabalho deve ser comunicado até o primeiro dia útil seguinte, 
salvo se houver morte, hipótese em que a cientificação terá de ser imediata. 
Lei 8.213/91, Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à 
Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso 
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável 
entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, 
sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência 
Social. 
Pelo fato de a ocorrência de acidentes de trabalho implicar, dentre outras 
coisas, o aumento da alíquota de algumas contribuições6, algumas empresas tentam 
mascarar as doenças profissional e do trabalho. 
 
6
 O percentual da RAT variará, conforme o caso, de 1,5% a 6%, eis que pode haver redução de 50% ou 
aumento de até 100%. 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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De olhos bem abertos para isso, o legislador editou a Lei 11.430/2006 
estabeleceu doenças relacionadas em relação às quais milita presunção de que se trate 
de acidentes do trabalho. Cuida-se do nexo técnico epidemiológico, o qual consiste 
numa relação de doenças vinculadas à atividade da empresa as quais engendram a 
pressuposição do caráter acidentário. 
Exemplo: surgimento de silicose nos trabalhadores da indústria de amianto. 
Há, portanto, com o NTEP, uma inversão do ônus da prova, o qual migra para a 
da empresa, a quem incumbe demonstrar que ao evento incapacitante não se pode 
emprestar o manto de acidente de trabalho. 
O artigo 21 da Lei 8.213/91 dispõe sobre os casos que serão equiparados a 
acidente de trabalho: 
Lei 8.213/91, Art. 21. Equiparam‑se também ao acidente do trabalho, para efeitos 
desta Lei: 
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja 
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua 
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a 
sua recuperação; 
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em 
consequência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou 
companheiro de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa 
relacionada ao trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de 
companheiro de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de 
força maior; 
III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício 
de sua atividade; 
IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de 
trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da 
empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo 
ou proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por 
esta dentro de seus planos para melhor capa citação da mão de obra, 
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de 
propriedade do segurado; 
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d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, 
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do 
segurado. 
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação 
de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o 
empregado é considerado no exercício do trabalho. 
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão 
que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às 
consequências do anterior.

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