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AULA 4 APOSTILA

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OAB XVII EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
1 
APOSTILA DE RECLAMAÇÃO TRABLHISTA 
 
► SALÁRIO IN NATURA 
 
O caput do artigo 458, CLT, refere-se ao salário pago em utilidades, como a habitação, a 
alimentação, o vestuário, dentre outros. É o chamado salário in natura. 
 
“As utilidades salariais são aquelas que se destinam a atender às necessidades individuais 
do trabalhador, de tal modo que, se não as recebesse, ele deveria despender de parte do seu 
salário para adquiri-las. As utilidades salariais não se confundem com as que são fornecidas para 
melhor execução do trabalho (fornecidas PARA O TRABALHO). Estas se equiparam a instrumento 
de trabalho e, consequentemente, não tem feição salarial”. 
 
 
 PELO TRABALHO CARÁTER SALARIAL 
SALÁRIO IN NATURA 
 PARA O TRABALHO NÃO TEM CARÁTER 
SALARIAL 
 
 O valor da parcela paga in natura integra o salário do empregado quando preenchidos os 
seguintes requisitos: a) a utilidade houver sido concedida de forma habitual; b) gratuita; c) pelos serviços 
prestados; d) destituída de caráter nocivo à saúde do empregado (bebidas alcoólicas, drogas, cigarros – 
art. 458, CLT e súmula 367, II, TST) e e) quando não houver lei retirando a natureza salarial da parcela 
(art. 458, § 2º, CLT). 
Dessa forma, influenciarão no cálculo de todas as verbas trabalhistas que tem como base de 
cálculo o próprio salário (art. 458, caput, CLT). 
 
Art. 458, CLT. Além do pagamento em dinheiro, compreende-
se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, 
habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a 
empresa, por força do contrato ou costume, fornecer 
habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o 
pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. 
§ 1º. Os valores atribuídos às prestações in natura deverão ser 
justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os 
dos percentuais das parcelas componentes do salário mínimo 
(arts. 81 e 82). 
(...) 
§ 3º. A habitação e a alimentação fornecidas como salário 
utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não 
poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por 
cento) e 20% (vinte por cento) do salário contratual. 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVII EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
2 
§ 4º. Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário 
utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão 
do justo valor da habitação pelo número de coocupantes, 
vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade 
residencial por mais de uma família. 
 
Os percentuais fixados no parágrafo terceiro do art. 458 da CLT aplicam-se apenas quando os 
empregados recebem salário mínimo (súmula 258, TST). 
 
Súmula 258, TST. Os percentuais fixados em lei relativos ao 
salário in natura apenas se referem às hipóteses em que o 
empregado percebe salário mínimo, apurando-se, nas demais, 
o real valor da utilidade. 
 
Ressalte-se que a alimentação fornecida pelo empregador tem natureza salarial (art. 458, caput, 
da CLT e súmula 241 do TST). 
 
Súmula 241, TST. O vale para refeição, fornecido por força do 
contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a 
remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. 
 
A alimentação fornecida pelo empregador não terá natureza salarial quando: a) estiver pactuado, 
em norma coletiva, que o auxílio-alimentação terá caráter indenizatório ou b) quando a empresa aderir 
ao PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador (OJ 133, SDI-1, TST). 
 
OJ 133, SDI – 1, TST. A ajuda alimentação fornecida por 
empresa participante do programa de alimentação ao 
trabalhador, instituído pela Lei 6321/76, não tem caráter 
salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito 
legal. 
 
 Atenção! Na recente OJ 413 da SDI-1, o TST esclareceu que o caráter indenizatório da 
alimentação fornecida pelo empregador somente se aplica aos empregados contratados após a 
pactuação em norma coletiva que assegure caráter indenizatório ao auxílio ou após a adesão ao PAT. In 
verbis: 
 
OJ 413, SDI-1, TST. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. ALTERAÇÃO 
DA NATUREZA JURÍDICA. NORMA COLETIVA OU ADESÃO 
AO PAT. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) 
A pactuação em norma coletiva conferindo caráter 
indenizatório à verba "auxílio-alimentação" ou a adesão 
posterior do empregador ao Programa de Alimentação do 
Trabalhador — PAT — não altera a natureza salarial da 
parcela, instituída anteriormente, para aqueles empregados 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVII EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
3 
que, habitualmente, já percebiam o benefício, a teor das 
Súmulas nos 51, I, e 241 do TST. 
 
Caso o examinador relate que o empregador fornecia em caráter habitual o auxílio-alimentação, 
computando-o no salário do reclamante para o cálculo das demais verbas e, posteriormente, em razão 
de adesão ao PAT, por exemplo, venha a considerá-lo de natureza indenizatória, o examinando deve 
alegar a ocorrência de redução salarial e requerer a sua integração (soma) ao salário desde a supressão 
para fins de gerar reflexos das demais parcelas. 
 
Não têm natureza salarial as utilidades fornecidas pelo empregador descritas no art. 458, § 2º 
da CLT e súmula 367, do TST. 
 
Art. 458, § 2º, CLT. Para os efeitos previstos neste artigo, não 
serão consideradas como salário as seguintes utilidades 
concedidas pelo empregador: 
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos 
aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a 
prestação do serviço; 
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de 
terceiros, compreendendo os valores relativos à matrícula, 
mensalidade, anuidade, livros e material didático; 
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e 
retorno, em percurso servido ou não por transporte público; 
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada 
diretamente ou mediante seguro-saúde; 
V – seguros de vida e de acidentes pessoais; 
VI – previdência privada; 
VII – (vetado) 
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. 
 
Súmula 367, TST. 
I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo 
empregador ao empregado, quando indispensáveis para a 
realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, 
no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também 
em atividades particulares. 
II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua 
nocividade à saúde. 
 
 Quanto ao salário in natura, de modo geral, a importância para a prova prático-profissional está 
em saber que quando o empregador fornece ao empregado salário in natura seu valor integra-se (soma-
se) ao seu salário para gerar reflexo em outras parcelas. Caso o examinador relate que isso não ocorria, 
então cabe ao examinando requerer tal integração. 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVII EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
4 
 Nesse caso, devemos postular a integração da parcela, bem como reflexos nos consectários 
legais. 
 
 Proposta (exemplo): 
O empregador pagava para seu empregado, durante os cinco anos em que perdurou o contrato 
de trabalho, o aluguel de um veículo no valor de R$ 500,00 mensais, apenas para que este tivesse mais 
conforto, sendo absolutamente desnecessário para o trabalho. Esclarece o empregadoque o empregador 
não computava tal valor em seu salário para fins de aviso prévio, décimo terceiro, férias acrescidas de 
1/3 e FGTS (depósitos + multa de 40%). 
 Obs.: o examinando deve pedir a integração de tal valor ao salário do reclamante e as projeções, 
da seguinte maneira: 
 
 II – Mérito 
 01. Salário in natura 
A reclamada pagava mensalmente em favor do reclamante, durante os cinco anos em que 
perdurou o contrato de trabalho, aluguel de um veículo no valor de R$ 500,00 mensais, apenas para que 
ele tivesse mais conforto, sendo absolutamente desnecessário para o trabalho. (Fato) 
Nos termos do art. 458 da CLT, as utilidades fornecidas pelo empregador de forma habitual; 
gratuita; pelos serviços prestados; destituída de caráter nocivo à saúde do empregado e quando não há 
lei retirando a natureza salarial da parcela (art. 458, § 2º, CLT), como no caso em questão, possuem 
natureza salarial, devendo, portanto, integrar o seu salário para fins de projeções legais. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a integração do valor do aluguel pago mensalmente pela reclamada 
para fins de reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral 
e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS (depósitos e multa de 40%). 
Por fim, requer a retificação da CTPS do reclamante, de modo a contar o seu real salário, nos 
termos do artigo 29, § 1º, da CLT. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final dos parágrafos buscam 
apenas orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
 
C) DURAÇÃO DO TRABALHO 
 
► HORAS EXTRAS 
 
Vários doutrinadores distinguem as expressões: jornada de trabalho e horário de trabalho. Alice 
Monteiro de Barros leciona que “jornada é o período, durante um dia em que o empregado permanece à 
disposição do empregador, trabalhando ou aguardando ordens (art. 4°, CLT). Já o horário de trabalho 
abrange o período que vai do início ao término da jornada, como também os intervalos que existem 
durante o seu cumprimento”. 
O art.4º estabelece que se considera como de serviço o período em que o empregado estiver à 
disposição do empregador, aguardando o ou executando ordens. Observe: 
Art. 4, CLT. Considera-se como de serviço o período em que 
o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando 
 
 
 
 
 
 
 
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ou executando ordens, salvo disposição especial 
expressamente consignada. 
 
O limite da jornada de trabalho é de 8 (oito) horas diárias (art. 7º, XIII, CF e art. 58, CLT) e 44 
horas semanais, conforme o (art. 7º, XIII, da CF). Extrapolados quaisquer desses limites, as horas 
excedentes devem ser postuladas como horas extras, acrescidas do adicional de 50% , nos termos do 
art. 7º, XVI, da CF e art. 59, § 1º, da CLT. 
Observe a legislação referida: 
 
Art. 7, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas 
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a 
compensação de horários e a redução da jornada, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho[...] 
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no 
mínimo, em cinquenta por cento à do normal; [...] 
 
Art. 58, CLT. A duração normal do trabalho, para os 
empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 
8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado 
expressamente outro limite. 
 
Art. 59, CLT. A duração normal do trabalho poderá ser 
acrescida de horas suplementares, em número não excedente 
de duas, mediante acordo escrito entre empregador e 
empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. 
§ 1º. Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá 
constar, obrigatoriamente, a importância remuneração da hora 
suplementar, que será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) 
superior à da hora normal. 
 
 Segue exemplo de pedido de horas extras: 
 
I – MÉRITO 
01. Horas extras 
 
Durante todo o pacto laboral laborou de segunda a sábado, das 08h00 às 22h00, sem receber 
pelas horas extras trabalhadas. (Fato) 
Nos termos do art. 7º, XIII, da CF e do artigo 58 da CLT, é direito do trabalhador a duração máxima 
do trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, os quais foram extrapolados no curso da relação de 
trabalho. (Fundamento) 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
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Diante do exposto, postula-se a condenação da reclamada ao pagamento das horas 
extraordinárias, assim consideradas todas as horas excedentes da 8ª diária e 44ª semanal, acrescidas 
do adicional de 50%, nos termos do art. 7º, XVI, CF e art. 59, § 1º, da CLT, bem como, reflexos em verbas 
contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias 
integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%) (Pedido). 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas 
orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
► INTERVALO INTRAJORNADA 
O intervalo intrajornada é concedido para alimentação e repouso durante a jornada de trabalho. 
Quando esta ultrapassar 6 (seis) horas diárias, o intervalo deverá ser de no mínimo 1 (uma) e no máximo 
2 (duas) horas, salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho que poderão elastecer o intervalo. 
O intervalo intrajornada não é computado na jornada de trabalho (art. 71, § 2º, CLT), salvo quando 
não estiver previstos em lei (súmula 118, TST) ou quando a mesma estabelecer que deva ser computado. 
Seguem exemplos em que o próprio legislador estabelece que os intervalos serão computados na 
jornada de trabalho: 
• empregados que atuam no serviço permanente de mecanografia e digitação: 10 minutos de 
intervalo para cada 90 minutos t\rabalhados consecutivamente (art. 72 da CLT e Súmula 346, 
TST); 
• empregados que trabalham em câmaras frias: 20 minutos de descanso para cada 1 hora e 40 
minutos de trabalho (art. 253, CLT); 
• empregados que trabalham em minas e subsolo tem direito a intervalo de 15 minutos para 
cada 3 horas de trabalho (art. 298, CLT). 
Mesmo que a jornada contratual de trabalho do empregado seja de 6 (seis) horas, se extrapolada 
habitualmente, é devido intervalo de no mínimo (uma) 1 hora. Nesse sentido é a súmula 437, IV, TST. 
O empregador que não conceder o intervalo intrajornada fica obrigado a remunerar o período 
correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de 
trabalho (art. 71, § 4º, CLT e Súmula 437, I, TST). 
Mesmo que a supressão do intervalo seja parcial (concessão de intervalo de 45 minutos, quando 
devido no mínimo uma hora de intervalo), o empregador será obrigado a remunerar ao empregado o valor 
correspondente ao período integral do repouso, ou seja, deverá pagar uma hora acrescida de 50%. Isso 
porque a supressão do intervalo intrajornada, ainda que parcial, inviabiliza a sua finalidade, que é a de 
garantir ao empregado o tempo adequado para alimentação e repouso. Portanto, o empregador deverá 
remunerar a hora “cheia” acrescida do adicional de 50%. 
 
Súmula 437, TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA 
REPOUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA 
CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 
342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT 
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
... 
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada deseis horas de 
trabalho, é devido o 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
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7 
gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando 
o empregador a remunerar o período para descanso e 
alimentação não usufruído como extra, acrescido do 
respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e 
§ 4º da CLT. 
 
Art. 71, CLT. Em qualquer trabalho contínuo cuja duração 
exceda de seis horas, é obrigatória a concessão de um 
intervalo para repouso ou alimentação, o qual será no mínimo, 
de uma hora e, salvo acordo ou contrato coletivo em contrário, 
não poderá exceder de duas horas. 
§ 1º. Não excedendo de seis horas o trabalho, será, entretanto, 
obrigatório um intervalo de quinze minutos quando a duração 
ultrapassar quatro horas. 
§ 2º. Os intervalos de descanso não serão computados na 
duração do trabalho. 
§ 3º. O limite mínimo de uma hora para repouso e refeição 
poderá ser REDUZIDO por ato do Ministério do Trabalho, 
quando, ouvido o Departamento Nacional de Segurança e 
Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende 
integralmente às exigências concernentes à organização dos 
refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem 
sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. 
§ 4º. Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto 
neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará 
obrigado a remunerar o período correspondente com um 
acréscimo de no mínimo 50% (CINQÜENTA POR CENTO) 
SOBRE O VALOR DA REMUNERAÇÃO DA HORA NORMAL 
DE TRABALHO. 
 
Ressalte-se que o intervalo tem natureza salarial, nos termos da súmula 437, III, do TST. 
Observe o disposto na súmula 437 do TST: 
 
Súmula 437, TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA 
REPOUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA 
CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 
342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT 
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a 
concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para 
repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, 
implica o pagamento total do período correspondente, e não 
apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 
50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho 
(art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada 
de labor para efeito de remuneração. 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de 
trabalho contemplando a supressão ou redução do 
intervalo intrajornada porque este constitui medida de 
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma 
de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), 
infenso à negociação coletiva. 
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, 
da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de 
julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo 
empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e 
alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras 
parcelas salariais. 
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de 
trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de 
uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período 
para descanso e alimentação não usufruído como extra, 
acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no 
art. 71, caput e § 4º da CLT. 
 
 Em razão disso, sempre que o examinando postular a condenação da reclamada ao pagamento 
do intervalo intrajornada deve postular também os reflexos. 
 Segue exemplo de pedido do intervalo: 
 
II - Mérito 
01. Intervalo Intrajornada 
O Reclamante cumpria a jornada de 7 horas diárias, usufruindo apenas 30 minutos para repouso 
e alimentação. (Fato) 
Nos termos do art. 71 da CLT o empregado que trabalho mais de 6 horas diárias faz jus a, no 
mínimo, 1 hora de intervalo intrajornada para descanso e alimentação. (Fundamento) 
 Diante da exposição, requer a condenação da reclamada ao pagamento da hora cheia do 
intervalo acrescida do adicional de 50%, nos termos do art. 71, § 4º, da CLT e súmula 437, I, do TST, 
bem como, reflexos, uma vez que o intervalo tem natureza salarial nos termos da súmula 437, III do 
TST, em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e 
proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa 
de 40%). (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas 
orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
► INTERVALO INTERJORNADAS 
 
O intervalo interjornada refere-se ao intervalo entre um dia e outro de trabalho, isto é, entre duas 
jornadas de trabalho. A duração do intervalo interjornada é, em regra, de pelo menos 11 horas 
consecutivas. Observe o art. 66 da CLT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
Art. 66, CLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um 
período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para 
descanso. 
 
 Caso entre uma jornada de trabalho e a seguinte, o período de descanso seja de apenas 8 horas, 
por exemplo, o empregado fará jus a 3 horas acrescidas do adicional de 50%, por aplicação analógica do 
art. 71, § 4º da CLT e súmula 110 do TST (OJ 355, SDI-1, TST). 
 
OJ 355, SDI-1, TST. INTERVALO INTERJORNADAS. 
INOBSERVÂNCIA. HORAS EX-TRAS. PERÍODO PAGO 
COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO 
ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT. DJ 14.03.2008. 
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no 
art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos 
previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, 
devendo-se pagar a integralidade das horas que foram 
subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. 
 
Súmula 110, TST. JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO 
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida 
ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo 
mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre 
jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, 
inclusive com o respectivo adicional. 
 
Observe o exemplo: 
I – MÉRITO 
01. Intervalo Interjornadas 
Durante todo o período contratual o reclamante lavorava nas segundas-feiras das 9h às 18h00, 
iniciando sua jornada de trabalho nas terças-feiras, às 2h, ou seja, usufruindo apenas 8 horas de intervalo 
interjornadas. (Fato) 
Nos termos do art. 66 da CLT, entre 2 (duas) jornadas de trabalho deverá haver um período 
mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso, o qual não foi observado. O desrespeito ao 
intervalo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no 
§ 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, ou seja, a integralidade das horas que foram subtraídas 
do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das horas faltantes para 
completar as 11 horas de descanso, acrescidas do adicional de 50%, bem como, reflexos em verbas 
contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias 
integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS (depósitos e multa de 40%). (Pedido)Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas 
orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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► DESCANSO SEMANAL REMUNERADO 
 
 Nos termos do art. 7º, XV, da CF e 67 da CLT, todo trabalhador tem direito a um dia de descanso 
semanal remunerado, o qual deve ser concedido preferencialmente aos domingos. O art. 1º da lei 605/49 
também estabelece que todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 horas 
consecutivas, preferentemente aos domingos, e ao descanso remunerado nos feriados civis e religiosos. 
 Para fazer jus ao descanso semanal remunerado os requisitos são assiduidade e pontualidade 
(art. 6º, Lei 605/49). Nesses casos, o empregado perderá tão somente a remuneração do dia de descanso 
e não o direito de não trabalhar. 
 O trabalho prestado em domingos e em feriados, não compensado, deve ser pago em dobro 
(súmula 146, TST). 
 Nesse sentido seguem os dispositivos referidos: 
 
Art. 7, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
... 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos; 
 
Art. 67, CLT. Será assegurado a todo empregado um 
descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, 
o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade 
imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo 
ou em parte. 
Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos 
domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será 
estabelecida escala de revezamento, mensalmente 
organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização. 
 
Art. 1º, Lei 605/49. Todo empregado tem direito ao repouso 
semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, 
preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências 
técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de 
acordo com a tradição local. 
 
Art. 6º, Lei 605/49. Não será devida a remuneração quando, 
sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado 
durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o 
seu horário de trabalho. 
§ 1º São motivos justificados: 
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da 
Consolidação das Leis do Trabalho; 
 
 
 
 
 
 
 
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b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério 
da administração do estabelecimento; 
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência 
do empregador, não tenha havido trabalho; 
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em 
virtude do seu casamento; 
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do 
trabalho; 
f) a doença do empregado, devidamente comprovada. 
§ 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico 
da instituição da previdência social a que estiver filiado o 
empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do 
Serviço Social do Comércio ou da Indústria; de médico da 
empresa ou por ela designado; de médico a serviço de 
representação federal, estadual ou municipal incumbido de 
assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo 
estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua 
escolha. 
 
Súmula 146, TST. O trabalho prestado em domingos e 
feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem 
prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. 
 
OJ 410, SDI-1, TST. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. 
CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE 
TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT 
divulgado em 22, 25 e 26.10.2010) 
Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal 
remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, 
importando no seu pagamento em dobro. 
 
1I – MÉRITO 
01. Descanso Semanal Remunerado 
Durante todo o período contratual o reclamante jamais usufruiu de descanso semanal 
remunerado. (Fato) 
Nos termos do art. 7º, XV da CF, 67 da CLT e art. 1º da Lei 605/49, tal descanso, preferencialmente 
aos domingos, trata-se de direito dos trabalhadores. Sua inobservância implica o pagamento em dobro 
do período correspondente, nos termos da súmula 146 do TST. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento dos dias de descanso 
semanal remunerado em dobro. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas 
orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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► INTERVALO INTERJORNADAS E DESCANSO SEMANAL REMUNERADO 
 
Há uma peculiaridade no que concerne ao intervalo interjornadas e ao descanso semanal 
remunerado. Quando entre uma jornada de trabalho e outra estiver o repouso semanal remunerado, de 
24 horas, este deve ser somado ao intervalo interjornadas de 11 horas. Quando o empregado termina 
sua jornada de trabalho no sábado, retornando a trabalhar apenas na segunda-feira, por exemplo, por se 
tratar o domingo de dia de descanso semanal remunerado, o empregado deve usufruir de 35 horas de 
descanso entre o término da jornada no sábado e o início da seguinte, na segunda-feira, sendo 11 horas 
relativas ao intervalo interjornada e 24 em razão do DSR. As horas faltantes para completar as 35 deverão 
ser pagas como horas extras acrescidas do adicional de 50%. 
Segue exemplo: 
 
I – MÉRITO 
01. Intervalo Interjornadas e Descanso Semanal Remunerado 
Durante todo o período contratual, uma vez por mês, o reclamante laborava aos sábados até às 
22h00 e iniciava sua jornada na segunda-feira subsequente às 06h00. (Fato) 
Nos termos do art. 66 da CLT, entre duas jornadas de trabalho deve ser observado um intervalo 
mínimo de descanso de 11 horas consecutivas de descanso e, conforme estabelece o art. 7º, XV da CF, 
67 da CLT e art. 1º da Lei 605/49, o trabalhador tem direito a um dia de descanso semanal remunerado, 
preferencialmente aos domingos. Assim, quando entre uma jornada de trabalho e outra estiver o repouso 
semanal remunerado, de 24 horas, este deve ser somado ao intervalo interjornadas de 11 horas, 
totalizando um período de descanso de 35 horas. Período este que não foi observado, uma vez que entre 
uma jornada e outra de trabalho decorreu apenas 32 horas. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de 3 horas extras 
acrescidas do adicional de 50%, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso 
prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 
e FGTS (depósito e multa de 40%). (Pedido) 
 
Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas 
orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
► ADICIONAL NOTURNO 
 
 O horário noturno, no meio urbano, é das 22h00 às 05h00. A hora noturna não corresponde a 60 
minutos, mas sim a 52 minutos e 30 segundos. Ao trabalho no período noturno, assegura-se um 
acréscimo de 20% sobre o valor da hora diurna. 
 No meio rural, o trabalho noturno é disciplinado pelo art. 7º da Lei 5889/73, o qual estabelece que 
se considera noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h00 às 05h00 e, na pecuária, das 20h00 
às 04h00. A hora noturna é de 60 minutos e o adicional é de 25%. 
 O art. 73 da CLT afasta o direito ao adicional noturno dos empregados que trabalhamem turnos 
ininterruptos de revezamento. Tal disposição, entretanto, não foi recepcionada pela Constituição de 1998, 
que em seu art. 7º, IX, CF, assegura a todos indistintamente o direto ao adicional noturno (súmula 213, 
STF). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 7º, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
... 
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
 
 
Súmula 213, STF. É devido o adicional de serviço noturno, 
ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento. 
 
Art. 73, CLT. Salvo nos casos de revezamento semanal ou 
quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do 
diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo 
de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 
minutos e 30 segundos. 
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o 
trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas 
do dia seguinte. 
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se 
tratando de empresas que não mantêm, pela natureza de suas 
atividades, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista 
os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza 
semelhante. Em relação às empresas cujo trabalho noturno 
decorra da natureza de suas atividades, o aumento será 
calculado sobre o salário mínimo geral vigente na região, não 
sendo devido quando exceder desse limite, já acrescido da 
percentagem. 
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem 
períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho 
noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos. 
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto 
neste capítulo. 
 
Em síntese, nos termos do art. 73 da CLT, tem-se que: 
a) considera-se noturno, para efeitos desse artigo, o trabalho urbano executado entre as 22 horas 
de um dia e as 5 horas do dia seguinte. 
b) o adicional noturno é de, no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna. 
c) a hora de trabalho noturna será computada como sendo de 52 minutos e 30 segundos. 
Destaca-se acerca do adicional noturno a Súmula 60 do TST. Observe: 
 
Súmula 60, TST. I - O adicional noturno, pago com 
habitualidade, integra o salário do empregado para todos os 
efeitos. II - Cumprida integralmente a jornada no período 
 
 
 
 
 
 
 
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noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional 
quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. 
 Segue o exemplo: 
 
 II – MÉRITO 
 01. Adicional noturno 
 A jornada do reclamante iniciava-se às 22 horas e encerrava-se às 5 horas do dia seguinte, quando 
chegava o outro empregado da reclamada. Apesar de trabalhar no período noturno, o reclamante sempre 
recebeu o mesmo salário que o empregado que laborava no período diurno. (Fato) 
Nos termos do art. 7º, IX da Constituição Federal, o trabalho prestado no período noturno terá 
remuneração superior ao do período diurno. O art. 73 da CLT estabelece que o adicional deve ser de 
20% sobre o valor da hora diurna. Adicional este que jamais foi pago ao reclamante. (Fundamento) 
 Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional noturno, no 
importe de 20% do valor da hora diurna, em relação às horas trabalhadas no período noturno, bem como, 
reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e 
proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa 
de 40%). (Pedido) 
 
 É possível transferir o empregado do período noturno para o diurno, retirando-lhe o adicional 
noturno, por se tratar de alteração contratual mais benéfica para a saúde do trabalhador (art. 468 da CLT 
e súmula 265, TST). 
 
Súmula 265, TST. A transferência para o período diurno de 
trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. 
 
 Acerca do adicional noturno é importante destacar: 
● É vedado ao menor o trabalho noturno (art. 7º, XXXIII, CF). 
● Súmula 214, STF: a duração legal da hora de serviço noturno (52 minutos e 30 segundos) 
constitui vantagem suplementar, que não dispensa o salário adicional. 
● OJ 97, SDI – 1, TST: o adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no 
período noturno. 
● Súmula 402, STF: o vigia noturno tem direito a salário adicional. 
● Advogados – art. 20, §3, Lei 8906/94: o trabalho noturno é o compreendido entre às 20h00 e 
05h00 e o adicional é de 25%. 
● No meio rural: o trabalho noturno é disciplinado pelo art. 7º da Lei 5889/73, o qual estabelece que 
se considera noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h00 às 05h00 e, na pecuária, das 20h00 
às 04h00. A hora noturna é de 60 minutos e o adicional é de 25%. 
 
 
D) MULTA DO ART. 467 DA CLT 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 A defesa da reclamada, no Processo do Trabalho, sempre será ofertada na primeira audiência, 
momento em que deverá contestar todas as verbas pleiteadas pelo reclamante, sob pena de restarem 
incontroversas. 
 Nesse diapasão, todas as verbas não contestadas pelo empregador são devidas ao empregado 
e devem ser quitadas em primeira audiência, sob pena de multa de 50%. 
 
Art. 467, CLT. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, 
havendo controvérsia sobre o montante das verbas 
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, 
à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte 
incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas 
de cinquenta por cento. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e as suas 
autarquias e fundações públicas. 
 
 O parágrafo único do artigo referido prevê uma exceção ao caput: a multa não é aplicável à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e as suas autarquias e fundações públicas. 
 Segue exemplo: 
II – MÉRITO 
02. MULTA DO ART. 467, CLT 
 Nos termos do artigo 467 da CLT, o Reclamante requer que o pagamento das verbas 
incontroversas seja realizado em primeira audiência, sob pena da incidência de multa de 50% sobre o 
valor correspondente. 
 
E) MULTA DO ART. 477 DA CLT 
 
 A rescisão de um contrato de trabalho enseja o pagamento das verbas rescisórias ao empregado. 
O empregador, ao efetuar esse pagamento, deve observar o prazo legal estipulado pelo artigo 477, §6º 
da CLT. 
 O pagamento das verbas rescisórias possui dois prazos distintos que são definidos em função do 
aviso prévio. Observe: 
AVISO PRÉVIO PRAZO PARA PAGAMENTO DAS VR 
Cumprido 1º dias útil após do término 
Indenizado 10 dias corridos 
 
O artigo 477, § 6º, alínea “a” da CLT, afirma que, se o aviso prévio for cumprido, o pagamento das 
verbas rescisórias deve ser realizado até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato. 
A alínea “b”, por sua vez, afirma que se o aviso prévio for indenizado, o pagamento deverá ser 
efetuado até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão. Note que NÃO é o décimo dia 
útil. A contagem do prazo é de 10 (dez) dias a partir da dispensa. 
 
 
 
 
 
 
 
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A multa prevista pelo §8º do artigo 477 daCLT só incidirá se o empregador não respeitar o prazo 
legal previsto no §6º para o pagamento das verbas rescisórias. A penalidade prevista corresponde ao 
valor de um salário do empregado percebido à época da dissolução do contrato de trabalho. 
 
Art. 477, CLT. É assegurado a todo empregado, não existindo 
prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e 
quando não haja ele dado motivo para cessação das relações 
de trabalho, o direito de haver do empregador uma 
indenização, paga na base da maior remuneração que tenha 
percebido na mesma empresa. 
§ 6º. O pagamento das parcelas constantes do instrumento de 
rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos 
seguintes prazos: 
a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou 
b) até o décimo dia, contado da data da notificação da 
demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização 
do mesmo ou dispensa de seu cumprimento. 
§ 8º. A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará 
o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao 
pagamento da multa a favor do empregado, em valor 
equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice 
de variação do BTN, salvo quando comprovadamente, o 
trabalhador der causa à mora. 
 
Segue exemplo: 
 
II – MÉRITO 
03. MULTA DO ART. 477, § 8º, CLT 
A reclamada não respeitou o prazo para pagamento das parcelas rescisórias previsto no artigo 
477, §6º da CLT. Diante desse fato, o Reclamante requer a condenação da reclamada ao pagamento de 
multa no valor equivalente ao seu salário, nos termos do §8º do artigo 477 da CLT. 
 
F) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
 Nas relações de trabalho diversas das relações de emprego, os honorários são devidos em razão 
da mera sucumbência (art. 5º, IN 27/2005, TST). 
 Nas relações de emprego os honorários dependem do preenchimento de dois requisitos: a) tratar-
se de reclamante beneficiário da justiça gratuita e b) a assistência por advogado de sindicato (súmulas 
219 e 329, TST e art. 14, Lei 5584/70). 
 Nesse caso os honorários são devidos à razão de até 15% (quinze por cento) reversíveis ao 
sindicato da categoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Súmula 219, TST. I - Na Justiça do Trabalho, a condenação 
ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 
15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da 
sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da 
categoria profissional e comprovar a percepção de salário 
inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em 
situação econômica que não lhe permita demandar sem 
prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. 
 
Súmula 329, TST. Mesmo após a promulgação da 
Constituição da República de 1988, permanece válido o 
entendimento consubstanciado na Súmula 219 do Tribunal 
Superior do Trabalho. 
 
 
Alguns, entretanto, defendem que o jus postulandi não teria sido recepcionado pela Constituição 
da República, uma vez que esta, em seu art. 133, CF, estabeleceu que o advogado é essencial à Justiça. 
Entende-se que nesse caso os honorários são sempre devidos em razão da mera sucumbência, no 
importe de 20%, nos termos do art. 20 do CPC. 
 
Art. 20, CPC. A sentença condenará o vencido a pagar ao 
vencedor as despesas que antecipou e os honorários 
advocatícios. Essa verba honorária será devida, também, nos 
casos em que o advogado funcionar em causa própria. 
§ 3º. Os honorários serão fi xados entre o mínimo de 10% 
(dez por cento) e o máximo de 20% (vinte por cento) sobre o 
valor da condenação, atendidos: 
a) o grau de zelo do profissional; 
b) o lugar de prestação do serviço; 
c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo 
advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
 
 EM SÍNTESE: 
 Na petição inicial devemos requerer honorários advocatícios sucumbenciais SEMPRE: 
• nas relações de trabalho diversas das relações de emprego: com fundamento no art. 5º, IN 
27/2005, pedir honorários a razão de 20% (vinte por cento), nos termos do art. 20 do CPC. 
• nas relações de emprego em que o examinador relata que fomos contratados como advogados 
de sindicato: com fundamento nas súmulas 219 e 329, TST e art. 14, Lei 5584/70, requerer 15% 
(quinze por cento) de honorários. 
• nas relações de emprego em que o advogado não pertence ao sindicato: com fundamento no art. 
133 da CF alegar que o jus postulandi não foi recepcionado pela Constituição e requerer 20% 
(vinte por cento) de honorários, nos termos do art. 20, § 3º, CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REQUERIMENTOS FINAIS 
 
Os requerimentos finais são indispensáveis à reclamatória trabalhista. Este tópico compreende os 
seguintes pedidos: a notificação da reclamada, a produção de todos os meios de prova em direito 
admitidos e a procedência dos pedidos, com a condenação da reclamada ao pagamento das verbas 
postuladas, acrescidas de juros e correção monetária. 
 
 
 
REQUERIMENTOS 
FINAIS 
 NOTIFICAÇÃO 
 PRODUÇÃO DE PROVA 
 PROCEDÊNCIA dos pedidos com a 
condenação do reclamado ao pagamento das 
verbas postuladas, acrescida de juros e 
correção monetária 
 
 
Segue exemplo: 
 
IV – REQUERIMENTOS FINAIS 
 Diante do exposto, requer: 
• notificação da Reclamada para oferecer resposta à Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia e 
confissão quanto à matéria de fato. 
• a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental, o 
depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas. 
• Por fim, a procedência dos pedidos com a condenação da reclamada ao pagamento das verbas 
pleiteadas, acrescidas de juros e correção monetária. 
 
 
VALOR DA CAUSA 
 
Por fim, o examinando deve tratar do valor da causa da seguinte maneira: 
• no procedimento ordinário: basta escrever “Atribui-se a causa valor acima de 40 salários 
mínimos”. 
• no procedimento sumaríssimo: indicar o valor resultante da somatória de todos os pedidos 
e caso não seja possível, escrever apenas que “O valor da causa está acima de 2 e não 
ultrapassa 40 salários mínimos”. Isso porque o art. 852-B, I e II, CLT, estabelece que nesse 
procedimento o pedido deve ser certo, determinado e líquido, consequentemente, o 
reclamante deve indicar o valor correspondente a cada pedido, sendo o valor da causa o 
resultado da somatória de todos eles. 
 
FINALIZE A SUA PEÇA! 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Para finalizar sua peça você o candidato deve utilizar as seguintes expressões: 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local, data 
Advogado

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