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Trabalho Socio Violencia Social

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
Curso de Graduação em Psicologia
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Amanda Santos da Silva
Bárbara Lima da Costa de Araújo
Camila Teles Bianco
Dâmaris A. C. Melgaço
Laís Rodrigues da Costa
Talia Barbosa Rodrigues
VIOLÊNCIA SOCIAL
PARANAÍBA 
2016
Amanda Santos da Silva
Bárbara Lima da Costa de Araújo
Camila Teles Bianco
Dâmaris A. C. Melgaço
Laís Rodrigues da Costa
Talia Barbosa Rodrigues
VIOLÊNCIA SOCIAL
Trabalho apresentado à disciplina de Sociologia, como requisito parcial de avaliação.
Profª : Me Juliana Zechi
PARANAÍBA
2016
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é sobre o tema Violência Social. Veremos sua definição, as implicações na vida social urbana, e os diferentes aspectos onde ela se manifesta. Veremos que a Violência Social é um fato social e que ocorre em toda organização social. Ela também reflete o tipo de sociedade e qual os significados da violência dentro dela. Enfim a violência social depende dos estímulos que recebe dentro de cada sociedade. Refletimos também sobre qual seria o papel da sociologia nas análises da violência social e o que interessa a ela no seu estudo. Percebemos então que cada sociedade estabelece até que ponto há de tolerar a violência. A manipulação de poder, a corrupção e o uso da força são aceitos, tolerados e mesmo valorizados, tendo papel fundamental na manutenção do sistema social. A pobreza não é causa da violência, mas quando não recebe um olhar maduro para as necessidades é fonte para a criminalidade e ilegalidade. Surge então um grande problema, chamado violência urbana, caracterizada pelas questões sociais, econômicas, valores culturais, políticos e morais de uma sociedade. Consequentemente junto a essa violência aparecem as violações dos direitos humanos.
DINÂMICA: 
 
Figura 1
A SOCIOLOGIA DA CRIMINALIDADE E VIOLÊNCIA
Seu estudo parte de um foco sociológico, considerando-os em relação com o todo, estruturas sociais e culturais e não como fatos isolados.
Transcende o senso comum, sobretudo porque são temas cotidianos que expressam opinião e pensamento.
Violência e criminalidade são fenômenos distintos. Existem numa sociedade crimes não violentos, e atos violentos não criminosos, dependendo do “Olhar da lei ESTATAL”. Um exemplo disso são a guerra ou a revolução e a violência socialmente aceita (esporte).
Logo violência e criminalidade, embora estejam associadas são fatos diferentes.
Segundo GULLO, Álvaro (1998) a violência social: 
1. A violência é um fenômeno social inerente a qualquer tipo de sociedade; 2. A forma sob a qual se manifesta reflete o tipo de sociedade e mostra o seu significado nessa sociedade; 3. A violência depende, portanto, de estímulos provenientes da própria sociedade. 
Max Weber afirmou “Coerção é legitimo pelo estado a fim de manter a ordem social” e Durkheim considera “A existência do crime é fato social normal. ”
Como já vimos a violência e a criminalidade estão associadas, porém distintas enquanto fenômeno.
O QUE INTERESSA A SOCIOLOGIA, ENTÃO?
Interessa a ela estudar os fenômenos de vandalismo, homicídios, suicídios, teorias do Direito, de criminologia, guerras e conflitos sociais. Numa análise científica (isenta). Dando a eles um Olhar sociológico, que percebe a violência como fenômenos da exclusão, preconceito e pobreza.
VIOLÊNCIA é como uma célula doente que é contida pela defesa orgânica, a taxa dessas unidades mórbidas é alta e precisam individualmente serem tratadas.
Figura 2
Segundo AMARAL (Obras e Ensaios Jurídicos) cada sociedade estabelece até que ponto há de tolerar a violência. O limite à violência é legal e sobretudo social. Dir-se-ia que a violência quando guiada por valores ético-sociais, não pode ser descartada, mas é um mal necessário para a evolução.
De acordo com VOGT (IN) VELHO (antropólogo) a manipulação de poder, a corrupção e o uso da força são aceitos, tolerados e mesmo valorizados, tendo papel fundamental na manutenção do sistema social.
A violência foi legitimada historicamente na sociedade brasileira. Isso nos coloca em pé de igualdade com países em guerra civil.
A Chacina Candelária e Vigário Geral (1993) é um exemplo.
 
Figura 3 e 4
Devidos a esses acontecimentos uma ONG acusou a polícia do Rio de Janeiro de criminalizar a pobreza. Em entrevista à BBC Brasil, o diretor-executivo da ONG Viva Rio, Rubem César Fernandes, afirma que, desde o final da década de 80, o Rio vive picos de violência "em um padrão que se repete", mas que, apesar disso, o número de homicídios vem caindo.
"Para a população, é o horror de sempre. Em um confronto tão violento, em um território tão pequeno, tão denso, é inevitável que ocorram erros", disse. "É uma lógica que nos coloca em um ambiente de insegurança radical, a própria polícia fica insegura." Por isso, segundo ele, embora tenha raízes na pobreza e na miséria a violência não é apenas um fenômeno socioeconômico, mas também ético-moral.
Figura 5
	Figura 6
VIOLÊNCIA E CORRUPÇÃO
	A violência é nutrida pela corrupção, que atinge todos os níveis da administração pública, gerando uma generalizada falta de credibilidade e de confiança nas autoridades, levando os indivíduos a se defenderem por si próprios ou, mais grave, a quererem justiça com as próprias mãos.
	“Perdem-se referencias simbólicas significativas, perdem-se expectativas de convivência social elementares, diz VELHO. 
Pobreza versus Violência
Figura 7
Figura 8
VIOLÊNCIA URBANA
Designa o fenômeno social de comportamento transgressor e agressivo do convívio humano. Típico de grandes cidades. Está ligada às condições sociais e de vida impostas no espaço urbano. É evidente pelo alto índice de criminalidade E PELA Infração dos códigos elementares de conduta civilizada.
Alguns países impingem a outro seu modelo de violência. Populações de países mais pobres aprendem e reproduzem processos violentos originários de expressões artísticas que tem a violência como tema principal. Exemplo: O CINEMA.
Manifestações mais extremadas ocorrem em sociedades onde há tradição cultural de violência e divisões étnicas, sociais e econômicas.
A violência resulta de tensões sociais: Desigualdade e Estrutura “não menos violenta” de privilégios.
A violência se agrava em países cujo funcionamento é precário dos mecanismos de controle social, político e jurídico.
No Brasil, a existência de Instituições frágeis, profunda desigualdade econômica, tradição cultural de violência geram como efeito uma realidade violenta.
Algumas causas que levam a essa realidade são: a aceitação social da ruptura das normas jurídicas; o desrespeito a noção de cidadania e de direito; a violência dos agentes de Estado contra os mais pobres; e o descompromisso com as regras de convívio aceita com certa indiferença. Isso reforça a cultura e o modo como o País enxerga o pobre e a violência que está relacionada a ele. 
São comuns e corriqueiras nas grandes cidades: Impunidade do uso da tortura pela polícia (investigação), Ocupação de espaço público por camelô; Infração de trânsito; Incompetência administrativa; Negligência de toda forma de acidente; Desrespeito ao consumidor.
VIOLÊNCIA URBANA E GRAVES VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS
A problemática da violência tornou-se objeto de discussão e interesse de especialistas. Pesquisas apontam para o seguinte fenômeno: Baixa credibilidade das instituições de segurança e justiça junto à população.
A sociedade brasileira tem acompanhado o aumento da violência e da criminalidade, ao mesmo tempo, observa a ausência de resposta por parte da polícia e para enfrentar o crime a impunidade.
Não há no Brasil uma base nacional de dados sobre: Criminalidade; Roubo; Estupro; Sequestro.
 Há déficit então de informação – registros policiais – impossibilidade de análise comparativa. A única base de registro de dados são oshomicídios, proporcionando comparação em relação à segurança pública.
 Os homicídios dolosos correspondem a 35,7% dos óbitos. 1980 a 1998. Os homicídios vêm aumentando tendência de crescimento como causa externa de mortalidade. A violência vem crescendo em ritmo considerável em todo país. É necessário relativizar estas frequências com base em diferentes variáveis. As variáveis observadas seriam: região, sexo, faixa etária, nível socioeconômico. 
Embora o senso comum vincule o aumento da criminalidade ao aumento da pobreza, não se pode omitir o fato de que o empobrecimento de largas camadas da população tem sido resultado de um crescimento econômico desordenado e da distribuição desigual da riqueza.
 
As graves violações de direitos humanos
 São assim definidos os crimes praticados por agentes do estado contra a população, seja no exercício legal de suas atividades, seja atuando para além delas. 
Incluímos sob esta rubrica aqueles crimes que são praticados por cidadãos comuns, que tomam para si a função de aplicar a Justiça, “estimulados” pela ausência do estado em seu papel de regulador público da violência e pelo mau funcionamento das instituições de segurança e justiça.
De todas as mudanças que ocorrem no cenário político brasileiro, as práticas policiais sofreram poucas mudanças. 
Sua principal característica tem sido o uso excessiva da força, expresso, por um lado, na desproporcionalidade de agentes por caso, em média, e, por outro, nas altas taxas de letalidade em que resultam os confrontos.
A ausência de respostas do poder pública nestes casos somente contribui para agravar o quadro de descrédito destas instituições junto à população.
CONCLUSÃO
Concluímos que a sociedade é produto de seus valores e de como ela cria suas regras, sejam elas copiadas ou readaptadas de outras culturas sociais, ou imitadas por influências midiáticas como são os casos de filmes e propagandas incentivadoras de violência. Entendemos também que a falta de um governo justo que trabalhe para melhorias de desigualdades e injustiças contribui para o aumento da criminalidade como efeito de violência. Nessa perspectiva a sociedade muitas vezes possui padrões permissivos e excludentes que reforçam a manutenção de ideais violentos, sejam eles entendidos como necessários ou não. Os diversos tipos de violência têm associações com as heranças culturais e perpetuadas na história de uma sociedade. Tomemos por exemplo a violência contra a mulher. Numa sociedade onde o ideal de uma mulher é subjugado historicamente às vontades da maioria masculina e aos estereótipos criados de feminilidade, subentende-se colher violências e abusos absurdos, desde a culpabilização da mulher pelo ato violento até a estimativa de que essa deseja o ato em si, pois se atreve a quebra de regras morais impostas. Concluímos que onde a pobreza impera, não por sua própria culpa, mas pela má distribuição de renda e acessos, também imperam o maior número de violências e intolerâncias. Não que esse fator socioeconômico exima a classe média e alta desses índices, até porque não são somente as condições socioeconômicas que definem um ato violento, mas é mais profundo e de caráter ético-moral. Ou seja, enquanto não houverem mudanças nas raízes da sociedade que alimentam a árvore social da violência, introjetando nela nutrientes nocivos a mesma, não se poderá obter resultados diferentes, pois como diz o velho ditado: “violência gera violência”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KUPPER, Agnaldo. Sociologia Livro Único. 1ed. São Paulo: Editora Poliedro. 2010. 281p.
SORJ, Bernardo. brasil@povo.com: a luta contra a desigualdade na Sociedade da Informação. Rio de Janeiro : Jorge Zahar ED. ; Brasília, DF: Unesco, 2003.
GULLO, Álvaro de Aquino e Silva. Violência urbana: um problema social. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 10(1): 105-119, maio de 1998.
OBJETIVO. Caderno de Sociologia: material modular 9. Criminalidade e Violência. 2015. 6p.

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