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antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II . 1 h u m 03035 profs. natalia pietra méndez e anderson zalewski vargas . turmas b/ c – 2014//II A PÓLIS: arché1 e krísis “Diz-nos então: reconheces claramente que fazemos dois tipos de guerra [pólemoi]? Em resposta a isto, presumo que mesmo um homem muitos menos capaz que Tirteu diria que está correto, que há dois tipos, um deles o que chamamos de stásis, que é de todas as guerras a mais amarga(...), enquanto o outro tipo, que suponho todos nós concordaremos, é aquele no qual nos envolvemos quando lutamos contra inimigos externos e estrangeiros – uma espécie de guerra muito mais branda que a primeira.”2 VIII AEC ·aristocrática os aristói governam a pólis agrupados em géne e subdividos em unidades familiares menores; o basileus é um magistrado com funções religiosas. ·em crise: stásis crise agrária - divisão - exploração - repartição - rapacidade dos ricos: concentração de terras crise política – disputas entre - aristocratas - aristocratas e dêmos crise ideológica: crítica da areté (excelência) aristocrática “REVOLUÇÃO” ECONÔMICA? ¬contatos com o oriente: VIII AEC. ¬colonização contatos com o interior da Anatólia: VIII/VII ¬especialização das culturas: VI ¬expansão da metalurgia e da cerâmica: VII 1 Início, origem, princípio, mas também domínio, “império”. 2 PLATÃO. Leis. Bauru: EDIPRO, 1999. p. 73. “motores” excessiva da terra H I S T Ó R I AA NN T I G A I I instituto de filosofia e ciências humanas . departamento de história . setor de história antiga antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II . 2 O Excesso [hýbris] é mal ao homem fraco e nem o poderoso pode susetntá-lo e sob o seu peso desmorona quando em desgraça cai; a rota a seguir pelo outro lado é preferível: leva ao justo; Justiça sobrepõe-se ao Excesso quando se chega ao final: o néscio aprende sofrendo. Bem rápido corre o Juramento por tortas sentenças e o clamor da Justiça, arrastada por onde a levam os homens comedores-de-presntes e por tortas sentenças a vêem! (…) E também vós, ó reis, considerai vós mesmos esta Justiça, pois muito próximos estão os imortais e entre os homens observam quando lesam uns aos outros com tortas sentenças, negligenciando o olhar divino. (HESÍODO, Os trabalhos e os dias, 214-221; 248-251) REVOLUÇÃO HOPLÍTICA? ¬armas e objetos de ferro: XI AEC. ¬capacete em forma de “ferradura”, cinto, couraça de bronze: IX ¬escudo de dupla empunhadura (porpax: central; antilabê: extrema): VIII ¬disseminação, irregular: VII ¬ sentido: combate coletivo, dependente da sophrosyne, phília, isonomia e intermutabilidade (soldado=cidadão) Hoplitas em aríbalo globular coríntio exibindo hoplitas; Corinto: c. 580–560 AEC Museu do Louvre.3 3 Imagem disponível em: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fa/Globular_aryballos_Louvre_Ele3 57.jpg/220px-Globular_aryballos_Louvre_Ele357.jpg . Acesso em 20 de agosto de 2014. antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II . 3 Disponível em: https://www.facebook.com/photo.php? fbid=793352804095439&set=a.176681009095958.36109.100002621813969&type=1 . Acesso em 30 maio 2015 Fragmento de alça de um dinos [taça para bebida] jônica setentrional de figuars negras mostrando um cavaleiro. c. 560–550AEC. Fitzwilliam Museum, Cambridge, GR.54c.1899.4 4 Imagem do dinos: https://scontent-mia1-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xfa1/v/t1.0- 9/11391702_1578339619103087_8518173320753800516_n.jpg?oh=e75344eb00e84a81bdfe16c98d97dc9b&oe=55F7747E . Acesso em 22 set. 2015. pórpax antibalê antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II ◙ A T E N A S ◙ 5 Organização social ¬ aristói (eupátridas – gene dos alcmeônidas, eteobútadas, filaidas...) ¬ camponeses (geómoros) escravizados por dívidas ¬ camponeses endividados (hectémoroi) ¬ camponeses médios (geomóroi ou ágrokoi) ¬ comerciantes ¬ artesãos (demiurgos) gene 4 tribos gentilícias – phylaí : geleontes, epícoras, árgades, hopletes, cada uma: . liderada por um phylobasileús . dividida em 12 naucrarias comandadas por prítanes Organização política ¬Arcontes ° Eleitos entre a aristocracia, com caráter vitalício inicialmente; posteriormente, 10 anos de mandato, e, por fim, com um ano apenas. ·basileus (1) funções religiosas 5 A entrada de Atenas segundo a Descrição da Grécia, 1.2.2, de Pausânias: “Ao subir do Pireu, vê-se as ruínas das muralhas que Cônon restaurou após a batalha naval de Cnido[394 AEC]; as construídas por Temístocles depois da retirada dos Medos foram derrubadas durante o governo daqueles chamados "os Trinta". Há túmulos notáveis pelo caminho: o de Menandro, filho de Opeito, e o cenotáfio de Eurípides. Eurípides está sepultado na Macedônia, lá tendo indo para junto do Rei Arquelau; que o modo de sua morte, que foi contado por muitos, fique de acordo com o que dizem.” e 1.2.4? “Tendo entrado na cidade, há um edifício para a preparação das procissões, que (os atenienses) preparam às vezes todo ano, às vezes com maior intervalo de tempo. Perto há um templo de Deméter, estátuas dela mesma e da filha, e de Íaco portando uma tocha. Está escrito na parede, em letras áticas, que são obra de Praxíteles. Não longe do templo há um Posídon a cavalo, arremessando a lança no gigante Polibotes; sobre isso os habitantes de Cós têm um mito, referente ao promontório de Quelone. A inscrição de nossa época atribui a imagem a outro, e não a Posídon. Dos portões, rumo ao Cerâmico, há pórticos[1] e, diante deles, imagens de bronze de homens e mulheres que tiveram algum motivo para a fama.” Tradução de Wilson Ribeiro Júnior no Portal Grecia Antiqua: http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0548. Acesso em 10 set. 2013. Confira as notas no site. antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II ·polemarco (1) funções militares ·epônimo (1) funções religiosas e militares ·tesmóteta (6)encarregados de redigir e tornar públicas as decisões obrigatórias; funções judiciárias ·secretário (1) ¬Areópago ·Principal órgão do domínio aristocrático ·Tribunal supremo e guardião do regime ·Composto por ex-arcontes (60 anos), vitalícios ¬ Eclésia ·composta por todos os cidadãos com plenos direitos ·sem caráter deliberativo, reuniões pouco frequentes; LEGISLADORES ¬ Drácon (621 a. C) · instituição de um código de leis comuns, destacando: . diferença entre homicídio voluntário e involuntário; . regulamentação das transações entre famílias; · admissão dos hoplitas à cidadania, com direito de eleger os arcontes mas impedidos de se tornarem magistrados. ¬ Solón (arconte em 592/91 a. C) · abolição das dívidas · abolição da escravidão por dívidas · criação da Boulê dos 400? · restituição da propriedade a pequenos camponeses? · especialização das culturas: privilégio da oliva e da vinha. · fundação de apoikias · recuperação de escravos com recursos da pólis? · divisão social censitária: Objetivo: deter as vendetas e impor a mediação cívica, de seus magsitrados e tribunais antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II 1a classe – pentakosiomédimnoi: cidadãos que colhiam de 500 medimnoi6 de cereais 2a classe – híppeis: 300 medimnoi 3a classe – zeugitai – 200 medimnoi 4a classe – tethai – camponeses pobres e artesãos estrangeiros7 6 Medida de volume equivalente, na Ática, a 51,84l. Consulte outras medidas greco-romanas em: http://www.culturaclasica.com/cultura/pesos_medidas.htm. Acesso em 31 ago. 2013. 7 “Depois da morte de Egeu,concebeu um projeto magnífico e de vastas proporções: juntou os habitantes da Ática numa astú única, criando uma só pólis para um só dêmos. Até então, com efeito, viviam dispersos, e era difícil convocá-los para debaterem em comum as questões de interesse [symphéron] de todos. Às vezes mesmo entravam em conflito e moviam guerras uns contra os outros. Teseu visitou cada dêmos e cada genos para interessá-los em seu projeto Os homens do povo [idiótês/idiotai] e os pobres [penes/penai] responderam prontamente ao apelo. Aos notáveis [dinatós/dinatoí] prometeu uma politeía abasíleutos, uma democracia onde ele próprio não seria mais que o arconte da guerra e o guardião das leis; quanto ao resto, os direitos seriam partilhados igualmente entre todos [isonomia]. Uns se deixaram persuadir, mas outros, receando a dínamis já considerável e o caráter resoluto de Teseu, só se resignaram a seguí-lo para não ser a isso constrangidos. Teseu, em cada dêmos, mandou derrubar os pritaneus e as salas do conselho, aboliu as magistraturas locais e erigiu um pritaneu e uma sala de conselho [bouleuterion] comuns a todos no local onde se vê a astú atual. Deu à pólis o nome de Atenas e instituiu um sacrifício [thisía] comum [koiné], o das Panatenéias. (...) Em seguida, abdicando da realeza, conforme o combinado procedeu à organização da politeía com sanção dos deuses, porque recebeu o seguinte oráculo de Delfos em resposta à sua consulta sobre a pólis: Ó Teseu, filho de Egeu, neto de Piteu: Os destinos e o fim de póleis inumeráveis Foram por meu pai ligados aà vossa. Não te canses, por isso, a meditar, Pois como um odre flutuarás sobre as ondas.” (Plutarco, Teseu, 24) A partir da tradução de Paulo Matos Peixoto (Veja referência no final deste material). Versão grega e inglesa disponível no sítio do Projeto Perseus: www.perseus.tufts.edu. Acesso em 22 ago. 2007. Esquema da organização institucional depois das reformas de Sólon. Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Constitucion_Soloniana.JPG. Acesso em 31 ago. 2013. antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II TIRANIAS 8 A persistência da crise social possibilitou o surgimento de tiranos, indivíduos sempre de origem nobre que se apoiam nas massas descontentes para controlar a polis. Foi um fenômeno comum a toda Grécia (com exceção de Esparta) e, em Atenas, sua ação minou as bases do poder aristocrático, entre elas a dependência econômica dos camponeses pobres que os transformava em clientes. ¬ PISÍSTRATO (607-527) · três tiranias: 561-560; 559-556; 549-527 . empréstimos para camponeses · junta itinerante de 30 juízes · promoção de obras públicas9 · promoção de festas e do culto políade10 · cunhagem das primeiras corujas? Enfraquecimento dos poder aristocrático mediante independência econômica do dêmos e fortalecimento da base econômica e dos laços de união no interior da pólis. ¬ CLÍSTENES (tirano em 508 AEC)11 8 “É por um admirável efeito da providência dos deuses que não se vê o poder tirânico conservar-se na mesma família até a terceira geração. Ou eles abatem os tiranos com um golpe súbito, e os derrubam como pinheiros, ou o peso de seu braço recai sobre os seus filhos.” (CLÁUDIO ELIANO, Histórias diversas, VI, 13)O romano Claudius Aelianus (Praeneste, c. 175- c. 235 EC) foi autor e professor de retórica. Confira outras informações em http://es.wikipedia.org/wiki/Claudio_Eliano. Acesso em 30 ago. 2013. 9 Confira um desenho da fonte pública contruída pelo tirano em: http://www.sofiaoriginals.com/abr6103.jpg. Acesso em 02 set. 2013. 10 Ao defender argumentos com base no que seria útil para discussões públicas (na Boulê ou na Eclésia), o autor da Retórica a Alexandre, sugeriu que, no caso de defender a manutenção dos rituais religiosos existentes, poderia ser dito:“que será proveitosa aos cidadãos na medida em que gerará um sentimento de autoconfiança; defato, uma vez escoltados nas procissões religiosas por tropas de infantaria pesada, cavaleiros e tropas de armas leves, experimentando o orgulho produzido por isso, sentir-se-ão mais autoconfiantes.”(II 1423b 1-5). Em outra situação, disse ser auspiciosa a cerimônia religiosa que, do ponto de vista bélico, tiver acompanhamento da cavalaria e da infantaria completamente equipadas. (II 1424a 3-5). A citada obra foi por muito tempo atribuída a Aristóteles, mas que parece ter sido de Anaxímenes de Lâmpsaco (c. 380-320 AEC). 11 Excerto de entrevista do jornal carioca A Noite com o assassino do senador Pinheiro Machado;, Franscisco Manço de Paiva Coimbra; a grafia é original: “(...)Já ouvi dizer que procedi covardemente. Não foi covardia. Dei a facada pelas costas, para não pôr o plano a perder. Compreendam bem: eu podia ter enfrentado o general e desferir o golpe; mas podia ser mal-sucedido e não cumpriria o meu mais ardente desejo, que era de matal-o. Assim sacrifiquei a minha reputação, preferi passar por covarde, contando que desferisse um golpe mortal. Só soube que o general tinha morrido depois de preso. Tive então um grande alívio. Estava cumprida a minha missão. Agora o paíz podia entrar em sua vida normal. É preciso acabar com os tyranos; eu matei o chefão.” Correio do Povo, Porto Alegre, Seção “Há um século no Correio do Povo”, 13 set. 2015, p. 12. antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II · criação do tempo cívico dividido em 10 meses ·substituição das tribos étnicas por 10 tribos territoriais, cada uma composta era composta por 03 trítias que, por sua vez, eram compostas cada uma por um número variável de demoi do interior, do litoral e da cidade12 · transferência da Hestia Koiné da Acrópole para a ágora13 · Boulé: composta de 50 membros de cada uma das 10 tribos, sorteados entre os candidatos que deveriam ter mais de 30 anos; o cidadão poderia ser um bouleuta duas vezes, de forma não consecutiva. · Colégio dos Estrategos : total de 10 membros, eleitos, com funções militares e políticas · Ostracismo 14 ATENAS DEMOCRÁTICA 15 Após as Guerras Greco-Pérsicas (490-480), estrutura-se progressivamente a democracia ateniense: ¬as sessões da Eclésia tornam-se mais frequentes e regulares; suas atribuições tornam-se quase ilimitadas, em detrimento do Areópago ¬o estratego torna-se a magistratura mais importante e passa a ser eleito ¬zeugitas têm acesso ao arcontado, que passa a ser sorteado ¬Atenas constrói um império, base da tranquilidade social ¬a cidadania é restrita a filhos de pais e mães atenienses. ¬Organização política ° Eclésia · composta por todos os cidadãos · 40 sessões anuais 12 “Estando como líder da multidão nessa ocasião (…), primeiramente repartiu todos os cidadãos em dez tribos em vez das quatro com o propósito de misturá-los, a fim de que mais pessoas participassem do regime.” (ARISTÓTELES, Constituição dos atenienses, XXI, 1-2). 13 Imagem da Héstia disponível em: http://s3juk.blogspot.com.br/2011/07/hestia.html . Acesso em 22 set. 2015. 14 Obtenha uma obra sobre a ágora ateniense, gratuitamente, em inglês: http://www.agathe.gr/Texts/pdfs/PB16_English.pdf. Acesso em 31 ago. 2013. 15 Veja um desenho do que seriam as muralhas de Atenas em: http://www.sofiaoriginals.com/abr6146.jpg. Acesso em 2 set. 2013. Figura 1: Figura 1: Hestia, Greek Goddess of the sacred fire, was once known as "Chief of the Goddesses" and "Hestia, First and Last". She was the most influential and widely revered of the Greek goddesses. antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II · soberania total; a delegação de prerrogativas legislativas e judiciárias decorria da impossibilidade de manter-se sessões permanentes · todo o cidadão tinha o direito à palavra (isegoria), direito de iniciativa e de emenda. · asprerrogativas incluíam a fiscalização dos magistrados, decisão sobre paz e guerra, ostracismo (quorum de 6.000 cidadãos) e eleição de estrategos O fundamental – participação direta do cidadão/democracia direta. ° Boulê · toda proposta devia ser submetida preliminarmente à Boulê, mas esta não tinha direito de veto e sim o dever de elaborar um parecer (proboleuma). · organizava a pauta de cada sessão da Assembleia; · cada membro da Boulê era sorteado entre todos os cidadãos e não podia sê-lo mais de duas vezes · mandato anual · cada tribo exercia a pritania por um mês um órgão de participação direta ou de representação? ° Justiça · delegada a seções de cidadãos: 6.000 heliastas, sorteados e remunerados. · à Eclésia competia julgar os crimes contra o Estado · ao Areópago competiam o julgamento de crimes de sangue ° Estratego · magistratura mais importante, monopolizada inicialmente pela aristocracia · escolhido mediante eleição e não por sorteio; · reeleição indefinida; · o estratego podia acumular magistraturas: seu poder dependia da sua relação com a Eclésia que tinha o direito de controlar suas atividades, julgar suas ações e interromper seu mandato ¬Organização social · Cidadãos antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II · Metecos · Escravos Reconstrução da ágora ateniense Disponível em: http://www.agathe.gr/index.html. Acesso em 31 ago. 2013. antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II ◙ ESPARTA ◙ Elementos para a solução da crise do VIII ¬Revolução Hoplítica ¬Stásis ¬Guerras contra Messênia e Argos ¬Legislação de Licurgo: instituição da Gerúsia, divisão de terras16 · o problema agrário é solucionado com a conquista da Messênia(VII/VI) e a divisão em lotes iguais (clêros) para todos os esparciatas · cada lote dispunha de messênios, hilotas que trabalham e entregavam parte da produção para o esparciata especialização guerreira: agogê· todos os cidadãos são definidos como homoioi (“miragem espartana”) “Os lacedemônios, depois de terem derrotado os messênios, retiveram para sim a metade de todas as produções da Messênia; eles obrigaram as mulheres livres a assistir aos funerais, para chorar por mortos que lhes eram estranhos e que não lhes pertenciam por nenhum direito17. Quanto aos homens, eles deixaram uma 16 “A segunda novidade de Licurgo, e a de mais ousada e mais difícil empresa, foi a de repartir as terras: pois, havendo na Lacedemônia grande dificuldade e desigualdade entre os habitantes, porque uns, e a maior parte, eram tão pobres que não tinham uma só polegada de terra, e outros, em bem pequeno número, tão opulentos que possuíam tudo, ele advertiu que, para banir e expulsar da cidade a insolência, a inveja, a avareza, as delícias e, mais a riqueza e a pobreza, que são ainda as maiores e mais antigas pestes das cidades e das coisas públicas, não havia meio mais expediente do que persuadir os cidadãos a reporem em comum todas as terras, possessões e heranças do país e de novo as repartirem igualmente entre si, para daí por diante viverem todos juntos como irmãos de maneira que um não tivesse em bens nada mais do que o outro, e a não procurarem preceder uns aos outros em nenhuma outra coisa senão na virtude: estimando não dever existir outra desigualdade nem diferença, entre os habitantes de uma mesma cidade, senão aquela que procede da censura às coisas desonestas e do louvor às coisas virtuosas e honestas. Unindo ato à palavra, executou de fato a repartição das terras, pois dividiu todo o resto do país da Lacônia inteiramente, em trinta mil partes iguais, as quais distribuiu aos periecos; e das terras mais próximas da própria cidade de Esparta, que era capital de todo o país da Lacônia, fez outras nove mil partes, que repartiu entre os esparciatas, que são os que propriamente se chamam os Espartanos. (...) Cada uma dessas partes era tal que podia dar a seu dono, anualmente setenta medimnos [71.16–77.88 l. em Esparta] de cevada para o homem e doze para a mulher, além de uvas e azeite em semelhante proporção: estimando suficiente essas qualidades para manter o corpo do homem são, disposto e robusto, e que não há necessidade de nada mais.” (PLUTARCO, Licurgo, 8). A partir da tradução disponível em: http://www.consciencia.org/plutarco_licurgo.shtml . Acesso em 01 set. 2013; e da versão de Jaime Bruna (Veja referência no final deste material). 17 Não era costume, na Grécia, que as mulheres livres assistissem a outros funerais que não os de seus próximos, e bem menos ainda que elas cumprissem a função de carpideiras, que era exercida por mulheres pagar para isso. Nota original. antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II parte para cultivar a terra, venderam e fizeram que os outros morressem.” (ELIANO, Histórias diversas, VI 1) ¬Organização Social °Esparciatas 18 · cidadão com plenos direitos (mais de 30 anos) - com usufruto de lote de terra que devia fornecer a contribuição necessária ás refeições comuns (sissítia), condição sine qua non para manutenção dos direitos de cidadão . quando deixava de contribuir para as sissítias, tornava-se inferior: hypomeíones . em caso de covardia no campo de batalha: tréssantes (“tremedores”) · participava das sessões da Ápela · podia ser eleito éforo . °Periecos · súditos dos esparciatas · sem direito de tomar decisões, monopolizavam o comércio e o artesanato · podiam ter terras e escravos °Hilotas 19 · uma categoria intermédia entre a escravidão e a liberdade cidadã . ligados à terra · trabalhavam os lotes para os esparciatas e entregavam parte da colheita e determinada quantidade de outros produtos · tinham famílias e cultos religiosos próprios . móthones: hilotas jovens que serviam o filho de seu esparciata e destinados a serem libertos .móthakes: livres, criados por jovens esparciatas e podendo obter a cidadania 18 Figura 2: disponível em: https://www.facebook.com/photo.php? fbid=683927841641806&set=a.555537971147461.1073741825.478528392181753&type=1&theater. Acesso em 02 dez. 2013. 19 “Cleômenes dizia, com a brevidade lacônica: 'Homero é o poeta dos lacedemônios; Hesíodo é o poeta dos hilotas: o primeiro ensina a arte da guerra; o segundo, a agricultura.” (ELIANO, Histórias diversas, XIII, 20). Figura 2: A SPARTAN PREPARES FOR WAR Heavy armed foot-soldier puts a grieve on the left leg. Handle of a Laconian krater (vase for mixing wine with water), 555-540 BC From Tsotyli near Kozani in Macedonia, Greece Athens, National Archaeological Museum, Bronze Collection antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II . neodâmodas: hilotas libertos assimilados aos periecos, atestados entre 420- 369. Com a concentração progressiva da terra, e a consequente redução do número de cidadãos, tornou-se necessário mobilizar e armar os hilotas ¬ Organização política °Realeza dual · 2 reis hereditários de 2 famílias aristocráticas · dotados de uma série de privilégios: saque, banquetes, econômicos · comandavam o exército, mas não tinham autoridade política. ° Gerúsia · 28 anciãos c/mais de 60 anos, além dos dois 2 reis; · eleitos pela Ápela · funções judiciais · preparação das assembleias ° Ápela · formada por cidadãos c/ mais de 30 anos; elegia gerontes e éforos; · votava sem discutir; · podia ser dissolvida pelos gerontes e éforos caso “contrariasse as normas.” °Éforos · 05 cidadãos eleitos pela Ápela c/ 1 ano de mandato, · várias funções administrativas · controle do comportamento dos cidadãos O equilíbrio social era baseado na submissão doindivíduo à lei; a palavra não era à base da organização política Menelau e Helena. Relevo. Museu Arqueológico de Esparta. Disponível em: http://www.fscclub.com/history/images/fame-sparta-menelaus-helen.jpg. Acesso em 01 de set. de 2013. antiga II . turmas b e c . pólisorigemstásis . 2015/II BBLIOGRAFIA CITADA ARISTÓTELES. A Constituição de Atenas. São Paulo: Hucitec, 1995. Tradução e comentários de Francisco Murari Pires. [ARISTÓTELES/ ANAXÍMENES]. Retórica a Alexandre. São Paulo: EDIPRO, 2013. ELIANO, O SOFISTA. Histórias diversas de Eliano. São Paulo: Martins Fontes, 2009. HESÍODO. Os trabalhos e os dias. São Paulo: Iluminuras, 1990. Tradução e estudo de Mary de Camargo Neves Lafer. PLUTARCO. Vidas. São Paulo: Cultrix, 19[?]. Tradução de Jaime Bruna. PLUTARCO. Vidas paralelas. São Paulo: PAUMAPE, 1991. Introdução, tradução e notas de Paulo Matos Peixoto. Organização política TIRANIAS ATENAS DEMOCRÁTICA ¬Organização política ¬Organização social °Realeza dual · 2 reis hereditários de 2 famílias aristocráticas · comandavam o exército, mas não tinham autoridade política.
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