Buscar

Sistema Global de Proteção de Direitos Humanos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Sistema Global de Proteção de Direitos Humanos
Além da Declaração de Direitos Humanos e o Pacto de Direitos Civis e Políticos, temos as seguintes:
Convenção contra tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos e degradantes.
Adotada pela ONU em 28/09/1984
Ratificada pelo Brasil em 28/09/1989
Fundamento: art. 5, Declaração de Direitos Humanos e o art. 7, do Pacto de Direitos Civis e Politicos estabelecem que ninguém será sujeito a tortura ou a pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante.
Os Estados partes tem a obrigação de proibir a tortura, esta não podendo ser utilizada nem mesmo em circunstancias excepcionais. Além de terem obrigação de punir os torturadores.
Percebe-se que esta convenção estabeleceu uma jurisdição universal e compulsória para julgar os acusados de tortura.
A compulsoriedade determina que os estados devem punir, independente do local onde foi praticado o crime e da nacionalidade do torturador ou da vitima. 
A universalidade de jurisdição determina que os estados partes processem ou extraditem o suspeito da pratica de tortura independente da existência de tratado prévio de extradição. 
O art. 1 da convenção define que tortura é crie próprio, pois as dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário publico ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência.
A tortura é definida, assim, com qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa, informações ou confissões; castiga-la por ato que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas, ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza. Observe que a finalidade e a condição de funcionário público (como autor da tortura) é determinante para caracterização da tortura.
Questão: Nos termos da Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Crueis, Desumanos ou Degradantes, a tortura é:
Proibida em toda e qualquer circunstancia, seja ameaça, guerra, instabilidade politica, sendo crime impróprio em que a qualidade do agente público é somente causa para aumentar a pena.
Permitida excepcionalmente em estado de guerra, sendo um crime próprio que tem como sujeito ativo um agente público.
Permitida excepcionalmente para o combate do terrorismo.
Proibida em toda e qualquer circunstancia, seja ameaça ou estado de guerra, instabilidade política ou qualquer emergência pública, sendo um crime próprio que tem como sujeito ativo um agente público.
Resposta da questão: D
Convenção sobre Eliminação de todas as formas de discriminação racial
Adotada pela ONU em 21/12/1965
Ratificada pelo Brasil em 27/03/1968
Fundamento: consciência de que a discriminação entre as pessoas por motivos de raça, cor, origem é um obstáculo às relações amistosas e pacíficas.
Obrigação dos Estados-partes de implementar políticas publicas que assegurem efetivamente a eliminação da discriminação racial.
É necessário uma comunhão da proibição da discriminação (igualdade formal) com politicas publicas promocionais (igualdade material)
O art. 1, ponto 4, diz a respeito das ações afirmativas que não serão consideradas discriminatórias e negativas, porque as cotas raciais, por exemplo, estabelecem um critério de equiparação de oportunidades para minorias historicamente discriminadas.
Questão: A luz da Convenção sobre Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, as ações afirmativas são:
Proibidas, por que constituem uma forma de discriminação direta positiva, nos termos da Convenção.
Permitidas, cabendo aos Estados-partes adotá-las para fomentar a promoção da igualdade étnico-racial.
Obrigatórias, devendo os Estados-partes adotá-las no prazo de 5 anos a contar da ratificação da Convenção.
Proibidas, por que constituem : uma forma de discriminação indireta negativa, nos termos da Convenção.
Resposta: B
Convenção sobre os direitos da criança
Adotada em 20/11/1989.
Ratificada pelo Brasil 24/09/1990.
Fundamento: consciência de que a criança, em virtude da falta de maturidade fpisica e mental necessita de proteção e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal, tanto antes como também após o nascimento.
Art. 1 estabelece que criança é todo ser humano com menos de 18 anos de idade, a não ser que em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja atingida antes.
Convenção contra eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher
Adotada pela ONU 18/12/1979
Ratificada pelo Brasil 1/2/1984
Fundamento: consciência de que a discriminação contra mulher viola os princípios de igualdade, dignidade e dificulta a participação da mulher nas mesmas condições que o homem na sociedade.
Os Estados-partes tem obrigação de eliminar progressivamente qualquer tipo de discriminação contra a mulher.
A adoção do protocolo facultativo em 2002 aperfeiçou a sistemática de monitoramento da convenção com a possibilidade de apresentação de denuncias, individualmente ou em grupos em casos de violação. Para monitorar o cumprimento pelos estados partes das obrigações constantes nas convenções foi criado o COMITÊ SOBRE ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER, responsável por receber relatórios confeccionados pelos Estados-partes.
Somente com a adoção do referido Protocolo facultativo foram possibilitadas petições individuais e a possibilidade de realizar investigação in loco, como mecanismo de controle e investigação.
Há alguns destaques cobrados em questões de provas quanto à esta Convenção:
- art. 9, ponto 1, refere-se a igualdade de direitos inclusive quanto aos direitos de nacionalidade. Isto é garante à mulher a conservação da sua nacionalidade, mesmo após o casamento.
- art. 11, ponto 1 – os Estados-partes adotarão todas medidas apropriadas para eliminar a discriminação contra as mulheres na esfera do emprego, visando igualdade de oportunidades.
- art. 16, ponto 2 – o noivado e o casamento de crianças não terão efeitos legais.
Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência
A convenção e o seu protocolo facultativo foram incorporados com status de constitucional no Brasil.
Alguns aspectos importantes deste documento são:
- art. 2 – adaptação razoável (reasonable acomodation) – modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevidos quando requeridos em cada caso a fim de assegurar igualdade de oportunidades.
- art. 29, e – assegurar o igual acesso a programas e benefícios de aposentadoria.
- art. 4, ponto 4 – Nenhum dos seus dispositivos afetará quaisquer disposições mais propicias à realização dos direitos das pessoas com deficiência mesmo que contidos em legislação infraconstitucional.
- art. 27, ponto 1 , c – exercício dos direitos sindicais e trabalhistas em condições de igualdade.
- os direitos econômicos, sociais e culturais adotados pela Convenção serão adotados progressivamente.
Sistema Regional de Proteção dos Direitos Humanos – Sistema Interamericano
Em 22 de novembro de 1969, na Conferência de São José da Costa Rica (Pacto de São José da Costa Rica), a qual só entrou em vigor em 18 de julho de 1978 (quando atingiu 11 ratificações necessárias) e é o principal instrumento protetivo do sistema americano. 
No Brasil, a Convenção passou a ter vigência somente em 6/11/1992.
Na convenção só é permitida a participação dos países membros da OEA. Ao longo da Convenção é possível a identificação de inúmeros direitos civis e políticos (primeira geração), nos moldes do Pacto Internacional de Direitos Civis e Politicos.
A única menção aos direitos sociais é no art. 26, o qual se limita a determinar que os estados se engajem em progressivamente implementar esses direitos, ditos de segunda geração.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é órgão administrativo do sistema regional de proteção americano.Sua composição é de 7 membros, que deverão ser pessoas de alta autoridade moral e conhecimento na área de Direitos Humanos.
Os membros da Comissão serão eleitos, a título pessoal, pela Assembleia Geral da Organização, a partir de uma lista proposta pelo governo dos estados. Não pode fazer parte da Comissão mais de um membro por país. A sua principal função é promover o respeito dos direitos humanos na américa.
Um aspecto importante da sua competência é a possibilidade de receber petições do individuo lesionado, de terceiras pessoas ou de organizações não governamentais legalmente reconhecidas em um ou mais estados membros da OEA que representem o individuo lesionado.
Para ter validade os dois estados, tanto o denunciante como o denunciado devem ter expressamente declarado a competência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
No caso, o governo do Brasil não aderiu ao direito automático de visitas in loco da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as quais dependem expressamente da sua autorização.
1) A respeito da Corte Interamericana de Direitos Humanos, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é órgão jurisdicional destinado a resolver os casos de desrespeito aos direitos humanos levados a efeito pelos Estados-membros da OEA que ratificaram a Convenção Americana.
b) A Corte Interamericana de Direitos Humanos e composta de 9 Juízes provenientes dos Estados membros da OEA, escolhidos dentre juristas de alto renome, que gozam de garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade dos vencimentos.
c) A Corte Interamericana de Direitos Humanos possui competência consultiva e contenciosa.
d) Os particulares e as instituições privadas estão impedidos de ingressar diretamente na Corte.
e) As sentenças proferidas pela Corte Interamericana são definitivas e inapeláveis.
Explicação:
A Corte é o órgão jurisdicional do sistema regional de proteção americana e só pode ser acionada pelos estados partes ou pela Comissão. Conforme o artigo 61, o individuo é proibido de apresentar petição a Corte.
A letra B é a incorreta. Por que sua composição é de 7 juizes, os quais são nacionais dos países membros da OEA e a escolha destes juízes é feita pelos estados-partes da Convenção. A alternativa é a B.
A Corte possui competência consultiva e contenciosa.
A competência consultiva é marcada pela uniformização da jurisprudência. Dentro dessa competência qualquer Estado-membro da OEA pode pedir para que a Corte emita parecer que indique a correta interpretação da Convenção e dos tratados de direitos humanos. Ademais, a Corte pode fazer análise da compatibilidade entre a legislação doméstica e o sistema normativo americano.
Já a competência contenciosa só será exercida em relação aos estados-partes da Convenção que expressa e inequivocadamente tenha aceitado essa competência (art. 62)
A sentença da Corte Interamericana será sempre fundamentada, definitiva, inapelável, todavia em caso de divergência sobre o sentido ou alcance da sentença, a Corte interpreta-la-á, a pedido de qualquer das partes, desde que o pedido seja apresentado dentro de 90 dias. 
2) No que concerne ao sistema interamericano de direitos humanos, jugue os itens que se seguem.
(1) Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados-membros da Organização dos Estados Americanos podem apresentar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos petições que contenham denúncias ou queixas de violação Convenção Americana de Direitos Humanos por um Estado-parte.
(2) Embora sem competência contenciosa, de caráter jurisdicional, a Corte Interamericana de Direitos Humanos tem competência consultiva, relativa à interpretação das disposições da Convenção Americana e das disposições de tratados concernentes à proteção dos direitos humanos.
1- correta. É o art. 44 da convenção, também conhecida como Pacto de São José da Costa Rica. Mas, deve-se lembrar que esta competência só poderá ser exercida se o estado violado aderiu à Convenção Americana. Percebe-se que não é necessário a expressa aceitação da competência da Comissão para receber petições, bastando que o estado tenha aderido à Convenção.
Cabe também reforçar que só serão aceitas petições ou comunicações no prazo de 6 meses, a partir a data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva exarada no sistema normativo nacional.
2- Incorreta. A Corte é o órgão jurisidicional do sistema regional de proteção americano e sua composição pe de sete juízes, os quais são nacionais dos países membros da OEA. E, no que se refere à sua competência, identifica-se tanto uma ação consultiva como também contenciosa. Ver comentários do Exercício anterior.
3) Julgue os itens a seguir:
1- Compõem o Sistema Interamericano de Direitos Humanos a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos, a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
2- A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem por função principal a observância e defesa dos direitos humanos e, no exercício de seu mandato, tem a atribuição de formular recomendações.
1- errada. A Assembleia Geral da OEA não e considerada parte do Sistema Interamericano de proteção dos direitos humanos. A Convenção Americana de Direitos Humanos instituiu como órgãos de fiscalização e julgamento, do sistema americano: a Comissão Interamericana de direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
2- correta. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos e órgão administrativo do sistema regional de proteção americano. E sua principal função é promover os direitos humanos no continente americano. Destarte, tem competência para enviar comunicações para os estados-partes da convenção Americana de Direitos Humanos, ou até mesmo para os estados-membros da OEA. 
Em sua competência insere-se também a possibilidade de realizar estudos, solicitar informações aos estados no que tange à implementação dos direitos humanos insculpidos na Convenção como também confeccionar um relatório anual a ser submetido à Assembleia Geral da OEA.
4) O caso Velasquez Rodriguez, julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos em 1988, tem relevância histórica por que o tribunal:
a) estabeleceu que os Estados tem o dever de prevenir, investigar e punir violações de direitos humanos enunciados na Convenção Interamericana de Direitos Humanos.
b) ordenou, pela primeira vez, medidas provisórias para garantir a vida e a integridade física da vitima .
c) consolidou o entendimento de que leis de anistia são incompatíveis com a Convenção Interamericana de Direitos Humanos.
d) fixou parâmetros para o pagamento de indenização em caso do desaparecimento forçado de pessoas.
Comentário:
O caso trata de um estudante universitário de Honduras que foi detido por autoridades policiais hondurenhas, sendo posteriormente vítima de tortura. Em 29 de julho de 1988 a Corte Interamericana de Direitos Humanos declarou a violação perpetrada por Honduras e declarou, por unanimidade, que Honduras deveria pagar uma justa indenização para os familiares da vítima, todavia não fixo os parâmetros para pagamento, apenas ressalvou que se a Comissão e Honduras não chegassem a um acordo, a Corte seria responsável para estabelecer a forma e a quantia da indenização. A letra d é a correta.
Observações sobre casos julgados pela Corte Interamericana:
- Recentemente, o STF julgou improcedente ação em que se requeria declaração da Corte Interamericana no sentido de reconhecer que a anistia concedida pela Lei nº 6.683/79, aos crimes políticos ou conexos, não se estende aos crimes comuns praticados pelos agentes da repressão contra opositores políticos (1964/1985). A respeito das leis da autoanistia a corte Interamericana já se posicionou várias veses.
No caso Gomes Lund e outros (Guerrilha do Araguaia) versus Brasil, a Corte prolatou uma sentença em 24 de novembrode 2010 que resolve a questão da reparação. Na sentença, o Tribunal concluiu que o Brasil é responsável pela desaparição forçada de 62 pessoas, entre membros do Partido Comunista do Brasil e camponeses da região, resultado de operações de Exercito brasileiro empreendidas entre 1972-75 com objetivo de erradicar a Guerrilha do Araguaia, no contexto da ditadura militar.
No caso referido foi analisada, entre outras coisas, a compatibilidade da Lei da Anistia com as obrigações internacionais assumidas pelo Brasil à luz da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Com base no direito internacional e em sua jurisprudência constante, a Corte concluiu que as disposições da Lei da Anistia que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção Americana e carecem de efeitos jurídicos, razão pela qual não podem continuar representando um obstáculo para a investigação dos fatos do caso, nem para identificação e punição dos responsáveis.
Além disso, a Corte Interamericana concluiu que o Brasil é responsável pela violação do direito à integridade pessoal de determinados familiares das vitimas entre outras razões, em razão do sofrimento ocasionado pela falta de investigações efetivas para o esclarecimento dos fatos.
Adicionalmente, a Corte concluiu que o Brasil é responsável pela violação do direito de acesso à informação, estabelecido no art 13 da convenção, pela negativa de dar acesso aos arquivos em poder do Estado com informação sobre esses fatos.
Quanto à irretroatividade da lei penal cabe transcrever trecho de sentença proferida em um dos casos julgados pela Corte:
“A fim de dar cumprimento aos tratados internacionais em matéria de direitos humanos, a supressão das leis de anistia é impostergável, e deverá ocorrer de maneira que não possa delas decorrer obstáculo normativa algum para o julgamento de fatos, como que os que constituem o objeto da presente causa. Isso significa que os beneficiários dessas leis não podem invocar nem a proibição de retroatividade da lei penal mais grave, nem a coisa julgada. A sujeição do Estado argentino à jurisdição interamericana impede que o principio da irretroatividade da lei penal seja invocado para descumprir os deveres assumidos em matéria de direitos humanos.

Continue navegando