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Capítulo 4 Responsabilidade civil

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Super Apostila de Direito Ambiental 
Cap. 04 – 
RESPONSABILIDADE 
CIVIL PELO DANO 
AMBIENTAL. 
 
Prof. Tiago Duarte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 2 
 
Sumário 
1. Objetivos dessa apostila. ......................................................... 3 
2. Introdução .............................................................................. 3 
3. Esfera de atuação .................................................................... 4 
4. Prescrição ............................................................................... 5 
5. Teorias da responsabilidade civil ............................................. 7 
6. Ônus da prova ....................................................................... 12 
7. Dica de ouro .......................................................................... 14 
8. Dano nuclear ......................................................................... 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 3 
1. Objetivos dessa apostila. 
A matéria de responsabilização civil ambiental vem sendo 
constantemente cobrada em concursos que tem como disciplina o 
Direito Ambiental, desde os mais simples até os mais difíceis. 
Dentro deste assunto há várias teorias sobre como se dará a 
responsabilização dos agentes degradadores. Desse modo, esta 
apostila tem como foco a simplificação das teorias e a demonstração 
das jurisprudências, de modo que elas lhe auxiliarão a compreender a 
matéria de forma mais fácil. 
Outros assuntos abordados, como a imprescritibilidade e o ônus da 
prova, são bastante cobrados em concurso também. Assim, serão 
tratados da melhor forma possível. 
Dito isto, traremos abaixo o melhor estudo de doutrina e as decisões 
mais importantes dos tribunais superiores, assim como quadros que 
te auxiliarão no entendimento da matéria. Tudo isso para que você 
obtenha sua APROVAÇÃO. 
 
Então, vamos MAXIMIZAR sua capacidade de aprendizado com 
o Nota 11! 
 
2. Introdução 
Nível de cobrança em concurso: Todos! 
 
A responsabilização civil do meio ambiente constitui modalidade 
específica de responsabilidade civil, visto que as peculiaridades do 
dano ambiental exigem modificações no regime de responsabilidade 
civil clássico. Isto é, a responsabilidade civil ambiental é tratada 
diferentemente da responsabilidade civil de um dano comum. 
Sobre a necessidade de se dar uma nova abordagem sobre a 
responsabilização do dano ao meio ambiente, Édis Milaré assevera: 
Imaginou-se, no início da preocupação com o meio ambiente, 
que seria possível resolver os problemas relacionados com o 
dano a ele infligido nos estreitos da teoria da culpa. Mas, 
rapidamente, a doutrina, a jurisprudência e o legislador 
perceberam que as regras clássicas de responsabilidade, 
contidas na legislação civil de então, não ofereciam proteção 
suficiente e adequada às vítimas do dano ambiental, relegando-
as no mais das vezes, ao completo desamparo. Primeiro, pela 
natureza difusa deste, atingindo, via de regra, uma pluralidade 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 4 
de vítimas totalmente desamparadas pelos institutos ortodoxos 
do Direito Processual Clássico, que só ensejavam a composição 
do dano individualmente sofrido. Segundo, pela dificuldade de 
prova da culpa do agente poluidor, quase sempre coberto por 
aparente legalidade materializada em atos do Poder Público, 
como licenças e autorizações. Terceiro, porque no regime 
jurídico do Código Civil, então aplicável, admitiam-se as 
clássicas excludentes de responsabilização, como por exemplo, 
o caso fortuito e a força maior. Daí a necessidade da busca de 
instrumentos legais mais eficazes, aptos a sanar a insuficiência 
das regras clássicas perante a novidade de abordagem jurídica 
do dano ambiental. (MILARÉ Édis, Direito do Ambiente. 5ª 
edição reformulada, atualizada e ampliada. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2007. P. 896 
Desse modo, buscando instrumentos mais eficazes, o legislador 
brasileiro, por meio da Lei nº 6.938/81, trouxe um modelo de 
responsabilidade civil mais pertinente ao meio ambiente na medida 
em que a responsabilidade subjetiva foi substituída pela 
objetiva, não sendo necessária a demonstração de culpa: 
Art. 14 
§1º. Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste 
artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência 
de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio 
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério 
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor 
ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados 
ao meio ambiente. 
Assim, para aquele que causar dano ao meio ambiente, será 
necessário somente a demonstração de dano e nexo de causalidade a 
fim de que seja configurado a responsabilização civil ambiental. Isto 
é, basta a verificação do dano e do nexo de causalidade entre a 
conduta do agente e o resultado danoso. 
 
3. Esfera de atuação 
Nível de cobrança em concurso: Médio e superior 
O Direito Ambiental possui três esferas de atuação: a preventiva, a 
reparatória e a repressiva. A responsabilidade civil tem seu lugar na 
reparação do dano ambiental, primeiramente. Não obtendo êxito, 
busca-se uma reparação através de indenização. 
Quanto à tutela preventiva ou inibitória, ela tem por característica a 
imputação de “obrigações de não-fazer” ao agente, ante ameaças de 
dano ao meio ambiente. Desse modo, a proteção preventiva ao meio 
ambiente se dá anterior ao dano ambiental, por exemplo, através do 
estudo de impacto ambiental. Isto é, a tutela preventiva atua na 
seara administrativa. 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 5 
No que concerne à tutela repressiva, esta ocorre na esfera penal, 
uma vez que a repressão feita por meio de penas e multas, em razão 
de eventual dano causado ao meio ambiente, tem caráter intimidativo 
e educativo. 
 
4. Prescrição 
Nível de cobrança em concurso: Médio e superior 
O art. 206, § 3º, V, do Código Civil, estabelece um prazo 
prescricional para a imposição da obrigação de reparar dano de 3 
(três) anos. Não sendo possível reparar o dano, a obrigação de fazer 
se converte em indenização, cujo prazo prescricional é de 10 (dez) 
anos (art. 205 do Código Civil). 
No entanto, no que diz respeito aos danos ambientais, a doutrina e 
a jurisprudência entendem ser imprescritível a pretensão de 
reparação dos danos ambientais, visto que o direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado é um direito indisponível. Logo, 
não se pode dispor da pretensão de reparação (art. 225, caput, da 
Constituição Federal). 
Nesse sentido, a Constituição Federal confere uma tutela especial ao 
meio ambiente, haja vista que o dano ambiental oferece grande risco 
a toda humanidade, uma vez que trata de um direito difuso. É o que 
ensina a doutrina: 
Trata-se de bem essencial, como denuncia o art. 225, caput, da 
Constituição Federal, de modo a ser inconcebível a existência 
digna de um indivíduo (art. 1º, III, CF) se ele não tiver ao seu 
alcance um meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado. 
Dessarte, dada a natureza jurídica do meio ambiente, bem 
como o seu caráter de essencialidade, as ações coletivas 
destinadas à sua tutela são imprescritíveis. (FIORILLO, Celso 
Antonio Pacheco. Direito Ambiental. Ed. Saraiva, São Paulo, 
2010). 
O Superior Tribunal de Justiça segue na mesma esteira: 
ADMINISTRATIVO. AMBIENTAL.PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO 
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 
TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA. DESCUMPRIMENTO. 
EXECUÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. OBRIGAÇÃO. REPARAÇÃO. 
DANO AMBIENTAL. IMPRESCRITIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE. 
REVISÃO. ACERVO PROBATÓRIO. SÚMULA 07/STJ. 
INVIABILIDADE. INTERPRETAÇÃO. CLÁUSULA CONTRATUAL. 
SÚMULA 05/STJ. 
1. É imprescritível a pretensão reparatória de danos ambientais, 
na esteira de reiterada jurisprudência deste Superior Tribunal 
de Justiça, a qual não se aplica ao caso concreto, no entanto, 
porque a obrigação transcrita em termo de ajustamento de 
conduta não está configurada dessa forma, segundo o texto do 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 6 
acórdão impugnado. 
2. Dessa forma, uma vez que a natureza da obrigação foi 
definida pelo Tribunal "a quo" a partir do contexto fático-
probatório dos autos, sobretudo do termo de ajustamento de 
conduta, como diversa de reparatória de dano ambiental, a 
reforma dessa conclusão, com o fim de pontuar a 
imprescritibilidade, demanda a revisão do acervo fático-
probatório e do TAC, o que encontra óbice nas Súmulas 05 e 07 
do Superior Tribunal de Justiça. 
3. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no REsp 1466096/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/03/2015, DJe 
30/03/2015). 
Viu como é simples estudar pelo Nota 11? Sabemos que você não 
possui muito tempo ou que são várias as disciplinas, então, estamos 
fazendo de tudo para te ajudar e para que você não fique tão 
cansado. 
 
Note como isso pode ser cobrado: 
(PUC-PR - Prefeitura de Maringá – PR – Procurador) Em matéria de 
responsabilidade civil por dano ambiental, é CORRETO afirmar: 
a) A responsabilidade civil por dano ambiental pressupõe necessariamente 
uma ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, 
proteção e recuperação do meio ambiente. 
b) Em caso de desistência infundada ou abandono por associação 
legitimada, o Ministério Público assumirá, obrigatoriamente e em caráter 
exclusivo, a titularidade ativa para propor ação civil pública ou ação cautelar 
que se destine à reparação do dano ambiental. 
c) A lesão ao meio ambiente, considerado como bem difuso, está sujeita ao 
prazo prescricional de quinze anos, independentemente da sua gravidade. 
d) De acordo com a teoria do risco integral, todo aquele que exerce uma 
atividade de risco é obrigado a reparar possíveis danos dela decorrentes. 
Incidindo caso fortuito ou força maior, entretanto, afasta-se o dever de 
reparação. 
e) O dano ao macrobem ambiental caracteriza-se pela lesão ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, 
indisponível, indivisível, incorpóreo de titularidade difusa. 
 
Comentários: 
A) A responsabilidade administrativa pressupõe necessariamente uma 
infração administrativa ambiental, isto é, ação ou omissão que viole as 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 7 
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio 
ambiente. 
 
B) Não é exclusividade do MP, podendo ser assumida por outro legitimado. 
C) É imprescritível. 
D) A responsabilidade não é excluída pelo caso fortuito, força maior ou fato 
de terceiro. 
 
Gabarito: Letra E. 
 
 
5. Teorias da responsabilidade civil 
Nível de cobrança em concurso: Médio e superior 
Antes de adentrarmos no estudo da responsabilidade civil ambiental, 
é necessária a diferenciação da responsabilidade subjetiva 
(tradicional) da objetiva. 
Nesse sentido, a responsabilidade será subjetiva quando a 
responsabilização depender da presença do elemento "conduta 
culposa do agente”, em que a vítima somente será reparada caso se 
prove a culpa do agente, o nexo causal e o dano, conforme Código 
Civil: (vide art. 186 c/c art. 927, CC/02). 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar 
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
No que concerne à responsabilidade civil objetiva, o ato culposo do 
agente é prescindível, ou seja, desnecessária a demonstração de 
culpa pelo evento danoso do agente, bastando uma relação de causa 
e efeito entre o comportamento do agente e o dano dele advindo. 
 
Responsabilização 
civil subjetiva 
 
Dano + Nexo causal + Culpa = Responsável 
Responsabilização 
civil objetiva 
 
Dano + Nexo causal = Responsável 
 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 8 
Cabe observar que, ainda que seja lícita a conduta do agente, tal 
fator torna-se irrelevante se essa atividade resultar em algum 
dano ambiental. Isso é fruto da teoria do risco da atividade ou da 
empresa, segundo a qual é imposto ao agente o dever de indenizar 
quando exercer atividade perigosa. 
Desse modo, há um estimulo à proteção do meio ambiente, visto que 
o poluidor investe na prevenção do risco ambiental de sua atividade. 
Portanto, a responsabilização civil objetiva ambiental possui 
estreita relação com o princípio do poluidor pagador, pois quem 
polui deve arcar com as despesas que seu ato produzir, havendo uma 
imposição ao agente poluidor para que este sustente financeiramente 
a diminuição ou afastamento do dano ambiental. 
Antes de adentrar no embate doutrinário sobre qual é a melhor teoria 
do risco a ser aplicada na responsabilização pelo dano ambiental, é 
importante frisar outras diversas teorias do risco apontadas pela 
doutrina: 
Por serem importantes ao estudo mais adiante da 
responsabilidade ambiental, mister explicitar essas teorias do 
risco, no escólio de Cavalieri Filho (2008, p. 136/139): risco-
proveito ("o responsável é aquele que tira proveito da atividade 
danosa"), risco profissional ("o dever de indenizar tem lugar 
sempre que o fato prejudicial é uma decorrência da atividade 
ou profissão do lesado"), risco excepcional ("a reparação é 
devida sempre que o dano é consequência de um risco 
excepcional, que escapa à atividade comum da vítima"), risco 
criado ("aquele que, em razão de sua atividade ou profissão, 
cria um perigo, está sujeito à reparação do dano que causar, 
salvo prova de haver adotado todas as medidas idôneas a 
evitá-lo") e risco integral ("o dever de indenizar se faz presente 
tão-só em face do dano, ainda nos casos de culpa exclusiva da 
vítima, fato de terceiro, caso fortuito ou de força maior"). 
(PEREIRA, Ricardo Diego Nunes. Responsabilidade civil 
ambiental. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 15, n. 2403, 29 
jan. 2010. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/14263>. 
Acesso em: 2 jun. 2016) 
Desde logo, dá-se destaque à teoria do risco criado e do risco 
integral, visto que há um debate na doutrina quanto à adoção destas 
teorias: 
a) teoria do risco integral: o simples risco assumido pela 
atividade potencialmente danosa é o suficiente para 
impor a responsabilidade de reparação, não admitindo as 
excludentes da responsabilidade; 
b) teoria do risco criado: o agente que exerce atividade 
nociva ao meio ambiente deve reparar o possível dano, 
exceto se ocorrerem algumas das excludentes da 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 9 
responsabilidade. 
Logo, a divergência das duas teorias reside no fato de que a teoria do 
risco criado admite, sim, as excludentes do nexo causal (culpa 
exclusiva da vítima, fato de terceiro, caso fortuito ou de força maior). 
 
Risco integral Risco criado 
- O risco da atividadeé suficiente para 
caracterizar a responsabilidade; 
 
- Não admite excludentes da 
responsabilidade, isto é, caso fortuito, força 
maior, culpa exclusiva da vitima e fato de 
terceiro; 
 
- Basta a comprovação do prejuízo; 
 
- Se vários são os exploradores da atividade 
danosa no local, todos serão considerados 
responsáveis solidariamente. 
 
- O dano deverá estar relacionado 
diretamente à atividade econômica do 
poluidor; 
 
- As excludentes da responsabilidade são 
admitidas; 
 
- a existência de licenciamento ambiental e a 
gama de agentes envolvidos não são, por si 
só, passiveis de exclusão da 
responsabilidade; 
 
- Havendo pluralidade de agentes a 
responsabilidade é solidária. 
 
Para Paulo de Bessa Antunes (minoria) chama atenção que a 
responsabilidade por risco integral não pode se confundir com a 
responsabilização derivada da existência da atividade: 
(...) não se pode admitir que um empreendimento que tenha 
sido vitimado por fato de terceiro passe a responder por danos 
causados por este terceiro, como se lhes houvesse dado causa. 
Responsabilidade por risco integral não pode ser confundida 
com responsabilidade por fato de terceiro, que somente tem 
acolhida em nosso direito quando expressamente prevista em 
lei (ANTUNES, Paulo de Bessa. Dieito Ambiental. 9. ed. rev., 
atual. e ampl. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006, p. 205/207). 
Não obstante os apontamentos de Antunes, Sergio Cavalieri Filho 
(maioria) entende que a responsabilidade ambiental deve ser 
fundada no risco integral, justificando: 
Extrai-se do Texto Constitucional e do sentido teleológico da Lei 
de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) que 
essa responsabilidade é fundada no risco integral, conforme 
sustentado por Nélson Nery Jr. (Justitia 126/74). Se fosse 
possível invocar o caso fortuito ou a força maior [ou ainda a 
culpa exclusiva da vítima e fato de terceiro] como causas 
excludentes da responsabilidade civil por dano ecológico, ficaria 
fora da incidência da lei, a maior parte dos casos de poluição 
ambiental, como a destruição da fauna e da flora causada por 
carga tóxica de navios avariados em tempestades marítimas; 
rompimento de oleoduto em circunstâncias absolutamente 
imprevisíveis, poluindo lagoas, baías, praias e mar; 
contaminação de estradas e rios, atingindo vários municípios, 
provocada por acidentes imponderáveis de grandes veículos 
transportadores de material poluente e assim por diante. 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 10 
(CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Responsabilidade Civil. 
8. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2008, p. 145) 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça segue no mesmo 
sentido de Cavalieri Filho, in verbis: 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC) - AÇÃO 
INDENIZATÓRIA - DANO AMBIENTAL - ROMPIMENTO DO 
POLIDUTO "OLAPA" - VAZAMENTO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL NA 
SERRA DO MAR - TEORIA DO RISCO INTEGRAL - 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA PETROBRÁS - 
APLICABILIDADE, AO CASO, DAS TESES DE DIREITO FIRMADAS 
NO RESP 1.114.398/PR JULGADO SOB O RITO DOS RECURSOS 
REPETITIVOS - ART. 543-C DO CPC - DECISÃO MONOCRÁTICA 
QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA DA 
PARTE RÉ. 
1. A tese fixada no julgamento do REsp n. 1.114.398/PR, Relator 
Ministro SIDNEI BENETI, julgado em 8/2/2012, DJe 16/2/2012, 
sob o rito do art. 543-C do CPC, no tocante à teoria do risco 
integral e da responsabilidade objetiva ínsita ao dano 
ambiental, aplica-se inteiramente à espécie, sendo irrelevante o 
questionamento sobre a diferença entre as excludentes de 
responsabilidade civil suscitadas na defesa de cada caso. 
Precedentes. 
2. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no AREsp 232.494/PR, Rel. Ministro MARCO BUZZI, 
QUARTA TURMA, julgado em 20/10/2015, DJe 26/10/2015)) 
 
 
Praticando: 
(FCC - TJ-AL - Juiz de direito) A responsabilidade civil pelo dano 
ambiental é: 
a) subjetiva para pessoa física e objetiva para pessoa jurídica. 
b) subjetiva, devendo haver comprovação de dolo ou culpa. 
c) objetiva, bastando a comprovação de ação ou omissão, resultado e nexo 
de causalidade. 
d) subjetiva, devendo haver comprovação apenas do dolo. 
e) mista, a depender da espécie de lesão causada ao meio ambiente. 
 
Comentários: 
Na responsabilidade objetiva basta a comprovação do ato, do dano e do 
nexo causal. 
Gabarito: C 
 
 Prof. Tiago Duarte 
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(FMP - MPE-AM - Promotor de Justiça) Analise as assertivas abaixo 
envolvendo a responsabilidade civil e administrativa ambiental: 
I – De acordo com doutrina e jurisprudência majoritárias, a 
responsabilidade civil ambiental é objetiva, baseada no risco integral, não 
sendo aceitas as excludentes do caso fortuito nem da força maior. 
II – Aquele que repara integralmente o dano ambiental causado estará 
isento da multa derivada da infração administrativa correspondente, salvo 
se for pessoa jurídica de direito privado, quando, então, haverá a dupla 
responsabilização. 
III – Em termos de reparação do dano ambiental derivado do 
desmatamento, não há primazia na reparação específica, podendo o 
poluidor optar entre indenizar ou executar um projeto de recuperação do 
ambiente degradado, desde que firmado por profissional tecnicamente 
capacitado, com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). 
IV – Aquele que causa dano ambiental amparado em licença ambiental 
válida e eficaz não pode ser demandado em ação civil pública para fim de 
reparar dano derivado dessa atividade. 
Quais das assertivas acima estão corretas? 
a) Apenas a I, II e III. 
b) Apenas a I. 
c) Nenhuma. 
d) Apenas a II, III e IV. 
e) Apenas a I, II e IV. 
 
 
Comentários: 
I – correta; 
II - O STJ tem entendido que cabe a redução da multa no caso de 
reparação integral dos danos; 
III – O Direito Ambiental sempre busca a reparação plena do bem ambiental 
degradado. Não sendo possível, o agente deve indenizar pelo dano; 
IV – A licença ambiental não pode ser considerada como uma licença para 
poluir. Logo, pode haver uma Ação Civil Pública em razão do dano 
ambiental. 
Gabarito: B 
 
 Prof. Tiago Duarte 
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6. Ônus da prova 
Nível de cobrança em concurso: Superior 
Com o intuito de se dar mais efetividade ao direito do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, insculpido no art. 225 da Constituição 
Federal, a doutrina e a jurisprudência trouxeram a possibilidade de 
aplicação do instituto da inversão do ônus da prova nas demandas 
ambientais com fundamento nos princípios da precaução e da 
prevenção. 
Em regra, no que diz respeito ao instituto do ônus probatório, o CPC 
adotou a teoria estática, nos moldes do art. 373: 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; 
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo 
ou extintivo do direito do autor. 
Em contraposição à teoria estática, vem-se adotando, em certos 
casos, a teoria da distribuição dinâmica do ônus probatório, 
segundo a qual a melhor maneira de provar o direito alegado seria 
conferir o ônus não a quem alega, mas a quem está em melhor 
condição de produzir a prova. 
Essa hipótese de inversão do ônus da prova está prevista no art. 6º, 
inciso VIII, do CDC: 
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a 
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, 
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando 
for ele hipossuficiente, segundo as regrasordinárias de 
experiências. 
Antes de tudo, é salutar esclarecer que a inversão do ônus da prova 
em matéria ambiental não se fundamenta no art. 21 da Lei de Ação 
Civil Pública (LACP), pois este somente se refere aos dispositivos do 
Título III do Código de Defesa do Consumidor (CDC). 
Como se pode verificar, o objeto de ambos os diplomas é a tutela 
dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. 
Desse modo, é perfeitamente aplicável à matéria ambientalista, 
uma vez que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado 
pertence a toda coletividade. 
No entanto, há casos em que o autor pode se deparar com uma 
prova de difícil produção ou impossível de se produzir, o que poderia 
gerar uma decisão injusta. Nesses casos, aplica-se a inversão do 
 Prof. Tiago Duarte 
www.nota11.com.br 13 
ônus da prova com fundamento no princípio da precaução, que 
estabelece que, havendo incerteza científica sobre a atividade 
econômica a ser desenvolvida, deve-se, em nome desse princípio, 
inverter o ônus probatório para que o potencial poluidor comprove 
que sua atividade não ocasionará prejuízo ao meio ambiente. 
Nesse sentido, ante a informação científica insuficiente acerca da 
matéria ambiental, o princípio da precaução vem em auxílio aos 
ambientalistas, em razão da dúvida sobre os efeitos potencialmente 
perigosos sobre o ambiente. 
Sobre esta ótica, sustenta-se que a incerteza científica milita em 
favor do meio ambiente (princípio in dubio pro nature). 
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que não pode haver 
óbices à propositura de ações que visem à defesa de direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, visto que responsabilidade 
ambiental é de interesse público e a sociedade é hipossuficiente, 
razão pela qual deve ser transferido ao empreendedor o ônus da 
prova de que sua conduta não gerou riscos ambientais, em atenção 
aos princípios da precaução e da prevenção: 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO. ART. 333 DO CÓDIGO 
DE PROCESSO CIVIL. ACÓRDÃO ANCORADO NO EXAME DO 
ACERVO PROBATÓRIO DOS AUTOS. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ. 
1. O Tribunal de origem concluiu que o autor da ação civil 
pública demonstrou a ocorrência de dano ambiental e que o réu 
não logrou comprovar que a área estava preservada, ancorando-
se no substrato fático-probatório dos autos. Desse modo, a 
revisão do julgado, a fim de verificar o descumprimento do ônus 
probatório que competia ao autor, ora agravado, demandaria 
nova incursão nas provas dos autos, providência veda em sede 
de recurso especial, conforme a Súmula 7/STJ. 
2. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no AREsp 752.309/RJ, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/04/2016, DJe 26/04/2016) 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
DIREITO CIVIL E DIREITO AMBIENTAL. USINA HIDRELÉTRICA. 
CONSTRUÇÃO. PRODUÇÃO PESQUEIRA. REDUÇÃO. 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO INCONTESTE. NEXO 
CAUSAL. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. INVERSÃO DO ÔNUS DA 
PROVA. 
CABIMENTO. PRECEDENTES. INOVAÇÃO EM RECURSO ESPECIAL. 
NÃO OCORRÊNCIA. 
1. A Lei nº 6.938/1981 adotou a sistemática da 
responsabilidade objetiva, que foi integralmente recepcionada 
pela ordem jurídica atual, de sorte que é irrelevante, na 
espécie, a discussão da conduta do agente (culpa ou dolo) para 
atribuição do dever de reparação do dano causado, que, no 
caso, é inconteste. 
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2. O princípio da precaução, aplicável à hipótese, pressupõe a 
inversão do ônus probatório, transferindo para a concessionária 
o encargo de provar que sua conduta não ensejou riscos para o 
meio ambiente e, por consequência, para os pescadores da 
região. 
3. Não há inovação em recurso especial se, ainda que 
sucintamente, a matéria foi debatida no tribunal de origem. 
4. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no AREsp 183.202/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS 
BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/11/2015, DJe 
13/11/2015) 
Desse modo, aplica-se a Teoria da Distribuição Dinâmica do Ônus da 
Prova (art. 6º, VIII, do CDC), em razão da hipossuficiência entre a 
vítima do dano e seu causador. 
 
7. Dica de ouro 
Nível de cobrança em concurso: Superior 
Como ressaltado acima, a teoria adotada pelo STJ é a teoria do risco 
integral, ou seja, não se admite as excludentes de ilicitude, bem 
como o nexo causal, bastando a configuração do dano e do agente. 
Todavia, o Conselho Superior do Ministério Público do Estado de São 
Paulo editou a Súmula nº 18, com o seguinte teor: 
Sumula nº 18: Em matéria de dano ambiental, a Lei 6938/ 81 
estabelece a responsabilidade objetiva, o que afasta a 
investigação e discussão da culpa, mas não se prescinde de 
nexo causal entre o dano havido e a ação ou omissão de quem 
cause o dano. Se o nexo não é estabelecido, é caso de 
arquivamento do inquérito civil ou das peças de informação. 
Fundamento: Embora em matéria de dano individual a Lei n. 
6938/81 estabeleça a responsabilidade objetiva, com isso se 
elimina a investigação e a discussão da culpa do causador do 
dano, mas não se prescinde seja estabelecido o nexo causal 
entre o fato ocorrido e a ação ou omissão daquele a quem se 
pretenda responsabilizar pelo dano ocorrido (Art. 14 § 1º da Lei 
6938/81; Pt. ns. 35.752/93 e 649/94). 
Assim, para o CSMP-SP é fundamental o estabelecimento do nexo de 
causalidade para se ter presente a responsabilidade (objetiva) civil 
ambiental. 
 
 
 
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8. Dano nuclear 
Nível de cobrança em concurso: Médio e superior 
No que diz respeito à responsabilidade civil pelo dano nuclear, a 
Constituição Federal determinou expressamente a aplicação da 
modalidade objetiva: 
Art. 21. Compete à União: 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer 
natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, 
o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o 
comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os 
seguintes princípios e condições: 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da 
existência de culpa; 
Nesse sentido, leciona Cavalieri Filho: 
(...) responsabilidade por dano nuclear: No artigo 21, inciso 
XXIII, letra d, da Constituição vamos encontrar mais um caso de 
responsabilidade civil. Temos ali uma norma especial para o 
dano nuclear, que estabeleceu responsabilidade objetiva para o 
seu causador, fundada no risco integral, dado a enormidade dos 
riscos decorrentes da exploração da atividade nuclear. 
(CAVALIERI Filho, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil.6ª 
ed., São Paulo: Malheiros, 2006, p.40) 
É importante mencionar que a Lei nº 6.453/1977 (dispõe sobre a 
responsabilidade civil por danos nucleares) não trata especificamente 
do dano ambiental, mas do dano individual causado pela atividade 
nuclear, embora, igualmente, impute ao agente da atividade a 
responsabilidade pela reparação do dano independente da existência 
de culpa. Todavia, é de conhecimento que à época de sua edição a 
questão ambiental não tinha a amplitude que tem nos dias atuais, 
dada com o advento da Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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