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APOSTILA-TUTELAS-ESPECÍFICAS-DO-MEIO-AMBIENTE- 7

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TUTELAS ESPECÍFICAS DO MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 2 
Sumário 
 ..................................................................................................................... 4 
1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................... 4 
2. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A TUTELA DO MEIO AMBIENTE 
NO BRASIL ............................................................................................................ 6 
2.1.Tratamento legal da matéria ambiental .................................................. 6 
2.2.- Tratamento constitucional da matéria ambiental .................................. 8 
3. DEVER DE TUTELA AMBIENTAL DO PODER PÚBLICO .................... 10 
3.1.Poder de polícia ambiental ................................................................... 14 
4. RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AO MEIO AMBIENTE ......... 17 
4.1. Dano ambiental ................................................................................... 17 
 ................................................................................................................... 17 
4.2. Regime jurídico da responsabilidade ambiental .................................. 21 
4.3. Princípios norteadores da responsabilidade civil ambiental ................ 24 
 ................................................................................................................... 24 
4.4. Teoria do risco integral ........................................................................ 26 
4.4.1.- Pressupostos da responsabilidade civil ambiental à luz da teoria do 
risco ...................................................................................................................... 29 
4.4.2. Teoria do risco integral e suas consequências ................................ 31 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 3 
 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
A tutela do meio ambiente no Brasil tem como divisor de águas o advento da Lei 
6.938/81 (Lei de Política Nacional do Meio Ambiente). Foi a primeira vez que a 
matéria ambiental foi tratada de forma integral por lei específica, a qual previu 
poderoso instrumento jurídico de proteção à natureza e à qualidade de vida: a 
responsabilidade civil por danos ambientais. 
 
Muito embora o instituto da responsabilidade civil seja antigo, tendo as suas raízes 
no direito romano, essa nova modalidade de responsabilidade é, no ordenamento 
jurídico pátrio, invenção do final do século XX. 
 
A previsão de um regime especial de responsabilidade civil pelos danos ambientais 
consistiu em inovação imprescindível para a efetividade das normas de proteção ao 
meio ambiente. Isso porque, da novidade e extensão da matéria ambiental decorre 
que “é informada pela incerteza científica, com lacunas e conflitos de opiniões entre 
cientistas”, o que sempre dificultou a atuação da responsabilidade civil clássica 
nesse meio. 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 5 
 
Não obstante, o Direito Ambiental consistir numa das mais recentes disciplinas 
jurídicas, a questão da exploração desenfreada dos recursos naturais é antiga e 
remonta ao século XVIII, quando a sociedade ocidental assistiu à 1ª Revolução 
Industrial, pelo que se verifica tardia, mas nunca inválida, a preocupação do 
legislador brasileiro com a tutela específica do meio ambiente. 
 
Trata-se de tema cuja importância, com o passar do tempo, apenas cresce. Isso 
porque a degradação ambiental consiste em processo cíclico, cumulativo e 
inevitável, produto – direto ou indireto – do desenvolvimento de toda atividade 
econômica, sendo potencializado nas sociedades de consumo de massa. Além 
disso, a preservação do meio ambiente a todos importa, pois ninguém é alheio ao 
dano ambiental, o qual, quando não irreparável, é de difícil reparação, visto que ele 
nunca se limita aos elementos ambientais considerados individualmente, 
repercutindo sempre sobre a coletividade. 
 
Nessa ceara de reconhecimento da necessidade de se conferir especial tratamento 
ao meio ambiente, a Constituição Federal de 1988 também foi bastante inovadora. 
Neste ponto, merece destaque o art. 225, o qual, ao mesmo tempo em que erigiu o 
bem ambiental à categoria de direito fundamental, estabelecendo para o Poder 
Público e para a coletividade o dever de protegê-lo e preservá-lo; também 
consagrou a tríplice responsabilidade (penal, administrativa e civil) em face das 
atividades lesivas ao meio ambiente, recepcionando, assim, a responsabilidade civil 
ambiental prevista pela Lei 6.938/81. 
 
Visando à compreensão do regime jurídico específico instituído pela 
responsabilidade civil ambiental, dedica-se um capítulo à sua análise, esta realizada 
à luz da Lei 6.938/81 e dos princípios informadores daquele instituto. 
 
Nessa oportunidade, identifica-se o conceito de dano ambiental a partir da definição 
de meio ambiente, para, então, delimitar e estudar os pressupostos dessa 
modalidade de responsabilidade civil. 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 6 
Ainda no capítulo dedicado à temática da responsabilidade civil ambiental, sem 
desprezar a existência de corrente doutrinária em sentido contrário, defende-se, 
com fulcro no art. 14, § 1º da Lei 6.938/81, que se está diante de uma modalidade 
de responsabilidade civil objetiva orientada pela teoria do risco integral. 
 
 Para tanto, destina-se tópico específico para o exame desta teoria bem como das 
consequências práticas de sua aplicação, entendendo-a como a mais adequada à 
garantia de uma proteção efetiva do meio ambiente. 
 
Pretende-se, assim, expor um panorama geral da responsabilidade civil por dano 
ambiental no país, com enfoque no entendimento doutrinário e nas normas 
constitucionais. Quanto à disciplina legal sobre o tema, a análise é centrada na Lei 
nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e estabelece a 
responsabilidade objetiva como regra nos casos de danos causados ao meio 
ambiente e a terceiros. 
 
2. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A TUTELA DO MEIO 
AMBIENTE NO BRASIL 
2.1.Tratamento legal da matéria ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 7 
Somente a partir de 1981, ano em que foi aprovada a Lei da Política Nacional do 
Meio Ambiente (Lei 6.938/81), é possível falar, no Brasil, em uma proteção 
específica ao meio ambiente. Isso porque, desde o descobrimento do país, a 
proteção ambiental se dava através de normas esparsas, cujo objetivo era reduzido 
à preservação de recursos naturais em vias de exaurimento, ou ao resguardoda 
saúde pública. Dessa forma, do período colonial à década de 60 do século XX, fala-
se numa omissão legislativa no tocante à questão ambiental, o que caracterizou 
uma fase da exploração desregrada do meio ambiente. 
 
O tratamento que se vinha dispensando à matéria ambiental era pontual e 
assistemático. A partir da segunda metade do século XX, surgem diplomas legais 
tais como o Código Florestal, de 1965; os Códigos de Caça, de Pesca e de 
Mineração, todos de 1967; a Lei de Responsabilidade por Danos Nucleares, de 
1977; a Lei do Loteamento Industrial nas áreas críticas de poluição, de 1980; e a Lei 
de Agrotóxicos, de 1989. Com o surgimento dessas normas, nota-se uma regulação 
de atividades exploratórias do meio ambiente. Nesse momento, a preocupação do 
legislador, no entanto, ainda não era com o meio ambiente em si, mas com 
categorias de recursos naturais. 
 
A aprovação da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, em 1981, foi o marco 
para uma nova perspectiva no tratamento da questão ambiental. A partir dela, foi 
possível falar numa proteção holística, isto é, integral e sistemática do meio 
ambiente. O referido diploma legal nasceu com autonomia valorativa e inovou ao 
estabelecer os princípios, os instrumentos e os objetivos da Política Nacional do 
Meio Ambiente. 
 
Como garantias à sua implementação, a Lei 6.938/81 previu o Estudo de Impacto 
Ambiental, alterou o regime de responsabilidade civil por dano ambiental, a qual 
passou a ser objetiva e integral, e conferiu a legitimidade exclusiva do Ministério 
Público para ingressar com a ação civil pública ambiental. 
 
De grande importância a consagração, com fulcro na teoria do risco integral, da 
responsabilidade objetiva em matéria ambiental; na medida em que atribui o dever 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 8 
de indenizar àquele que exerce atividade perigosa ao meio ambiente, sendo, para 
tanto, apenas necessária a comprovação do dano ambiental e do nexo causal, o 
qual não poderá ser afastado por nenhuma excludente. 
 
Começa, então, um movimento no Poder Legislativo no sentido de se conferir uma 
maior e mais específica tutela ao meio ambiente. 
 
Em 1985, por exemplo, sobreveio a Lei 7.347/85, a qual, em seu art. 5º, ampliou a 
legitimidade para a propositura da ação civil pública ambiental para outros órgãos e 
instituições públicas, permitindo que outros agentes pleiteassem em juízo medidas 
de proteção ao meio ambiente. Assim, a legitimidade para a propositura da ação 
civil pública, inclusive a intentada em face de danos causados ao meio ambiente, 
deixou de ser exclusiva do Ministério Público, para abranger também a Defensoria 
Pública, a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, as Autarquias, as 
Fundações, as Empresas Públicas, as Sociedades de Economia Mista e as 
Associações que atendam aos requisitos previstos no referido artigo. 
 
2.2.- Tratamento constitucional da matéria ambiental 
 
No âmbito constitucional, somente em 1988, o Brasil, seguindo tendência mundial 
de constitucionalização do meio ambiente, ressalta-se que países como Portugal, 
Espanha, Equador, Chile e Peru partiram na frente, erigiu-o à categoria de valor 
ideal da ordem social. As Constituições anteriores sequer faziam referência à 
expressão “meio ambiente”, protegendo-o de maneira indireta ao disporem sobre as 
belezas naturais, patrimônio histórico, paisagístico, artístico e cultural, plantas e 
rebanhos, tratando de alguns dos elementos que compõem o bem ambiental ou de 
matérias a ele correlatas. 
Pedro Lenza destaca, por exemplo, que a Constituição de 1824 proibia o trabalho, 
cultura, indústria ou comércio que se opusessem à segurança e saúde dos 
cidadãos. 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 9 
O mero tratamento da matéria ambiental no corpo da Constituição Federal de 1988, 
por si só, já trouxe imensa repercussão. Como aponta Herman Benjamim, “a 
constitucionalização do meio ambiente implicou a sua proteção como direito 
fundamental, pelo que suas normas passaram a ter aplicabilidade imediata”. 
José Afonso da Silva observou que a “Constituição de 1988 foi a primeira a tratar 
deliberadamente da questão ambiental”, reservando todo um capítulo, o sexto, a 
normas voltadas à proteção do meio ambiente, sem prejuízo de outros dispositivos 
constitucionais regulando a matéria direta e indiretamente. A nova Carta 
Constitucional também inovou ao prever, em seu art. 70, como princípio da ordem 
econômica, a proteção ao meio ambiente, sepultando a cultura de que o 
crescimento econômico e a harmonia ambiental eram incompatíveis. 
Ainda segundo José Afonso, a Constituição, ao tratar incisivamente do assunto 
atinente ao meio ambiente no Capítulo VI do Título VIII, não deixa de contemplá-lo 
em “outros dispositivos, nos quais os valores ambientais se apresentam sob o véu 
de outros objetos da normalidade constitucional”. 
A proteção ao meio ambiente na Constituição, portanto, é feita tanto de forma 
concentrada, notadamente através do artigo 225, como difusa, por meio de outras 
normas dispersas no texto constitucional. 
Fundamental, por ser dispositivo norteador do tratamento constitucional conferido ao 
meio ambiente, o exame do artigo 225 da Carta Maior, cujo caput reproduz-se a 
seguir: 
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” 
 
Percebe-se, que, com esta redação, o legislador constituinte deu ao meio ambiente 
o status de bem jurídico constitucional. Em função disso, a proteção dele não se dá, 
como visto antes do advento da atual Constituição, por via reflexa à proteção de 
outros bens jurídicos, tais como saúde, produção e consumo; mas de forma direta, 
 
 
 
 
 
 
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 10 
haja vista que é um bem em si, algo valioso para o homem e que merece o amparo 
do ordenamento jurídico. 
Outra inovação decorrente desta norma é a criação de um direito constitucional ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, pertencente a todos os brasileiros e 
estrangeiros residentes no país, os quais não podem dele dispor, visto que também 
é direito garantido às futuras gerações. 
Trata-se de direito fundamental do indivíduo, oriundo da chamada terceira geração 
de direitos, os quais “não se destinam especificamente à proteção dos interesses de 
um indivíduo, de um grupo ou de um determinado Estado, tendo por destinatário o 
próprio gênero humano”. Configura também um direito público subjetivo, tornando-
se “exigível e exercitável em face do próprio Estado, que também tem a missão de 
protegê-lo”. 
O meio ambiente é classificado, ainda, como um bem de uso comum do povo, pelo 
que seria um bem público em razão do disposto no art. 99 do CC. A despeito disso, 
a doutrina do Direito Ambiental vai mais além e destaca que o meio ambiente é um 
bem difuso, ou seja, não é público nem privado, cujos titulares são grandes parcelas 
de pessoas não representadas por porta-vozes unívocos e individualizados. Essa 
nova categoria de bem, o bem ambiental, foi criada pela Constituição Federal de 
1988 e, por ser um bem de uso comum do povo, “não cabe exclusivamente a uma 
pessoa ou grupo, tampouco se atribui a quem quer que seja sua titularidade”. 
Sendo difusa a natureza do bem ambiental, há que o dever de protegê-lo recairá 
tanto sobre o Poder Público quanto sobre a coletividade. Essa imposição, 
decorrente da redação do art. 225 da CF/88, é de extrema importância para o 
presente estudo. Note-se que a titularidade do bem ambiental implica, 
necessariamente, para os respectivos titulares o dever de defendê-lo e preservá-lo, 
com o que se lança a base da responsabilidade ambiental. 
3. DEVER DE TUTELA AMBIENTAL DO PODER PÚBLICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 11 
Odever de tutela ambiental pelo Poder Público pode ser entendido como uma 
decorrência da criação, pela Constituição de 1988, do direito público subjetivo ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado. É que, como regra, numa relação 
jurídica, existe uma relação de reciprocidade entre direito e dever. 
Com isso, como bem alertou Pontes de Miranda, “não se quer afirmar que sejam 
direito e dever a mesma coisa vista de lados diferentes”, mas que a positivação de 
uma norma no plano jurídico, ao criar um direito, por via reflexa, também gera um 
dever, de modo que é permitido ao titular do direito subjetivo, para fins de exercê-lo, 
exigir do devedor determinado comportamento. 
Por ser difuso o bem ambiental e em face do direito constitucional ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, a Constituição elegeu como devedores o Poder Público 
e o cidadão (art. 225, caput da CF), atribuindo-lhes a incumbência de promover a 
proteção do meio ambiente. Ressalte-se que surge para aquele, no parágrafo 1º do 
art. 225 da CF, uma série de deveres específicos, consistentes em reais obrigações 
de fazer. 
Considerando que esses deveres têm como destinatário o Poder Público, faz-se 
necessária, para fins de responsabilidade, a compreensão da abrangência dessa 
expressão. Para tanto, destaca-se a esclarecedora lição de José Afonso da Silva, 
autor que identifica no termo: 
(...) todas as entidades territoriais públicas, pois uma das características do 
Estado Federal, como o nosso, consiste precisamente em distribuir o Poder 
Público por todas as entidades autônomas que o compõem, para que cada 
qual o exerça nos limites das competências que lhes foram outorgadas pela 
Constituição. 
O cumprimento desses deveres pelo Poder Público ganha importância na medida 
em que se trata de assegurar um direito fundamental que todos têm a um meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, como já mencionado. Aliás, direito este 
essencial à garantia do direito à vida (art. 5º, caput, da CF), e, ainda, à garantia de 
um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, a dignidade humana (art. 
1º, III da CF). 
 
 
 
 
 
 
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 12 
Não se está diante de uma faculdade do Poder Público, não se trata de uma opção 
de proteção do meio ambiente, o que há é um verdadeiro dever decorrente de um 
direito constitucional. Como já frisado, sendo o bem ambiental um bem difuso, não 
pode o Poder Público dele dispor, permitindo um desequilíbrio ecológico. Muito 
embora o meio ambiente seja um bem de uso comum do povo, espécie de bem 
público, ele não é patrimônio das pessoas jurídicas de direito público interno, 
exercendo estas a função de gestor e administrador do bem ambiental. 
A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal 6.938/81) tem papel de 
destaque na regulação da atuação do Poder Público em relação às questões 
ambientais. Pois no artigo 2º, caput, da lei, é possível ler o objetivo da Política 
Nacional do Meio Ambiente, que não é outro senão a: 
Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à 
vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-
econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade 
da vida humana(...) 
 
No inciso I do mesmo dispositivo, encontramos que este objetivo será cumprido 
atendendo ao princípio da ação governamental na manutenção do equilíbrio 
ecológico. Tudo isso, considerando-se o meio ambiente como um patrimônio público 
a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo. 
 
Trata-se de disposição legal que, expressamente, atribui ao Poder Público o dever 
de proteger o meio ambiente, impondo-lhe uma atuação positiva voltada à 
preservação da qualidade ambiental e à manutenção do equilíbrio ecológico. Nos 
termos do art. 5º da Lei Federal nº 6.938/81, a ação do Poder Público, ou seja, da 
União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios será orientada por 
diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. 
 
O dever de atuação do Poder Público na proteção ao meio ambiente funda-se no 
Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal, que decorre diretamente do 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 13 
parágrafo 1º do art. 225 da CF e estabelece para o Poder Público o dever de defesa 
e preservação do bem ambiental, garantindo a sua efetividade. 
 
Com base no inciso V do mesmo dispositivo legal, também se fala no Princípio do 
Controle do Poluidor pelo Poder Público. A este respeito, Édis Milaré leciona: 
 
Resulta das intervenções do Poder Público necessárias à manutenção, 
preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua 
utilização racional e disponibilidade permanente. 
A ação dos órgãos e entidades públicas se concretiza através do exercício 
do seu poder de polícia administrativa [...] 
 
Existem, ainda, os Princípios da Precaução e da Prevenção, princípios 
fundamentais do meio ambiente, cuja observação depende de uma prestação 
positiva. Porque impõem ao Poder Público a adoção de medidas destinadas a evitar 
risco de danos ambientais, seja de forma mais genérica (prevenção) ou mais 
específica (precaução). 
 
Da aplicação direta destes princípios, decorre, portanto, o dever do Poder Público 
de atuar na defesa, proteção e preservação do meio ambiente em todas as suas 
esferas, isto é, a administrativa, a legislativa e a judicial. 
O dever de tutela ambiental também repercute sobre as atividades econômicas 
desenvolvidas pela iniciativa privada e pela pública, ante a disposição do art. 225 da 
CF, na medida em que o art. 170, IV, da CF consagra, como princípio da ordem 
econômica, a defesa do meio ambiente. Há um nítido caráter limitador, pois tais 
atividades não poderão desenvolver-se se implicarem violação às normas de 
proteção ambiental. 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 14 
 
 
 
 
3.1- Poder de polícia ambiental 
 
Diante do dever de tutela ambiental 
imposto ao Estado, o Poder de Polícia 
surge como um importante mecanismo 
para a prevenção e repressão aos danos 
ambientais que possam decorrer do 
desenvolvimento dessas atividades 
econômicas. É pela polícia administrativa 
que se concretizam os princípios da 
Prevenção e Precaução, bem como de 
Controle do Poluidor. 
 
O termo “poder”, cumpre ressaltar que, mais uma vez, não se está diante de uma 
faculdade do Poder Público, antes, trata-se, verdadeiramente, de um dever, um 
poder-dever decorrente do Princípio da Obrigatoriedade do Desempenho da 
Atividade Pública. Deve ser entendido nos termos do conceito legal presente no art. 
78 do CTN, pelo que consiste em: 
 
[...] atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de 
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à 
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício 
de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais ou coletivos. 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 15 
Fala-se, portanto, num Poder de Polícia Ambiental, instrumento através do qual a 
Administração Pública cumpre o seu dever constitucional de proteger o meio 
ambiente, pelo qual é dado a esta limitar e disciplinar ato ou omissão contrário ao 
interesse público, notadamente que ameace o bem ambiental, evitando a sua 
degradação através da prevenção e reparação do dano. 
 
Destaca-se o caráter negativo do Poder de Polícia na medida em que se caracteriza 
pela imposição ao particular de uma obrigação de não fazer, isto é, de uma 
abstenção, ou mesmo limita a prática de um ato por parte deste, visando evitar a 
afronta ao interesse público, categoria na qual se insere o meio ambiente. 
 
Note-se que mesmo quandoo Poder Público, exercendo o Poder de Polícia, exige 
do particular que atenda certos requisitos para que lhe seja concedida licença para 
a prática de uma atividade, não se está diante da imposição de um facere. Nos 
dizeres de Celso Antônio Bandeira de Mello, “trata-se de mera aparência de 
obrigação de fazer, pois o Poder Público não quer estes atos, mas somente evitar 
que as atividades ou situações pretendidas pelos particulares sejam efetuadas de 
maneira perigosa ou nociva”. 
 
Neste ponto, necessário conciliar a imperatividade inerente ao dever constitucional 
de tutela ambiental pelo Poder Público com o seu respectivo meio de efetivação, 
qual seja, o Poder de Polícia, visto que parte da doutrina do Direito Administrativo 
relaciona como sua característica a discricionariedade. 
Preliminarmente, atente-se que a discricionariedade não é uma qualidade do Poder 
de Polícia, mas do ato administrativo. Alguma confusão consistente na atribuição 
dessa característica ao Poder de Polícia se justifica pelo fato deste ser exercido 
através de atos administrativos, quer vinculados, quer discricionários. 
Há que o Poder de Polícia é de exercício obrigatório pelo Poder Público, pois, afinal, 
é também um dever. Discricionária poderá ser a manifestação da competência da 
Administração Pública para a prática de certos atos no exercício do Poder de 
Polícia. Exemplo disso é a autorização, ato pelo qual a Administração Pública 
permite a realização, pelo particular, de atividade cujo interesse seja 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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predominantemente deste. Mas, jamais o cumprimento pelo Poder Público das 
normas de proteção ambiental será discricionário, visto que, no tocante à obediência 
da lei, não há juízo de oportunidade e conveniência, mas sim cogência. 
Ao lado da autorização, no que diz respeito ao exercício do Poder de Polícia 
Ambiental, reserva-se papel de destaque para o licenciamento. A atividade 
fiscalizadora decorrente desse poder se vale do licenciamento ambiental para 
prevenir riscos ambientais, de modo que a prática de determinada atividade 
somente será facultada ao particular, através da concessão de uma licença, se este 
demonstrar o cumprimento de todos os requisitos legais exigidos. 
 
Importante mencionar, ainda, que o simples exercício do Poder de Polícia Ambiental 
através de atos de polícia, como a autorização e licença ambiental, não é suficiente 
para exaurir a atuação da Administração Pública na perseguição do seu dever 
constitucional de tutela do meio ambiente. Ainda é necessário que toda e qualquer 
ação nesse sentido observe o princípio da eficiência, configurado no art. 37 da CF. 
 
Por força desse princípio, quanto ao modo de atuação do Poder Público, os atos por 
ele praticados devem traduzir a melhor solução que contemple o interesse público, 
ou seja, se é certo que o Estado deve agir obrigatoriamente no sentido de garantir a 
proteção e preservação do bem ambiental, também é verdade que a sua atuação 
deve ser apta a concretizar material e efetivamente a finalidade prevista em lei. 
 
A consagração do princípio da eficiência como norteador da atividade administrativa 
permite o questionamento, inclusive judicial, dos atos administrativos ineficientes. 
 
Note-se que não cabe ao Administrador, ao praticar um ato administrativo, a escolha 
de uma solução menos efetiva. Sua atuação, necessariamente, será aquela que 
melhor atender ao interesse público. Há grande limitação à discricionariedade neste 
ponto. Dessa forma, temos que o princípio da eficiência integra o controle de 
legalidade e legitimidade do ato administrativo, de maneira que, caso não seja 
eficiente, este poderá ser anulado judicialmente. 
 
 
 
 
 
 
 
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 17 
Diante disso, verificada, em face de um dano ambiental, a omissão do Poder 
Público quanto ao dever de tutela do meio ambiente, ou mesmo constatada a sua 
atuação ineficiente, diz-se que ele concorreu para a lesão. Assim, é possível pleitear 
a responsabilização da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, a quem 
também compete constitucionalmente proteger o meio ambiente (art. 23, VI, da 
CF/88), pela ocorrência de dano ambiental que poderia ter sido evitado se não 
houvessem se omitido no controle das atividades potencialmente lesivas ao meio 
ambiente desenvolvidas pelos administrados. 
 
 
 
4. RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AO MEIO AMBIENTE 
4.1. Dano ambiental 
 
O dano, entendido como o ataque à 
integridade de alguma coisa, é 
elemento necessário à configuração 
da responsabilidade civil, sendo 
unânimes os autores quanto à 
impossibilidade de haver 
responsabilidade sem a sua 
existência. 
Considerando que a responsabilidade 
civil ambiental trata do dever de reparação a um dano especificamente causado ao 
meio ambiente, imprescindível compreender o conceito de dano ambiental, a partir 
do que se torna possível a verificação da sua ocorrência, a identificação das 
condutas danosas, bem como dos bens jurídicos por ele atingidos. 
Inicialmente, impende destacar que, ao lado do nexo de causalidade, vínculo 
existente entre a conduta e a lesão provocada, que o relaciona ao agente poluidor, o 
dano ambiental consiste em elemento necessário à existência da responsabilidade 
civil ambiental, sem o que não se pode falar em pretensão indenizatória. 
 
 
 
 
 
 
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Em relação ao conceito de dano ambiental, não se trata de tarefa fácil. Isto porque 
se está diante de um conceito cuja compreensão depende de outro conceito, qual 
seja, o de meio ambiente. A dificuldade de definição se dá de forma reflexa e reside 
justamente na omissão do legislador constituinte em conferir ao meio ambiente, alvo 
do dano ambiental, uma noção técnico-jurídica, conforme aponta Paulo de Bessa 
Antunes, somente a partir da delimitação dos elementos englobados pela expressão 
meio ambiente, isto é, da definição do que vem a ser o bem ambiental, é que se 
pode discutir a lesão causada ao meio ambiente e a sua respectiva reparação. Sem 
isso, impossível classificar o dano ocorrido como ambiental. 
Com efeito, poucos autores se atrevem a conceituar meio ambiente. Termo, aliás, 
composto por duas palavras polissêmicas, às quais podem ser atribuídos 
significados diversos, independentemente de seu uso ocorrer no âmbito da 
linguagem comum ou científica, que, juntas, ganham um significado novo e 
completamente diferente. 
A solução do impasse quanto à conceituação do meio ambiente repousa no art. 3º 
da Lei 6.938/81, que também define poluição e degradação. Pelos termos do inciso I 
do mesmo dispositivo, o meio ambiente é entendido como “o conjunto de condições, 
leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, 
abriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
Essa definição legal de meio ambiente revela a visão antropocêntrica do Direito 
Ambiental, pela qual aquele deve servir à satisfação das necessidades humanas, 
prevalecendo o princípio da dignidade da pessoa humana. Porém, não se pode 
entender o meio ambiente “como algo extrínseco e exterior à sociedade humana”, 
pois “o próprio ser humano é parte integrante do mundo natural”, e, portanto, do 
meio ambiente. 
 
Nesse sentido, esclarecedora a lição de José Rubens Morato Leite, segundo quem, 
independentemente do conceito adotado: 
“o meio ambiente engloba, sem dúvida, o homem e a natureza, com todos 
os elementos. Dessa forma, se ocorrer um dano ao meio ambiente este se 
 
 
 
 
 
 
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estende à coletividade humana, considerando se tratar de um bem difuso 
interdependente”. 
Compreendido o conceito de meio ambiente, convém, ainda, para fins de delimitar o 
dano ambiental, destacar a definição jurídica de degradação ambiental e poluição. 
Isto porque, na medida em que o legislador estabelece que “degradação ambiental 
é a alteração adversa das características do meioambiente”, bem como firma que 
poluição “é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades”, que 
impliquem as consequências previstas nas alíneas do art. 3º, inciso III; verifica-se 
uma interdependência entre todos esses conceitos. 
Interessante anotar o conceito de dano ambiental dado por Álvaro Mirra: 
Dano ambiental pode ser definido como toda degradação do meio 
ambiente, incluindo os aspectos naturais, culturais e artificiais que permitem 
e condicionam a vida, visto como bem unitário, imaterial, coletivo e 
indivisível, e dos bens ambientais e seus elementos corpóreos e 
incorpóreos específicos que o compõem, caracterizadora da violação do 
direito difuso e fundamental de todos à sadia qualidade de vida em um 
ambiente são e ecologicamente equilibrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, não é toda alteração ecológica que configura dano ambiental. Até porque 
aquela ocorre todos os dias e é consequência natural da ação antrópica sobre o 
meio em que vive, através do desenvolvimento de atividades em quaisquer dos 
 
 
 
 
 
 
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setores econômicos, primário, secundário ou terciário. Ademais, não se pode olvidar 
que o meio ambiente está sujeito a alterações espontâneas. 
 
Dessa forma, para que não se chegue ao absurdo de reputar como maléfica toda e 
qualquer mudança ambiental, do que decorreria permanente pretensão 
indenizatória, os autores ressaltam a importância da aferição da gravidade do dano, 
isto é, significa dizer que a lesão deve extrapolar os padrões de normalidade e 
tolerância. Entretanto, ante a ausência de limites legais para isso, a gravidade do 
dano, para fins de reparação, é analisada caso a caso, avaliada por peritos. Caberá, 
finalmente, ao Poder Judiciário dizer se o evento danoso é ou não relevante, isto é, 
se viola o direito fundamental à sadia qualidade de vida num ambiente 
ecologicamente equilibrado, de modo a ensejar a obrigação de indenizar. 
 
Nesse diapasão, compreende-se não só os recursos naturais, seres bióticos e 
abióticos, mas é integrado pela própria humanidade; bem como, tendo em vista que 
é um direito difuso, a lesão a ele provocada não somente atinge o bem ambiental 
em si, mas também toda a coletividade. Em outros termos, entende-se o dano 
ambiental como “a lesão ou perigo de lesão causada pelo homem aos componentes 
ambientais, compreendendo não só o dano ao meio ambiente em si, como os danos 
à vida, à saúde e à integridade física”. Alguns autores entendem, ainda, que, por 
força dos princípios da prevenção e da precaução, o dano ambiental compreende o 
risco de dano e a potencialidade de dano. 
Note-se que esse entendimento não está em desacordo com o disposto no artigo 
14, § 1º da Lei 6.938/81, em que é prevista a obrigação do poluidor de indenizar ou 
reparar, independentemente de culpa, os danos causados ao meio ambiente ou a 
terceiros. Trata-se de hipótese em que a atividade do poluidor, pessoa física ou 
jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por 
atividade causadora de degradação ambiental, causa alteração adversa das 
características do meio ambiente, provocando danos ao meio ambiente e/ou a 
terceiros. 
O dano ambiental pode, portanto, afetar o patrimônio ambiental, coletivo, e/ou o 
patrimônio individual, causando lesão a direito específico do indivíduo. Alsina aponta 
 
 
 
 
 
 
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que este último, o dano individual, é causado por intermédio do meio ambiente, 
identificando-o como dano em ricochete a interesses legítimos de uma determinada 
pessoa. 
4.2. Regime jurídico da responsabilidade ambiental 
 
O Direito Ambiental atua em três âmbitos distintos, o de natureza preventiva, 
reparatória e repressiva. Interessa-nos, para este estudo, o enfoque sobre a tutela 
reparatória deste ramo do direito, que por repercutir na esfera civil, permite que se 
fale numa responsabilidade civil ambiental. 
Como decorrência da consagração constitucional de um dever de proteção e 
preservação do meio ambiente, imposto não só ao Estado, como também a todos 
os cidadãos, surge a responsabilidade ambiental. Ora, a existência de um dever 
relacionado a um bem difuso e indisponível, qual seja, o bem ambiental, gera 
obrigações, cujo descumprimento, por causar dano, enseja a responsabilização do 
agente transgressor, que deverá suportar as respectivas sanções. 
Frisa-se, antes do advento da Lei nº 6.938/81, a tutela civil ambiental, na ausência 
de norma mais específica, se deu à luz da teoria subjetiva da responsabilidade civil, 
teoria clássica adotada pelo Código Civil de 1916 e recepcionada pelo código 
vigente, primando-se pela concepção privatista do direito de propriedade. Inexistiam 
normas que tutelassem especificamente o meio ambiente, pelo que este apenas 
desfrutava de uma proteção indireta. 
A reparação do dano ambiental regia-se, portanto, pela regra geral da 
responsabilidade civil, prevista no art. 159 do antigo Código Civil: “Aquele que, por 
ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar 
prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”. 
Contudo, doutrina, jurisprudência e legislador, considerando a grande dificuldade de 
comprovação da culpa do autor do dano ambiental, até mesmo pela aplicabilidade 
das excludentes de responsabilidade, bem como tendo em vista a importância do 
bem tutelado, verificaram a inadequação da aplicação da teoria subjetiva para fins 
de indenização da lesão causada ao meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
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Aos poucos, “a matriz individualista da responsabilidade civil” foi “corroída pela 
prática jurisprudencial e gradativamente abandonada em prol de uma índole mais 
social e coletiva fundada em um dever solidário de reparação”. Assim, observou-se 
que conceber a reparação do dano ambiental condicionada às amarras da 
existência de prova de culpa do agente causador seria um contrassenso. 
Evidente que, tendo o instituto da responsabilidade civil, na sua forma clássica, 
surgido para resguardar a propriedade privada de danos causados por terceiros, ou 
seja, voltado, para a reparação individual de danos, não se pode cogitar da sua 
adequação para fins de tutela do meio ambiente. Isso porque, dentre outros 
aspectos, a lesão ambiental tem a capacidade de se pulverizar, atingindo a 
coletividade na medida em que é o meio ambiente um bem difuso. 
Édis Milaré aponta três fatores determinantes para essa mudança de entendimento 
quanto à teoria aplicável à responsabilidade civil ambiental: primeiro, destaca a 
inaptidão do processo civil clássico para a composição dos danos, dada a natureza 
difusa do bem ambiental, a lesão causada ao meio ambiente é supraindividual, 
contudo, o processo civil tradicional, individualista, não permite uma reparação 
igualmente supraindividual do dano, o autor identifica, ainda, como óbice à 
reparação do dano ambiental a dificuldade de provar a culpa do agente causador, já 
que, via de regra, age sob o manto da legalidade, acobertado por licenças e 
autorizações conferidas pelo Poder Público. 
Finalmente, destaca que o regime do Novo Código Civil, por albergar excludentes 
de responsabilização, tais como o caso fortuito e a força maior, enseja situações em 
que o dano ao meio ambiente não é reparado, ante a ausência do dever de 
indenizar. 
 
No âmbito da legislação pátria, o marco dessa mudança no tratamento da 
responsabilização por danos ambientais foi a Lei nº 6.938/81, a Lei de Política 
Nacional do Meio Ambiente. O novo diploma legal trouxe consigo duas grandes 
inovações: a objetivação da responsabilidade civil por danos ambientais e a 
legitimação do Ministério Público para a cobrança de reparação do dano. 
 
 
 
 
 
 
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A partir de então, fala-se numa responsabilidade civil ambiental que, nos termos do 
artigo 14, § 1º do referido diploma legal, é objetiva, comfundamento no risco da 
atividade. Isso porque ficou estabelecida para o poluidor obrigação de reparar ou 
indenizar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, independentemente 
de culpa, consoante se constata da leitura do dispositivo legal: 
Art. 14. (omissis) 
§1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o 
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar 
ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por 
sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade 
para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados 
ao meio ambiente. 
 
Regulamentando a matéria da responsabilidade civil, o Código Civil de 2002 
estabelece que somente nos casos especificados em lei, ou quando a atividade 
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, naturalmente, riscos a 
direitos de outrem, haverá obrigação de reparar o dano independentemente de 
culpa. 
A responsabilidade civil ambiental enquadra-se exatamente nesta exceção à regra 
geral da responsabilidade civil, segundo a qual a obrigação de indenizar exige a 
existência de culpa, ao lado da ação ou omissão, do nexo de causalidade e do 
dano. A norma contida no artigo 14, § 1º da Lei de Política Nacional do Meio 
Ambiente é a previsão legal, referida no parágrafo único do art. 927 do CC/2002, 
que autoriza regime jurídico especial da responsabilidade civil, a chamada 
responsabilidade objetiva. 
Note-se que a teoria objetiva da responsabilidade, na qual se fundamentou a 
responsabilidade civil ambiental, também tem como pressuposto a ocorrência de um 
dano, causado por uma ação ou omissão. Mas, prescinde da comprovação de culpa 
lato sensu, de modo que o dever de reparação, seja através da restituição do status 
quo ante, seja por meio de indenização, surge diante da ocorrência do evento 
danoso. 
 
 
 
 
 
 
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A adoção da teoria objetiva para a responsabilidade civil ambiental não encontrou 
óbice na CF/88, a qual, aliás, a recepcionou. O artigo 225, § 3º da Carta Magna 
consagrou, no que diz respeito à matéria ambiental, a responsabilidade civil, 
administrativa e penal, prevendo, inclusive, em seu § 2º, a obrigação do explorador 
de recursos minerais de reparar o meio ambiente degradado, em conformidade com 
a solução técnica exigida pelo órgão competente, na forma da lei. Também no artigo 
21, XXIII, d, da CF, há previsão de responsabilidade civil objetiva por danos 
nucleares. 
A Lei Maior consagrou, portanto, a responsabilidade civil por dano ambiental, 
fixando para as pessoas físicas ou jurídicas o dever de reparação do meio ambiente 
pelos danos causados em razão da exploração de suas respectivas atividades. 
Essa norma pode, ainda, ter o seu alcance ampliado segundo uma interpretação 
conforme a hermenêutica constitucional, passando a incidir não somente sobre as 
atividades lesivas ao meio ambiente, mas também sobre aquelas potencialmente 
lesivas “cujo dano, ainda que não previsível, deve ser evitado pelo explorador da 
atividade e por todos que dela direta ou indiretamente participem”. 
4.3. Princípios norteadores da responsabilidade civil ambiental 
 
 
 
 
 
 
Justifica a previsão de um regime especial de responsabilidade civil pelos danos 
causados ao meio ambiente, o fato de a tutela do meio ambiente ser orientada pelos 
princípios específicos de proteção ao meio ambiente: o princípio da prevenção, da 
precaução e do poluidor -pagador. 
Cumpre frisar que existe na doutrina certa confusão quanto à distinção entre os 
princípios da precaução e prevenção. Nesse passo, autores referem-se a eles como 
 
 
 
 
 
 
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princípios distintos, é o caso de Marcelo Abelha Rodrigues, que vislumbra 
diferenças na teleologia de cada princípio, afirmando que “o que se pretende por 
intermédio da precaução e o que se quer pela prevenção”. 
Outros, a exemplo de Sirvinskas, entendem as expressões como sinônimas. E, por 
fim, há aqueles que optam, em seus trabalhos, por apenas fazer referência ao 
princípio da prevenção, como Édis Milaré, que alega “adotar o princípio da 
prevenção como fórmula simplificadora, uma vez que prevenção, pelo seu caráter 
genérico, engloba precaução, de caráter possivelmente específico”. 
No ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da prevenção foi previsto pelo art. 2º 
da Lei 6.938/81, que estabelece como objetivo da Política Nacional do Meio 
Ambiente a preservação da qualidade ambiental. Determina, portanto, que, antes 
mesmo de se pensar em reparação, o dano ao meio ambiente seja evitado. Tendo 
em vista que se trata de dano de difícil reparação, quando não é irreparável, essa é 
a melhor forma de proteção ao meio ambiente. A aplicação do princípio da 
prevenção se dá em momento anterior à consumação da lesão ambiental e trabalha 
com a ideia de risco. 
O princípio da precaução, por sua vez, tem por principal objetivo “orientar o 
desenvolvimento e a aplicação do Direito Ambiental nos casos de incerteza 
científica” 
 Previsto no Princípio 15 da Declaração do Rio, impede que a incerteza científica 
acerca do risco que o desenvolvimento de certa atividade representa para o meio 
ambiente seja usada como escusa para a inércia dos empreendedores quanto à 
adoção de medidas que se prestem a evitar a ocorrência de lesão ambiental. Busca, 
assim, proteger o bem ambiental contra o próprio perigo ou risco de dano, de modo 
que, se o explorador da atividade potencialmente lesiva quiser continuar a 
desenvolvê-la, terá que provar que a mesma não representa risco ambiental, 
demonstrando, se for o caso, que adotou as providências necessárias para tanto. 
Dessa forma, nota-se a diferença entre os princípios da prevenção e da precaução, 
evidenciada, principalmente, no momento da aplicação de cada um deles. Pois, na 
medida em que o princípio da prevenção pressupõe a existência de um risco de 
dano, impondo que se diligencie no sentido de evitá-lo ou de minimizá-lo; há que o 
 
 
 
 
 
 
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princípio da precaução é anterior, visto que atua mesmo diante da incerteza 
científica da possibilidade de dano, tendo por objetivo não o impedimento da 
consumação do dano, mas o não surgimento do perigo de lesão ao ambiente. 
No tocante ao princípio do poluidor-pagador, verifica-se que também foi introduzido 
no ordenamento jurídico pela Lei 6.938/81, através de seus arts. 4º, VII, e 14, § 1º. 
Destaca Herman Benjamin que tal princípio “impõe ao poluidor o dever de arcar com 
as despesas de prevenção, reparação e repressão da poluição” . Depreende-se daí 
que a norma encerrada no princípio do poluidor-pagador, como faz parecer a 
nomenclatura, não pode ser reduzida à previsão do dever de indenizar para aquele 
que degrada o ambiente; antes, fixando para este o ônus de arcar com as despesas 
relativas à prevenção do dano. 
Nesse sentido, Marcelo Abelha Rodrigues também observa que, conquanto seja 
evidente o vínculo do princípio do poluidor-pagador com o instituto da 
responsabilidade civil por danos ambientais, aquele a esta não se limita, visto que 
alcança toda forma de atuação estatal que vise proteger, controlar e reprimir a 
degradação ambiental. 
4.4. Teoria do risco integral 
 
A chamada teoria do risco é uma das teorias da responsabilidade objetiva e se 
desdobra em duas vertentes, conforme varie a modalidade do risco: a teoria do risco 
criado e a teoria do risco integral. 
Diz-se, numa breve análise, que teoria do risco criado imputa responsabilidade 
objetiva àqueles que desenvolvem atividades que, naturalmente, colocam em risco 
direito de outrem. Sua aplicação no campo do Direito Ambiental leva esses agentes, 
cujas atividades, por sua natureza, implicam perigo ou causam lesão ao bem 
ambiental a responderem objetivamente pelo dano ao meio ambiente. 
Por outro lado, pela teoria do risco integral,a pessoa física ou jurídica, exploradora 
de atividade que cause dano ambiental efetivo, ou mesmo apenas potencial, por ele 
responde objetivamente, não cabendo qualquer discussão quanto à licitude da 
atividade nem da voluntariedade da ação. Por não admitir nenhuma excludente de 
 
 
 
 
 
 
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responsabilidade, “a teoria em comento conduz a ideia de responsabilização às 
mais altas elucubrações”. 
Muito embora a doutrina administrativista relute em aceitar a responsabilidade civil 
do Estado segundo a teoria do risco integral, defende a aplicação da teoria do risco 
administrativo, essa modalidade mais rigorosa de responsabilização civil é a 
adotada pelo Direito Ambiental brasileiro, firmando-se na ideia de que a pessoa que 
cria o risco deve reparar os danos advindos de seu empreendimento. Basta, 
portanto, a prova da ação ou da omissão do réu, do dano e da relação de 
causalidade. 
Por força do disposto no artigo 14, § 1º da Lei nº 6.938/81, a responsabilidade civil 
ambiental é objetiva, como já mencionado, e, para a doutrina majoritária do Direito 
Ambiental, a que se filia José Alfredo Baracho Júnior, vincula-se à teoria do risco 
integral. 
O autor entende que “essa vinculação traduz uma preocupação da doutrina em fixar 
uma sistema de responsabilidade mais rigoroso em face de danos ambientais”. Isso 
se justifica quando se tem em mente o elevado, constante e intenso grau de 
degradação a que tem sido submetido o meio ambiente desde a Revolução 
Industrial, isto é, com a produção e consumo em larga escala. A respeito disso, 
Sampaio faz pertinente observação: 
Não obstante todo o esforço empreendido no sentido de aperfeiçoar os 
processos produtivos e de consumo, além da elaboração e introdução de 
mecanismos estatais privados de controle que objetivam prevenir e evitar a 
ocorrência de degradações ambientais, sempre haverá situações em que 
ocorrerão danos, nascendo o direito à sua reparação civil. 
Na jurisprudência, destaca-se manifestação do Superior Tribunal de Justiça pela 
adoção da teoria do risco integral em sede de responsabilidade civil ambiental, 
conforme se verifica em excerto de julgado, proferido em 2002: 
2. Destarte, é poluidor a pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de 
degradação ambiental; 3. O poluidor, por seu turno, com base na mesma 
legislação, art. 14-- "sem obstar a aplicação das penalidades 
 
 
 
 
 
 
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administrativas", é obrigado, "independentemente da existência de culpa", a 
indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, 
"afetados por sua atividade". 4. Depreende-se do texto legal a sua 
responsabilidade pelo risco integral. (original sem destaques) 
Por oportuno, que tal entendimento da Corte Superior restou consolidado em 
julgamento de recursos repetitivos, resultando na Tese 10 de Direito Ambiental, in 
verbis: 
10) A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria 
do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que 
permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a 
invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes 
de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar. (Tese 
julgada sob o rito do art. 543-C do CPC). 
Ressalta-se que, mesmo antes do advento da Lei nº 6.938/81, Sérgio Ferraz, 
referência doutrinária no que diz respeito ao tema da responsabilidade ambiental, no 
ano de 1977, publicou artigo no qual defendia que, em se tratando de dano 
ambiental, a responsabilidade deve ser objetiva e vinculada à teoria do risco 
integral. 
 
No referido estudo, em meio ao debate acerca da responsabilidade por dano 
ambiental, o autor apresenta três ideias: 
 
 Primeiro, quanto às atividades potencialmente degradadoras, sugere que 
sejam desenvolvidas mediante a concessão de uma autorização a título 
precário, unilateralmente revogável; 
 
 Em segundo lugar, visando assegurar a integridade do ambiente, propõe uma 
legitimação de todo e qualquer cidadão para promover a atuação dos 
poderes públicos competentes; 
 
 
 
 
 
 
 
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 Por último, defende a desapropriação para fins de preservação ou melhoria 
da qualidade do ambiente. 
 
Nota-se, as medidas propostas por Sérgio Ferraz sinalizam uma flexibilização do 
direito de propriedade visando à proteção do bem ambiental. Com este intuito, e 
considerando a necessidade de se conferir eficácia às normas de proteção ao meio 
ambiente, o autor pugnou por uma responsabilidade civil ambiental objetiva, 
segundo a teoria do risco integral. 
Na linha deste entendimento, o Conselho Público do Estado de São Paulo editou a 
Súmula nº 18, na qual ficou determinado que: 
Em matéria de dano ambiental, a Lei nº 6.938/81 estabelece a 
responsabilidade objetiva, o que afasta a investigação e a discussão da 
culpa, mas não prescinde do nexo causal entre o dano havido e a ação ou 
omissão de quem cause o dano. 
Finalmente, à luz da teoria do risco, sendo certo que a responsabilidade civil 
ambiental é objetiva, prescindindo de comprovação de culpa, seus pressupostos se 
restringem ao evento danoso e ao nexo causal. 
 
4.4.1.- Pressupostos da responsabilidade civil ambiental à luz da 
teoria do risco 
 
No que diz respeito ao dano ambiental, temos que não é de fácil verificação. Isso 
porque o meio ambiente, com maior ou menor intensidade, é constantemente 
degradado pela ação antrópica. Até mesmo o simples uso doméstico da água, na 
medida em que produz esgoto, altera a qualidade do meio ambiente, configurando 
atividade degradadora. Trata-se de consequência natural da vida em sociedade, 
principalmente, em face do modo de produção capitalista predominante em todo o 
mundo. 
 
 
 
 
 
 
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A dificuldade que surge é exatamente a de identificar quais os eventos danosos 
relevantes para o Direito Ambiental. Afinal, é impossível exigir a respectiva 
reparação de todo aquele que diminuir ou perturbar a qualidade do ambiente. 
Diante da ausência de delimitação legal do que vem a ser um dano ambiental 
relevante, até porque a abstração de uma norma não é capaz de abarcar a 
complexidade das situações fáticas, essa classificação acaba por ser feita pelo 
Poder Judiciário e por alguns agentes públicos, diante da gravidade e repercussão 
do evento danoso. 
Ocorrido o dano ambiental, para que surja o dever de indenizar ou reparar, é 
preciso, ainda, que haja nexo causal entre aquele e a atividade desenvolvida pelo 
agente. 
Por sua vez, a comprovação do nexo causal, relação de causa e efeito entre a lesão 
ambiental e a atividade desenvolvida, é feita pela aplicação da teoria da 
equivalência. Dessa forma, para saber se o dano foi causado em razão de 
determinada atividade, observa-se se o risco a ela inerente é suficiente para ensejar 
o dever de reparação do prejuízo. O juízo de valor quanto à potencialidade de 
causar o dano é feito sobre a natureza da atividade e não sobre uma determinada 
ação ou omissão, propriamente. 
Um detalhe importante aqui é que a relação de causalidade é presumida, presunção 
esta que somente pode ser afastada mediante prova negativa. Diante do evento 
danoso, o agente causador só não será responsabilizado, e, portanto, se 
desincumbirá do dever de reparação, se comprovar que inexiste nexo causal entre o 
dano e a atividade por ele desenvolvida. Tanto que, no âmbito processual, a grande 
vantagem prática de se adotar a teoria do risco integral é a inversão do ônus da 
prova dela decorrente. 
Sobre o tema, mais uma vez, importa colacionar a posição do STJ: 
DANO. MEIO AMBIENTE. PROVA. INVERSÃO. 
Constatada a relação interdisciplinar entre as normas de proteção ao 
consumidor e as de defesa dos direitos coletivos nas ações civis por danos 
ambientais, o caráterpúblico e coletivo do bem jurídico tutelado (e não a 
 
 
 
 
 
 
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hipossuficiência do autor da demanda em relação ao réu) impõe a extensão 
de algumas regras de proteção dos direitos do consumidor ao autor daquela 
ação, pois ao final busca-se resguardar (e muitas vezes reparar) patrimônio 
público de uso coletivo. Dessa forma, a aplicação do princípio da precaução 
pressupõe a inversão do ônus probatório: compete a quem se imputa a 
pecha de ser, supostamente, o promotor do dano ambiental a comprovação 
de que não o causou ou de que não é potencialmente lesiva a substância 
lançada no ambiente. Por ser coerente com essa posição, é direito subjetivo 
do infrator a realização de perícia para comprovar a ineficácia poluente de 
sua conduta, não se mostrando suficientes para tornar essa prova 
prescindível simples informações obtidas em site da Internet. A perícia é 
sempre necessária quando a prova do fato depender de conhecimento 
técnico e se recomenda ainda mais na seara ambiental, visto a 
complexidade do bioma. 
Ressalta-se, ainda, que a inversão do ônus da prova em matéria ambiental foi 
objeto de enunciado da súmula do 618-STJ: 
 
 A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação 
ambiental. 
 
Essa inversão é o reflexo processual da supremacia do interesse coletivo pela 
preservação do bem ambiental sobre o interesse particular de exploração dos 
recursos naturais, ideia que tem gozado de prestígio entre doutrina e jurisprudência 
nacional. 
Transfere-se, assim, para o demandado, a necessidade de provar que sua atividade 
não possui qualquer ligação com o dano, favorecendo, com isso, toda a 
coletividade, na medida em que o bem ambiental a todos pertence. 
 
4.4.2. Teoria do risco integral e suas consequências 
 
A aplicação da teoria do risco integral na responsabilidade objetiva, facilitando a 
imposição da obrigação de reparação do dano ambiental, não dá espaço para o 
 
 
 
 
 
 
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reconhecimento de excludentes de responsabilidade, bem como tem por irrelevante 
a licitude ou não da atividade degradadora. 
A principal virtude da referida teoria é evitar que lesões ao meio ambiente fiquem 
sem reparação por haverem decorrido de riscos inerentes à atividade 
desempenhada, ou por haverem sido causados por evento da natureza, de modo 
que, a alegação de caso fortuito ou de força maior, respectivamente, não se presta 
para afastar a responsabilidade civil ambiental. 
A consequência lógica disso é que, a teoria da imprevisão, pela qual não se imputa 
responsabilidade ao agente se o dano resulta de um fato que não poderia ser por 
ele previsto, não tem aplicabilidade. Ressalte-se que, sendo o bem ambiental 
indisponível e cogentes as normas que o tutelam, impossível invocar cláusula de 
não-indenizar, haja vista que sua previsão somente cabe em obrigações sujeitas a 
alterações mediante convenção. 
Igualmente visando à garantia de reparação/indenização do dano ambiental, a teoria 
do risco integral não admite como excludentes de responsabilidade a culpa 
exclusiva da vítima ou o dolo de terceiro. Entende-se que o poluidor, ao 
desempenhar sua atividade, assume o risco de provocar lesão ao meio ambiente, 
pelo que deve suportar o ônus de reparar qualquer dano superveniente. 
Outra consequência trazida pela adoção dessa teoria na responsabilidade civil 
objetiva é a irrelevância da licitude da atividade degradadora. Não importa se ela é 
desenvolvida em conformidade com as exigências legais, se é autorizada ou 
licenciada, esta condição não impede a ocorrência do dano ambiental, e, portanto, 
não afasta a respectiva responsabilidade do agente. 
Na verdade, a licitude da atividade jamais foi considerada como excludente de 
responsabilidade. Contudo, arguido em juízo como matéria de defesa, alguns juízes 
acatavam o argumento para deixar de condenar o poluidor a reparar o dano 
ambiental. A esse respeito, a doutrina do Direito Ambiental é pacífica no sentido de 
que, “para fins de responsabilização do poluidor, leva-se apenas em conta a 
lesividade da atividade” 
 
 
 
 
 
 
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Fundamental para a formação desse entendimento é a concepção da 
responsabilidade civil ambiental como atípica, pelo que o seu surgimento não está 
vinculado à violação de qualquer norma, até porque não caberia ao legislador dispor 
do bem ambiental, no que diz respeito à sua proteção e preservação, ao prever as 
hipóteses de autorização e licenciamento de determinadas atividades 
potencialmente lesivas. 
Sendo certo que a alegação de licitude da atividade causadora do dano não tem 
qualquer relevância para o afastamento da obrigação de indenizar, há que somente 
se presta para fins de responsabilizar solidariamente o Poder Público que concedeu 
a autorização ou licença ambiental. 
Pelo exposto, nota-se que a teoria do risco integral é uma tese puramente 
negativista. Não cogita de indagar como ou porque ocorreu o dano. É suficiente 
apurar se houve o dano, vinculado a um fato qualquer, para assegurar à vítima uma 
indenização.. 
A adoção da teoria do risco integral se prestou a conferir efetividade às normas 
protetivas do meio ambiente, notadamente no tocante à reparação da lesão 
ambiental, pois, até então, estavam neutralizadas pela necessidade de 
comprovação da culpa do agressor ambiental. 
Da sua aplicação, decorre que o causador do dano terá a obrigação de ressarci-lo 
ainda que terceiro tenha praticado a conduta culposa ou dolosa. O dever de 
reparação fica vinculado, então, à ocorrência de um dano, sendo irrelevante a 
circunstância de ter sido causado por fato culposo ou não. 
O tratamento dado pela legislação brasileira à tutela do meio ambiente é bastante 
“rígido”, o que se demonstra pela própria previsão de responsabilidade objetiva, 
embasada na teoria do risco (integral). 
 
Embora a primeira lei especificamente voltada à política ambiental só tenha sido 
aprovada em 1981 (a Lei nº 6.938/81), pode-se observar a especialização e o 
aumento dos controles e da consequente proteção legal ao meio ambiente nos 
últimos anos, particularmente a partir da Constituição de 1988, que, seguindo 
 
 
 
 
 
 
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tendência mundial de constitucionalização do meio ambiente, erigiu o meio 
ambiente à categoria de valor ideal da ordem social. 
 
Como mencionado, o mero tratamento da matéria ambiental no corpo da 
Constituição, por si, já trouxe imensa repercussão. Como aponta Herman Benjamim, 
a constitucionalização do meio ambiente implicou a sua proteção como direito 
fundamental, pelo que suas normas passaram a ter aplicabilidade imediata. 
 
Além disso, a constitucionalização da tutela ambiental, notadamente o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, ensejou a sua elevação à categoria de bem 
de uso comum do povo, elevando-o a direito público subjetivo. Disso decorreu o 
estabelecimento do dever constitucional geral de proteção do meio ambiente, 
advindo daí uma série de deveres específicos, classificados pela doutrina como 
“reais obrigações de fazer”. 
 
Finalmente, sobre as teorias que embasam a responsabilidade objetiva, destaca-se 
a teoria do risco integral, que, facilitando a imposição da obrigação de reparação do 
dano ambiental, não dá espaço para o reconhecimento de excludentes de 
responsabilidade, bem como tem por irrelevante a licitude ou não da atividade 
degradadora. Por força do disposto no artigo 14, § 1º da Lei nº 6.938/81, a 
responsabilidade civil ambiental é objetiva e, para a doutrina majoritária, a que se 
filia José Alfredo Baracho Júnior, vincula-se à teoria do risco integral. Esse também 
parece ser o entendimento da jurisprudência das Cortes Superiores, desde, pelo 
menos, meados dos anos 2000, como exemplificado pelo Recurso Especial Nº 
442.586 - SP (2002/0075602-3). 
Pode-se dizer, que a adoção da teoria do risco integral se prestou a conferirefetividade às normas protetivas do meio ambiente, notadamente no tocante à 
reparação da lesão ambiental, pois, até então, estavam neutralizadas pela 
necessidade de comprovação da culpa do agressor ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
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