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AV 2 DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL

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CURSO DE DIREITO TURMA 152 2021/1
CARLOS VINICIUS VENTURA
AV2 – COMENTÁRIOS SOBRE JULGADOS RECENTES DO STJ 
Rio de Janeiro
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA
AV2 – COMENTÁRIOS SOBRE JULGADOS RECENTES DO STJ 
Trabalho em substituição a prova AV2 de Direito Ambiental do Centro Universitário Carioca. 
Professor: Rogério Borba da Silva
Rio de Janeiro
2021
SUMÁRIO
1. CASO DE RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL
2. DESDOBRAMENTOS DOS JULGADOS APRESENTADOS
1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL
O Superior Tribunal de Justiça se manifestou em recurso especial representativo de controvérsia sobre o tema:
“RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. DANOS DECORRENTES DO ROMPIMENTO DE BARRAGEM. […] TEORIA DO RISCO INTEGRAL. NEXO DE CAUSALIDADE. 1. Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil: a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar; b) em decorrência do acidente, a empresa deve recompor os danos materiais e morais causados e c) na fixação da indenização por danos morais, recomendável que o arbitramento seja feito caso a caso e com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível socioeconômico do autor, e, ainda, ao porte da empresa, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso, de modo que, de um lado, não haja enriquecimento sem causa de quem recebe a indenização e, de outro, haja efetiva compensação pelos danos morais experimentados por aquele que fora lesado. 2. No caso concreto, recurso especial a que se nega provimento”.
REsp 1374284/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/08/2014, DJe 05/09/2014
Em julgados mais recentes, o STJ decidiu que a responsabilidade civil por danos ambientais é objetiva e solidária, de todos os agentes que obtiveram proveito da atividade que resultou no dano ambiental, “não com fundamento no Código de Defesa do Consumidor, mas pela aplicação da teoria do risco integral ao poluidor/pagador prevista pela legislação ambiental (art. 14, § 1º, da Lei n.6.938/81), combinado com o art. 942 do Código Civil.
Segundo a melhor doutrina: Os pressupostos da responsabilidade civil por danos ambientais são, basicamente: a existência de atividade de risco para a saúde e o meio ambiente; o dano ou risco de dano, efetivo ou potencial; o nexo de causalidade entre a atividade e o resultado lesivo. Não são admitidas excludentes de responsabilidade, que seriam meras condições do evento, tampouco a cláusula de não indenizar.
Nesse contexto, observa-se o princípio do Poluidor Pagador. Consubstanciado no artigo 4º, VIII da Lei 6.938/81, o princípio do poluidor pagador leva em conta que os recursos ambientais são escassos, portanto, sua produção e consumo geram reflexos ora resultando sua degradação, ora resultando sua escassez. 
Além do mais, ao utilizar gratuitamente um recurso ambiental está se gerando um enriquecimento ilícito, pois como o meio ambiente é um bem que pertence a todos, boa parte da comunidade nem utiliza um determinado recurso ou, se utiliza, o faz em menor escala. Sendo assim, esse princípio estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve suportar seus custos.
A responsabilidade civil ambiental é um mecanismo processual para fins de responsabilização por dano ambiental. No Direito Brasileiro caracteriza-se por ser de caráter objetivo, solidário e independentemente de antijuridicidade.
Isso significa que, para fins de responsabilização por dano ambiental, todos os responsáveis, direta ou indiretamente pelo dano, poderão ser chamados e, mesmo sem o cometimento de ato ilícito, é cabível a reparação por dano ambiental, não se admitindo excludentes de responsabilidade. 
O dever de reparação dos danos ambientais é extraído do próprio texto constitucional, que diz:
CF/88 Art. 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Nesse sentido, a Lei 6.938/81, Art 14, § 1º preceitua:
Art 14, § 1º “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.”
 
Nesse caso, as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Ficando claro a tríplice responsabilidade penal, administrativa e civil, que embora independentes, tem influências recíprocas.
2. DESDOBRAMENTOS DOS JULGADOS APRESENTADOS
2.1 Da Imprescritibilidade do Pedido de Reparação
 Em uma outra discussão sobre reparação de danos ambientais, por exemplo, o STJ entendeu que o pedido de reparação é IMPRESCRITÍVEL:
 “(…) o direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade hermenêutica, também está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, independentemente de estar expresso ou não em texto legal. 
STJ, REsp 1.120.117-AC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/11/2009.STJ: imprescritível. (Informativo 415, STJ).
Todavia, cabe ressaltar que é necessária comprovação de que a recuperação in natura não é suficiente para a integral restauração do dano causado. 
As decisões proferidas nesse contexto, variam caso a caso e demandam avaliação da situação que as envolve. Entretanto, se faz necessário o embasamento em doutrinas e leis específicas para chegar a uma decisão razoável. 
2.2 Da Inversão do Ônus da Prova
Em muitas situações é concedido a inversão do ônus da prova, como estabelece a Sumula 618 do Superior Tribunal de Justiça:
Súmula 618 – “A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental.”
(Súmula 618, CORTE ESPECIAL, julgado em 24/10/2018, DJe 30/10/2018)
Nas ações judiciais ambientais, a inversão do ônus da prova é utilizada como regra de julgamento em prol do meio ambiente impondo ao causador do dano ambiental o ônus de provar que sua conduta não causou lesão ao meio ambiente. Pela aplicação do princípio da precaução, inverte-se o ônus probatório para que o potencial causador do dano prove que sua atividade não causará dano ambiental grave ou irreversível, ou ainda, que não causará dano de difícil reparação. A inversão do ônus da prova auxilia um julgamento justo, quando não se é possível determinar exatamente a responsabilidade da ação cometida.
Como as possibilidades de aplicações de sanções e penalidades variam caso a caso, cabe às instâncias superiores decidirem, através de julgados anteriores fundamentados na legislação ambiental e jurisprudências, que o infrator que cometeu ato lesivo ao meio ambiente receba punição justa e adequada, de forma que o dano ambiental seja amenizado e reparado em prol do meio ambiente e do bem da coletividade.
2.3 Do Risco Integral e Nexo de Causalidade
Sobre a teoria do risco integral e a prova do nexo de causalidade, o STJ decidiu: 
"Pacífica a jurisprudência do STJ de que, nos termos do art. 14, § 1°, da Lei 6.938/1981, o degradador, em decorrência do princípio do poluidor-pagador, previsto no art. 4°,VII (primeira parte), do mesmo estatuto, é obrigado, independentemente da existência de culpa, a reparar – por óbvio que às suas expensas – todos os danos que cause ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade, sendo prescindível perquirir acerca do elemento subjetivo, o que, conseqüentemente, torna irrelevante eventual boa ou má-fé para fins de acertamento da natureza, conteúdo e extensão dos deveres de restauração do status quo ante ecológico e de indenização."
(REsp 769.753/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/09/2009, DJe 10/06/2011)
“…para o fim de apuração do nexo de causalidade no dano ambiental, equiparam-se quem faz, quem não faz quando deveria fazer, quem deixa fazer, quem não se importa que façam, quem financia para que façam, e quem se beneficia quando outros fazem. …“
REsp 650.728/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/10/2007, DJe 02/12/2009
O direito ambiental brasileiro obriga o responsável à reparação do dano na sua forma objetiva, baseada na teoria do risco integral. Essa teoria é fundada na ideia de que o causador (direta ou indiretamente) do dano se obriga a repará-lo, bastando a prova da ação ou omissão, do dano e do nexo de causalidade. 
Ressalta-se que na responsabilidade civil ambiental não se admitem as excludentes de responsabilidades civis do fato de terceiro, culpa concorrente da vítima, caso fortuito ou força maior. Portanto, ocorrendo o dano no curso da atividade potencialmente poluidora, obriga-se o responsável a reparar eventuais danos.
Por fim temos que sob a lógica de reparação integral do dano ambiental, nos termos da Súmula 629 STJ, o poluidor poderá ser condenado à obrigação de fazer e/ou de não fazer (conforme o caso, a obrigação de cessar a atividade poluidora e/ou recuperar o meio ambiente degradado), bem como a de indenizar por eventual dano moral ecológico.

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