Conceitos de Pasagismo

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11/4/2013
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Conceitos fundamentais:
Paisagismo, Paisagem
Arquitetura Paisagística,
Espaços Livres
Professoras Márcia Prestes e Simone Polli
UTFPR_2sem 2013
Os fundamentos do Paisagismo
1. O paisagismo e seus mitos
2. Paisagem e paisagismo: conceitos
3. Integração entre arquitetura e paisagem
4. Sistemas de espaços livres
5. A escala de abrangência do Paisagismo hoje: 
tendências contemporâneas;
6. Atuação do profissional paisagista
Estrutura da aula
O paisagismo e seus mitos
Primeiro mito: paisagismo e jardinagem Primeiro mito: paisagismo e jardinagem
Pode ser considerado um tratamento meramente cosmético?
Posição de luxo supérfluo, reservado a poucos?
“(...) uma moldura visual da obra arquitetônica ?” (Magnoli, 
2006, p. 227)
Paisagismo e seus mitos
Visão eletista do paisagismo – Jardins das 
mansões, alto poder aquisitivo, mercado 
das residências domésticas.
• Paisagismo 
confinado nos 
jardins privados 
e parques.
Brasil: Paisagismo
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A questão Ambiental...
Desenvolvimento 
X 
Meio Ambiente
Os fundamentos do Paisagismo
Homem e Natureza
“... Deus o abençoou, e Deus lhe disse: Frutificai e multiplicai-vos e 
enchei a terra e sujeitei-a; e dominai sobre os peixes do mar, e 
sobre as aves dos céus e sobre todo animal que se move sobre a 
terra ... (Gênesis, cap.1. ver. 28)..
Segundo mito: paisagem meramente em suas 
concepções visuais
Com o trabalho de Miranda Magnoli o paisagismo 
assumiu uma concepção mais brasileira, mudando 
o enfoque conceitual e o objeto de trabalho: “da 
vegetação para os espaços livres e da paisagem 
meramente visual e pitoresca para a paisagem 
como resultado de processos sociais e ambientais” 
(Macedo, 2006, p. 53). 
Aproximação com o conceito de espaço. (Milton 
Santos)
O paisagismo e seus mitos: O paisagismo e seus mitos:
Terceiro mito: o paisagismo enquanto uma 
disciplina acessória, tendo o projeto de 
arquitetura como o centro da base curricular.
“(...) para discutir e agir na raiz das relações quase 
sempre conflituosas entre a natureza e a sociedade, não 
para embelezar a posteriori escolhas territoriais 
equivocadas, mas para verificar a priori possibilidades de 
uso e propor alternativas de intervenção que 
assegurassem estabilidade ambiental ao território. E para 
isso era preciso ampliar a base teórica das disciplinas 
oferecidas no currículo dos cursos de Arquitetura e 
Urbanismo e buscar um método específico de abordagem 
da paisagem capaz de responder a esses desafios” 
(Pereira Leite, 2006, p.70).
O paisagismo e seus mitos:
Quarto Mito - campo de atuação do paisagista como 
algo secundário.
Seguindo a definição de Magnoli, o paisagista atua nos 
espaços livres de edificação e urbanização: 
“Trata-se, aparentemente, de uma conceituação simples, 
muito operativa. Os espaços livres assim compreendidos 
são não apenas os jardins, parques e praças, mas todos os 
espaços livres urbanos – avenidas, ruas e seus passeios, 
orlas de rios e mares, corpos d’água como lagos e 
reservatórios, entre outros, quintais e pátios descobertos 
– e os espaços externos aos tecidos urbanos – as matas, 
campos cultiváveis, etc.” (Queiroga, 2006, p.60).
O paisagismo e seus mitos:
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• Ao longo da historia veremos como o homem tem uma vida 
intimamente imbricada com a paisagem...em alguns 
momentos degradando a natureza (era industrial, guerras) 
em outros se aproximando dessa (contemporaneidade)
• Bauhaus não tinha escola de paisagismo. 
• A arquitetura contemporânea vem assumindo conceitos 
que eram proibidos em períodos anteriores, como o 
ecletismo, a fragmentação, a metáfora.
• Os conceitos atuais devem-se ao movimento ambientalista 
mundial que introduziu novos valores na sociedade 
contemporânea
Resgate histórico: concepções
• A paisagem sempre fez parte da vida do homem, dele 
dependendo para sobreviver....desde os jardins 
suspensos da babilônia até os dias atuais.
Engenheiro Satunino de Brito (Vitoria, Recife e Santos).
Para ele o saneamento e o embelezamento das cidades constituíam a via pela 
qual é possível atingir a melhora social, elevando-se o padrão moral das classes 
populares
Sanitarismo: urbanismo e paisagismo :A paisagem
Fonte: SOARES, 1999, p. 11
Santa Rita de Jacutinga, Sul de Minas Gerais
Favela do Jaguaré, São Paulo
Praia de Astúrias, Guarujá
PAISAGEM - conceitos
• PAISAGEM - “Expressão morfológica das diferentes formas de ocupação e, 
portanto, de transformação do ambiente em determinado tempo” (Macedo, 
1999,p.11).
• PAISAGEM : (i) PRODUTO - resultado de um processo social de ocupação e 
gestão de determinado território. (ii) SISTEMA – a partir de qualquer ação 
sobre ela impressa, haverá uma reação correspondente, com o surgimento 
de uma alteração morfológica parcial ou total.
• PAISAGEM está sempre ligada a uma ótica de percepção humana, a um ponto 
de vista social e que sempre representa total ou parcialmente um ambiente.
• Paisagens são estruturas finitas, lidas e interpretadas dentro de uma escala, 
de um observador que não pode abranger o ambiente terrestre como um 
todo. 
• Brasil é dominado por paisagens de vegetação tropical e subtropical – reflete 
na arquitetura paisagística nacional e internacional.
PAISAGEM (Macedo, 1999) :A paisagem
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:A paisagem
Fonte: Macedo, 1999,p.13
Método de abordagem: 
• Roberto Burle MARX diria: 
• “Um território é formado de um número infinito 
de paisagens, parcialmente justapostas. 
• Destacar desse conjunto certas áreas, certas 
‘paisagens’, às quais conferimos determinado 
significado estético, cultural, científico ou social, e 
tratar essas áreas como unidades autônomas 
poderá constituir uma medida funcional correta 
com vistas a determinadas finalidades.
PAISAGEM
• Paisagem projetada é plural, é um produto de 
numerosas fontes e disciplinas.
• Arte de recriar tudo o que é belo advindo da 
natureza, proporcionando paisagens belas e 
melhor qualidade de vida aos indivíduos e à 
sociedade(BARBOSA, 2000, p.14).
• Uma atividade que organiza os espaços externos 
com o objetivo de proporcionar bem-estar aos 
seres humanos e de atender às suas 
necessidades, conservando os recursos desses
espaços (DEMATTÊ, 1997, p.2).
Conceitos de paisagismo
Gordon Cullen. Mapa 
indicando vistas da 
ilustração “visão serial”.
Ilustração “Visão serial”. 
Desenho a mão-livre em 
perspectiva na visual do 
pedestre, bico de pena 
com aplicação de retícula. 
Gordon Cullen.
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• Escala Regional – APA DE ATIBAIA- transição 
de um planejamento tradicional, 
desenvolvimentista para uma preocupação 
com os cenários prévios e a questão 
ambiental;
• Escala Urbana – Parque Ecológico Norte de 
Brasília
• Escala pontual – Condomínio Baleia e Edifício 
San Marcus. (escala do lote). 
Escalas de abordagem (Franco, 2006,p.218)
FRANCO (2006) A partir da década de 1980 começou-se a 
desenvolver uma relação estável entre arquitetura e paisagismo, 
sem que isso signifique que o entorno é bem tratado, mas 
continue sendo uma intervenção tardia sobreposta à dos 
edifícios. 
Paisagismo efeito curativo (melhorar o entorno e arquitetura 
anônima).
Intrinsicamente ligado as concepções do desenvolvimento 
sustentável e de uma cidade ambientalmente correta, que 
observe relações harmônicas, convivência entre o homem e o 
meio ambiente. Sistema de áreas verdes.
O surgimento do desenho urbano (Franco, 2008)
• Dimensão da crise ambiental planetária: recursos 
do planeta não são inesgotáveis.
• O desenho da paisagem baseada apenas nos 
valores estéticos e na funcionalidade perderam 
razão de ser. 
O surgimento do desenho urbano (Franco, 2008)
• Em 1969 foi aprovado o “NEPA – National
Environmental Policy Act” (Política Nacional 
do Meio Ambiente,EUA).
Paisagismo e a questão ambiental
• Linha de Planejamento e 
desenho ambiental iniciada 
por MCHarg e L. Halprin, na 
Escola de Pennsylvania.
• McHarg –Planos ambientais 
de desenvolvimento 
sustentado e na 
minimização de impactos 
sobre os recursos naturais e 
culturais. Recursos 
ambientais do Great Vallery. 
Design with Nature (1971)
Desenho Ambiental
• Ecologia relacionada com a 
sociedade – ecologia 
política.
• Paisagem coletiva – emerge 
como uma necessidade 
social. 
O paisagismo e ecologia
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Maria Assunção Ribeiro Franco (2006) 
Busca de novo paradigma – teoria dos 
sistemas, influenciado pela ecologia e 
pelos matemáticos. Retorno a uma 
visão orgânica e integrada.
Transdisciplinaridade. 
Ecologia vem numa ruptura com o 
capitalismo: o crescimento econômico 
a qualquer preço.
Ética ecológica – ecologia strito censo. 
Desenho ambiental:
1) Os profissionais que atuaram num contexto 
do pós-guerra (1950-1970): Roberto Burle 
Marx, Sylvia Crowe (Reino Unido), Ernest 
Cramer (Suiça), Luis Barragán (México), 
Thomas Church, Garret Eckbo, Kevin Lynch, 
Donald Appleyard Jane Jacobs, Lawrence 
Halprin e Lan MacHarg (Estados Unidos).
Desenho ambiental:
2) O estudo da historia do paisagismo nos Estados Unidos em 
meados 1970. Pesquisas das tradições americana, europeia e 
oriental do desenho de jardins: 
 The History of Landscape Architecture de George B. Tobey
Geoffrey e Susan Jellicoe – The
landscape of man, 1975 –
antropização do território por 
meio de seis lentes de análise: a 
do ambiente, da história social, 
da filosofia, da expressão, da 
arquitetura e da resultante 
paisagística.
Desenho ambiental:
Benedito Abbud completa 40 anos na profissão de arquiteto 
paisagista
http://www.youtube.com/watch?v=X1NXWgrFLUY
Onde os arquitetos paisagistas trabalham? 
• “A arquitetura paisagística combina as 
perspectivas social, econômica, ambiental e 
cultural.
• Os arquitetos paisagistas estudam, projetam, 
planejam e gerenciam espaços que sejam ao 
mesmo tempo sustentáveis e visualmente 
agradáveis. Eles configuram a face da Terra e 
também ajudam a determinar nosso futuro”. 
(Waterman, 2010,p.11)
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• AÇÃO PROPOSITIVA
• Cunhada por Olmsted e Vaux, criadores do Central Park, 
Nova York, em fins do sec XIX.
• American Society of Landscape Architects (Asla)
• Abap – Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas Silvio 
Macedo Soares, Miranda Magnoli (1976-2006)
• Transformação de espaços;
• Interface com o Planejamento Urbano – Planejamento 
Ambiental, desenho ambiental.
• Enfoque propositivo de espaços livres; 
• Trabalhar com a paisagem;
• Combinam arte e ciência para criar lugares;
Arquitetura Paisagística
Espaços livres 
urbanos
Paisagismo e Paisagem
O paisagista atua nos 
espaços livres de 
edificação e urbanização 
Arquitetura Paisagística
A crescente valorização do paisagismo. Deixou de ser uma atividade 
periférica no ramo da arquitetura.
O novo 
paisagismo 
está presente 
na essência 
do desenho.
Paisagismo hoje Atuação do paisagista
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A atuação do paisagista A atuação do paisagista
FRANCO, Maria da Assunção Ribeiro. Desenho ambiental: Uma introdução à 
arquitetura da Paisagem com o paradigma ecológico. São Paulo, Annablume, 
Fapesp, 2008, 2ª edição.
MACEDO, Silvio Soares. Quadro do Paisagismo no Brasil. Editora 
Quapá/Impressa Oficial. São Paulo, 1999.
FARAH, I.; SCHLEE, M.; TARDIN, R. (Orgs.). Arquitetura paisagística 
contemporânea no Brasil. São Paulo: Editora do Serviço Nacional de 
Aprendizagem Comercial – Senac, 2010. 
FIGHERA, Daniela da Rocha. A efetividade do projeto de cidade ecológica de 
Palmas (TO) pelos seus espaços verdes. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal do Tocantins, Curso de Pós- Graduação em Ciências do 
Ambiente, 2005.
WATERMAN, Tim. Fundamentos do Paisagismo. Porto Alegre, Editora Bookman, 
2010.
ABBUD, B. Criando Paisagens: Guia de Trabalho em Arquitetura Paisagistica. Sao
Paulo: Senac, 2006.
Referências:
• http://www.youtube.com/watch?v=zbx3FDDN
eQM
• Landscape institute
O papel do arquiteto e paisagista
“O objeto do Paisagismo não é o 
jardim!”
Miranda Magnoli
O paisagismo e seus mitos:
Quatro frases que fazem o nariz de Pinóquio
Crescer (Eduardo Galeano)
1- Somos todos culpados pela ruína do planeta
2- É verde aquilo que se pinta de verde
3- Entre o capital e trabalho, a ecologia é 
neutra
4- A natureza está fora de nós
O paisagismo e seus mitos: