Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE Prof. Me. Cleison Guimarães Personalidade Conceitos; principais teorias Fatores biológicos e sociais de estruturação e desenvolvimento da personalidade Transtornos de personalidade Questões Iniciais Todo mundo é igual ou diferente? Se todo mundo é diferente como posso estabelecer conhecimentos que sirvam para todos? Se todo mundo é igual como sei que fulano é fulano e não beltrano? O que é personalidade? Qual é a sua personalidade? Objetivos da Psicologia da Personalidade 1. Compreender o funcionamento do ser humano. 2. Predizer o seu comportamento. 3. Controlar o seu comportamento. Conceitos Cada indivíduo possui características que o diferenciam dos outros e que definem a sua forma de se comportar. A personalidade é uma variável individual que cada pessoa possui e diferencia-a de qualquer outra. Determina os seus modelos de comportamento, inclui as interações dos estados de ânimo do indivíduo, as suas atitudes, motivos, de maneira que cada pessoa responde de forma distinta perante as mesmas situações. Conceitos A personalidade representa as propriedades estruturais e dinâmicas de um indivíduo, tal como estas se refletem nas suas respostas características às diferentes situações. A personalidade é formada por características inatas, acumulação de experiências e ações recíprocas entre o ser humano e o seu meio. É o conjunto de traços psicológicos internos que determinam a forma como o indivíduo se comporta em distintas situações. Conceitos A personalidade é traço distintivo de cada ser humano, é formada pela combinação de características e qualidades distintas. Consistência: posto que a personalidade é um traço distintivo de cada pessoa, permanece relativamente estável ao longo do tempo, influindo no seu comportamento. Isto não evita que o indivíduo possa mudar o seu comportamento devido a factores ambientais ou a necessidades experimentadas. Diferenciação: a personalidade permite identificar cada indivíduo como um ser único. Esta característica traduz-se nas distintas reações que podem ter as pessoas perante um mesmo estímulo. A personalidade é única por ser uma combinação de fatores internos, mas se queremos utilizá-la como critério de segmentação, podem- se destacar um ou vários traços comuns. Conceitos Evolução: apesar de a personalidade ser um traço consistente, pode variar a longo prazo pela interação com o meio, pelas experiências vividas pelo indivíduo ou simplesmente, à medida que a pessoa vai amadurecendo. Imprevisibilidade: a personalidade é uma complexa combinação de características e comportamentos que tornam difícil uma predição da resposta dos consumidores aos estímulos sugeridos. Determinantes da Personalidade 1. Fatores Biológicos; 2. Fatores Sócio-ambientais. FATORES BIOLÓGICOS I. Fator Genético II. Fator Fisiológico FATOR GENÉTICO Mecanismos de Ação da Hereditariedade. FATOR FISIOLÓGICO I. Base fisiológica dos processos psicológicos. II. A influência de fatores fisiológicos enquanto determinantes do comportamento. III. Processos Homeostáticos. IV. Hormônios. V. Psicossomática. VI. Toxicomania. FATORES SÓCIO-AMBIENTAIS I. Meio Ambiente II. Cultura III. Cidades e Urbanidade IV. Crenças e Tradições Teoria dos Traços Considera-se que todos os indivíduos têm uma série de características internas ou traços. Existem diferenças entre o modo de desenvolver essas características por parte de cada indivíduo. O aspecto principal desta teoria é que o ambiente não tem nenhum papel determinante, cada indivíduo tem uma personalidade distinta. Teoria da Auto-imagem O indivíduo percebe os objetos do mundo exterior e as experiências internas de que é protagonista e atribui-lhes um significado. O auto-conceito é a percepção que os individuos têm de si mesmos. Para analisá-lo, há que ter em conta a relação que o indivíduo mantém com a realidade que ele atribui significado. Teoria da Auto-imagem Essa teoria faz referência ao componente “eu” da personalidade. Podem-se distinguir elementos na personalidade dos indivíduos: Auto-imagem real: refere-se à imagem que os indivíduos têm de si mesmos; Auto-imagem ideal: é a forma que gostaria de se ver; Auto-imagem social: é a forma em que acreditam que são percebidos pelos outros; Auto-imagem social ideal: é como gostariam que os outros os vissem. Teoria Social Estas teorias mantêm a ideia de que a causa da personalidade não é biológica, mas externa, e que é determinada pelas situações que o indivíduo enfrenta. As teorias sociais afirmam que o indivíduo desenvolve uma personalidade através de muitos intentos de lidar com outros indivíduos numa situação social. Transtornos de Personalidade • Um transtorno de personalidade (TP) traduz um distúrbio grave de comportamento, envolvendo todas as áreas de atuação da pessoa, resultando em considerável ruptura pessoal e social. • Apesar de as teorias etiológicas concordarem que os indivíduos com TP, ao nascer, já trazem essa predisposição, isto é, o transtorno faz parte de sua constituição caracteriológica, os distúrbios de comportamento só começam a ser notados no final da infância ou na adolescência. O diagnóstico um grau maior de certeza só pode ser após os 18 anos de idade. Transtorno de Personalidade: diagnóstico • Todos os TP têm em comum aspectos básicos: – Atitudes e condutas marcadamente desarmônicas, envolvendo todas as áreas de funcionamento (trabalho, família, sociedade). – É invasivo e claramente mal adaptado; – As manifestações sempre aparecem durante a infância ou a adolescência e continuam pela vida adulta; – O transtorno resulta sempre em problemas no desempenho social e ocupacional. Transtorno de Personalidade: diagnóstico • Os indivíduos com TP apresentam uma certa “rigidez” de respostas às diversas situações. Sempre criam desconforto aos outros e, muitas vezes, problemas. • O diagnóstico preciso de TP é difícil de se fazer. Apesar de apresentar uma prevalência de 6 a 9% da população, raramente se procura o psiquiatra com essas queixas. • A grande maioria não procura ajuda médica, e a medicina pouco pode ajudar, colocando a questão do TP ser um problema médico ou apenas um modo “mais problemático de ser”. • O diagnóstico só deve ser feito após obtermos informações de outras fontes como a família, o cônjuge ou vizinhos. É sempre necessário mais de uma entrevista para se conseguir afirmar com algum grau de certeza. Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Paranóide A. Um padrão de desconfiança e suspeitas invasivas em relação aos outros, de modo que seus motivos são interpretados como malévolos, que começa no início da vida adulta e se apresenta em uma variedade de contextos, como indicado por pelo menos quatro dos seguintes critérios: 1) suspeita, sem fundamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado pelos outros; 2) preocupa-se com dúvidas infundadas acerca da lealdade ou confiabilidade de amigos ou colegas; 3) reluta em confiar nos outros por medo infundado de que estas informações possam ser maldosamente usadas contra si; 4) interpreta significados ocultos, de caráter humilhante ou ameaçador, em observações ou acontecimentos benignos; Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Paranóide 5) guarda rancores, persistentes, ou seja, é implacável com insultos, injúrias ou deslizes; 6) percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são visíveis pelos outros e reage rapidamentecom raiva ou contra-ataque; 7) tem suspeitas recorrentes, sem justificativa, quanto à fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual. Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Narcisista Um padrão generalizado de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de administração e falta de empatia, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por pelo menos cinco dos seguintes critérios: 1) sentimento grandioso da própria importância (p.ex.: exagera realizações e talentos, espera ser reconhecido como superior sem realizações comensuráveis); 2) preocupação com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza ou amor ideal; 3) crença de ser “especial” e único e de que somente pode ser compreendido por, ou deve associar-se a, outras pessoas (ou instituições) especiais ou de condição elevada; Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Narcisista 4) exigência de admiração excessiva; 5) sentimento de intitulação, ou seja, possui expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorável ou obediência automática às suas expectativas; 6) é explorador em relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagens de outros para atingir seus próprios objetivos; 7) ausência de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se o os sentimentos ou necessidades alheias; 8) Freqüentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia; 9) comportamentos e atitudes arrogantes e inolentes. Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Anti-Social A. Idade atual de pelo menos 18 anos; B. Evidência de transtorno de conduta com início antes dos 15 anos; C. Um padrão generalizado de falta de consideração e violação dos direitos de outros desde a idade dos 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes: 1) falha em se conformar às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicada pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção; 2) propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer; Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Anti-Social 3) impossibilidade ou fracasso em fazer planos para o futuro; 4) irritabilidade e agressividade indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas; 5) desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia; 6) irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter u comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras. Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva Um padrão generalizado de preocupação com organização, perfeccionismo e controle mental e interpessoal, às custas de flexibilidade, abertura e eficiência, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por pelo menos quatro dos seguintes critérios: 1) preocupação tão extensa co detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários, que o ponto principal da atividade é perdido; 2) perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas (p.ex.: é incapaz de contemplar um projeto porque não consegue atingir seus próprios padrões desanimadamente rígidos); 3) dedicação excessiva ao trabalho e à produtividade, em detrimento de atividades de lazer e amizades (não-explicado por uma óbvia necessidade econômica); Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva 4) excessiva conscienciosidade, escrúpulos e inflexibilidade em assuntos a respeito de moral, ética e valores (não-explicados por identificação cultural ou religiosa); 5) incapacidade de desfazer-se de objetos usados ou inúteis, mesmo quando não têm valor sentimental; 6) relutância em delegar tarefas ou trabalhar em conjunto com outras pessoas, a menos que estas se submetam exatamente a seu modo de fazer as coisas. 7) adoção de um estilo miserável quanto a gastos pessoais e com outras pessoas, o dinheiro é visto como algo que deve ser reservado para catástrofes futuras; 8) rigidez e teimosia. Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Esquizóide A. Um padrão invasivo de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado por pelo menos quatro dos seguintes critérios: 1) não deseja nem gosta de relacionamentos íntimos, incluindo fazer parte de uma família; 2) quase sempre opta por atividades solitárias; 3) manifesta pouco, se algum, interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa; 4) tem prazer em poucas atividades, se alguma; Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Esquizóide 5) não tem amigos íntimos ou confidentes, outros que não parentes em primeiro grau; 6) parece indiferente a elogios ou críticas de outras; 7) demonstra frieza emocional, distanciamento ou afetividade embotada. Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Dependente Uma necessidade invasiva e excessiva de ser cuidado, que leva a um comportamento submisso e aderente e a temores de separação, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por pelo menos cinco dos seguintes critérios: 1) dificuldade em tomar decisões do dia-a-dia sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento da parte de outras pessoas; 2) necessidade de que os outros assumam a responsabilidade pelas principais áreas de sua vida; 3) dificuldade em expressar discordância de outros, pelo medo de perder o apoio ou aprovação. Nota: não incluir temores realistas de retaliação; Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Dependente 4) dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria (em vista de uma falta de autoconfiança em seu julgamento ou capacidade, não por falta de motivação ou energia); 5) vai a extremos para obter carinho e apoio de outros, a ponto de voluntariar-se para fazer coisas desagradáveis; 6) sente desconforto ou desamparo quando só, em razão de temores exagerados de ser incapaz de cuidar de si próprio; 7) busca urgentemente um novo relacionamento como fonte de carinho e amparo, quando u relacionamento íntimo é rompido; 8) preocupação irrealista com temores de ser abandonando à sua própria sorte. Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Histriônica Um padrão generalizado de excessiva emocionalidade e busca de atenção, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por cinco (ou mais) dos seguintes critérios: 1) sente desconforto em situações nas quais não é o centro das atenções; 2) a interação com os outros freqüentemente se caracteriza por um comportamento inadequado, sexualmente provocante ou sedutor; 3) exibe mudança rápida e superficialidade na expressão das emoções; Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Histriônica 4) usa consistentemente a aparência física para chamar a atenção sobre si próprio; 5) tem um estilo de discurso excessivamente impressionista e carente de detalhes; 6) Apresenta autodramatização, teatralidade e expressão emocional exagerada; 7) é sugestionável, ou seja, é facilmenteinfluenciado pelos outros ou pelas circunstâncias; 8) considera os relacionamentos mais íntimos dos que realmente são. Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Borderline Um padrão não invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos e acentuada impulsividade, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por cinco (ou mais) dos seguintes critérios: 1. esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginado. Nota: não incluir comportamento suicida ou automilitante; 2. um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis o intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização; 3. perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou do sentido de self; 4. impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudicadas à própria pessoa (p.ex.: gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, dirigir de forma imprudente, comer compulsivamente). Nota: não incluir comportamento suicida ou automutilante, incluído no Critério 5; 5. recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante; Fonte: DSM-IV Critérios Diagnósticos do DSM-IV para Transtorno de Personalidade Borderline 6) instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (p.ex.: episódio de intensa distrofia, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias); 7) sentimentos crônicos de vazio; 8) raiva inadequada e intensa ou dificuldade de controlar a raiva (p.ex.: demonstrações freqüentes de irritação, raiva constante, lutas corporais repetidas); 9) ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou severos sintomas dissociativos. Fonte: DSM-IV
Compartilhar