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Módulo 12 01M DIREITO CONSTITUCIONAL

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1 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
DIREITOS INDIVIDUAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
 
O art. 5º da CF consagra o que denominou direitos individuais e coletivos. Apresenta a 
Constituição aquela confusão de classificações dos direitos fundamentais em gerações ou 
dimensões e de acordo com o titular do direito. Na realidade o art. 5º expõe os clássicos direitos de 
primeira dimensão, as liberdades públicas: vida, liberdade, igualdade, segurança, propriedade e, ao 
mesmo tempo dá ideia de que trata também dos direitos fundamentais do ponto de vista do titular 
e da natureza do direito, se é divisível ou não, ao abordar a expressão “direitos individuais e 
coletivos”. 
O fato é que o caput do art. 5º da CF estabelece os destinatários dos direitos individuais, os 
grandes grupos de direitos individuais e os seus incisos apresentam aspectos desses direitos 
individuais. 
O caput do art. 5º prevê que os direitos individuais serão assegurados aos brasileiros e 
estrangeiros residentes no país. Esta expressão gerou inúmeras discussões, até que prevaleceu o 
entendimento de que não se deve analisar ou interpretar literalmente esta expressão: “brasileiros e 
estrangeiros residentes”. Afinal, como ficariam os estrangeiros que estiverem no Brasil, mas não 
residentes. 
Prevaleceu evidentemente o entendimento, inclusive com julgados do Supremo nesse 
sentido, de que os estrangeiros não residentes também estariam amparados pelos direitos 
previstos pelo art. 5º da Constituição. Afinal, a razão de ser dessa expressão constitucional tem na 
verdade caráter territorial para designar o âmbito de incidência da Constituição Federal, 
simplesmente isso. 
Então, na realidade apesar da expressão “brasileiros e estrangeiros residentes no país”, os 
direitos previstos no art. 5º também alcançam os estrangeiros que estiverem no Brasil, mas que 
aqui não residirem. 
Além dessa problemática surgida e resolvida em relação aos destinatários do art. 5º, também 
surgiu a discussão se pessoas jurídicas poderiam ser consideradas como titulares dos direitos 
previstos no art. 5º, isto também em razão da expressão utilizada pelo caput do dispositivo: 
brasileiros e estrangeiros residentes. Evidentemente prevaleceu o entendimento, de que sempre 
que a natureza do direito comportar também pessoa jurídica terá os direitos previstos neste 
dispositivo. 
O caput do art. 5º que consagra inclusive os cinco grandes grupos de direitos individuais: vida, 
liberdade, propriedade, igualdade e segurança. 
Vejamos inicialmente os parágrafos do art. 5º, para depois ingressarmos nos próprios incisos 
principais deste dispositivo. 
 O §1º do art. 5º prevê que normas constitucionais sobre direitos fundamentais possuem 
aplicabilidade imediata. O primeiro problema está no fato de que o parágrafo tratou de algo além 
do que próprio dispositivo disciplinou. O dispositivo trata de uma das modalidades de direitos 
fundamentais e o §1º aparece fazendo alusão aos direitos fundamentais em geral, por isso é que 
muitos autores entendem que este dispositivo refere-se na verdade aos direitos previstos no 
próprio art. 5º. 
O problema que surge deste §1º é o fato de que muitas vezes é preciso reconhecer que uma 
ou outra previsão do art. 5º não teria uma aplicabilidade imediata, por exemplo, o inciso XXXII que 
prevê que “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. De tal modo que a 
própria Constituição Federal nas disposições transitórias no art. 48 estabeleceu um prazo de 120 
dias, contados da promulgação da Constituição, para a edição da norma regulamentadora do 
Código de Defesa do Consumidor. 
 
 
 
 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
Por isso é que, a interpretação que prevalece do §1º do art. 5º da Constituição é: sempre que 
possível deve ser dada às normas desse dispositivo uma interpretação que favoreça sua 
aplicabilidade imediata. Sempre que possível. 
O §2º do art. 5º prevê que “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em 
que a república Federativa do Brasil seja parte”. 
Primeiro lugar, a primeira parte desse §2º do art. 5º estabelece que os direitos expressos na 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados. 
Indiscutivelmente, no decorrer da própria Constituição mesmo fora do art. 5º é possível encontrar 
alguns direitos individuais implícitos, que decorrem dos próprios princípios da Constituição, como o 
Supremo Tribunal Federal já reconheceu mais de uma vez. É o caso do princípio da anterioridade do 
art. 150 da Constituição, reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal como um direito individual, e 
também o princípio da anterioridade eleitoral previsto no art. 16 da Constituição Federal, também 
reconhecido como um direito individual implícito. 
Outro detalhe importante, esta parte do §2º do art. 5º tem sido apontada também como um 
dos focos de ativismo judicial. A ideia de que o judiciário produz normas supletivamente a partir da 
aplicação direta da Constituição, dos próprios princípios constitucionais, independentemente de ter 
a lei como intermediário, o que gerou o chamado neoconstitucionalismo, tem como foco 
importante esta previsão do §2º do art. 5º. 
Afinal, qual órgão ou qual poder identificará esses direitos decorrentes do regime e dos 
princípios adotados pela Constituição? É aí que se encontra uma possibilidade de se considerar 
como autorização para que o judiciário promova essa identificação, portanto defina quais são esses 
direitos, suas condições de aplicação, aplicando então, diretamente a Constituição. 
A segunda parte do §2º art. 5º prevê a existência de outros direitos decorrentes de tratados 
internacionais firmados pelo Brasil. Este dispositivo foi tomado por base por um seguimento 
doutrinário, como Flávia Piovesan, para sustentar que os tratados internacionais de direitos 
humanos firmados pelo Brasil teriam estatura constitucional. Mas esta posição não encontrou 
apoio no Supremo Tribunal Federal. 
A questão teve o desdobramento com a promulgação da Emenda 45 de 2004, que criou o 
parágrafo subsequente: o § 3º do art. 5º, segundo o qual, os tratados internacionais de direitos 
humanos firmados pelo Brasil, que passarem pelo processo legislativo das emendas, equivalerão às 
emendas. Portanto, terão status de norma constitucional. 
A Emenda 45/2004 ao criar o §3º do art. 5º estabeleceu a condição para que um tratado de 
direitos humanos adquira estatura constitucional: ser apreciado pelo Congresso e pelo processo 
legislativo próprio das emendas. 
E os tratados anteriores a esta previsão constitucional? Os tratados de direitos humanos que 
não passaram pelo processo legislativo, das emendas? O Supremo Tribunal Federal firmou uma 
posição desde o final de 2008 no sentido de que, os tratados de direitos humanos que não forem 
submetidos ao processo legislativo próprio das emendas não terão estatura constitucional, não 
terão status de norma constitucional. 
Mas também não serão considerados como simples leis ordinárias, terão um status 
intermediário, abaixo da Constituição e acima das leis ordinárias, terão caráter de infra-
constitucionalidade, de supra legalidade. 
E o último parágrafo do art. 5º o §4º diz que o Brasil se submete a jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. Na realidade a interpretação que tem 
prevalecido sobre este parágrafo 4º é a de que não é o Brasil que está submetido ao Tribunal Penal 
Internacional, mas os brasileiros. 
 
 
 
 3 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
Como compatibilizar o disposto neste §4ºdo art. 5º com o que prevê o próprio art. 5º, mas o 
inciso LI, ou seja, de que os natos não serão extraditados e que os naturalizados, via de regra, 
também não serão extraditados salvo, em relação os naturalizados, por crimes comuns cometidos 
antes da naturalização ou então, por participação em atividades de tráfico ilícito de entorpecentes 
e atividades do gênero, a qualquer momento antes ou depois da naturalização. 
A compatibilização é simples, na realidade prevaleceu o entendimento de que o §4º do art. 5º 
não trata da figura da extradição, e sim da entrega de brasileiros, que é feita por requisição de 
tribunal internacional por crime contra a humanidade. Portanto, os brasileiros sujeitam-se a 
entrega, mas não a extradição, que são figuras diferentes. Em relação à extradição está a ressalva 
mencionada anteriormente relativa aos naturalizados. 
 Como havia dito no início, o art. 5º consagra cinco grandes grupos de direitos individuais e 
seus incisos apresentam vários aspectos desses direitos, sendo que muitas vezes estes aspectos se 
entrelaçam e o mesmo inciso serve para a proteção de mais de um direito individual. 
Vejamos os aspectos principais desses grupos de direitos individuais e seus aspectos 
protegidos pelo art. 5º. 
 
DIREITO À VIDA 
 
A Constituição protege a vida de forma ampla, o chamado direito fundamental por 
excelência, sem o qual de nada adiantariam os demais direitos individuais. Protegeu, portanto, 
vários aspectos da vida. Primeiro dele é a proteção à própria existência. 
 A Constituição destaca a proteção à existência ao vedar no próprio artigo 5º a pena de 
morte, salvo em caso de guerra, guerra externa e não em guerra civil. Aí está a principal previsão 
constitucional que estabelece a proteção à própria existência. 
O grande dilema desta proteção, desse aspecto desse direito a vida protegido pelo art. 5º é 
que a Constituição não entra na discussão do momento em que começa esta proteção, do 
momento, portanto que começa a existência. E aí é possível encontrar na doutrina algumas 
posições divergentes, as duas principais posições opostas são as seguintes: 
A primeira posição é no sentido de que não cabe à própria Constituição a definição do início 
da vida, isso seria uma tarefa das ciências biológicas. E como, para as ciências biológicas a vida já 
existiria com a fecundação, a partir desse momento é que ocorre a proteção constitucional à 
existência. Para os seguidores dessa linha a lei que autorizasse o aborto seria, portanto, contrária à 
Constituição. 
Outra posição é a que sustenta que a Constituição não faz referência à proteção da vida 
intrauterina, partindo de uma interpretação literal do caput do art. 5º que prevê inviolabilidade à 
vida aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país. Portanto, este seguimento doutrinário 
diz: só há que se falar em nacionalidade a partir do nascimento com vida, portanto, a Constituição 
neste art. 5º simplesmente não faz referência à vida intrauterina. 
Havia expectativa de que o Supremo definisse algo nesse sentido no julgamento da arguição 
de descumprimento fundamental n. 54, que tratou do caso do feto anencéfalo. Entretanto, o 
julgamento final do Supremo Tribunal Federal acabou se manifestando no sentido de que não há 
aborto naquela situação. O Supremo Tribunal Federal disse simplesmente que, não incide aborto no 
crime de aborto previsto no Código Penal a interrupção da gestação do feto anencéfalo, porque 
não há vida. Esta é a posição firmada do Supremo Tribunal Federal, que entendeu que não há vida 
no feto anencéfalo, portanto, não entrou nesta discussão direta sobre o início da proteção 
constitucional da existência humana como aspecto do direito à vida. 
Então, esse é o primeiro aspecto do direito à vida, constitucionalmente protegido: a própria 
 
 
 
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existência. 
Segundo aspecto é a proteção à integridade física. Vejam que do ponto de vista constitucional 
a proteção à integridade física implica a proteção à vida, daí é a previsão do inciso III do art. 5º da 
vedação a tortura e de tratamento desumano ou degradante. Dispositivo constitucional que 
incontestavelmente, como afirmam vários autores como Peter Häberle, é absoluto não pode existir 
exceção à vedação a tortura. 
O terceiro aspecto protegido do direito à vida é a proteção à integridade moral, é o 
reconhecimento da plena proteção à vida depende da proteção também à honra, à imagem do 
indivíduo, à reputação do indivíduo. Daí a previsão do art. 5º inciso V do direito de resposta 
proporcional ao agravo, à ofensa e da indenização por dano material e moral, havendo ofensa à 
honra. Esse inciso V consagra com isso a própria proteção à honra. 
E o quarto aspecto, como bem anota José Afonso da Silva, os direitos à privacidade podem ser 
considerados direitos conexos à vida. O ideal seria que pela importância da privacidade, no atual 
momento histórico, constassem esses direitos no próprio caput do art. 5º como um sexto grupo de 
direito individuais, mas isso não ocorreu. Portanto, é preciso considerá-los como direitos conexos à 
própria vida. 
Constam os direitos à privacidade do inciso X do art. 5º, segundo o qual são invioláveis: a 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem, cuja violação implica responsabilidade e 
indenização. Houve divergência se haveria ou não distinção entre intimidade e vida privada. 
Prevaleceu o entendimento de que se a Constituição utilizou expressões distintas é porque quis 
diferenciar: uma norma não contém palavras inúteis. 
Portanto, intimidade diz respeito aos aspectos mais reservados da esfera pessoal, as relações 
afetivas, as relações domésticas, enquanto que, a vida a privada expõe um aspecto um pouco 
menos reservado se comparada à intimidade, mas ainda atinente à esfera pessoal. Seria o que até 
alguns autores denominam de intimidade social seria o relacionamento do indivíduo no seu 
ambiente de trabalho, no clube, nas associações que participa, com os amigos mais próximos, 
portanto, uma dimensão um pouco mais ampla do que a da intimidade. 
A previsão à honra neste inciso X não é uma repetição da proteção à honra do inciso V. Na 
realidade, o que quis a Constituição ao prever a honra no conjunto dos direitos à privacidade do 
inciso X foi amparar o direito de manter sob sigilo os fatos desabonadores à honra que o indivíduo 
possa passar. 
E em decorrência dos direitos à privacidade, surgem outros incisos desse artigo 5º, como 
prevê o próprio inciso XI, que prevê a inviolabilidade de domicílio, considerando a casa o asilo 
inviolável, salvo nas hipóteses de flagrante delito, desastre ou prestação de socorro, em que o 
ingresso na casa pode ocorrer independentemente da vontade do morador a qualquer momento. E 
também por determinação judicial, mas neste caso, o ingresso sem o consentimento do morador só 
pode ocorrer durante o dia, merecendo destaque a controvérsia sobre a expressão “durante o dia”. 
José Afonso entende que é o período das 06h00 às 18h00, enquanto que Celso de Melo entende 
que deve ser levado em conta o critério físico-astronômico. 
É bom lembrar também, que o Supremo Tribunal Federal tem entendido que a inviolabilidade 
de domicílio alcança também os compartimentos reservados do local de trabalho, assim como os 
compartimentos ocupados das habitações coletivas, como hotel. 
O inciso XII também decorre dos direitos à privacidade, prevê sigilo de correspondência e 
sigilo de comunicações telegráficas de dados e telefônicas. Exatamente porque o dispositivo 
decorre dos direitos à privacidade, que a expressão “sigilo de dados” refere-se a todo e qualquer 
dado relacionado aos direitos à privacidade, por isso é que esta é a base constitucional do sigilo 
fiscal, do sigilo bancário, do sigilo negocial, do sigilo de dadostelefônicos, de registros telefônicos e 
 
 
 
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do sigilo de dados telemáticos de informações computadorizadas. 
É interessante notar que o dispositivo só prevê de forma textual, a possibilidade de quebra do 
sigilo telefônico, da interceptação telefônica, a partir de ordem judicial para instrução de 
investigação criminal ou de processo crime e nas hipóteses na forma previstas em lei. 
O Supremo Tribunal Federal entendeu que apesar da literalidade do dispositivo, 
excepcionalmente também os demais sigilos podem ser quebrados por decisão judicial, porque não 
teria sentido imaginar que o constituinte pretendeu por meio de um sigilo absoluto autorizar que 
operações ilícitas ou criminosas tivessem como escudo, como amparo, um sigilo absoluto e 
extremo. 
Também decorre dos direitos à privacidade a previsão do inciso XIV do art. 5º que consagra o 
sigilo de fonte, o sigilo de fonte literalmente relacionado a informações ou a informações 
jornalísticas, mas que pode ser estendido a outras atividades profissionais ou não, mas que lidam 
com sigilo dados privados. Como é o caso de atividades profissionais na advocacia, psicologia, 
medicina e até atividades não profissionais, como algumas atividades religiosas que lidam com 
informações reservadas, privadas. 
 
DIREITO À PROPRIEDADE 
 
O segundo direito individual protegido pelo art. 5º é o direito à propriedade. A Constituição 
reforça a proteção à propriedade prevendo de forma duplicada no art. 5º, o que nem o direito à 
vida mereceu da Constituição. 
No art. 5º há previsão da proteção ao direito à propriedade no próprio caput e repetido no 
inciso XXII, além da previsão do direito à propriedade lá na frente no art. 170. Mas a Constituição 
não consagrou a orientação puramente liberal do direito à propriedade, que o considerava um 
direito absoluto. A Constituição admite e reforça a proteção à propriedade privada, o considera 
inclusive como base da ordem econômica, mas não como um direito absoluto. 
De tal modo, que o próprio art. 5º inciso XXIII assim como o art. 170 vinculam a propriedade 
ao cumprimento da função social. A Constituição não define com todas as letras o que seria função 
social, mas dá alguns indicativos. Só ficou claro, de forma inequívoca, que a Constituição só fez 
referência ao dever de cumprimento da função social para a propriedade imóvel urbana e rural, 
não fez referência pelo menos textual à propriedade móvel. 
Portanto, o art. 182 assim como o art. 184, o art. 186, tratam da função social da propriedade 
urbana e da propriedade rural, da propriedade urbana dando a entender que ela tem estreita 
relação com a moradia e que se o proprietário não cumprir a função social, definida em lei, poderá 
sofrer uma sanção que comina com a desapropriação, é a chamada desapropriação sanção. Assim, 
como na área rural se o proprietário não cumprir os pressupostos da função social previstos nos 
artigo 186 da Constituição poderá sofrer a desapropriação sanção. E como desapropriação sanção, 
a indenização não é em dinheiro, mas em títulos, porque é uma desapropriação punição. 
Além dessa limitação que é uma limitação contundente, aliás, diga-se de passagem, de 
natureza polêmica segundo a doutrina porque, autores clássicos como Léon Duguit, consideravam 
que a função social não seria uma limitação a propriedade, mas propriedade seria uma função, a 
propriedade não seria um direito, mas seria uma função, seria uma grandeza econômica apenas 
assegurada enquanto cumprisse a sua função social. 
Mas pelo o que se extrai da disciplina a Constituição 1988, na verdade a função social foi 
considerada como um limite e a propriedade como um direito. 
Existem também outros limites constitucionais à propriedade até mesmo que possibilita a 
limitação, que possibilita a desapropriação comum. Neste caso não é uma punição, neste caso é 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
poder público por razões de necessidade, utilidade pública ou interesse social, entende que deve 
desapropriar determinado bem particular. Mas a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro, 
porque não há o caráter punitivo. 
Também merece citação a chamada requisição temporária de bens particulares, prevista no 
art. 5º, inciso XXV, segundo o qual o poder público, no caso de emitente perigo público, poderá 
requisitar o uso de bem particular e só indenizará se houver dano. Para o Supremo Tribunal Federal 
essa requisição temporária tem que ser motivada, salvo situações extraordinárias, deve ser definido 
um prazo para o uso do bem particular e o uso dado ao bem requisitado deve ser diverso daquele 
de sua destinação habitual. 
 
DIREITO À IGUALDADE 
 
Outro direito individual consagrado pelo artigo 5º é o direito à igualdade, enaltecido também 
o direito à igualdade, fala-se em igualdade na lei e igualdade perante a lei. A igualdade na lei seria 
voltada ao legislador, proibindo de editar normas de cunho discriminatório e a igualdade perante a 
lei é relativo à aplicação da lei, que não poderia ser também discriminatória e deveria 
evidentemente atender aos preceitos de justiça da própria Constituição. 
 A igualdade também pode ser classificada como formal e material. A igualdade formal tem 
relação com a igualdade perante a lei, no sentido de que deve a lei tratar igualmente aqueles que 
se encontram na mesma situação e desigualmente aqueles que se encontra em situação 
diferenciada, evidentemente que, na medida dessa desigualdade. A igualdade material ou 
substancial é a igualdade social, a igualdade econômica, a igualdade de riqueza. A Constituição 
enaltece no art. 3º que é objetivo da República Federativa do Brasil a redução das desigualdades 
sociais, o que tem relação direta com a obtenção da igualdade material, substancial. 
É interessante notar que a Constituição trata expressamente de políticas de vedação de 
combate à discriminação e existem na verdade dois tipos de políticas públicas de combate à 
discriminação. 
Existem as políticas de feição clássica, que são as normas constitucionais e 
infraconstitucionais de conteúdo proibitivo e inibitório da discriminação, como faz a Constituição 
várias vezes no art. 3º, inciso IV, no próprio art. 5º, ao considerar o racismo como crime, e o art. 7º 
inciso XXX. 
Mas existe também outro modelo de políticas públicas de combate à discriminação é o que se 
denomina teoria da ação afirmativa ou afirmative action ou de ações positivas ou de discriminação 
positiva, que surgiu no EUA na década de 60, e que envolve a concessão temporária de um 
tratamento preferencial a grupos sociais que por muito tempo foram discriminados, para que num 
determinado momento eles possam atingir a posição de igualdade em relação aos grupos que 
historicamente foram beneficiados por esta exclusão. Então são medidas de promoção, de 
afirmação, de restauração como, por exemplo: previsão de sistema de quotas para ingresso em 
Universidade Pública ou mesmo para serviço público. A constitucionalidade dessas politicas chegou 
a ser discutida no Supremo Tribunal Federal, que se posicionou no sentido da constitucionalidade 
das medidas de ação afirmativa. 
 
DIREITO À LIBERDADE 
 
O quarto direito individual previsto pela Constituição é o direito à liberdade. E o direito à 
liberdade também foi amplamente protegido pela Constituição, que teve a preocupação de 
estabelecer a restrição à liberdade humana, partindo da lei daí o princípio da legalidade incerto no 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
inciso II do art. 5º da Constituição e fortalecido com enfoque mais rigoroso pelo art.37, voltado à 
Administração Pública. 
O art. 5º prevê vários aspectos do direito à liberdade. O primeiro, no direito à liberdade de 
locomoção no art. 5º inc. XV e previu que é livre o direito ir, vir e permanecer no território nacional. 
Qualquer pessoa pode nele ingressar permanecer ou sair com seus bens, no tempo de paz. Vejam 
que não é uma liberdade ilimitada, em tempo de paz e na forma da lei, indicando que a lei poderá 
criar restrições, que tenham por objetivo o interesse público. 
O segundo aspecto é a liberdade profissional no inciso XIII do art. 5º, norma de eficácia 
contida ao prever que é livre o exercício de qualquer trabalho ofício ou profissão, mas atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer. A lei, portanto pode restringir a liberdade 
profissional estabelecendo requisitos para o exercício das profissões. 
O terceiro aspecto e o mais amplo do direito à liberdade é a liberdade de pensamento. A 
liberdade de pensamento que tem como base o próprio inciso IV do art. 5º que garante a livre 
manifestação do pensamento, sendo vedado anonimato. 
E a proteção ao pensamento ela se dá duas maneiras: de foro íntimo que é a chamada 
liberdade consciência, conforme se extrai do inciso VI e do inciso VIII do art. 5º. É a ideia de ter, é o 
direito de ter convicções políticas, filosóficas, intelectuais de todas as formas para uma prática 
reservada na verdade, uma postura individual de foro íntimo. Daí a própria previsão da escusa de 
consciência, a possibilidade de se pedir ao poder público, autorização para não cumprir obrigação 
legal por contrariedade às convicções políticas, filosóficas e até religiosas. 
E se o poder público entender que é pertinente o pedido concede uma obrigação alternativa. 
Claro que, o não cumprimento da obrigação legal e da obrigação alternativa terá repercussão no 
âmbito dos direitos políticos conforme estatui o art. 15 da Constituição Federal. 
Além disso, a liberdade de pensamento também é assegurada no seu caráter externo, é a 
liberdade de expressão, é a exteriorização do pensamento, é o direito de manifestar publicamente 
suas convicções, de defender publicamente suas ideias, é o direito ao proselitismo, de tentar 
convencer, de conseguir adeptos, é a expressão nos vários planos políticos, artísticos, é a liberdade 
de comunicação, é a liberdade científica, é o que se encontra consagrado no inciso IX do art. 5º. 
Inclusive, a liberdade de comunicação, sendo vedada a censura. 
Mas evidentemente, não é ilimitada a liberdade de expressão, porque a própria Constituição 
considera como limites a honra, a privacidade, a liberdade, o sigilo de fonte, portanto, nem a 
liberdade de expressão é ilimitada. 
É interessante notar também, que alguns autores consideram como manifestação, como 
ramificação da liberdade de pensamento a liberdade religiosa, que também foi protegida pela 
Constituição Federal no seu duplo aspecto: a liberdade de crença, com base nos incisos VI e VIII de 
ter uma convicção religiosa de foro íntimo e, a manifestação, a exteriorização, a prática religiosa, a 
liberdade de culto, também com base no inciso VI do art. 5º. 
A proteção ao culto, às liturgias e à prática religiosa em público, inclusive em edifícios com 
aparência externa de templo. Evidentemente, que não integra à liberdade religiosa, práticas 
consideradas pela lei como criminosas. A garantia da liberdade religiosa também veda 
discriminações estatais por este motivo. 
 
DIREITO À SEGURANÇA 
 
E finalmente, o direito individual à segurança, o quinto grande grupo de direitos individuais. A 
Constituição procura traduzir a proteção à segurança pessoal individual, bem como, aos direitos do 
indivíduo. O direito à segurança como direito individual tem essa conotação, enquanto que o 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
direito à segurança como um direito social do art. 6º da Constituição deve ser mais próximo ao 
direito à segurança pública. 
O direito à segurança do ponto de vista da garantia dos direitos e da própria liberdade do 
indivíduo, a proteção pessoal tem como grande aspecto o devido processo legal. 
O devido processo legal que a Constituição garante, segundo reconheceu a doutrina e 
segundo reconheceu o Supremo Tribunal Federal, no seu aspecto substantivo e no seu aspecto 
adjetivo. Do ponto de vista substantivo, é o direito a decisões justas pautadas pela razoabilidade e 
proporcionalidade. É o acesso ao judiciário no sentido de acesso à justiça, a decisões justas como se 
extrai do próprio artigo 5º, XXXV e até do que prevê textualmente o devido processo legal que é o 
inciso LIV. 
Além disso, também consagrou a Constituição o aspecto adjetivo, o aspecto processual do 
devido processo legal, que segundo o próprio Supremo Tribunal Federal compreende: 
 
a) direito ao processo, portanto, o sentido formal de acesso ao judiciário; 
b) o direito à citação e ao conhecimento prévio do teor da acusação; 
c) o direito ao julgamento público e célere, portanto aquilo que consta do inciso LXXVIII do 
artigo 5º, que foi criado da Emenda Constitucional n. 45, os direitos à celeridade processual e a 
razoável do duração do processo já são inerentes ao devido processo legal; 
d) um direito ao contraditório e a plenitude de defesa, o que inclui autodefesa e defesa 
técnica; 
e) o direito à igualdade entre as partes; 
f) o direito de não ser processado, com base em provas obtidas de forma ilícita, embora o 
Supremo Tribunal Federal tem admitido, conforme as circunstâncias concretas com base na 
proporcionalidade e razoabilidade, poderá ser até admitida a prova obtida por meios ilÍcitos. 
g) o direito ao benefício da gratuidade; 
h) o direito à observância do princípio do juiz natural; 
i) o direito ao silêncio na dimensão da não autoincriminação; 
j) o direito à produção de provas. 
 
Estes os aspectos centrais dos direitos individuais, que possuem eficácia horizontal, que são 
aplicados também às relações privadas, afinal a própria Constituição constitucionalizou os direitos 
privados. 
 
NACIONALIDADE 
 
A palavra nacionalidade historicamente é empregada no sentido sociológico e no sentido 
jurídico. No sentido sociológico a palavra nacionalidade refere-se ao integrante de uma nação, é o 
sentido clássico do termo nacionalidade. E no sentido jurídico, designa o vínculo entre um indivíduo 
e um Estado. É exatamente pela associação do termo à nação. 
A própria origem etimológica que em alguns países o termo nacionalidade é de uso restrito 
para designar o membro de uma nação, por isso, o sentido sociológico, porque a nação não 
compreende uma organização político jurídica. 
De tal modo, em alguns países, inclusive na Europa, quando se quer designar um vínculo 
entre um indivíduo, o Estado utiliza-se o termo “cidadania”, por isso, que é muito comum na 
Europa falar-se em dupla cidadania ou cidadania europeia, o que aqui, na verdade, denominamos 
de nacionalidade. A cidadania tem uso restrito no âmbito político para designar o exercício dos 
direitos políticos. 
 
 
 
 9 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
A nossa Constituição evidentemente ao tratar da nacionalidade como direito fundamental, 
consta do Capítulo III, do Título II, prevê os direitos fundamentais, nossa constituição aborda 
evidentemente o sentido jurídico de nacionalidade como o vínculo entre os indivíduos e o Estado 
Brasileiro. 
Outrossim, a nossa Constituição adota um critério misto de atribuição de nacionalidade na 
condição de nato, adotando tanto o critério do direito do sangue quanto o critério do direito do 
solo. Na realidade, historicamente países que tem tendência à emigração adotam como regra o 
direito do sangue, enquanto, que os paísesque tem tendência ou vocação para emigração adotam 
como regra o direito do solo. 
Também países que passaram por guerras graves adotam o direito do sangue como forma de 
preservação da nacionalidade. Desse modo, não há que se falar em melhor ou pior critério da 
nacionalidade isso, depende das características históricas e das circunstancias históricas de cada 
Estado. 
A Constituição trata da nacionalidade no art. 12, que prevê que brasileiros serão natos e 
naturalizados. Portanto, a nacionalidade é um gênero que comporta duas modalidades duas 
espécies os natos e os naturalizados, portanto, é sempre bom lembrar naturalizado é o nacional, 
naturalizado não é mais estrangeiro, até recomendo que evitem a expressão “estrangeiro 
naturalizado” se é naturalizado não é mais estrangeiro, naturalizado, é brasileiro e as poucas 
distinções entre os naturalizados e os natos estão na própria Constituição como veremos adiante. 
No art. 12, inciso I, a Constituição trata da aquisição da nacionalidade, na condição de nato, 
prevendo ali três alíneas, já destaco, reitero o que eu havia dito a pouco, neste dispositivo é 
possível perceber a opção da Constituição Brasileira ao direito do solo como regra geral de 
atribuição da nacionalidade na condição de nato como regra geral, mas não é o único critério, se 
alínea ‘a’ do inciso I, do art. 12, expõe a regra geral como direito do solo, as alíneas ‘b’ e ‘c’ expõe 
que o critério foi misto, pois admite também o direito de sangue como critério de atribuição da 
nacionalidade. 
Então, vejamos cada uma das hipóteses de atribuição da nacionalidade na condição de nato. 
 
1ª) alínea “a”, do inciso I, do art. 12: como já dito, prevê a regra geral, os direitos do solo, que 
é brasileiro nato aquele que nasce no território nacional. Mesmo, sendo filho de estrangeiros, 
destaca o dispositivo e prevê uma exceção: 
Salvo se os estrangeiros que tiveram filho no Brasil, aqui estiverem a serviço oficial de seu 
país, portanto, seu país de origem, esta é a ressalva constitucional, esta é a exceção, portanto, um 
filho de um estrangeiro que esteja no Brasil a serviço oficial, não a serviço privado, não a serviço 
particular, mas a serviço de seu país de origem, seu filho, que nascer no Brasil, não receberá a 
nacionalidade brasileira, na condição de nato. 
Evidentemente que esta exceção refere-se à hipótese em que pai e a mãe, são estrangeiros, 
porque se um deles for brasileiro, poderá evidentemente incidir sobre outra hipótese. 
A dúvida que pode este dispositivo suscitar é a seguinte: 
Isso já caiu em concurso. Se o estrangeiro estiver no Brasil a serviço oficial de outro país, 
diverso do seu país de origem. Imagine um cenário hipotético, um argentino no Brasil, mas a 
serviço oficial do Uruguai e tem um filho no Brasil, nasce no Brasil, embora exista divergência na 
doutrina, tem prevalecido à posição de que neste caso, o Brasil concede a nacionalidade na 
condição de nato. 
Afinal, se o Brasil não concedesse nesta situação, haveria o risco da existência de um apátrida 
nascido no território brasileiro, porque em um cenário como este poderia ser que os estados 
estrangeiros tanto de origem daquele estrangeiro como aquele para o qual ele presta serviço, pode 
 
 
 
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PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
ser que ambos os estados estrangeiros não atribuam a nacionalidade a este filho. Se o Brasil 
também não atribuísse, haveria um caso de apátrida nascido no território brasileiro, é por esse 
motivo que prevalece o entendimento de que a exceção prevista na alínea ‘a’, do inciso art. 12, 
deve ter interpretação restritiva à regra, é a concessão da nacionalidade com base no direito do 
solo, nasceu no território brasileiro, será brasileiro nato, essa é a regra. Portanto, a exceção deve 
ter interpretação restritiva, desse modo, repito só não se atribui nacionalidade brasileira na 
condição de nato, ao filho de estrangeiro que estiver no Brasil a serviço do seu país de origem, 
porque se estiver a serviço oficial de outro país, o Brasil atribuirá à nacionalidade na condição de 
nato. 
Regra geral na concessão de nacionalidade na condição de nato: a expressão “território 
nacional” deve ser interpretada de modo abrangente, deve ser interpretada abrangendo todas as 
modalidades de território, território terrestre, território marítimo, território aéreo e até mesmo 
território ficto. 
Território ficto é aquele que do ponto de vista geográfico não integra o território de um 
Estado, mas é considerado como tal, por força do direito internacional, isso diz respeito à matéria 
política e a nacionalidade é um vínculo político jurídico com o Estado, isso não tem nada a ver com 
a aplicação da lei penal, com a aplicação de lei trabalhista, isto se refere a questões políticas e a 
nacionalidade. 
Portanto, tem esta conotação, por isso, que o nascido em território ficto do Brasil é brasileiro 
nato, em razão da alínea ‘a’ do direito do solo, nasceu no território brasileiro, como por exemplo: 
em um edifício de uma embaixada brasileira no exterior, em um acampamento militar brasileiro no 
Haiti, entre outros casos de território ficto, esta é a regra geral, nasceu no território brasileiro, 
mesmo sendo filho de estrangeiro é brasileiro nato, lembrando sempre da exceção já vista. 
 
2ª) alínea ‘b’, do inciso I, do art. 12 da CF: prevê que será nato o filho de pai brasileiro ou de 
mãe brasileira nascido no exterior, sendo que o pai ou a mãe, aquele que for brasileiro, lá estava a 
serviço do Brasil, entenda-se serviço oficial, não serviço particular, serviço oficial em nome do 
Brasil, o que significa em nome de qualquer um dos entes da federação, portanto temos aí um 
duplo critério de atribuição da nacionalidade. 
O primeiro critério é o do direito do sangue, porque o dispositivo refere a filho de brasileiro, e 
não há necessidade de que pai e mãe sejam brasileiros, basta um, aquele que estiver no exterior a 
serviço do Brasil, então o primeiro critério é o critério do sangue e o segundo critério é o serviço 
público oficial do Brasil. Essa é uma tradição no âmbito internacional. 
Afinal presume-se que se não fosse o serviço oficial, teria o filho nascido no próprio território 
brasileiro e lá estava, não por uma questão privada, mas, oficialmente representando um dos entes 
da federação do Brasil, então aí está mais uma hipótese de concessão da nacionalidade brasileira 
na condição de nato. 
 
3ª) alínea ‘c’, no seu texto originário: logo com a promulgação da Constituição 1988 já previa 
duas hipóteses de atribuição da nacionalidade na condição de nato, até que vem a revisão 
constitucional de 1994 e supre uma delas, que é o registro de filho de brasileiro no exterior, e vem 
a emenda 54/2007 que restabelece aquela modalidade que havia sido suprimida pela revisão de 
1994. 
Então, vejamos quais são essas duas hipóteses da alínea ‘c’, segundo a redação atual desta 
alínea ‘c’ nos termos da emenda 54/2007: 
Primeira observação da alínea ‘c’ faz referência a filhos de brasileiros nascidos no exterior, 
primeiro detalhe: esta alínea ‘c’ se refere à situação de filho de pai brasileiro, ou mais uma vez não 
 
 
 
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PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
disse e eu disse ou mãe brasileira que tenha nascido no exterior, mas que seus pais não estavam a 
serviço oficial do Brasil, estavam por qualquer outro motivo, serviço particular, estudo, etc., mas 
isto não está escrito na alínea ‘c’, mas nem precisaria, porque se os pais estivessem no exterior a 
serviço oficial do Brasil, seria hipótese da alínea ‘b’, portanto a alínea ‘c’ ao dizer “filho de brasileiro 
nascido no exterior” só pode referir-se a brasileiros que estavam no exterior, mas não a serviço 
oficial do Brasil.Qual a situação então desse filho de brasileiro que nasce no exterior, sem que os pais 
estivessem a serviço oficial do Brasil? Primeira hipótese: Os pais logo após o nascimento no exterior 
poderão registrar o filho, na repartição competente no exterior, na repartição consular e este filho 
será em caráter permanente e definitivo, nato. Vejam só, isso é que havia sido suprimido pela 
revisão constitucional de 1994, o que gerou muita confusão em todos esses anos, até 2007 admitiu-
se um registro provisório no exterior, porque não havia previsão constitucional e aí voltar ao Brasil 
ele teria que confirmar esta opção, senão ele haveria uma suspensão da nacionalidade. Tudo isso 
foi resolvido pela emenda 54/2007 ao reinserir da Constituição essa hipótese que acabo de 
mencionar. 
E a própria emenda 54 resolveu as situações passadas pendentes, porque a própria emenda 
54 previu que os nascidos entre 07/06/1994 que foi a data da revisão constitucional de 1994 e data 
da promulgação da emenda 54, poderiam procurar a repartição competente no exterior para 
proceder o registro, ou, então, em um cartório se estiverem no Brasil. Portanto, a emenda 54 
resolveu inclusive as situações passadas, então, essa é a primeira hipótese da alínea ‘c’. 
Nasceu filho do brasileiro no exterior, os pais não estavam a serviço oficial do Brasil, os pais 
podem registrar o filho na repartição consular e o filho será brasileiro nato, definitivamente. 
Existe uma segunda hipótese prevista nesta alínea ‘c’, afinal pode ser que o filho de brasileiro 
nascido no exterior, não tenha sido registrado pelos pais na repartição brasileira competente na 
repartição consular. 
Mesmo assim, o filho de brasileiro poderá adquirir a nacionalidade brasileira na condição de 
nato, desde que preencha os seguintes requisitos: 
 Venha para o Brasil para aqui residir; 
 E opte pela nacionalidade brasileira. 
 
Essa opção só poderá ser feita, segundo o próprio Supremo Tribunal Federal, ao atingir a 
maioridade civil e ela é feita judicialmente perante a justiça federal. 
 Uma síntese da alínea ‘c’, duas hipóteses de concessão da nacionalidade brasileira na 
condição de nato, e o critério para as duas é o direito do sangue: 
1º. Filho de brasileiro nasceu no exterior os pais não estavam a serviço do país, os pais podem 
registrá-lo na repartição competente no exterior, será brasileiro nato de forma permanente. 
2º. Filho de brasileiro nascido no exterior, os pais não estavam a serviço do Brasil e não fazem 
o registro na repartição brasileira competente, mesmo assim este filho de brasileiro poderá adquirir 
a nacionalidade na condição de nato desde que preencha os requisitos, venha residir no Brasil a 
qualquer tempo, e ao atingir a maioridade opte pela nacionalidade brasileira, será brasileiro nato. 
Este caso desta opção pela nacionalidade brasileira feita pelo filho de brasileiro nascido no 
exterior é o que denomina pela doutrina pela nacionalidade potestativa. 
Então, estes são os critérios da constituição para nacionalidade brasileira na condição, nato. 
Como dito no início não só os natos são brasileiros, os naturalizados também, é a 
nacionalidade secundária; como nato nacionalidade primária. 
 
 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
NATURALIZAÇÃO 
 
O inc. II, do art. 12 trata da naturalização. Trata da situação dos naturalizados, este inciso II do 
art. 12 tem duas alíneas: 
A alínea ‘a’ que trataria da regra geral da naturalização, por isso a doutrina chama de 
naturalização ordinária, que seria o usual, a alínea ‘a’ preferiu transferir essa tarefa, diz o 
dispositivo da lei que serão naturalizados os que na forma da lei adquiram a nacionalidade 
brasileira. 
Portanto, a naturalização ordinária não consta expressamente do texto constitucional, a 
constituição remeteu à lei, a tarefa de sua disciplina e a lei que trata da matéria é a lei 6.815/80, é o 
chamado Estatuto do Estrangeiro. Esta lei prevê os requisitos da naturalização ordinária. São os 
seguintes: 
 O pedido deve ser formulado, pelo estrangeiro, a partir da maioridade civil; 
 Ele deve ter visto permanente no passaporte; 
 Previsão de um prazo mínimo de residência no Brasil a regra geral é a de 04 anos 
ininterruptos, sendo que este prazo poderá ser reduzido de acordo com as hipóteses 
previstas nesta lei para 03 anos, para 02 anos e até para um ano como, por exemplo, 
se o estrangeiro casou-se com brasileira ou se ele teve um filho no Brasil, o prazo para 
a naturalização ordinária nessas situações cai para 01 ano de residência no Brasil, mas 
a regra é de 04 anos; 
 A inexistência de condenação penal por crime doloso, cuja pena abstratamente 
prevista, seja superior a 01 ano; 
 Bom procedimento dos atos da vida civil; 
 Deve comprovar que exerce uma profissão no Brasil ou que tenha uma determinada 
renda ou bens de acordo com as exigências legais. 
 Deve o estrangeiro demonstrar conhecimento da Língua Portuguesa, falada e escrita. 
 Comprovação de boa saúde, requisito esse que a lei dispensa para os estrangeiros que 
residam no Brasil há mais de 02 anos. 
 
Então, esses são todos os requisitos legais para a sua naturalização ordinária que é a 
naturalização comum. Vejam que constam da legislação infraconstitucional e não da constituição. 
 
Como que se promove esse pedido de naturalização? 
O pedido de naturalização é feito perante a Polícia Federal, que instaura um procedimento 
para verificação dos procedimentos desses requisitos mencionados a pouco, depois a polícia 
federal remete o caso ao Departamento de Estrangeiro, ao Ministério da Justiça, depois de checado 
pelo Ministério Justiça, poderá conceder a naturalização por meio de portaria de naturalização, que 
é publicada no Diário Oficial da União e depois disso é remetida ao juiz federal do local do domicílio 
do interessado, não havendo juiz federal, é enviado ao juiz de direito, em audiência designada, o 
interessado é chamado para assinar um termo de compromisso. Assim ocorre a naturalização. 
Interessante lembrar que a alínea ‘a’ do inciso II, do art. 12, a mesma que refere à disciplina 
da naturalização faz uma observação em relação a estrangeiros originários de países de língua 
portuguesa, que poderão adquirir a naturalização de modo facilitado, bastando preencher dois 
requisitos: 
a) prazo de residência no Brasil de 01 ano; 
b) idoneidade moral. 
 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
Outra observação que merece ser feita, a doutrina entende que é possível admitir outras 
hipóteses de naturalização previstas por lei, porque esta alínea ‘a’ remete a disciplina da 
naturalização, existem outras duas formas de obter a naturalização que em sistemas constitucionais 
anteriores constavam da própria constituição e a Constituição Federal de 1988 não previu, mas não 
proibiu e remeteu a disciplina da naturalização. 
Faço referência às chamadas “radicação precoce” e a decorrente de curso superior, são 
típicos de naturalização, previstos no Estatuto do Estrangeiro e que a doutrina entende que deve 
ser admitidos, porque a constituição, no art. 12, inciso II, remeteu a lei a disciplina da naturalização 
e o art. 22 reforça a competência legislativa da União para legislar sobre naturalização. Daí a 
legitimidade dessas modalidades de naturalização que estão no Estatuto do Estrangeiro de 
naturalização. A radicação precoce é a respeito do estrangeiro que venha a morar definitivamente 
no Brasil antes dos 05 anos de idade, e, portanto, ao atingir a maioridade ele poderá pedir a 
naturalização brasileira. 
Também o caso do estrangeiro que tenha vindo para o Brasil antes da maioridade e faça 
curso superior, poderá, após a formatura, requerera naturalização brasileira. 
E a alínea ‘b’, do inciso II, do art. 12 da CF, prevê mais uma modalidade de naturalização. Esse 
dispositivo estabelece que os estrangeiros de qualquer naturalidade residentes na República 
Federativa Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal poderão obter a 
nacionalidade brasileira, desde que peçam a naturalização. É o que se denomina de naturalização 
extraordinária, a ideia é facilitar a obtenção da naturalização daquele estrangeiro, que já vive por 
um longo tempo no país, há pelo menos 15 anos ininterruptos, então se ele quiser a naturalização 
brasileira, ele não precisa preencher todos aqueles requisitos da naturalização ordinária, basta que 
ele comprove a residência no Brasil por 15 anos ininterruptos e a inexistência de condenação penal, 
essa é a naturalização extraordinária. 
É sempre bom lembrar que de acordo com o Supremo Tribunal Federal, a atribuição da 
naturalização extraordinária tem um caráter puramente declaratório e os efeitos retroagem à data 
da solicitação. Esta é a posição do STF, afinal como destaca José Afonso da Silva é um direito 
subjetivo do indivíduo, se o indivíduo preenche esses requisitos constitucionais, ele passar a ter 
esse direito subjetivo e o ato estatal de concessão dessa naturalização é meramente declaratório e 
com alcance retroativo. 
 
“QUASE NATURALIDADE” 
 
O art. 12 ainda prevê no parágrafo 1º uma figura que Celso de Melo chegou a chamar de 
“quase naturalidade”, prevê que os portugueses que residem no Brasil em caráter permanente, 
portanto, estrangeiro português, terão os mesmos direitos dos brasileiros. Entendam-se 
naturalizados, desde que haja a reciprocidade de tratamento em Portugal aos brasileiros lá 
residentes. 
Aí está uma tradição no Brasil em homenagem à história desses dois países, a nossa pátria 
mãe, essa previsão em relação aos portugueses que dá status em que o ministro Celso de Melo 
chama de quase nacionalidade. 
 
DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS 
 
O parágrafo 2º, do art. 12, prevê que as distinções entre os brasileiros natos e naturalizados 
só poderão ser estabelecidas pela própria constituição. A lei deverá ater-se ao que dispõe a 
constituição. Somente a constituição diferencia natos de naturalizados, só a constituição diferencia 
 
 
 
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PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
direitos de natos e naturalizados, jamais o ordenamento infraconstitucional. 
 
E quais são essas diferenças de tratamento entre natos e naturalizados? 
A principal delas e mais conhecida, que cai muito em provas é a que está no § 3º, do art. 12, é 
a que relaciona os cargos privativos de natos. São eles: 
 Presidente da República 
 Vice-Presidente da República 
 Presidente da Câmara dos Deputados, cuidado! O naturalizado pode ser deputado, só 
não pode ser Presidente da Câmara dos Deputados. 
 Presidente do Senado, mesma coisa já apareceu muito em prova, e senador pode ser 
naturalizado só não pode ser presidente do Senado; 
 Ministro do Supremo Tribunal Federal, todos os ministros do Supremo Tribunal 
Federal; 
 Carreira Diplomática; 
 Oficiais das forças armadas; 
 Ministro de Estado da Defesa. 
 
Quais as outras distinções entre os cargos de brasileiros natos e naturalizados? 
Diz o art. 89, inciso VII que trata do Conselho da República que é um órgão consultivo do 
Presidente da República, entre seus integrantes constam seis cidadãos, desde que sejam brasileiros 
natos. 
 
Extradição dos natos: o art. 5º, inciso LI, trata da extradição. Os natos jamais poderão ser 
extraditados e os naturalizados, regra geral, não poderão ser extraditados. Exceções: só poderão 
ser extraditados se cometeram crime comum, antes da naturalização, ou se envolverem a qualquer 
tempo antes ou depois da naturalização com tráfico de drogas e atividades do gênero. 
 
Outra diferença de tratamento entre natos e naturalizados: o art. 222 da Constituição prevê 
que os natos podem ser, a qualquer momento, proprietário dos meios de comunicação, empresa 
jornalística, empresas de radiodifusão sonora de sons e imagens, e os naturalizados, só poderão ser 
proprietários dessas empresas após 10 anos da naturalização, a mesma regra vale para aqueles que 
nos meios de comunicação exercerem atividades de responsabilidade editorial, seleção e direção 
de programação. 
 
Estas são as diferenças distinções constitucionais entre natos e naturalizados existem mais 
uma quanto à perda da nacionalidade como veremos neste momento. 
 
PERDA DA NACIONALIDADE 
 
A Constituição prevê duas hipóteses de perda da nacionalidade, § 4º do art. 12 da 
Constituição. 
1ª) O naturalizado pode perder a nacionalidade, se tiver a naturalização cancelada por 
sentença judicial, em razão de atividade nociva ao interesse nacional. 
Neste caso, cabe ao Ministério Público Federal a propositura da ação de cancelamento de 
naturalização, se visualizar algum comportamento nocivo ao interesse nacional, não há tipificação 
ao que seria isso, cabendo, portanto, a interpretação judicial, a definição de atividade nociva ao 
interesse nacional. 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROF. PAULO ADIB CASSEB 
 
Lembrando que, perdendo a naturalização, perdem-se também os direitos políticos nos 
termos do art. 15 da Constituição. 
2ª) Refere-se aos natos e naturalizados: é a opção por outra nacionalidade, evidentemente 
que perdendo a nacionalidade brasileira, mesmo não havendo previsão expressa no art. 15 da 
Constituição, perdem-se também os direitos políticos, porque a nacionalidade é pressuposto dos 
direitos políticos, mas há uma ressalva na constituição em relação à perda da nacionalidade por 
opção por outra nacionalidade. 
 
A Constituição diz o seguinte: 
Aquisição de outra nacionalidade só não provocará a perda da brasileira, se a perda da 
aquisição de outra nacionalidade decorrer de concessão pela lei estrangeira, e não por um ato 
voluntário do brasileiro. É o que diz a alínea ‘a’, do inciso II, do § 4º do art. 12. Reconhecimento de 
nacionalidade originária pela lei estrangeira, neste caso não é pedido de nacionalização, é uma 
opção voluntária pela nacionalidade de outro país, é a lei estrangeira que concede esse benefício 
brasileiro, é o caso, por exemplo, de filhos e netos dos italianos nascidos fora da Itália, isto decorre 
de previsão na legislação italiana, é um benefício concedido pela lei estrangeira. 
Mas o brasileiro, nessas condições, vai até ao consulado pedir, na realidade ele está indo 
apenas pegar o presente que recebeu! 
Não é aquele ato voluntário de naturalização que faz um indivíduo sem que esse benefício 
esteja previsto na lei estrangeira. 
E a segunda hipótese é que não há perda da nacionalidade brasileira, com a aquisição de 
outra nacionalidade é de acordo com a alínea ‘b’, do inciso II, do § 4º, do art. 12, a imposição de 
naturalização pela norma estrangeira ao brasileiro, que reside no exterior como condição de 
permanência naquele país ou mesmo para o exercício dos direitos civis, como é algo que não 
dependeu da vontade do brasileiro, a Constituição não quis gerar esse transtorno aos brasileiros 
residentes no exterior, e, previu, portanto, essa exceção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PERGUNTAS: 
 
1) Os direitos individuais se aplicam aos estrangeiros que não residem no Brasil? 
2) Aplicam-se às pessoas jurídicas? 
3) Referidos direitos têm aplicação imediata? 
4) O rol desses direitos é taxativo? 
5) Esses direitos podem estar previstos em tratados? 
6) Como compatibilizar o tribunalpenal Internacional com a proibição de extradição de 
brasileiros? 
7) Quais os aspectos do direito à vida? 
8) Qual a diferença entre intimidade e vida privada? 
9) Explique a inviolabilidade de domicílio. 
10) É possível a quebra de sigilo telefônico? 
11) Quais os aspectos constitucionais do direito de propriedade? Explique os limites desse 
direito. 
12) Qual a diferença entre igualdade formal e material? 
13) O que é a teoria da ação afirmativa? 
14) Quais os aspectos constitucionais do direito à liberdade? 
15) O que é o direito à segurança? 
16) O que é nacionalidade? 
17) Qual o critério adotado pela CF para definir a nacionalidade? 
18) Quais as duas modalidades de nacionalidade? 
19) Quais as hipóteses de atribuição de nacionalidade na condição de brasileiro nato e as 
polêmicas que existem sobre o assunto? 
20) Filho de estrangeiro nascido no Brasil é brasileiro nato? 
21) O que é território? 
22) O que é o direito do sangue? 
23) Filho de brasileiro nascido no exterior é brasileiro nato? 
24) Qual a diferença entre nacionalidade primária e secundária? 
25) Quais os requisitos para a naturalização ordinária? 
26) Como se promove esse pedido de naturalização? 
27) O que é naturalização extraordinária? 
28) O que é quase nacionalidade? 
29) Qual a diferença de tratamento entre os brasileiros natos e os naturalizados? 
30) Quais as hipóteses de perda da nacionalidade?

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