Buscar

A qualidade da voz e o trato vocal... A voz do negro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Federal de Sergipe
Departamento de Fonoaudiologia
Disciplina: Tópicos Especiais da Voz 
Turma: 01
Professor: Eugênia Herminia Oliveira Valença 
A qualidade da voz e o trato vocal nos indivíduos de face curta e face longa
A voz do negro
Beatriz Barros Santos Trindade
Carolina Alves Neres de Freitas
Julianne Pitanga Teixeira
Lizandra Nunes Freitas
Maria Gleicy Skarlet de Moura Azevedo
Mônica Alcides Farias
Yannine Nery do Nascimento
São Cristovão
2015
Beatriz Barros Santos Trindade
Carolina Alves Neres de Freitas
Julianne Pitanga Teixeira
Lizandra Nunes Freitas
Maria Gleicy Skarlet de Moura Azevedo
Mônica Alcides Farias
Yannine Nery do Nascimento
	A qualidade da voz e o trato vocal nos indivíduos de face curta e face longa; A voz do negro
Trabalho apresentado como exigência para obtenção do grau de Bacharelado em Fonoaudiologia da Universidade Federal de Sergipe com os temas: qualidade da voz e trato vocal nas tipologias faciais, e a voz do negro.
Orientador: Eugênia Hermínia
São Cristóvão
2015
A qualidade da voz e o trato vocal nos indivíduos de face curta e face longa
INTRODUÇÃO 
Beatriz Barros Santos Trindade
Para que ocorra um equilíbrio das linhas faciais depende das relações entre a estrutura esquelética, a oclusão dentária e o tecido muscular que recobre a face. Toda a maneira de relacionamento entre essas estruturas e suas proporções definem a tipologia facial, que tem influencias sobre algumas funções complexas do nosso corpo como: respiração, mastigação, deglutição, expressão facial, fala e voz.
Algumas características estruturais desses elementos como: o tamanho, a forma, a densidade e a tensão do tecido de cobertura da face são extremamente importantes para a produção vocal. Sendo assim, a qualidade vocal e alguns aspectos ressonantes ocorrem devido a dimensão, constrição e expansão da cavidade laríngea; posição e forma dos lábios, língua, mandíbula e palato.
É muito importante para o fonoaudiólogo conhecer essa relação e saber como os diversos tipos de face (curta, braquifacial e braquiencefálico) influenciam na voz, melhorando a eficácia do atendimento devido a uma melhor compreensão das causas que justificam algumas limitações individuais e a melhor adaptação do trato vocal em alguns traços vocais.
LITERATURA
Beatriz Barros Santos Trindade
Segundo Enlow (1998), são encontrados dois tipos de forma da cabeça completamente diferente uma da outra: a dolicocéfala que é uma face mais longa, estreita e protusiva e a braquicéfala cuja face é curta, larga e menos protusiva. Já Molina (1989) referiu-se a três tipos de face: a braquencefálica que tem a face curta sagitalmente e alargada transversalmente, os dolicocefálicos tem a face ovalada e pouco larga transversalmente e a Mesocefálica possuem equilíbrio facial em altura e largura.
Bianchini (1994) o tipo dolicofacial apresentou o ângulo mandibular aberto, altura facial inferior aumentada, espaço nasofaringiano mais longo, base posterior do crânio mais curta, arco dentário longo e estreito, língua anteriorizada no assoalho bocal. Já o tipo braquiofacial apresentou ângulo mandibular fechado, altura facial inferior diminuída, espaço nasofaringiano verticalmente mais curto, base posterior do crânio relativamente mais longa, arco dentário alargado, língua retraída e musculatura forte.
Chaconas (1987) sugeriu que o tipo braquiofacial está frequentemente associado a mal oclusão de classe II de 2° divisão, onde a dimensão da face e da arcada dentária é mais curta e alargada. Já na dolicofacial a mal oclusa seria a de classe II divisão 1 e a classe III onde a face e a arcada dentária apresenta dimensões longa e estreita.
 Blanchette, Nanda, Currier, Ghosh (1996) chegaram a conclusão que os indivíduos de face longa possuem uma maior extensão e espessura da musculatura, mas um menor tônus muscular os lábios seriam mais longos, estreitos e protruídos.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Yannine Nery do Nascimento
 A voz instrumento de grande importância para profissionais que a utilizam vem sendo bastante estudada e descrita na literatura por diversos autores que baseiam suas definições em aspectos fisiológicos, anatômicos, psicológico e ate de maneira poética. Vários termos são empregados para definir a qualidade vocal, entre essas denominações temos voz clara, escura, estridente, pesada, baixa, alta, rica ou pobre em harmônicos. Para uma boa qualidade da voz é preciso uma interação entre a forma e a configuração do trato vocal com a fonte glótica.
Segundo Berry & Eisenson 1964 ”A extensa variabilidade da qualidade vocal, do ponto de vista, fisiológico, dependente da forca e controle respiratórios, da espessura, elasticidade, comprimento e condições superficiais das PPVV, da forma, tamanho, tensão, e flexibilidade do mecanismo ressonador-articulador e da rigidez, densidade, e condições das paredes dos ressonadores”.
Lábios e nariz anteriormente e as pregas vocais inferiormente delimitam a cavidade do trato vocal e o mecanismo articulador que o compõe é formado por lábios, língua, mandíbula e véu palatino. Esses elementos são importantes, pois determinam mudanças na forma e tamanho do trato vocal influenciando a elevação ou abaixamento das frequências dos formantes.
Dimitriev e Kiselev (1979) realizaram um estudo com cantores de opera e com base nesse estudo demonstraram que as dimensões do trato vocal estão ligadas diretamente com as características da qualidade de voz (timbre) para definir a formação dos formantes agudos e graves dos cantores. Com base nesse estudo ficou claro que em cantores que apresentam trato vocal maiores, há um deslocamento das frequências dos formantes em direção ao grave, já aqueles que possuem trato vocal menores apresentam uma maior amplificação nas frequências dos formantes agudos. A partir de isso podemos concluir que indivíduos de face longa (dolicofacial) por possuírem tamanho de trato vocal maiores apresentam formantes mais graves comparados com indivíduos de face curta (braquifacial).
O aumento no tamanho e comprimento das cavidades oral e faríngea produziria as características ressonantes comumente denominadas de voz abafada ou retraída, enquanto a redução dos espaços das cavidades seria atribuída a qualidade vocal oral fina ou imatura (Moncur & Brackett 1974).
Varios autores relacionaram a qualidade vocal com o aumento ou redução do plano mandibular, mas oclusões e altura da face. Indivíduos de face longa denominados de dolicofacial apresentam maior amplidão da cavidade nasal, espaço nasofaringe e trato vocal mais longo, palato duro mais profundo, lábios mais longos espessos e protrusivos além de apresentar mordida aberta. Esses fatores resultariam numa qualidade de voz mais grave escura abafada e sem projeção, pois desta forma há um abaixamento de todas as frequências dos formantes. 
Miniti, Butufan, Bento (1993) atribuem as características das cavidades nasais e paranasais fundamentais na ressonância dos sons grave.
Já indivíduos de face curta (braquifacial) que possuem um espaço menor da cavidade oral, lábios mais curtos finos e estirados retraídos, comprimento do trato vocal diminuído apresentam qualidade vocal oral fina (aguda), pois as frequências dos formantes estão mais elevadas.
Enfim vários autores correlacionaram os padrões orofaciais com as frequências grave e aguda na tentativa de explicar acusticamente as mudanças que ocorrem na qualidade vocal de cantores e falantes.
Lizandra Nunes Freitas
 Existe uma íntima relação entre os componentes da face nos permitindo identificar e compreender os mecanismos e variações envolvidos na produção vocal, a análise facial é importante instrumento de avaliação vocal.
 Analisando os fatores de massa e rigidez, percebe-se uma importância sobre o aspecto do som resultante, sendo esses fatores diferentes entre os tipos faciais. O tecido da cobertura do trato vocal funciona como uma membrana de superfície vibrante,onde sua resistência e espessura determinam a frequência de ressonância.
 As pessoas com face curta possuem uma maior rigidez em seu trato vocal e um tecido mole mais fino, consequentemente conseguem maior amplitude em frequências agudas. Opostamente, indivíduos com a face longa possuem o tecido da mucosa do trato vocal mais espesso e com menor tônus, propiciando amplitude de frequências graves.
 Nos indivíduos de face longa foi observado posicionamento de língua em posição baixa (Bianchini,1994) e deslocamento horizontal. Na face curta, a posição lingual foi referida como posteriorizada, elevada e retraída (Bianchini, 1994) com deslocamento vertical. A retração da língua pode ser causada pela hipertonia dos músculos supra-hióideos, onde durante a fonação ocorre a elevação da laringe e do pitch vocal. 
 Em relação à qualidade vocal, a voz metálica e a ressonância faríngea estão associadas à face curta. Já na face longa a qualidade vocal é abafada, escura e possui ressonância posterior.
 A análise da tipologia facial e a voz da pessoa contribui para a identificação de uma patologia vocal, por exemplo, algo de equivocado pode estar acontecendo na anatomia ou fisiologia de uma mulher com uma face curta apresentar uma voz muito grave. 
 Enlow (1998) disse que uma mulher com face longa apresenta características semelhantes à face do homem (nariz mais longo, perfil mais protrusivo, pitch mais grave) enquanto que a face curta está associada às características da face da mulher e das crianças (face alargada, nariz menor, ossos malares mais proeminentes, pitch mais agudo). 
A voz do negro
INTRODUÇÃO
Mônica Alcides Farias
 Segundo Janaína Pimenta e Sílvia Maria Rabelo Pinho, tradicionalmente, a voz do negro é conhecida e caracterizada como grave, cheia e potente. A arte musical negra vem sendo objeto de diversos estudos por conta de sua grande variedade de estilos e ritmos oferecidos. As variações constitucionais existentes entre a etnia negra são, provavelmente, uma premissa para a compreensão desse padrão vocal tão diversificado.
 A primeira referência a respeito da voz do negro foi realizada por Bernstein, em 1932. Segundo esse autor, garotas negras entre a faixa etária de 10 a 20 anos apresentavam o tom vocal, em geral, mais greve que garotos e garotas brancas germânicas da mesma idade.
 Boshoff, em 1945, comprovou que a musculatura da laringe do negro sul-africano era mais robusta do que a dos caucasianos, o que ajudaria a fortalecer os movimentos do aparato vocal. Observou também que o músculo ariepiglótico é geralmente, inexistente entre os negros. Essa ausência é, normalmente, associada à presença de variações e aberrações musculares como: os músculos cricoaritenóideos posteriores, aritenóideos oblíquos e transverso mais largos; o músculo tireoepiglótico contínuo com o aritenóideos oblíquos e transversos terminando, superiormente, junto a inserção do tireoaritenóideo superior que estaria, consistentemente, presente.
 Kinerberg, em 1966, descreve os tipos raciais e aponta caracteríticas como lábios espessos e evertidos, nariz longo, índice cefálico dolicofacial.
 Drummond e Richard, em 1968, descreveram que o negro teria tendência a ser dolicofacial, com anteriorização da maxila e hiprotusão dentária.
 Richardson, em 1980, realizou um estudo em população de negros americanos, analisando seus traços faciais e comparando a outros grupos étnicos.
 Hudson & Holbrook, em 1981, descreveram que falantes negros quando comparados a falantes brancos de mesmo sexo e idade, apresentavam em geral, frequência fundamental modal média mais grave e maiores inflexões vocais em torno dessa durante a fala e leitura espontânea, principalmente em direção aos agudos. 
 Lass, Trapp, Baldwin, Sherbick, Whritt, em 1982, realizaram estudo perceptivo no julgamento distintivo entre falantes negros e brancos durante a ação de emitir sentenças padronizadas. Tais sentenças eram emitidas de três formas: habitual, imitante falando do sexo oposto e imitando falante da raça oposta.
 Julianne Pitanga Teixeira
 Continuando as características pesquisadas pelos estudiosos sobre as variações vocais nos negros, Steinsapir, Forner e Stemple (1986) mediram a a significativa tendência aos desvios de jitter em vogal prolongada em crianças negras, ao comparar com crianças brancas. Já Baken(1997) verificou em seus estudos que a frequência fundamental dos negros é mais grave e com maior variabilidade que em brancos. Outro estudioso foi Mayo(1990) que ao analisar as vogais /a/,/i/,/u/ verificou que há significativa diminuição das frequências dos seus formantes, em indivíduos negros com mesmo sexo, idade, estatura física, condições socio-econômicas, nível educacional e dialeto que caucasianos. 
 La Rouche & Cesarini(1992) verificaram fatores fisiológicos e histológicos da pele negra, sem abordar patologias específicas; observaram que o negro apresenta um estrato córneo mais compacto, conferindo assim a essa raça maior permeabilidade cutânea e epiderme com menos hidratação; Walton & Orlikoff (1994) fizeram uma pesquisa com ouvintes treinados e não treinados, e 60% desses acertaram a raça apenas com a emissão de uma vogal sustentada e não com o dialeto( para não influenciar); eles acham que a pista é o ruído durante a emissão da nota; identificaram também que nos negros a presença de jitter e shimmer em normalidade bordeline e menor proporção harmônico/ruído; frequência fundamental e estrutura do formante não apresentam diferenças significativas porém foi pensada a possibilitada de haver variação na energia distribuída nos harmônicos que assim justificam as diferenças de pitch.
 Mayo & Grant(1994) colaboraram relatando as diferenças significativas entre a frequência dos formantes de vogais entre negros e brancos nos quais os 3 primeiros formantes são significativamente mais rebaixados. Dustan(1995) realizou um estudo para entender melhor a diferenciação do crescimento celular em negros; estudou a patogênese do quelóide, tumor benigno resultante de traumas, mais comum em peles negras; esclareceu que isso é devido a excessiva quantidade de colágeno e fibronectina na epiderme que o negro apresenta em comparação a outras raças. 
 Koufman, Randomski, Joharji, Pillsbury(1996) compararam o nível de tensão muscular em diversos estilos musicais, observaram que em grande parte dos cantores negros tinham fendas glóticas posteriores e apresentavam maior tensão muscular em estilos que predominam nessa cultura, como o gospel e o bluegrass. Ryalls, Zipprer, Baldauff(1997) verificaram que os negros têm maior tendência a apresentar um VOT (Voice Onset Time) mais negativo que os brancos. Sapienza(1997) não detectou diferenças significativas nas medidas de: fluxo glótico; fluxo glótico mínimo; coeficiente de abertura do fluxo aéreo; declinação média do fluxo máximo e medidas acústicas de frequência fundamental e nível de pressão sonora; mas a medida de declínio de fluxo máximo é uma exceção, sendo maior em indivíduos brancos; verificou também que a mucosa das pregas vocais é mais espessa em negros. Canbay & Bhatia(1997) “observaram menor resistência nasal ao fluxo aéreo em negros”
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Carolina Alves Neres
 Apontada com frequência por sua beleza, a voz do negro se difere na população e é constantemente descrita como uma voz cheia, potente, grave e de perfil característico.
 A conformação física estabelece relação íntima com a configuração do aparato vocal e suas incontáveis performances sonoras, estando ainda como item de caracterização de uma raça, justificando a distinção vocal inter-racial.
 O negro e sua voz estão sempre ligados à sua contribuição musical, seja na diversidade rítmica ou na peculiaridade vocal expressa no canto.
 As peculiaridades perceptivas e acústicas devem-se a várias característicasúnicas da raça negra:
Pitch rebaixado = produzindo pitch grave com sensação auditiva de voz mais baixa; provavelmente devido as modificações da fonte glótica e no trato vocal.
Menor frequência fundamental = devido ao maior comprimento e espessura das pregas vocais.
Presença de lábios evertidos que possibilita maiores cavidades no trato vocal.
Tendência a: biprotrusão dentária, tipologia dolicofacial, maxila anteriorizada, ampla cavidade nasal. Aspectos esses que possibilitam a compatibilidade com maior ressonância de harmônicos graves, exigindo menor esforço para a percepção da voz do indivíduo.
Loudness aumentado: maior percepção vocal, diminuindo a possibilidade de sobrecarga vocal no canto popular. No canto de coral e lírico o cantor negro tende a exigir mais apoio do seu corpo, mas não tanto quanto o cantor branco, para poder se ouvir e equiparar a sua voz ao volume emitido pelos instrumentos que o acompanham. O aumento do loudness pode estar vinculado a musculatura laríngea mais vigorosa, inserções musculares mais complexas, maior adução das pregas vocais e maior flexibilidade da cartilagem tireóidea.
 A maior adução das PPVV pode propiciar um aumento da pressão subglótica, deixando a voz mais longa, forte e estável. Talvez o aumento do loudness também se deva ao tamanho das cavidades de ressonância, maiores no negro, incrementando a produção de energia dos harmônicos.
 Na raça branca ocorre um maior declínio máximo do fluxo de ar que nos negros, ou seja, o consumo de oxigênio se dá com maior velocidade, embora a anatomia da raça negra se mostre incompatível com esses dados os negros se mostram hábeis a transformar o declínio máximo do fluxo para definir hipofunções como estratégia compensatória.
Maria Gleicy Skarlet de Moura Azevedo
 A qualidade vocal do negro, normalmente é entremeada por ruídos vocais dando características a uma voz levemente rouca,áspera ou soprosa. Orlikoff & Walton (1994) estudaram que, talvez, o principal meio de percepção para identificação da voz do negro fosse a presença de ruído durante a fonação. 
 No negro observa-se uma maior tensão muscular e vocal nos estilos musicais da raça em questão, porém, frequente a presença de fenda posterior na configuração glótica. Esse achado glótico justificaria a percepção na qualidade vocal soprosa (Sapienza, 1997).
 As fendas glóticas, poderia causar irregularidades vibratórias, assim justificando a rouquidão detectada na voz dos negros, nos qual frequentemente apresentariam fenda posterior na laringoscopia. (Koufman 1996).
 A qualidade vocal áspera esta relacionada a rigidez de mucosa ,ou seja , o que parece ser uma voz áspera seria simplesmente a rigidez de sistema em consequência ao excesso de adução glótica.(Boshoff, 1945).
 No negro à uma quantidade excessiva de colágeno e fibronectina na epiderme, especialmente relacionada á desidratação, não poderiam estar presentes no revestimento mucoso das pregas vocais. Essa correlação poderia ser adicionada às justificativas da qualidade vocal áspera, e aos parâmetros acústicos de jitter e shimmer, possivelmente ocasionada pela menor hidratação da mucosa. (La Rouche(1992), Cessarini(1995), Verdolini).
 O músculo ariepiglótico é ausente na raça negra. Esse músculo seria responsável pela composição do esfíncter ariepiglótico. Esse esfincter é responsável pela qualidade sonora metalizada geralmente encontrada em cantores, belling, twang e ópera, sendo identificada como uma característica do cantor , incrementando energias em regiões altas do espectro para propiciar uma voz projetada e com volume (Boshoff (1945), Yanagisawa(1989), Sataloff (1997).
 Outras junções e variações musculares, presentes na laringe do negro, que possivelmente podem substituir a função exercida pelo músculo ariepiglótico (Boshoff (1945).
Referência bibliográfica
PINHO, Sílvia. Tópicos em voz. Capítulo 7: A qualidade da voz e o trato vocal nos indivíduos de face curta e face longa; OLIVEIRA, Valéria; PINHO, Sílvia. Capítulo 8: A voz do negro; PIMENTA, Janaína; PINHO, Sílvia. Ed. Nova Guanabara. 2003

Continue navegando