Buscar

LIVRO DE PRÁTICA TRABALHISTA PEÇAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 292 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 292 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 292 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
1 
CURSO COMPLETO DE PEÇAS E QUESTÕES 
2º EXAME DE ORDEM DE 2009 
PRÁTICA DE DIREITO DO TRABALHO 
 
Prezado Aluno, 
Além da parte expositiva, a apostila contém: 
1. Estrutura das peças – além da disposição das principais peças do processo 
do trabalho, contém exemplos com explicações detalhadas a fim de auxiliá-lo 
na elaboração destas. 
2. Peças completas – também são modelos, mas são baseados em casos 
concretos, ou seja, são peças prontas. 
3. Guia de artigos – a própria apostila é um guia de artigos, súmulas e 
orientações jurisprudenciais com maior incidência nas provas do Cespe. Os 
dispositivos estão inseridos de acordo com o desenvolvimento do conteúdo. 
4. Dicas de estudos – são conselhos e métodos de estudo, com o intuito de 
melhorar o rendimento do aluno. 
5. Bibliografia – contém a referência bibliográfica indicada para estudar e levar 
para o exame de ordem. 
6. Proposta de peças e questões – a 2ª faze do Exame de Ordem refere-se à 
prova prática-profissional, sendo esta integralmente discursiva, portanto é 
essencial que o aluno exercite este modelo de prova. Portanto, encontram-se 
na apostila, peças e questões já cobradas no exame de ordem, que deverão 
ser corrigidas pelo curso e posteriormente serão revisadas nas aulas de 
assistência e de correção em sala, conforme o calendário em anexo. 
7. Folhas pautadas – estas folhas, localizadas ao final da apostila, deverão ser 
destacadas e utilizadas para o desenvolvimento das peças e questões 
propostas, as quais serão protocoladas na recepção do curso, no prazo 
previsto no calendário em anexo. 
8. Canhotos destacáveis com os números de peças e questões a serem 
protocoladas na recepção do Curso: ao realizar o protocolo, o aluno deve 
destacar da apostila e grampear o canhoto correspondente ao conjunto de 
peças e questões recebendo o carimbo de protocolo na segunda via do 
canhoto. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
2 
ÍNDICE 
 
Parte I 
 
PARTE EXPOSITIVA 
Processo do Trabalho 
 
1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO ........................................4 
 
2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.........................................5 
2.1 COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
2.2 CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
3. TIPOS PROCEDIMENTO NO PROCESSO DO TRABALHO ....................11 
3.1 PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
3.2 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
3.3 PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 
3.3.1 COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA 
3.3.2 COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA 
3.3.3 ATOS, PRAZOS E TERMOS 
 
Parte II 
 
PEÇA PASSO A PASSO 
 
Explicação detalhada de como elaborar as principais peças processuais 
 
4. PETIÇÃO INICIAL – RECLAMATÓRIA TRABALHISTA...........................32 
4.1 ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
4.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 I. ENDEREÇAMENTO 
 II. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
 III. PRELIMINAR DE MÉRITO 
 IV. MÉRITO 
ORGANIZAÇÃO DO MÉRITO 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
3 
 V. PEDIDO 
 VI. REQUERIMENTOS FINAIS 
 VII. VALOR DA CAUSA 
5. RESPOSTAS DO RECLAMADO.........................................................124 
5.1 CONTESTAÇÃO 
5.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA CONTESTAÇÃO 
I. ENDEREÇAMENTO 
II. QUALIFICAÇÃO 
III. PRELIMINAR DE MÉRITO 
IV. PREJUDICIAL DE MÉRITO 
V. MÉRITO 
 VI. IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS 
VII. REQUERIMENTOS FINAIS 
5.3 EXCEÇÃO 
5.4 RECONVENÇÃO 
6. TEORIA GERAL DOS RECURSOS.........................................................162 
7. RECURSO ORDINÁRIO..........................................................................178 
8. AGRAVO DE INSTRUMENTO.................................................................205 
9. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.............................................................217 
10. RECURSO DE REVISTA..........................................................................222 
11. EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO......................................239 
12. EMBARGOS À EXECUÇÃO....................................................................243 
13. AGRAVO DE PETIÇÃO............................................................................. 253 
14. EMBARGOS AO TST ..............................................................................260 
15. AÇÕES ESPECIAIS: MANDADO DE SEGURANÇA E AÇÃO 
RESCISÓRIA..................................................................................................... 269 
 
Parte III 
 
Otimização do estudo 
 
DICAS E MÉTODOS DE ESTUDO...................................................................289 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
4 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................291 
 
Parte IV 
PEÇAS 
 
Propostas de exercícios para treinamento do candidato 
 
Propostas ......................................................................................................291 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
5 
PROCESSO DO TRABALHO 
 
1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
A justiça do trabalho é composta pelo juiz do trabalho, Tribunal Regional do 
Trabalho, Tribunal Superior do Trabalho, conforme o artigo 111, CF/88. 
 
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: 
I – o Tribunal Superior do Trabalho; 
II – os Tribunais Regionais do Trabalho; 
III – Juízes do Trabalho. 
 
Este artigo demonstra claramente que o STF não é um órgão da Justiça 
do Trabalho. 
 
São órgãos da Justiça do Trabalho: 
 
JUIZ DO TRABALHO TRT TST 
 
 
Atenção: Existem comarcas que não possuem varas da Justiça do 
Trabalho. Nestes casos, os juízes de direito serão investidos da jurisdição 
trabalhista. A sentença proferida é recorrível através da interposição de Recurso 
Ordinário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho, de acordo com o artigo 
112 da CF e artigo 668, CLT. 
Art. 112, CF. A lei criará varas da Justiça do 
Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas 
por sua jurisdição, atribuí-las aos juízes de direito, 
com recurso para o respectivo Tribunal Regional do 
Trabalho. 
 
Art. 668, CLT. Nas localidades não compreendidas 
na jurisdição das Juntas de Conciliação e 
Julgamento, os Juízos de Direito são os órgãos de 
administração da Justiça do Trabalho, com a 
jurisdição que lhes for determinada pela lei de 
organização judiciária local. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
6 
2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
A competência da Justiça do Trabalho é determinada em razão da matéria, 
ou seja, se a demanda versa sobre a relação de emprego, bem como sobre as 
verbas de natureza trabalhista a competência para processar e julgar esta lide é 
da Justiça do Trabalho, conforme o artigo 114, CF. 
Neste tópico, é fundamental tratar da Emenda Constitucional nº 45/2004, 
que foi responsável por uma significativa ampliação da competência da Justiça do 
Trabalho, pois a Justiça do Trabalho passou a ser competente para processar e 
julgar não apenas as ações oriundas das relações de emprego, mas também as 
ações oriundas das relações de trabalho. 
Note que a relação de emprego é espécie, enquanto a relação de trabalho é 
gênero, uma vez que abrange os empregados, os autônomos, os temporários, os 
avulsos, etc. A relação de trabalho envolve um trabalhador e um tomador de 
serviços, que remunera o trabalho prestado. 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito 
público externo e da administração públicadireta e indireta da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios; 
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da 
relação de trabalho; 
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
7 
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e 
II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é 
facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza 
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as 
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as 
convencionadas anteriormente. 
§ 3º. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do 
interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, 
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
 
 O STF, na ADI n.º 3.395-6/DF, suspendeu toda e qualquer interpretação 
dada ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, com a redação dada pela 
Emenda Constitucional n.º 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do 
Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus 
servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter 
jurídico administrativo. Logo, este artigo, ampliado pela EC 45/2004, sofreu uma 
restrição proveniente da ADI 3.395-6, a qual excluiu da apreciação da Justiça do 
Trabalho as relações trabalhistas entre o Poder Público e seus servidores, quando 
esta estiver baseada no regime estatutário ou jurídico administrativo. 
 CONCLUSÃO: eventuais demandas entre o Poder Público e o servidor 
público estatutário não serão de competência da Justiça do Trabalho; no entanto 
as demandas entre o Poder Público e o servidor público celetista a 
competência é da Justiça do Trabalho. 
É importante destacar que é competência da Justiça do Trabalho processar 
e julgar as ações que visem uma indenização pelo não cadastramento do 
empregado no PIS. 
Súmula 300, TST. Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar ações de empregados contra 
empregadores, relativas ao cadastramento no Plano 
de Integração Social (PIS). 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
8 
 
Também é competência da Justiça do Trabalho a lide que verse sobre a 
não concessão das guias do seguro desemprego. 
 
Súmula 389, TST. I - Inscreve-se na competência 
material da Justiça do Trabalho a lide entre 
empregado e empregador tendo por objeto 
indenização pelo não fornecimento das guias do 
seguro desemprego. 
II - O não fornecimento pelo empregador da guia 
necessária para o recebimento do seguro 
desemprego dá origem ao direito à indenização. 
 
A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser declarada 
pelo Juízo, de ofício, ou mediante alegação das partes em qualquer tempo ou grau 
de jurisdição (art. 795, § 1º da CLT e art. 113 do CPC). 
Alegada a incompetência material na contestação, deverá sê-lo como 
preliminar e não como exceção, pois no âmbito do processo trabalhista, sob a 
forma de exceção, alega-se a incompetência em razão do lugar e o impedimento 
ou suspeição do juiz. 
 
2.1 COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
 
 A competência territorial na Justiça do Trabalho é determinada pelo local de 
PRESTAÇÃO dos serviços. Esta regra geral está disposta no caput do artigo 651, 
CLT: 
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e 
Julgamento é determinada pela localidade onde o 
empregado, reclamante ou reclamado, prestar 
serviços ao empregador, ainda que tenha sido 
contratado noutro local ou no estrangeiro. 
 
Este artigo da CLT é composto por três parágrafos que prevêem exceções 
a regra geral apresentada pelo caput. 
 
a) Empregados agente ou viajante comercial – art. 651, § 1º: 
 
§ 1º – Quando for parte no dissídio agente ou 
viajante comercial, a competência será da Junta da 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
9 
localidade em que a empresa tenha agência ou filial 
e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, 
será competente a Junta da localização em que o 
empregado tenha domicílio ou a localidade mais 
próxima. 
 
b) Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para os empregados 
brasileiros trabalhando no estrangeiro – art. 652, § 2º, CLT: 
 
§ 2º – A competência das Juntas de Conciliação e 
Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se 
aos dissídios ocorridos em agência ou filial no 
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro 
e não haja convenção internacional dispondo em 
contrário. 
 
 Em regra, o empregado brasileiro que presta serviços no exterior subordina-
se as normas do direito material do país onde está prestando serviços, conforme 
Súmula 207 do TST (princípio da lex loci executionis). Pode, todavia, propor a 
ação no Brasil, desde que não haja tratado internacional em sentido contrário. 
Para alguns o foro será o sede ou filial da empresa no Brasil ou do local da 
contratação antes do empregado ir para o exterior. 
Invocando lei material estrangeira, deverá provar a sua vigência, conforme 
previsto no CPC. 
 
Súmula 207, TST. A relação jurídica trabalhista é 
regida pelas leis vigentes no país da prestação de 
serviço e não por aquelas do local da contratação. 
 
c) Empregador que promove realização de atividade fora do lugar do contrato 
– art. 651, § 3º: 
§ 3º – Em se tratando de empregador que promova 
realização de atividades fora do lugar do contrato de 
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar 
reclamação no foro da celebração do contrato ou no 
da prestação dos respectivos serviços. 
 
São exemplos, as companhias teatrais ou circos. A regra do § 3º, do art. 
651, aplica-se também aos motoristas de ônibus, contratados em Curitiba, para 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
10 
fazer a linha Curitiba – Recife. Estes poderão propor a ação tanto em Curitiba 
como em Recife. 
 
2.2 CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
 
No processo do trabalho, a competência territorial pode sofrer prorrogação 
legal ou voluntária tácita. 
 
a) Prorrogação Legal: mudança operada em virtude de conexão, ou 
continência. A lei atribui competência a um órgão jurisdicional quando ele 
normalmente não a teria, objetivando evitar decisões conflitantes entre dois órgãos 
distintos. Diante do fenômeno da conexão ou continência aplica-se, 
subsidiariamente, o CPC, artigos 105 e 106: 
 
Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de 
ofício ou a requerimento de qualquer das partes, 
pode ordenar a reunião de ações propostas em 
separado, a fim de que sejam decididas 
simultaneamente. 
Art. 106. Correndo em separado ações conexas 
perante juízes que têm a mesma competência 
territorial, considera-se prevento aquele que 
despachou em primeiro lugar. 
 
 
Apesar da norma prevista pelo artigo 106, no processo do trabalho a 
prevenção é fixada em razão dadistribuição e não do despacho, pois não há 
um despacho inicial ordenando a citação do réu, o que é feito automaticamente. 
 
b) Prorrogação voluntária tácita: Como a competência em razão do lugar 
é relativa, não havendo, no momento oportuno, a argüição de incompetência 
territorial por parte do réu, prorroga-se a competência territorial para aquele Juízo 
que originariamente não a teria. Portanto, o réu deverá apresentar na primeira 
audiência a exceção de incompetência, sob pena de ser prorrogada e o juízo 
tornar-se competente para julgar a demanda. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
11 
 
No processo do trabalho em regra não é admitido foro de eleição (que seria 
hipótese de prorrogação de competência expressa), porque as normas de fixação 
de competência são de ordem pública, ditadas no interesse do empregado. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
12 
 
3. TIPOS PROCEDIMENTO NO PROCESSO DO TRABALHO 
 
 SUMÁRIO até 2 salários mínimos 
PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO 2 a 40 salários mínimos 
 ORDINÁRIO mais de 40 sal. mínimos 
 
 
O rito do processo é estabelecido em função do valor da lide. 
 
Observação: o salário mínimo é nacional e corresponde a R$ 465,00. 
 
 
 SUMÁRIO Lei 5.584/70 
DISPOSITIVOS LEGAIS SUMARÍSSIMO Artigo 852-A e ss, CLT 
 ORDINÁRIO Artigo 837 e ss, CLT 
 
3.1 PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
 
 O procedimento sumário, instituído pela Lei 5.584/70, tem a finalidade de 
garantir maior celeridade aos processos trabalhistas cujo valor não ultrapasse dois 
salários mínimos. Estas causas trabalhistas, também chamadas de “causas de 
alçada”, possuem uma característica relevante determinada pelo artigo 2°, §4° 
desta Lei. 
 Nenhum recurso é cabível da decisão proferida nas causas que seguem o 
rito sumário, EXCETO se versar sobre matéria constitucional, caso em que caberá 
a interposição de recurso extraordinário para apreciação pelo STF. 
 
§ 4º. Salvo se versarem sobre matéria constitucional, 
nenhum recurso caberá das sentenças proferidas 
nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo 
anterior, considerado, para esse fim, o valor do 
salário mínimo à data do ajuizamento da ação. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
13 
 
 Observe que a possibilidade de interposição de recurso extraordinário se dá 
por força da disposição constitucional, estabelecida no artigo 102, III, segundo o 
qual compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas 
em única ou última instância. Portanto, as decisões proferidas nas causas 
trabalhistas que não ultrapassem dois salários não cabem nenhum recurso 
trabalhista, uma vez que o STF não é um órgão da Justiça do Trabalho. 
 
 Corroborando a disposição deste §4, tem-se a súmula 640 do STF: 
 
É cabível recurso extraordinário contra decisão 
proferida por juiz de primeiro grau nas causas de 
alçada, ou por turma recursal de juizado especial 
cível e criminal. 
 
 Note que a promulgação da Constituição é posterior a referida Lei. O 
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa (art. 5º, LV, CF), bem como o 
impedimento da vinculação do salário mínimo para qualquer fim (art. 7º, IV, CF), 
gerou dúvidas quanto a constitucionalidade do §4º, art. 2º desta Lei. O 
entendimento do TST, proferido através da súmula 356, afirma que a norma foi 
recepcionada pela Constituição. Sinteticamente, a fundamentação da súmula 
sustenta que o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição não é um princípio 
constitucional, ademais o contraditório e a ampla defesa podem ser exercidos em 
uma única instância. E, em relação ao salário mínimo, a intenção do legislador era 
de vedar a utilização do mesmo como critério de reajustes dos salários daqueles 
empregados que percebem mais do que o mínimo legal. Nada impede que o 
salário mínimo seja utilizado como base para a fixação do rito do processo, 
inclusive a Lei 9.957/00 que incluiu o rito sumaríssimo no processo do trabalho, 
tem o salário mínimo como base, fato que reforça o entendimento do TST. 
 
Súmula 356. O artigo 2°, §4°, da Lei n. 5.584, de 
26.6.1970 foi recepcionado pela CF/88, sendo lícita 
a fixação do valor da alçada com base no salário 
mínimo. 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
14 
 O artigo 4º desta Lei também traz uma informação importante, pois autoriza 
o juiz a impulsionar o processo ex officio, desde que os empregados ou 
empregadores reclamarem pessoalmente. 
 
Art. 4º. Nos dissídios de alçada exclusivos das 
Juntas naqueles em que os empregados ou 
empregadores reclamarem pessoalmente, o 
processo poderá ser impulsionado de ofício pelo juiz. 
 
 Por fim, faz-se necessária a análise da súmula 303, TST: 
 
Súmula 303. I - Em dissídio individual, está sujeita 
ao duplo grau de jurisdição, mesmo na vigência da 
CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, 
salvo: a) quando a condenação não ultrapassar o 
valor correspondente a 60 (sessenta) salários 
mínimos; b) quando a decisão estiver em 
consonância com decisão plenária do Supremo 
Tribunal Federal ou com súmula ou orientação 
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Influenciada pela nova redação do artigo 475 do CPC, a referida súmula 
resolve que “não há remessa necessária nas causas de valor até 60 salários 
mínimos. Logo, na esteira da súmula 303, TST, não se mostra incompatível a 
adoção do procedimento sumário nas causas em que figurem entes públicos, 
desde que o valor da causa seja igual ou inferior a 2 salários mínimos. A razão é 
simples: não há vedação legal expressa, tal como ocorre com o procedimento 
sumaríssimo (art. 852-A, § único, CLT).”1 
 
A súmula possui mais dois incisos, que apresentam duas exceções em 
relação a dispensa da remessa necessária. 
 
II - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo juízo 
de primeiro grau está sujeita ao duplo grau de 
jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente 
público, exceto nas hipóteses das alíneas "a" e "b" 
do inciso anterior. 
 
 
1 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 7.ed. São Paulo: Ltr, 
2009. p. 299. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
15 
 Tratando-se de decisão desfavorável ao ente público, na ação rescisória, é 
obrigatório o reexame necessário pelo Tribunal Regional do Trabalho 
jurisdicionalmente competente. 
 
III - Em mandado de segurança, somente cabe 
remessa ex officio se, na relação processual, figurar 
pessoa jurídica de direito público como parte 
prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação 
não ocorre na hipótese de figurar no feito como 
impetrante e terceiro interessado pessoa de direito 
privado, ressalvada a hipótese de matéria 
administrativa. 
 
 
A exceção prevista neste inciso exige dois requisitos: o ato contra o qual se 
insurge deve ter causado algum prejuízo ao ente público; a discussão de matéria 
administrativa no mandado de segurança. 
 
Não há legislação específica quanto ao procedimento da audiência no 
procedimento sumário, portanto, aplica-se, subsidiariamente, as normas do 
procedimento ordinário. 
 
3.2 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
 
A Lei nº 9.957, de 12 de janeiro de 2000, trouxe uma série de alteraçõesno 
texto da Consolidação das Leis do Trabalho, com a inserção dos seguintes 
artigos: 852-A até 852-I, CLT, 895, § 1º, I e II, CLT e § 2º, 896, CLT, § 6º, 897-A, 
CLT. O procedimento sumaríssimo, assim como o procedimento sumário, visa a 
celeridade e economia processual. 
 
 
Art. 852-A, CLT. Os dissídios individuais cujo valor 
não exceda a quarenta vezes o salário mínimo 
vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam 
submetidos ao procedimento sumaríssimo. 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento 
sumaríssimo as demandas em que é parte a 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
16 
Administração Pública direta, autárquica e 
fundacional. 
 
 
A compreensão da exceção prevista no § único exige o domine a idéia de 
administração pública direta e administração pública indireta. 
 
Verifique o seu conhecimento em relação a este assunto através do 
exercício: 
( ) O procedimento sumaríssimo não se aplica a administração indireta. 
( ) O procedimento sumaríssimo não se aplica a administração direta. 
( ) O procedimento sumaríssimo é aplicado na administração indireta. 
 
 
A administração pública federal está prevista no Decreto-Lei 200/67, no 
artigo 4 º: 
Art. 4º. A administração federal compreende: 
I - a administração direta, que se constitui dos 
serviços integrados na estrutura administrativa da 
Presidência da República e dos ministérios; 
II - a administração indireta, que compreende as 
seguintes categorias de entidades, dotadas de 
personalidade jurídica própria: 
a) autarquias; 
b) empresas públicas; 
c) sociedades de economia mista; 
d) fundações públicas. 
 
 A administração direta, portanto, abrange o poder executivo da União, dos 
Estados e dos Municípios e as demandas, em que figurarem, seguirão o 
procedimento ordinário ou sumário. 
 
Já a administração indireta abarca quatro entidades, dentre estas estão 
excluídas da exceção prevista pelo artigo a sociedade de economia mista e a 
empresa pública. Isto ocorre porque estas entidades exploram a atividade 
econômica, de modo que não seria lógico gozarem dos benefícios concedidos a 
administração pública no exercício de funções públicas, ocasionaria uma 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
17 
desigualdade de mercado em relação aos particulares. Conclui-se que a 
sociedade de economia mista e a empresa pública equiparam-se ao particular. 
 
O professor Bittencourt, com maestria, leciona que “sociedades de 
economia mista e empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado cuja 
criação é autorizada por lei específica (art. 37, XIX, CF), submetidas ao controle 
estatal, com vinculação aos fins definidos na lei instituidora, para exercer atividade 
econômica, seja para intervenção do Estado no domínio econômico (art. 173, CF), 
seja para prestação de serviço público (art. 175, CF).”2 
 
 
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no 
procedimento sumaríssimo: 
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e 
indicará o valor correspondente; 
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao 
autor a correta indicação do nome e endereço do 
reclamado; 
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no 
prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, 
podendo constar de pauta especial, se necessário, 
de acordo com o movimento judiciário da Junta de 
Conciliação e Julgamento. 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do 
disposto nos incisos I e II deste artigo importará no 
arquivamento da reclamação e condenação ao 
pagamento de custas sobre o valor da causa. 
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as 
mudanças de endereço ocorridas no curso do 
processo, reputando-se eficazes as intimações 
enviadas ao local anteriormente indicado, na 
ausência de comunicação. 
 
 No procedimento sumaríssimo é fundamental que os pedidos formulados 
sejam líquidos. Cada pedido do reclamante deverá especificar qual é o valor 
requerido, sob pena de arquivamento da reclamatória trabalhista. Também 
resultará o arquivamento do processo, se o reclamante não fornecer o endereço 
correto do reclamado, tendo em vista que é vedada a citação por edital neste 
procedimento. 
 
2 BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administrativo. 3. ed. Belo Horizonte: 
Fórum, 2008. p. 62. 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
18 
 
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo 
serão instruídas e julgadas em audiência única, sob 
a direção de juiz presidente ou substituto, que 
poderá ser convocado para atuar simultaneamente 
com o titular. 
 
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as 
partes presentes sobre as vantagens da conciliação 
e usará os meios adequados de persuasão para a 
solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da 
audiência. 
 
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na 
audiência de instrução e julgamento, ainda que não 
requeridas previamente. 
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma 
das partes manifestar-se-á imediatamente a parte 
contrária, sem interrupção da audiência, salvo 
absoluta impossibilidade, a critério do juiz. 
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para 
cada parte, comparecerão à audiência de instrução e 
julgamento independentemente de intimação. 
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, 
comprovadamente convidada, deixar de comparecer. 
Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz 
poderá determinar sua imediata condução coercitiva. 
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for 
legalmente imposta, será deferida prova técnica, 
incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o 
objeto da perícia e nomear perito. 
§ 5º (VETADO) 
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre 
o laudo, no prazo comum de cinco dias. 
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento 
e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo 
de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos 
autos pelo juiz da causa. 
 
 
 O procedimento sumaríssimo caracteriza-se pela audiência una, ou seja, 
todos os atos da audiência inicial, bem como os de instrução e julgamento, 
realizar-se-ão em uma audiência. 
 
 As partes devem observar o limite máximo de duas testemunhas, as quais 
deverão comparecer espontaneamente na audiência. Caso a testemunha não se 
apresente, o juiz só determinará a intimação da mesma, diante da apresentação 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
19 
do convite. Se porventura, após a intimação a testemunha não compareça na 
audiência, será ordenada a condução coercitiva e o pagamento de multa. 
 O artigo 852-E, CLT instrui que o juiz detém a faculdade de realizar a 
tentativa conciliatória em qualquer momento da audiência. 
 
 1. Tentativa conciliatória 
AUDIÊNCIA NO 2. Leitura da petição inicial (se não for dispensada) 
PROCEDIMENTO 3. Resposta do reclamado 
SUMARÍSSIMO 4. Impugnação aos documentos * 
 5. Depoimento das partes 
 6. Oitiva das testemunhas peritos e técnicos 
 7. Razões Finais 
 8. Sentença 
 
* Impugnação aos documentos: a audiência una obriga o reclamante a 
impugnar todos os documentos apresentados pelo reclamado oralmente naquela 
sessão. 
 
3.3 PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 
 No procedimento ordinário, a audiência pode ser una ou até tripartida, da 
seguinte maneira: “audiência de conciliação” ou “inicial”, “audiência de instrução” e 
“audiência de julgamento”, cujas normas do rito ordinário estão dispostas nos 
artigos837 ao 852 da CLT. 
 
 1. Primeira tentativa conciliatória 
AUDIÊNCIA NO 2. Leitura da petição inicial (se não for dispensada) 
PROCEDIMENTO 3. Resposta do reclamado 
ORDINÁRIO 4. Depoimento das partes 
 5. Oitiva das testemunhas, peritos e técnicos 
 6. Razões finais 
 7. Segunda tentativa conciliatória 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
20 
 8. Sentença 
→ Primeira tentativa conciliatória 
 Aberta a sessão, o juiz deverá conciliar as partes. Além desta, o juiz antes 
de proferir a sentença, logo após as razões finais fará a segunda tentativa 
conciliatória. Ambas são obrigatórias e devem ser propostas nos momentos legais 
mencionados, em face dos artigos 846 e 850, CLT, respectivamente. 
 
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente 
proporá a conciliação. 
§ 1º Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado 
pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o 
prazo e demais condições para seu cumprimento. 
§ 2º Entre as condições a que se refere o parágrafo 
anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a parte 
que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer 
integralmente o pedido ou pagar uma indenização 
convencionada, sem prejuízo do cumprimento do 
acordo. 
 
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as partes 
aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 
(dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou 
presidente renovará a proposta de Conciliação, e 
não se realizando esta, será proferida a decisão. 
Parágrafo único. O Presidente da Junta, após 
propor a solução do dissídio, tomará os votos dos 
Juízes classistas e, havendo divergência entre estes, 
poderá desempatar ou proferir decisão que melhor 
atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio 
entre os votos divergentes e ao interesse social. 
 
 
→ Resposta do reclamado 
 O reclamado sempre oferecerá a sua defesa na audiência para a qual foi 
notificado. Há três modalidades de resposta que o reclamado poderá apresentar 
em juízo: contestação, exceção e reconvenção (art. 297, CPC). 
 As espécies de resposta do réu serão analisadas no decorrer do curso. Por 
ora, basta mencionar que é comum apresentar ao juiz do trabalho a 
contestação/exceção escrita. No entanto, destaca-se que é direito do reclamado 
aduzir a sua defesa oralmente no prazo de 20 minutos. 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
21 
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá 
vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura 
da reclamação, quando esta não for dispensada por 
ambas as partes. 
Art. 849. A audiência de julgamento será contínua; 
mas, se não for possível, por motivo de força maior, 
concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente 
marcará a sua continuação para a primeira 
desimpedida, independentemente de nova 
notificação. 
 
→ Depoimento das partes 
 O depoimento das partes dá início a audiência de instrução e julgamento, 
quando o ato for fracionado. A finalidade do depoimento pessoal é extrair da outra 
parte a sua confissão. Portanto, é direito do reclamante o depoimento pessoal do 
reclamado e vice-versa, de forma que o depoimento pessoal do reclamado só 
pode ser dispensado pelo reclamante, assim como o depoimento pessoal do 
reclamante só poderá ser dispensado pelo reclamado. 
 A reclamante dará o seu depoimento pessoal e, em seguida, o reclamado. 
 
→ Oitiva de testemunhas peritos e técnicos 
 As partes devem respeitar o limite de três testemunhas, SALVO quando se 
tratar de inquérito de apuração de falta grave em que o limite é de seis 
testemunhas para cada uma das partes. 
 A testemunha que não comparecer na data da audiência será intimada de 
ofício ou a requerimento da parte, sendo possível a sua condução coercitiva. 
 
Art. 821. Cada uma das partes não poderá indicar 
mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar 
de inquérito, caso em que esse número poderá ser 
elevado a 6 (seis). 
 
Art. 825. As testemunhas comparecerão à audiência 
independentemente de notificação ou intimação. 
Parágrafo único. As que não comparecerem serão 
intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, 
ficando sujeitas a condução coercitiva, além das 
penalidades do Art. 730, caso, sem motivo 
justificado, não atendam à intimação. 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
22 
Não confunda: no procedimento sumaríssimo, o juiz só ordenará a intimação de 
testemunha se restar comprovado o convite. Já no procedimento ordinário, não há 
a exigência deste requisito. 
 
 LIMITE DE SUMARÍSSIMO 2 TESTEMUNHAS 
TESTEMUNHAS ORDINÁRIO 3 TESTEMUNHAS 
 INQUÉRITO 6 TESTEMUNHAS 
 
 
→ Razões finais, 2ª tentativa conciliatória e sentença 
 
 Após a oitiva das testemunhas, peritos e técnicos, finaliza-se a instrução do 
processo. Neste momento é direito das partes apresentar suas razões finais no 
prazo máximo de 10 minutos para cada uma das partes. Em seguida o juiz 
proporá a segunda tentativa conciliatória e, caso esta reste infrutífera, proferirá 
sua decisão. 
 A eventual conciliação entre as partes não obrigará o juiz a homologar o 
acordo celebrado, uma vez que a homologação de acordo é uma faculdade do 
juiz. 
Súmula 418. A concessão de liminar ou a 
homologação de acordo constituem faculdade do 
juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela 
via do mandado de segurança. 
 
 A homologação do juiz de um acordo celebrado na Justiça do Trabalho dá 
origem a sentença homologatória de acordo, que transita em julgado na data da 
homologação e, conseqüentemente, é irrecorrível para as partes. Somente a 
União é que poderá recorrer desta sentença, por meio do recurso ordinário, cuja 
matéria versará exclusivamente em relação as contribuições previdenciárias. 
Art. 831. A decisão será proferida depois de 
rejeitadas pelas partes a proposta de conciliação. 
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo 
que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, 
salvo para a Previdência Social quanto às 
contribuições que lhe forem devidas. 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
23 
Súmula 100, inciso V. O acordo homologado 
judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na 
forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo 
conciliatório transita em julgado na data da sua 
homologação judicial. 
 
Nota: apesar de constar no texto legal que a Previdência Social poderá recorrer 
desta sentença, desde 2007, a União que é parte neste processo, em virtude da 
Lei 11.457/07 (Lei da Super Receita), que unificou a arrecadação e fiscalização 
dos tributos da antiga Receita Federal e contribuições da Previdência Social. 
 
3.3.1 COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA 
 
 O escopo da comissão de conciliação prévia é a realização de acordo 
extrajudicial entre as partes conflitantes. A CCP é competente para conciliar 
apenas os conflitos individuais do trabalho. 
 Possuem formação paritária, sendo que metade dos seus membros são 
indicados pelo empregador e a outra metade é eleita pelos empregadores e pode 
ser constituída no âmbito da empresa ou do sindicato. Apenas os empregados 
eleitos são detentores de estabilidade, que lhe é garantida até um ano após o 
término do mandato, exceto diante de falta grave. 
 
Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem 
instituir Comissões de Conciliação Prévia, de 
composição paritária, com representantes dos 
empregados e dos empregadores, com a atribuição 
de tentarconciliar os conflitos individuais do 
trabalho. 
Parágrafo único. As Comissões referidas no caput 
deste artigo poderão ser constituídas por grupos de 
empresas ou ter caráter intersindical. 
Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da 
empresa será composta de, no mínimo, dois e, no 
máximo, dez membros, e observará as seguintes 
normas: 
I - a metade de seus membros será indicada pelo 
empregador e a outra metade eleita pelos 
empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo 
sindicato da categoria profissional; 
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos 
forem os representantes titulares; 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
24 
III - o mandato dos seus membros, titulares e 
suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. 
§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos 
empregados membros da Comissão de Conciliação 
Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final 
do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos 
termos da lei. 
§ 2º O representante dos empregados desenvolverá 
seu trabalho normal na empresa, afastando-se de 
suas atividades apenas quando convocado para 
atuar como conciliador, sendo computado como 
tempo de trabalho efetivo o despendido nessa 
atividade. 
 
 
 
Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do 
sindicato terá sua constituição e normas de 
funcionamento definidas em convenção ou acordo 
coletivo. 
 
 A passagem pela comissão de conciliação prévia era obrigatória, segundo a 
disposição do artigo 625-D, CLT. O reclamante não tinha acesso a Justiça do 
Trabalho sem a submissão preliminar a comissão de conciliação prévia. 
Recentemente o STF deferiu parcialmente medidas cautelares em duas ações 
diretas de inconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI 2160), a fim de restringir a 
aplicabilidade deste artigo da CLT. O STF reputou caracterizada a ofensa ao 
princípio do livre acesso ao Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). Portanto concedeu 
liminar, por maioria de votos, com o objetivo de suspender a obrigatoriedade de 
submissão da lide à comissão de conciliação prévia. 
CONCLUSÃO: o caput do artigo 625-D, CLT está suspenso, por força da liminar 
concedida, de modo que a passagem pela comissão de conciliação prévia é 
facultativa. 
→ Para informações sobre a ADI 2139 e a ADI 2160: informativo nº 546 STF. 
 
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza 
trabalhista será submetida à Comissão de 
Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de 
serviços, houver sido instituída a Comissão no 
âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. 
§ 1º. A demanda será formulada por escrito ou 
reduzida a termo por qualquer dos membros da 
Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada 
pelo membro aos interessados. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
25 
§ 2º. Não prosperando a conciliação, será fornecida 
ao empregado e ao empregador declaração da 
tentativa conciliatória frustrada com a descrição de 
seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, 
que deverá ser juntada à eventual reclamação 
trabalhista. 
§ 3º. Em caso de motivo relevante que impossibilite 
a observância do procedimento previsto no caput 
deste artigo, será a circunstância declarada na 
petição inicial da ação intentada perante a Justiça do 
Trabalho. 
§ 4º. Caso exista, na mesma localidade e para a 
mesma categoria, Comissão de empresa e 
Comissão sindical, o interessado optará por uma 
delas para submeter a sua demanda, sendo 
competente aquela que primeiro conhecer do 
pedido. 
 
 A CCP possui o prazo de 10 dias para realizar a sessão conciliatória, a 
partir da data de entrada do processo. Durante este lapso temporal, o prazo 
prescricional do reclamante será suspenso. Note que o prazo volta a ser contado, 
após os 10 dias, independente da realização da sessão conciliatória. Diante disso, 
o reclamante possui a faculdade de requerer uma declaração de tentativa 
conciliatória frustrada ou de aguardar a realização da sessão. Esta declaração de 
tentativa conciliatória frustrada também é fornecida quando, realizada a sessão, 
esta resta infrutífera (art. 625-D, § 2, CLT). 
 Mas se as partes acordarem, a CCP lavrará o termo do acordo, o qual 
constituíra um título executivo extrajudicial. Este título, proveniente do acordo 
celebrado na CCP, tem EFICÁCIA LIBERATÓRIA GERAL, ou seja, dá quitação 
ao contrato de trabalho como um todo. Logo, impede que o reclamante ingresse 
com nova reclamação na Justiça do Trabalho. Somente diante de ressalvas 
expressas no acordo é que seria possível ingressar com uma RT, que estaria 
restrita a matéria ressalvada, tendo em vista que o restante encontra-se quitado 
pelo acordo celebrado. 
Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo 
assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu 
preposto e pelos membros da Comissão, 
fornecendo-se cópia às partes. 
Parágrafo único. O termo de conciliação é título 
executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória 
geral, exceto quanto às parcelas expressamente 
ressalvadas. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
26 
Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm 
prazo de dez dias para a realização da sessão de 
tentativa de conciliação a partir da provocação do 
interessado. 
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a 
realização da sessão, será fornecida, no último dia 
do prazo, a declaração a que se refere o § 2ºdo Art. 
625-D. 
Art.625-G. O prazo prescricional será suspenso a 
partir da provocação da Comissão de Conciliação 
Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a 
partir da tentativa frustrada de conciliação ou do 
esgotamento do prazo previsto no Art. 625-F. 
 
 
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA 
 
 
 
 
Acordo Não há acordo 
 
 
 
Título Executivo Extrajudicial Declaração de tentativa 
 (art.876, CLT) Conciliatória frustrada 
 
 
 
 
 
Eficácia liberatória geral: dá 
quitação ao contrato de trabalho, exceto 
quanto às parcelas expressamente ressalvadas. 
 
 
 
3.3.2 COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA 
 
 O não comparecimento do reclamante na audiência inicial gerará o 
arquivamento da reclamatória. E, se o reclamante der causa ao segundo 
arquivamento do processo em razão do não comparecimento, perderá o direito de 
ingressar com nova ação pelo período de seis meses. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
27 
 O não comparecimento do reclamado importará na revelia e na confissão 
ficta, ou seja, é uma confissão presumida e não uma confissão real. Caso o 
reclamante não compareça na audiência em prosseguimento (instrução e 
julgamento) acarretará a confissão ficta, conforme os ensinamentos da súmula 74, 
TST. 
Obs: se o reclamante apresentar uma RT verbal ao distribuidor e não comparecer 
à Vara do Trabalho para reduzir a termo, mesmo que seja a primeira vez que o 
fato tenha ocorrido, será impedido de ingressar com nova ação por seis meses 
(art. 731, CLT). 
Art. 844. O não comparecimento do reclamante à 
audiência importa o arquivamento da reclamação, e 
o não comparecimento do reclamado importa revelia, 
além de confissão quanto à matéria de fato. 
Parágrafo único. Ocorrendo, entretanto, motivo 
relevante, poderá o presidente suspender o 
julgamento, designando nova audiência. 
 
Súmula 74. I - Aplica-se a pena de confissão à parte 
que, expressamente intimada com aquela 
comunicação, não comparecer à audiência em 
prosseguimento, na qual deveria depor. 
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser 
levada em conta para confronto com a confissão 
ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento 
de defesa o indeferimento de provas posteriores.Note que as situações apresentadas acima referem-se as conseqüências 
do não comparecimento das partes, quadro totalmente distinto daqueles em que 
as partes se fazem substituir na audiência. 
 O reclamante será escusado do comparecimento em audiência somente 
por causa de doença ou outro motivo poderoso e será representado pelo sindicato 
ou outro empregado da mesma profissão. Já o reclamado pode ser substituído 
sempre pelo gerente ou qualquer outro preposto, é uma faculdade legal do 
reclamado. 
Art. 843. Na audiência de julgamento deverão estar 
presentes o reclamante e o reclamado, 
independente do comparecimento de seus 
representantes, salvo nos casos de Reclamatórias 
Plúrimas ou Ações de cumprimento, quando os 
empregados poderão fazer-se representar pelo 
Sindicato de sua categoria. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
28 
§ 1º. É facultado ao empregador fazer-se substituir 
pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha 
conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão 
o proponente. 
§ 2º. Se por doença ou qualquer outro motivo 
poderoso, devidamente comprovado, não for 
possível ao empregado comparecer pessoalmente, 
poderá fazer-se representar por outro empregado 
que pertença à mesma profissão, ou pelo seu 
sindicato. 
 
 O preposto deverá estar com a carta de preposição e suas declarações 
obrigarão o proponente. Além disso, a súmula 377, TST exige que este seja 
empregado do reclamado, excetuando-se desta exigência o micro e pequeno 
empresário, que poderá ser substituído por qualquer terceiro que tenha 
conhecimento dos fatos; e as reclamações de domésticas, nas quais o reclamado 
poderá ser substituído por outro membro família. 
 
Súmula 377. Exceto quanto à reclamação de 
empregado doméstico, ou contra o micro e pequeno 
empresário, o preposto deve ser necessariamente 
empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 
1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, 
de 14 de dezembro de 2006. 
 
 
 Quando Por quem 
RECLAMANTE Em caso de doença, ou 
outro motivo poderoso. 
Por outro empregado da 
mesma profissão ou pelo 
sindicato. 
RECLAMADO 
 
Sempre 
Gerente ou outro preposto. 
Será necessariamente 
empregado da empresa, 
salvo os casos previstos 
Súmula 377, TST. 
 
3.3.3 ATOS, PRAZOS E TERMOS 
 
CITAÇÃO X INTIMAÇÃO 
É o ato pelo qual se chama a juízo É o ato pelo qual se dá ciência a 
o réu ou o interessado a fim de se alguém dos atos e termos do 
defender (art. 213, CPC) processo, para que faça ou deixe 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
29 
 de fazer alguma coisa (art. 234, CPC). 
 
 
 Observe que a CLT utiliza o vocábulo “notificação” ora como sinônimo de 
citação, ora como sinônimo de intimação. 
 A notificação postal é a regra no processo do trabalho. O reclamante ajuíza 
a reclamatória trabalhista perante a Justiça do Trabalho, esta será distribuída para 
uma Vara do Trabalho. A partir do momento em que a petição inicial foi recebida, 
o escrivão possui um prazo de 48 horas para enviar uma notificação postal ao 
reclamado, na qual constará a segunda via da RT, bem como a data de audiência 
para a apresentação de defesa. 
 
Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação, o 
escrivão ou chefe de secretaria, dentro de 48 
(quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da 
petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao 
mesmo tempo, para comparecer à audiência de 
julgamento, que será a primeira desimpedida, depois 
de 5 (cinco) dias. 
§ 1º. A notificação será feita em registro postal com 
franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu 
recebimento ou não for encontrado, far-se-á a 
notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no 
que publicar o expediente forense, ou, na falta, 
afixado na sede da Junta ou Juízo. 
§ 2º. O reclamante será notificado no ato da 
apresentação da reclamação ou na forma do 
parágrafo anterior. 
 
 
 A data da audiência será designada a partir de cinco dias, contados 
somente após 48 horas do envio da notificação postal, este prazo configura a 1ª 
desimpedida. A contagem do prazo inicia-se depois de 48 horas, pois a partir 
deste momento presume-se recebida a notificação postal pelo reclamado, 
garantindo-lhe o prazo de cinco dias para a elaboração de sua defesa. 
 A notificação por qualquer pessoa: empregados, zeladores, pessoa com 
poderes, caixa postal. 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
30 
Súmula 16, TST. Presume-se recebida a notificação 
48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. 
O seu não recebimento ou a entrega após o decurso 
desse prazo constitui ônus de prova do destinatário. 
 
 
Verifique o esquema com todas as fases para facilitar a memorização: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 
 
 
distribuição 
 
 
 
VARA DO TRABALHO 
 
 
48 horas 
 
 
NOTIFICAÇÃO POSTAL 
 
 
48 horas 
 
 
PRESUNÇÃO DE RECEBIMENTO 
 
 
5 dias – 1ª DESIMPEDIDA 
 
 
AUDIÊNCIA 
(apresentação de defesa) 
 
 
Atenção: em relação aos prazos existem vários dispositivos relevantes! 
 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
31 
 A súmula 1 do TST afirma que se o reclamado for intimado na sexta-feira a 
contagem do prazo iniciará no próximo dia útil (por exemplo, segunda-feira, salvo 
se não houver expediente). 
 
Súmula 1. Quando a intimação tiver lugar na sexta-
feira, ou a publicação com efeito de intimação for 
feita nesse dia, o prazo judicial será contado da 
segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não 
houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que 
se seguir. 
 
 
 A súmula 262 do TST também se refere ao início da contagem de prazo, no 
entanto quando a intimação é realizada no sábado. Nestes casos, entende o TST 
que a intimação será considerada realizada no próximo dia útil (segunda-feira, por 
exemplo) e que, diante disso, o prazo começa a fluir no dia seguinte (terça-feira, 
por exemplo). 
 
Súmula 262. I - Intimada ou notificada a parte no 
sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil 
imediato e a contagem, no subseqüente. 
II - O recesso forense e as férias coletivas dos 
Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, 
§ 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais. 
 
 
 A OJ 310 da SDI – I do TST traz importante norma em relação aos prazos 
processuais. O processo do trabalho admite o litisconsórcio, isto é, a pluralidade 
de litigantes no pólo da lide. Também é permitido que os litisconsortes possuam 
procuradores diferentes, contudo não gozaram do benefício de ter seus prazos 
contados em dobro como ocorre no processo civil, posto que é contrário ao 
princípio da celeridade processual. 
OJ 310, SDI – 1, TST. A regra contida no art. 191 do 
CPC é inaplicável ao processo do trabalho, em face 
de sua incompatibilidade com o princípio da 
celeridade inerente ao processo trabalhista. 
 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
32 
 Apesar de o prazo ser simples para os litisconsortes com procuradores 
diferentes no processo do trabalho, o mesmo não se aplica a Fazenda Pública, 
pois quando esta for parte seu prazo para contestar será quadruplicado e para 
recorrer será dobrado. 
 
 
Art. 188, CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo 
para contestar e em dobro para recorrer quando a 
parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
33 
4. PETIÇÃO INICIAL – RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 
4.1 ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTAA redação da Reclamatória Trabalhista sempre começará pelo 
endereçamento, do mesmo modo que qualquer petição. Em seguida, é 
fundamental a qualificação completa das partes, lembre-se que é uma RT, logo é 
a peça que dará inicio ao processo. O corpo, propriamente dito da RT, é formado 
pelos seguintes tópicos: Preliminar de Mérito, Mérito, Pedidos, Requerimentos 
Finais e Valor da Causa. 
 
 I. Preliminar de Mérito 
RECLAMATÓRIA II. Mérito 
TRABALHISTA III. Pedidos 
 IV. Requerimentos Finais 
 V. Valor da causa 
 
 
 
PETIÇÃO INICIAL: Os requisitos fundamentais para a elaboração da petição 
inicial trabalhista estão presentes nos artigos 840 da CLT e 282 do CPC. 
Reclamação Trabalhista escrita: art. 840, caput e §1°, da CLT 
 Reclamação verbal: art. 840, caput e § 2°, da CLT 
 
 O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a idéia de uma RT no 
processo do trabalho. Esclarece-se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na 
memorização, assim como na produção de suas próprias peças. 
 
Obs: o modelo foi redigido com espaços maiores e “pulando linhas” apenas por 
motivos didáticos e para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA 
PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
34 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DO 
TRABALHO DE ________. 
 
 
NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, profissão, 
portador da Cédula de Identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº e 
no PIS sob o nº, portador da CTPS nº, residente e domiciliado no 
endereço completo, vem respeitosamente perante Vossa 
Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado 
(PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no 
endereço completo, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 
em face de NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de direito 
privado, inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço 
completo, pelas razões de fato e de direito a seguir expostos. 
 
I – PRELIMINAR DE MÉRITO 
a) Comissão de Conciliação Prévia 
b) Tramitação Preferencial do Feito: Idoso (art. 71, Lei 
10741/2003) 
c) Dissídio que verse exclusivamente sobre salário ou 
empregador falido: art. 652, §único, CLT 
 
II – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vez que o mérito é 
 dependente da proposta) 
 
1. DO CONTRATO DE TRABALHO 
 O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no dia 
________ para exercer a função de _________, a remuneração 
percebida era de _______ até a data _________, quando foi 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
35 
dispensado sem justa causa pelo Reclamado. 
 
2. DO VÍNCULO DE EMPREGO 
§1 Fato 
§2 Fundamento 
§3 Pedido 
ITENS PARA MEMORIZAR 
(Devem estar presente em toda inicial) 
 
3. DAS VERBAS RESCISÓRIAS 
 
4. MULTA DO ART. 467, CLT 
 Nos termos deste artigo, o Reclamante requer que o 
pagamento das verbas incontroversas seja realizado em primeira 
audiência, sob pena da incidência de multa de 50% sobre o valor 
correspondente. 
 
5. MULTA DO ART. 477, CLT 
 O Reclamado não respeitou o prazo para pagamento das 
parcelas rescisórias previsto no artigo 477, §6º da CLT. Diante 
deste fato, o Reclamante requer a condenação do Reclamado ao 
pagamento de multa no valor equivalente ao seu salário, 
conforme o §8º do artigo 477 da CLT. 
 
6. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA 
 O Reclamante requer a incidência de juros e correção 
monetária na forma da Lei. 
 
7. RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS 
 O Reclamante requer que as retenções fiscais, bem como 
as contribuições previdenciárias sejam calculadas na forma da 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
36 
Lei. 
 
III – PEDIDOS 
 
VI - REQUERIMENTOS FINAIS 
O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da Reclamada 
para apresentar resposta a presente Reclamatória Trabalhista, 
sob pena de revelia. 
 A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVAS em direito 
admitidos, em especial o depoimento pessoal do representante 
legal da Reclamada, sob pena de confissão, oitiva de 
testemunhas, prova pericial e juntada de novos documentos. 
 Por fim, requer a PROCEDÊNCIA da ação, e a 
condenação da Reclamada em todos os pedidos supra, 
acrescidos de juros e correção monetária. 
 
Atribui-se a causa valor superior a 40 salários mínimos. 
 Termos em que, 
 Pede deferimento. 
 Local e data. 
 Nome do Advogado 
 OAB nº 
 
 
4.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 
I. ENDEREÇAMENTO 
 
 O endereçamento é uma análise da competência, tendo em vista que diante 
de um caso concreto é necessário verificar a qual órgão pertence a apreciação 
daquela lide. O artigo 651 da CLT afirma que a competência é fixada pelo local em 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
37 
que o empregado presta serviços ao empregador, independente do local de 
contratação. 
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e 
Julgamento é determinada pela localidade onde o 
empregado, reclamante ou reclamado, prestar 
serviços ao empregador, ainda que tenha sido 
contratado noutro local ou no estrangeiro. 
§ 1º. Quando for parte no dissídio agente ou viajante 
comercial, a competência será da Junta da 
localidade em que a empresa tenha agência ou filial 
e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, 
será competente a Junta da localização em que o 
empregado tenha domicílio ou a localidade mais 
próxima. 
§ 2º. A competência das Juntas de Conciliação e 
Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se 
aos dissídios ocorridos em agência ou filial no 
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro 
e não haja convenção internacional disposto em 
contrário. 
§ 3º. Em se tratado de empregador que promove 
realização de atividades fora do lugar do controle de 
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar 
reclamação no foro da celebração do contrato ou no 
da prestação dos respectivos serviços. 
 
 Isto nos permite concluir que o endereçamento da RT é simples, pois 
geralmente a competência é do juízo de 1º grau da localidade onde o empregado 
prestava o serviço. Exemplo: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO 
DE ______________. → Local da prestação do serviço, se a proposta não 
 informar deixar em branco. 
 Não há vara definida, pois não distribuição. 
 
Observação: No caso da petição inicial, a maioria dos casos é de competência do 
órgão de primeiro grau. No entanto, vale ressaltar que algumas ações são de 
competência originária dos Tribunais, por exemplo: dissídios coletivos, mandados 
de segurança, ações rescisórias, habeas corpus, conflitos de competência, etc. 
 O mandado de segurança sempre será impetrado perante as instâncias 
superiores, salvo em um caso específico: quando o MS for impetrado contra o ato 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
38 
de agentes fiscalizadores do Ministério do Trabalho, situação em que o MS será 
endereçado ao juiz do trabalho. 
 
II. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
 
 Normalmente, a prova da OAB não informa todos os dados necessários 
para a qualificação completa das partes. Diante disso, o examinando deverá 
utilizar o gênero destes dados (ex: nacionalidade, estado civil, etc.). Não devem 
ser inventados dados que não estejam na proposta, sob pena de identificação de 
prova. 
Exemplo: 
 
 
NOME DO RECLAMANTE (completoe sem abreviações - caixa alta), 
nacionalidade, estado civil, profissão (nota: desempregado não é profissão), 
portador da Cédula de Identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o 
nº, portador da CTPS nº, residente e domiciliado no endereço completo, vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado 
adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no 
endereço completo, com fulcro no artigo 840 da CLT, propor: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 
em face de NOME DO RECLAMADO (completo e sem abreviações - caixa 
alta), pessoa jurídica de direito privado (pessoa física, fundação privada etc.), 
inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço completo, pelas razões 
de fato e de direito que passa a expor. 
 
Observação: se porventura a ação trabalhista for proposta contra a massa falida, 
a inicial deve revelar o nome do síndico e o endereço onde receberá as 
notificações. Na qualificação deve constar a razão social precedida da expressão 
“Massa Falida”. 
III. PRELIMINAR 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
39 
 A preliminar de mérito depende do caso concreto, logo não serão todas as 
peças que deverão conter o tópico da preliminar. Na RT existem três questões que 
devem ser avaliadas a fim de determinar se há necessidade de abrir este tópico 
na peça. 
 
a) Comissão de Conciliação Prévia 
 
 Já foi abordado que a passagem pela CCP era obrigatória em função do 
artigo 625-D, CLT. Contudo, recente concessão de liminar do STF suspendeu a 
eficácia deste dispositivo, de modo que a tentativa conciliatória pela CCP nada 
mais é do que uma faculdade para o Reclamante. 
 Observe que, anteriormente, era imprescindível mencionar a passagem do 
Reclamante pela CCP e que a tentativa conciliatória foi frustrada, conforme a 
declaração em anexo. No entanto, se a proposta fizer qualquer menção a CCP ou 
ainda afirme que o cliente não deseja tentar a conciliação, é fundamental que o 
examinando redija o tópico das preliminares, explanando que o STF deferiu 
parcialmente medidas cautelares em duas ações diretas de inconstitucionalidade 
(ADI 2139 e ADI 2160), de forma que a passagem pela CCP é uma faculdade do 
autor. Exemplo: 
 
III. PRELIMINAR DE MÉRITO 
 O Reclamante esclarece que não buscou a conciliação com o 
Reclamado, por meio da CCP, tendo em vista que esta é uma 
faculdade do autor, por força da concessão de duas liminares do STF 
em face à ADI 2139 e à ADI 2160, as quais suspenderam a 
obrigatoriedade imposta pelo artigo 625-D, CLT. 
 Este item deve ser elaborado de acordo com as informações trazidas no 
problema, não sendo possível criar fatos não constantes na prova. 
 
b) TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
40 
 
TRAMITAÇÃO Idoso 
PREFERENCIAL Dissídio sobre salário 
 Dissídio originado pela falência do empregador 
 
 Na Justiça do Trabalho é garantida uma tramitação mais célere para os 
idosos, por força do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003); para os dissídios que 
versem exclusivamente sobre o pagamento de salário (art. 652, § único, CLT), em 
razão do caráter alimentar da parcela e, por último, as demandas derivadas da 
falência do empregador (art. 652, § único, CLT). 
 
Art. 71, Lei 10.741/2003. É assegurada prioridade 
na tramitação dos processos e procedimentos e na 
execução dos atos e diligências judiciais em que 
figure como parte ou interveniente pessoa com idade 
igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer 
instância. 
§ 1˚. O interessado na obtenção da prioridade a que 
alude este artigo, fazendo prova de sua idade, 
requererá o benefício à autoridade judiciária 
competente para decidir o feito, que determinará as 
providências a serem cumpridas, anotando-se essa 
circunstância em local visível nos autos do processo. 
§ 2˚. A prioridade não cessará com a morte do 
beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge 
supérstite, companheiro ou companheira, com união 
estável, maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 3˚. A prioridade se estende aos processos e 
procedimentos na Administração Pública, empresas 
prestadoras de serviços públicos e instituições 
financeiras, ao atendimento preferencial junto à 
Defensoria Publica da União, dos Estados e do 
Distrito Federal em relação aos Serviços de 
Assistência Judiciária. 
§ 4˚. Para o atendimento prioritário será garantido ao 
idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, 
identificados com a destinação a idosos em local 
visível e caracteres legíveis. 
 
Art. 652, CLT. Compete às Juntas de Conciliação e 
Julgamento: 
a) conciliar e julgar: 
I - os dissídios em que pretende o reconhecimento 
da estabilidade de empregado; 
II - os dissídios concernentes a remuneração, férias 
e indenizações por motivo de rescisão do contrato 
individual de trabalho; 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
41 
III - os dissídios resultantes de contratos de 
empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou 
artífice; 
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato 
individual de trabalho; 
V -as ações entre trabalhadores portuário e os 
operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-
de-Obra - OGMO decorrentes da relação do 
trabalho. 
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de 
falta grave; 
c) julgar os embargos opostos às suas próprias 
decisões; 
d) impor multas e demais penalidades relativas aos 
atos de sua competência; 
e) (Suprimida pelo DL-006.353-1944) 
Parágrafo único. Terão preferência para julgamento 
os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles 
que derivarem da falência do empregador, podendo 
o Presidente da Junta, a pedido do interessado, 
contrair processo em separado, sempre que a 
reclamação também versar sobre outros assuntos. 
 
IV. MÉRITO 
 
 A CLT só faz referência aos fatos, mas estes, conjugados com os 
fundamentos jurídicos, compõe o fator mais importante da peça inicial: a causa de 
pedir. 
Fatos + Fundamentos Jurídicos = Causa de Pedir 
 
 Desta forma, redija um tópico para cada questão do problema, abordando o 
fato, o direito e o pedido. Demonstrar a ligação entre o fato e o fundamento 
jurídico, que alicerça o requerimento (pedido). 
 É aconselhável listar todos os pontos que serão abordados na peça, com o 
intuito de apresentá-los em ordem cronológica e da maneira mais lógica possível 
(primeiramente, expor os pedidos principais e, logo após, os pedidos acessórios). 
O ideal é ser claro e objetivo, limite-se as informações essenciais. 
 
Atenção: os fatos narrados não podem ser inventados, o examinando está restrito 
as informações da proposta. Na falta de dados o mais indicado é deixar 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
42 
um espaço em branco, como no tópico DO CONTRATO DE 
TRABALHO. 
 
 A seguir serão abordados os principais aspectos dos pedidos a serem 
realizados na reclamatória trabalhista. 
 
a) CONTRATO DE TRABALHO 
 
 Este é o primeiro tópico a ser abordado no mérito e sempre deverá estar 
presente na RT, sendo necessário relacionar as seguintes informações da relação 
jurídica mantida pelas partes: data de admissão e dispensa, função exercida e 
remuneração. 
 
CONTRATO Admissão 
DE TRABALHO Função 
 Salário 
 Demissão 
 
 
 O Reclamante foi admitido em 01 de dezembro de 2004, para 
exercer a função de auxiliar administrativo. Em 30 de novembro de 2006 foi 
dispensado sem justa causa. Sua última remuneração foi equivalente a R$ 
600,00 (seiscentos reais). 
 
 É possível que a prova não traga todos estes dados ou talvez nãoinforme 
nenhum deles. Suponha que a proposta tenha informado apenas a função do 
Reclamante, veja o exemplo: 
 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
43 
 
 O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no dia ________ 
para exercer a função de auxiliar administrativo, a remuneração percebida 
era de _______ até a data _________, quando foi dispensado sem justa 
causa pelo Reclamado. 
 
 
b) RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE EMPREGO 
 
 Sempre que o problema mencionar que o Reclamante foi contratado como 
autônomo ou estagiário, etc, mas no decorrer da proposta consta que o autor era 
subordinado e prestava o serviço com habitualidade, é necessário pleitear o 
reconhecimento do vínculo de emprego, bem como a anotação na CTPS do 
Reclamante. 
 É indispensável que neste tópico estejam presentes os arts. 2º e 3º da CLT, 
os quais caracterizam a relação de emprego através da subordinação, 
habitualidade, pessoalidade e contraprestação pelos serviços. 
Exemplo: 
 
 
 A Reclamante foi admitida como diarista para trabalhar na residência 
da Reclamada. Nos últimos dois anos, a Reclamante laborava todos os dias 
da semana, salvo os sábados e domingos. (Fato) 
 A Reclamante cumpria a jornada de trabalho diária executando as 
ordens emitidas pela Reclamada, demonstrando claramente a 
subordinação. Laborava de segunda a sexta-feira e diante de qualquer 
imprevisto não podia se fazer substituir por outra pessoa, nota-se não só a 
habitualidade como também a pessoalidade deste contrato de trabalho. Sua 
remuneração era paga mensalmente pela Reclamada. Restam 
comprovados todos os requisitos legais exigidos pelo artigo 3º da CLT. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
44 
(Fundamento) 
 Diante do exposto, requer o reconhecimento do vínculo empregatício, 
com base nos artigos 2º e 3º da CLT, bem como requer que a Reclamada 
seja compelida a realizar as devidas anotações na CTPS da Reclamante, 
sob pena da anotação ser realizada pela Secretaria desta MM.ª Vara, 
conforme determina o artigo 39 e seus parágrafos, da CLT. (Pedido) 
 
 
Nota: repare que o exemplo possui três parágrafos, sendo que o primeiro aborda, 
resumidamente, os fatos; o segundo abrange a fundamentação jurídica e o último 
contém o pedido. Estabeleça este padrão, pois facilitará a elaboração da peça, 
além de economizar tempo no momento da prova. 
 
c) RESPONSABILIDADE PATRONAL 
 
 São aquelas relações mais complexas que envolvem mais de um 
empregador, logo é preciso analisar a situação do empregador e a extensão da 
responsabilidade em relação aos créditos trabalhistas. 
 
 Sucessão de empregadores 
RESPONSABILIDADE Grupo econômico 
 PATRONAL Terceirização 
 Empreitada e Subempreitada 
 
 
► Sucessão de empregadores 
 
 No Direito do Trabalho a sucessão não possui o mesmo significado que nos 
demais ramos do Direito. Aqui, exprime a idéia de substituição de empregadores. 
 Segundo os ensinamentos de Alice Monteiro de Barros, a sucessão 
pressupõe os seguintes requisitos: “mudança na estrutura jurídica ou na 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
45 
propriedade da empresa; continuidade do ramo do negócio; continuidade dos 
contratos de trabalho com a unidade econômica de produção e não com a pessoa 
natural que a explora. Este último requisito não é imprescindível para que haja 
sucessão, pois poderá ocorrer que o empregador dispense seus empregados 
antes da transferência da empresa, sem lhes pagar os direitos sociais”.3 
 Os artigos 10 e 448 da CLT afirmam que a sucessão não alterará os 
direitos adquiridos de seus empregados e que a responsabilidade trabalhista é do 
sucessor. São normas imperativas, portanto não cabe às partes a disposição 
destes artigos, conforme a sua vontade individual. 
 
Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da 
empresa não afetará os direitos adquiridos por seus 
empregados. 
 
 
Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura 
jurídica da empresa não afetará os contratos de 
trabalhos dos respectivos empregados. 
 
 A sucessão transfere para o sucessor todas as obrigações decorrentes do 
contrato de trabalho, não há nenhuma responsabilidade do sucedido. Diante disso, 
a RT deve ser sempre proposta somente em face do sucessor. 
 
Lembrete: caso o problema aborde a sucessão de bancos, a OJ 261 da SDI-1 
expressa o entendimento do TST, que corrobora a disposição dos artigos da CLT. 
 
OJ 261, SDI – 1, TST. As obrigações trabalhistas, 
inclusive as contraídas à época em que os 
empregados trabalhavam para o banco sucedido, 
são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a 
este foram transferidos os ativos, as agências, os 
direitos e deveres contratuais, caracterizando típica 
sucessão trabalhista. 
 
► Grupo econômico 
 
 
3 BARROS. Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 5.ed. rev e ampl. São Paulo: Ltr, 
2009. p. 390. 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
46 
 A melhor definição de grupo econômico encontra-se no artigo 2, §2º da 
CLT: “Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, 
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração 
de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade 
econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente 
responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.” 
 Grupo econômico é considerado um empregador único, logo nada mais 
lógico do que sua responsabilidade ser solidária. Inclusive, é possível que uma 
empresa componente do grupo econômico responda com seu patrimônio uma 
execução trabalhista, mesmo que não tenha sido sujeito passivo na RT. 
 Neste sentido, o TST editou a súmula 129, a qual afirma que o trabalho 
prestado pelo empregado, durante a mesma jornada, para mais de uma empresa 
do grupo econômico, não gera duplo contrato de trabalho por se tratar de 
empregador único, salvo disposição em contrário. 
 
Súmula 129. A prestação de serviços a mais de uma 
empresa do mesmo grupo econômico, durante a 
mesma jornada de trabalho, não caracteriza a 
coexistência de mais de um contrato de trabalho, 
salvo ajuste em contrário. 
 
Nota: O grupo econômico de empresas rurais está previsto no art. 3º, § 2º da Lei 
5.889/73. 
 Assim, conclui-se que nas hipóteses em que restar configurado o grupo 
econômico a RT deve ser proposta em face de todas as empresas do grupo, 
requerendo a condenação solidária destas empresas. 
 
 
► Terceirização 
 
 A terceirização consiste em uma relação jurídica triangular em que a 
empresa prestadora dos serviços realiza determinado e específico serviço à 
empresa tomadora, podendo ser lícita ou ilícita. A diferenciação entre a 
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 
 
 
 
47 
terceirização lícita e a terceirização ilícita é muito importante, tendo em vista que 
influenciará diretamente na responsabilidade da empresa tomadora dos serviços. 
 
 Não há legislação específica acerca da terceirização, de modo que o TST, 
por intermédio da Súmula 331, regulou esta prática. 
 
SÚMULA 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇOS. LEGALIDADE. 
I - A contratação de trabalhadores por empresa 
interposta é ilegal, formando-se o vínculo 
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no 
caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 
03.01.1974). 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante 
empresa interposta, não gera vínculo de emprego 
com os órgãos

Outros materiais