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Apostila de serigrafia

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Prévia do material em texto

A técnica 
da Serigrafia 
e suas aplicações 
 
 
Dyógenes Chaves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
A serigrafia é um dos mais versáteis processos de impressão gráfica utilizados em nossos dias. Através desta 
técnica é possível estampar ou imprimir sobre qualquer superfície, seja colorida, grossa, fina, áspera, lisa, 
opaca, transparente, grande, pequena, de forma cilíndrica, esférica ou até irregular. Estas superfícies podem 
ser dos mais diferentes materiais: vidro, papel, cartão, cartolina, louça, couro, metal, cerâmica, tecido, 
plástico, auto-adesivo, polietileno, fórmica, madeira etc. E ainda, a serigrafia pode ser manuseada de maneira 
manual ou mecânica, dependendo da quantidade e do acabamento necessários ao produto. 
 
Por tudo isso já é possível entender o motivo da serigrafia ser tão popular, seja na indústria têxtil (estamparia 
de tecidos e de etiquetas), na publicidade (confecção de cartazes, outdoor, adesivos, faixas etc.), na indústria 
eletrônica (circuitos impressos, acabamento e sinalização de produtos etc.), nas camisetas promocionais e 
decorativas, na indústria de embalagens de produtos, na indústria de brindes e souvenirs... 
 
Por tudo isso, cada vez mais pessoas procuram aprender esta técnica de impressão. O mercado de trabalho 
proporciona várias opções para seus praticantes, embora, por outro lado, a serigrafia também seja uma 
atividade voltada ao resgate da artesania na produção técnica manual ou até como atividade terapêutica. 
 
Metodologia 
 
a) Criação e arte – O desenvolvimento do layout que se torna parte da criação e a arte final como forma de 
veículo intermediário da imagem do layout até o diapositivo. 
 
b) Diapositivos – Para transportar a imagem do layout para a matriz serigráfica é necessário conhecer, com 
detalhes, esses problemáticos personagens chamados de diapositivos, grandes responsáveis pelo início da 
boa qualidade do trabalho serigráfico. Os diapositivos podem ser manuais (sobre papel manteiga ou vegetal) 
e fotomecânicos (fotolitos, transparências, impressão em laser ou jato de tinta). 
 
c) Matrizes – Depois de um diapositivo bem estruturado, a confecção da matriz é a outra etapa de maior 
importância no processo serigráfico. Detalhes como a escolha da malha (tecido de nylon ou poliéster), tipo 
de fio, cor, lineatura, tensão e outros aspectos garantem impressões de boa qualidade com grande produção. 
 
d) Gravação das matrizes – O processo físico-químico da transferência (gravação) dos diapositivos nas 
matrizes. Cada tipo tinta requer um tipo de emulsão (verde ou amarela, para tinta à base d’água; azul ou lilás, 
para tinta à base de solvente). A emulsão é misturada ao sensibilizante na proporção de 10 partes para uma 
(de sensibilizante). Para esta etapa, é necessária uma fonte de luz (lâmpadas fluorescentes podem servir) 
montada numa mesa de luz. 
 
e) Impressão – Antes da impressão propriamente dita, é necessário conhecer os tipos de equipamentos 
(mesas contínuas, mesa a vácuo, mesa rotativa etc) e suas funções e resultados. Para cada caso é necessário 
um tipo de registro. A correta preparação do processo de impressão garante o trabalho sem paradas ou 
imprevistos. O rodo (puxador), sua velocidade, inclinação, angulação e pressão tem papel também decisivo 
na qualidade do trabalho serigráfico. A forma de colocar o substrato na mesa de impressão, problemas de 
definição e produtividade, podem ter sido causados por outras etapas do processo. Tudo se desenvolve como 
um conjunto de engrenagens. 
 
f) Tintas – Não dá para fazer absolutamente nada na serigrafia sem saber diferenciar os vários tipos de tintas. 
Cada substrato (tecido, plástico, papel, vidro etc) pode exigir uma tinta diferente, que, daí, requer um preparo 
diferente e um tratamento especializado durante a impressão. Até o simples fato de preparar uma cor tem 
resultado definitivo na serigrafia. 
 
g) Segmentos – Na estamparia têxtil, no auto-adesivo, na frascaria, na cerâmica, no circuito impresso, na 
publicidade, na indústria de brindes, nas artes plásticas e em muitos outros segmentos, a serigrafia tem suas 
peculiaridades. É fundamental conhecer pelo menos as diferenças básicas. 
 
Material de consumo 
 
a) Tecido de nylon ou poliéster para serigrafia (de diferentes aberturas); Tintas vinílicas e acrílicas nas cores 
básicas; Tinta serigráfica para papel nas cores básicas; Tinta nanquim preta; Solvente acrílico ou vinílico; 
Emulsão fotográfica para tintas à base d’água e de solvente; Sensibilizante para emulsão fotográfica; Água 
sanitária; Papel manteiga cristalite ou vegetal; Espuma grossa; Papel jornal; Material básico de desenho 
(régua, esquadros, lápis, borracha, compasso etc.); Caneta nanquim; Fitas adesivas e auto-colantes (crepe ou 
durex); Cera de abelha; Lã de alfaiate ou trapo de limpeza; Sabão neutro (de côco); Quadros de madeira para 
as matrizes. 
 
 
Equipamentos 
 
a) Mesa impressora (com garra); Mesa de gravação (de luz); Soprador térmico; Tesoura; Régua de aço de 
100 cm; Grampeador de pressão; Vidros planos de diferentes tamanhos. 
 
 
Local de trabalho 
 
a) Estúdio ou sala de aula, ventilada e iluminada, montada com materiais e equipamentos específicos de 
serigrafia (tintas, mesas de impressão, de gravação, ventilador etc.), bico de água, lavanderia, mesa de 
desenho, cadeiras, quadro negro etc. 
 
 
História da serigrafia 
 
A serigrafia também é conhecida como Silk-Screen, palavra de origem inglesa que significa “Tela de Seda” 
(silk = seda, screen = tela) e quer dizer que: através de um pedaço de seda especial faz-se passar uma tinta 
especial dentro do desenho desejado obtendo daí a sua impressão. Serigrafia, a forma mais conhecida em 
nossa língua portuguesa, é uma palavra de origem mista, pois, sericum (latim) quer dizer seda e, grafia 
(grego) significa gravar, desenhar, escrever. 
 
A serigrafia, como nos conta a história, é de origem oriental, e dentre esse povo devemos ressaltar que foram 
os japoneses das Ilhas Fidji os primeiros a utilizá-la. Diz uma versão que os primeiros a se utilizarem dessa 
técnica foram os chineses, os gregos ou egípcios, mas toda essa afirmação é uma inverdade, visto que, nessa 
técnica, os pioneiros mundialmente falando, foram os japoneses. E isso se comprova através de fatos: esse 
povo tecia fios de seda com longos fios de cabelo feminino, e através de uma técnica os adaptavam e 
estampavam os luxuosos trajes típicos dos japoneses, os conhecidos quimonos, que na época eram usados 
pela Corte Japonesa, obtendo na estampagem de um mesmo tecido, quatro a cinco cores diferentes. 
 
Todo esse trabalho efetuado, nada mais é senão a serigrafia em seus primórdios. Por essa razão se diz que a 
serigrafia teve um desenvolvimento consciente dentro de técnicas pré-estipuladas no Japão. Se analisarmos a 
fundo toda a história da civilização, vamos encontrar alguns exemplos de trabalho serigráfico, apesar de não 
ter a técnica definida, tais como: pinturas em rochas, nas paredes das cavernas, da era Paleolítica, isso há uns 
30.000 anos atrás. 
 
Pelo que se observa, a serigrafia é uma arte, porque não dizer assim, que tem suas raízes vindas através dos 
tempos até os nossos dias. Ressalte-se ainda dentro da história da serigrafia, os trabalhos feitos pelos 
Egípcios nas suas famosas Pirâmides e Templos, decorando as paredes internas, como também 
ornamentando as suas cerâmicas; os Chineses também devem ser lembrados dentro dessa história pelo 
trabalho que realizavam na estampagem de imagens. Em obras feitas por Petrônio (ano 66 DC) e por Plinio 
(ano 79 DC), se diz que em Roma eram utilizados "estresido",um processo de se fazer desenhos com 
pontinhos e pó de carvão, para a reprodução de imagens. 
 
Em 1907, um artesão de Manchester, Inglaterra, Samuel Simon, obtém a concessão de uma patente para o 
uso de um tecido de seda que sustentava um recorte de figuras ou letras sem pontos. Nascendo então um 
processo que se chamou indistintamente de “tamiz” (peneira muito espessa); “trama” (conjunto de fios que 
com teia faz o tecido); “pantalla de seda” (peça de metal, pano ou papel para resguardar a luz); “planografia”, 
etc., e que por final chamou-se “serigrafia”, que quer dizer ação de escrever ou desenhar através da seda. 
 
Esse processo foi difundido extraordinariamente durante a 2ª Guerra Mundial pelos americanos, sendo 
aplicado para reproduzir desenhos, letras e prefixos, tanto na Marinha como na Forca Aérea ou nas Tropas 
Mecanizadas, sendo de todos bem conhecidos as figuras alegóricas de bichinhos criados por Walt Disney 
que eram reproduzidos nas esquadrilhas dos aviões de combate e nos destacamentos de tanques, como 
mascotes para dar sorte. 
 
Desde a primeira década do nosso século, a serigrafia evolui e se desenvolve vencendo até mesmo suas 
próprias limitações. Experimentando novas técnicas e modernos materiais aplicados em conjunto com as 
modernas máquinas, obteve-se através da serigrafia um amplo campo de aplicação, tanto em publicidade 
como nas indústrias. Registre-se que o seu grande salto tecnológico se deveu com a aplicação da fotografia. 
 
Etapas, equipamentos e materiais 
 
a) Moldura ou quadro para a confecção da matriz ou tela 
 
A finalidade da moldura ou quadro é a de sustentar e manter esticada a tela. Pode ser feita dos seguintes 
materiais: 
 
1. Madeira 
2. Metal 
3. Produto especial contra a corrosão 
 
Madeira - São utilizadas molduras de madeira quando a tela é montada com tachinhas ou com grampos. 
Neste caso, a madeira deve ser bem seca e não muito dura, de preferência o pinho, para que se torne fácil a 
colocação e retirada dos grampos ou tachinhas. 
 
Embora uma moldura ou quadro de bom tamanho possa ser útil para todo o tipo de impressão será 
conveniente termos em mãos outras telas de tamanho médio, ou ainda, pequenas, pois a execução de um 
trabalho de tamanho reduzido em moldura grande, será sempre trabalhoso e de resultado não muito 
satisfatório, havendo ainda um outro inconveniente que é o desperdício de material. 
 
Metal - O quadro metálico é indispensável na serigrafia industrial, na impressão de policromias (diversas 
cores) e demais casos onde há necessidade de registro absolutamente perfeito. 
 
b) Montagem ou fixação da tela 
 
Montagem manual - É o método mais empregado quando se utiliza como tela (tecidos), a seda, o nylon ou 
poliéster. Esse processo de montagem manual não é possível ao se usar os tecidos metálicos, visto que estes 
apresentam pouca elasticidade. 
 
Quando se empregam quadros de madeira, o mais corrente é efetuar a fixação com um grampeador de pistola 
e um alicate esticador de tela. No entanto, pode-se usar tachinhas ou percevejos, desde que se obtenha uma 
tela bem esticada, ou uma cola especial, o que é bem melhor. 
 
Um dos métodos mais fáceis e simples de montagem de uma tela consiste em: 
 
1. Cortar o tecido com uns 10 cm a mais de cada lado em relação à moldura (quadro de madeira); 
2. Em seguida, grampeia-se ou aplica-se percevejos de 1 em 1 cm; 
3. Após, puxa-se o tecido fixa-se o 3º canto; 
4. Agora, puxa-se o tecido no sentido diagonal e fixa-se no 4º canto; 
5. Após prender na diagonal, coloca-se grampo de vai-se esticando o tecido na parte ainda não presa, e assim 
encerra a colocação da tela. 
 
Importante: 
 
a) O esticamento do tecido deve ser feito com os dedos, obedecendo as direções anteriormente indicadas; 
b) A última cravação (com tachas ou grampos) deve exercer a máxima tensão para que o tecido fique 
perfeitamente esticado e sem nenhuma ruga; 
c) Tanto as tachas como os grampos devem ser colocados bastante próximos uns dos outros 
(aproximadamente 1 cm), e sem que suas cabeças ou parte superior sobressaiam; 
d) Depois de cortadas as partes do tecido que sobraram, deve-se colar uma fita adesiva em toda volta da 
moldura de forma tal que a metade da fita cubra o tecido e a outra metade a moldura. Isto propicia uma 
melhor aderência da tela e evita que a tinta escorra pela moldura durante a execução do trabalho; 
 
Alguns cuidados: 
 
a) Seja qual for o tecido e o método empregado para a montagem, nos trabalhos que requerem bastante 
precisão devem ser usados tecidos ou telas diferentes, pois quando se utilizam as já usadas, será praticamente 
impossível conseguir-se um ajuste perfeito das cores. 
b) O grau de tensão ou esticamento de cada tela quando são usadas várias vezes para um mesmo trabalho, 
deverá ser exatamente o mesmo, pois, a mais leve diferença entre elas provocará danos à reprodução. 
c) O tecido a ser montado poderá estar seco ou úmido. A seda natural e o nylon devem ser umedecidos para 
que se tornem mais maleáveis ao passo que o poliéster deve estar seco. 
d) O nylon, como é mais elástico que a seda e o poliéster, requer a máxima tensão (esticamento) nos 
sentidos, sendo mais indicado o uso de moldura metálica ou de madeira bastante rígida. 
e) Nas telas de tamanho pequeno, podem ser usadas molduras de madeira, forte e resistentes, sendo 
recomendável o uso de grampos cuja haste de introdução na madeira seja de 6 a 8mm. 
 
c) Puxador ou rodo 
 
O puxador é a ferramenta de maior importância na serigrafia. O puxador é constituído de uma peça de 
madeira na qual é colocada uma lâmina de borracha ou material sintético (poliuretano), com diferentes graus 
de dureza, de acordo com o trabalho a ser realizado. 
 
Podemos dizer que este instrumento se assemelha a um rodo usado nos serviços caseiros, ou seja, para puxar 
água. 
 
Puxadores para trabalhos manuais - Há um que pode ser manipulado com apenas uma das mãos, e outro para 
ser manipulado pelas duas mãos. O primeiro tipo é passado sobre a tela, da esquerda para a direita ou sentido 
inverso. O segundo, é passado da parte superior do quadro para a base. 
 
Puxadores para trabalhos à máquina - Os puxadores para trabalho à máquina não possuem empunhaduras ou 
cabos, pois, cada um é adaptado ao tipo de máquina usada. 
 
Características essenciais dos puxadores: 
 
a) Que sejam leves e que o cabo ou empunhadura se adapte bem às mãos do operador. 
b) A borracha é encontrada em diversas larguras e deve ser muito resistente pois irá sofrer a ação de tintas e 
solventes e o desgaste natural resultante do seu uso sobre a tela. 
 
Borracha mais indicada - Como pudemos observar no estudo das características dos puxadores, a borracha 
mais indicada para trabalhos serigráficos é a "sintética", visto que a borracha natural apresenta pouca 
resistência. 
 
O mais moderno produto para borracha dos puxadores é o preparado com elastômero poliuretano muito 
resistente aos solventes, podendo ser encontrado com durezas que variáveis. 
 
d) Mesa de impressão 
Um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento do trabalho do serígrafo numa oficina são as 
superfícies nas quais serão realizadas as impressões; estas são as mesas, cujas dimensões devem estar de 
acordo com o trabalho proposto. As mesas, em geral, nesse campo de operação, devem ter suas dimensões 
em 30 cm maior que cada lado da moldura. 
 
Caso a área disponível da oficina não permita a instalação de várias mesas, poderá ser feito o uso de apenas 
uma, que satisfaça e permita o trabalho para várias dimensões de molduras. Sua altura nunca poderá ser 
inferior a 75 cm, facilitando a postura do impressor. 
 
Coloca-se nesta base, que pode ser de vidro (8 ou 10 mm de espessura)ou fórmica (quando existir vácuo), as 
guias de registro sobre os quais se colocam as cópias, e um sistema de contra-pesos, que permite a elevação e 
descida das molduras, facilitando a retirada da folha impressa e a colocação e marcação da que vai ser 
impressa. 
 
Como sugestão, também, é possível aproveitar alguma mesa em desuso que por ventura tenha em sua casa. 
Lógico, obedecendo às medidas adequadas para o bom trabalho. É importante saber que o local ideal para 
colocação da mesa, deve ser um ponto da oficina que ofereça o máximo possível de iluminação e ventilação. 
 
Sugestões para as dimensões da mesa: 
COMPRIMENTO 120cm; LARGURA 80cm; ALTURA 75 a 90cm. 
 
e) Tela ou quadro ou matriz 
 
Em cada técnica gráfica existe o material no qual se executa a matriz. Para ilustrar diríamos que na 
xilogravura é a madeira, na litografia é a pedra e, na serigrafia, que é o nosso caso, a tela, o tecido. 
 
Primitivamente empregou-se o organdi, mas, devido a sua fragilidade, não só quando era esticado como 
também no decorrer das impressões, logo substituído pela seda natural, cujos tecidos para a peneiragem da 
farinha apresentavam resultados superiores. Daí surgiu não só o nome da técnica serigrafia – silkscreen – 
como também uma industrialização específica do tecido. 
 
Como podemos observar, através da história, que tudo no decorrer do tempo foi se aperfeiçoando e assim 
acontece, como aconteceu após a última guerra mundial (1945), apareceram os tecidos de nylon e poliéster, 
assim como as telas metálicas de bronze e aço inoxidável. 
 
Classificação das telas: 
 
Todos os tipos de tecido para serigrafia são classificados por números (impressos na ourela), que indicam a 
quantidade de fios por centímetro, isto é, sua maior ou menor finura da trama. Trama quer dizer quadriculado 
do tecido ou da malha. 
 
Existe uma classificação por numeração pura e simples, outra por número de fios por polegada ou 
centímetro. Por exemplo, o tecido nº 10 corresponde a 43 fios por centímetro e 34 fios por 1/4 de polegada. 
Assim é que quanto menor o número de fios mais aberta será a trama, em conseqüência, mais passagem de 
tinta, provocando maior imprecisão da imagem impressa; e, quanto maior o número de fios menos passagem 
de tinta e maior precisão de impressão. Ou seja, para tintas acrílicas (para tecido) é recomendado o fio nº 100 
(no máximo) e para tintas mais líquidas (vinílica, sintética etc) os fios acima do número 120. 
 
 
 
A tela de nylon 
 
O nylon surgiu depois de uma série de pesquisas feitas a partir de 1928 por uma empresa americana de 
produtos químicos E.I. Dupont de Nemours and Co., que custeou a um professor de química orgânica de 
Harvard que iniciasse um programa de investigações sobre as propriedades das moléculas que formam 
cadeias largas. 
 
Durante estas investigações, que perduraram por 10 anos, uma equipe de cientistas descobriu uma nova 
substância de característica muito parecida com a seda natural. Esta substância foi anunciada ao mundo com 
o nome de "nylon". 
 
As vantagens do nylon: 
 
1. O nylon é o tecido mais usado, sendo 20 a 30 vezes mais resistente que a seda. 
2. Tem grande resistência à ruptura. 
3. Resiste bem à raspagem ou rasura, permitindo assim uma grande gama de número de fios. Um exemplo: 
A marca suíça "nytal" apresenta de 19 a 200 fios por centímetro. 
4. O nylon é totalmente inatacável pelos diversos solventes usados na serigrafia. 
5. É pouco higroscópico (de 3 a 4% sob 65% de umidade ambiente). 
6. Resiste com facilidade aos ácidos orgânicos e aos álcalis, mesmo em fortes concentrações. 
7. Tem maior margem de extensibilidade do que a seda (cerca de 5%), sendo então mais difícil de ser 
esticado, com a desvantagem eventual de precário registro das impressões. 
 
Recomendações: 
 
Seu armazenamento deve ser em local escuro, pois, a constante exposição à luz solar afeta sua resistência. 
 
A tela de poliéster 
 
Os bons resultados obtidos com a descoberta do nylon aceleraram o mundo de pesquisas no campo da 
serigrafia, e em 1941, aparece outro grande anúncio de produtos químicos: "o poliéster". Ganha esse tecido, 
pouco a pouco, a preferência dos serígrafos, devido aos resultados satisfatórios obtidos com sua aplicação. 
 
O fio de poliéster é um pouco menos resistente que o nylon aos agentes químicos e ao desgaste. Oferece 2% 
de tensão idêntica à da seda. Os tecidos fabricados com monofilamento de poliéster têm classificação de 15 a 
165 fios por centímetro. 
 
f) As tintas serigráficas 
 
O bom profissional deve ter conhecimento completo no que se refere às tintas, pois o sucesso do seu trabalho 
está muito na dependência dela. 
 
Uma boa tinta não deve afetar: 
 
1. A tela. 
2. A matriz. 
3. O puxador. 
Uma boa tinta deve: 
 
1. Filtrar-se facilmente através do tecido não obstruindo-o. 
2. Deixar uma impressão bem detalhada e clara. 
3. Secar em tempo razoável. 
4. Ter boa capacidade de cobertura. 
5. Ser de fácil eliminação. 
Tipos de tintas e sua aplicação: 
 
1. Tinta acrílica / à base d’água (cobertura, policromia, metálica, fluorescente etc) – para tecidos naturais. 
2. Tinta vinílica / à base de solvente (fosca, brilhante, fluorescente etc) – para superfícies como papel, 
plástico, madeira, PS, acrílico etc. 
3. Tinta plastisol / à base de solvente (cobertura) – para tecidos sintéticos (lycra, polietileno etc). 
4. Tinta epóxi / à base de solvente (dois elementos) – para superfícies como vidro, acrílico, cerâmica, 
azulejo, fórmica etc. 
5. Tinta sintética / à base de solvente (brilhante, fosca etc) – para madeira e papel. 
6. Tinta acrílica / à base d’água – para papel.

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