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ALDEÍDOS E CETONAS Prof. José Manoel C. da Feira Cinamaldeído aldeído obtido a partir da canela. Videira,18 de Junho de 2016. Alguns aldeídos são responsáveis pelo gosto e odores muito agradáveis, como a vanilina que é obtida a partir de grãos de baunilha, benzaldeído de amêndoas e o cinamaldeído a partir de canela como mostra a Figura acima. Por outro lado, o acetaldeído (etanal) provoca sensação desagradável de "ressaca", que pode resultar de consumo de bebidas alcoólicas, e formaldeído (metanal) é altamente tóxico e tem um odor muito pungente, assim como muitos outros aldeídos. Vanilina Benzaldeído Cinamaldeído Acetaldeído Formaldeído A CETONA é um solvente com acentuado odor. Acetona (R) – Carvona – É um óleo natural que apresenta odor de hortelã e cominho. Utilizado como flavorizante e agente modificador de fragrâncias. INTRODUÇÃO Exceto o formaldeído, o aldeído mais simples, todos os outros tem um grupo carbonila ligado, por um lado, a um carbono, e pelo outro a um hidrogênio. Nas cetonas, o grupo carbonila está situado entre dois átomos de carbono. Fórmula geral de um aldeído Fórmula geral de uma cetona NOMENCLATURA DOS ALDEÍDOS E CETONAS No sistema substitutivo da IUPAC, os aldeídos alifáticos são denominados pela substituição da terminação O do alcano correspondente pela terminação al. Grupo Aldeído está no final da cadeia de átomos de carbono, não há necessidade de indicar a sua posição. Quando outros substituintes estiverem presentes, porém, ao carbono do grupo carbonila é atribuído a posição 1. Muitos aldeídos têm, também, nomes vulgares; são os que aparecem entre parênteses. Estes nomes vulgares provêm dos nomes comuns dos ácidos carboxílicos correspondentes e alguns deles são mantidos pela IUPAC como denominações aceitáveis. Metanal (formaldeído) Etanal (acetaldeído) Propanal (propionaldeído) 5 - Cloropentanal Feniletanal (fenilacetaldeído) Os aldeídos que têm o grupo – CHO ligado a um sistema de anel são denominados, por substituição, pela adição do sufixo carbaldeído. Seguem-se exemplos: Benzenocarbaldeído (benzaldeído) Cicloexanocarbaldeído 2 - Naftalenocarbaldeído O nome vulgar benzaldeído é muito mais usado, para o C6H5CHO, que o nome benzenocarbaldeído. As cetonas alifáticas são denominadas, substitutivamente, pela troca da terminação O do alcano correspondente, pela terminação ONA. A cadeia é numerada de modo que o átomo de carbono carbonílico receba o menor número possível, e este número identifica a sua posição. Butanona (etil metil cetona) 2 - pentanona (metil propil cetona) 4 – penteno – 2 - ona (não 1 - penteno – 4 -ona) (Alil metil cetona) Os nomes triviais radicofuncionais das cetonas (que aparecem entre parênteses) se formam pelo simples enunciado dos nomes dos dois grupos ligados à carbonila seguidos pela palavra cetona. Acetona (propanona ou dimetil cetona) Acetofenona (1-feniletanona ou fenil metil cetona) Benzofenona (difenilmetanona ou difenil cetona) Quando for necessário denominar o grupo como prefixo usam-se as denominações metanoíla (metanoil) ou formila (formil). O grupo é chamado grupo etanoila ou grupo acetila. Quando os grupo são denominados como substituintes, são chamados grupos alcanoíla (alcanoil) ou acila (acil). Ácido 2 - metanoilbenzóico (ácido o – formilbenzóico) Ácido 4 - etanoilbenzenossulfônico (ácido p – acetilbenzenossulfônico) PROPRIEDADES FÍSICAS O grupo carbonila é um grupo polar; por isto, os aldeídos e as cetonas têm pontos de ebulição mais elevados que os hidrocarbonetos com a mesma massa molar. Porém, como nem os aldeídos nem as cetonas podem ter ligações de hidrogênio fortes entre as respectivas moléculas, tem pontos de ebulição mais baixos que os álcoois correspondentes. Butano p.eb. -0,5 °C M.M = 58 Propanal p.eb. 49 °C M.M = 58 Acetona p.eb. 56,1 °C M.M = 58 1 -Propanol p.eb. 97,2 °C M.M = 60 ADIÇÃO NUCLEOFÍLICA À DUPLA LIGAÇÃO CARBONO-OXIGÊNIO A reação mais característica dos aldeídos e cetonas é a adição nucleofílica à dupla ligação carbono-oxigênio. Reação Geral: A reação mais característica dos aldeídos e cetonas é a adição nucleofílica à dupla ligação carbono-oxigênio. Exemplos específicos: (um hemiacetal) (uma cianoidrina) Os aldeídos e as cetonas são especialmente sensíveis à adição nucleofílica, pelas características estruturais. • A disposição plana triangular dos grupos em torno do átomo de carbono da carbonila significa que o átomo de carbono carbonílico está relativamente aberto aos ataques por cima e por baixo. • A carga positiva no átomo de carbono carbonílico significa que ele é especialmente suscetível ao ataque por um nucleófilo. • A carga negativa no átomo de oxigênio carbonílico significa que a adição nucleofílica é suscetível à catálise ácida. Aldeído ou cetona (R ou R’ pode ser H) O nucleófilo pode atacar por cima ou por baixo A adição nucleofílica à dupla ligação carbono-oxigênio ocorre de duas maneiras gerais: 1. Quando o reagente for um nucleófilo forte (Nu), a adição ocorre, em geral, da seguinte maneira, e converte o aldeído ou a cetona planos triangulares num produto tetraédrico. Plana triangular Intermediário tetraédrico Produto tetraédrico Nesta etapa, o nucleófilo forma uma ligação Com o carbono pela doação de um par de elétrons. Um outro par de elétrons desloca-se para o oxigênio. Nesta etapa, o oxigênio do alcóxido, por ser muito básico, remove um protón do H-Nu ou de outro ácido presente. Neste tipo de adição, o nucleófilo usa o seu par de elétrons para formar uma ligação com o átomo de carbono da carbonila. Quando a ligação se forma, o par de elétrons da ligação π carbono-oxigênio sai do átomo de oxigênio carbonilíco e o estado de hibridização do carbono passa de sp2 para sp3. O aspecto importante desta etapa é a capacidade de o átomo de oxigênio carbonílico acomodar o par de elétrons da dupla ligação carbono-oxigênio. Na segunda etapa, o átomo de oxigênio recebe próton. O que acontece por ser, agora, o átomo de oxigênio muito mais básico; tem uma carga negativa completa e pertence a um íon alcóxido. 2. Um segundo mecanismo geral que opera nas adições nucleofílicas às duplas ligações carbono-oxigênio é mecanismo catalisado por ácidos: Etapa 1 (ou um ácido de Lewis) Nesta etapa, um par de elétrons do oxigênio carbonílico recebe um próton do ácido (ou associa-se a um ácido de lewis) e produz um íon oxônio). Como uma das estruturas de ressonância do íon oxônio tem uma carga positiva completa no carbono, este carbono é mais sensível ao ataque nucleofílico. Na primeira destas duas etapas, o íon oxônio aceita o par de elétrons do nucleófilo. Na segunda etapa, uma base remove um próton do átomo com carga positiva e regenera o ácido. Este mecanismo opera quando os compostos carbonílicos são tratados por ácidos fortes na presença de nucleófilos fracos. Na primeira etapa, o ácido cede um próton a um par de elétrons do átomo de oxigênio da carbonila. O composto carbonílico protonado, um íon oxônio, é muito mais reativo no ataque nucleofílico sobre o átomo de carbono da carbonila, pois este átomo de carbono tem carga positiva maior do que no composto não protonado. Etapa 1 A ADIÇÃO DOSDERIVADOS DA AMÔNIA Os aldeídos ou as cetonas reagem com as aminas primárias (RNH2) para dar compostos com dupla ligação carbono- nitrogênio, chamados iminas (RCH= NR ou R2C = NR). A reação é catalisada por acidos. Aldeído ou cetona Amina primária Imina REAÇÃO ALDÓLICA: A ADIÇÃO DOS ÍONS ENOLATO AOS ALDEÍDOS E ÀS CETONAS Quando aldeídos e cetonas reagem com Nu, comportam- se como eletrófilos. Quando um proton for removido de um C- a dum aldeído ou duma cetona, resultando num ânion, a reação que ocorrerá será com um eletrófilo. A Adição Aldólica é uma reação na qual ambos os comportamentos são observados: Uma molécula dum composto carbonílico, após a remoção dum H- a, reage como nucleófilo e ataca o Carbono carbonílico duma segunda molécula dum composto carbonílico. A Reação entre duas moléculas de aldeído ou duas moléculas de cetona = adição aldólica (“ald” de aldeído + “ol”de álcool).
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