Aula 2 CONCEITOS BÁSICOS

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Profª. Ma. Angela Ferreira Lima
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O estudo do desenvolvimento humano é fascinante e extremamente complexo por estar sujeito a influências.
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O campo do desenvolvimento humano focaliza o estudo científico de como as pessoas mudam, e também de como ficam iguais, desde a concepção até a morte.
Os desenvolvimentistas concentram-se na mudança de desenvolvimento.
A mudança de desenvolvimento é sistemática enquanto coerente e organizada.
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É adaptativa – tem como objetivo lidar com as condições internas e externas da existência em constante mutação
Pode tomar muitos caminhos e pode não ter um objetivo definido
Mas existe uma certa conexão entre as mudanças frequentemente imperceptíveis.
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Quantitativa – é uma mudança em número ou quantidade 
Ex.: aumento de peso e altura, ou no vocabulário
Qualitativa - é uma mudança de tipo, estrutura e organização, como o desenvolvimento de um bebê não-verbal para uma criança que compreende e fala uma língua.
Ex.: marcada pelo aparecimento de novos fenômenos. A fala é um destes fenômenos. 
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A maioria das pessoas mostra uma continuidade ou consistência básica na personalidade e comportamento
Jerome Kagan (1989) descobriu que os traços da personalidade persistem moderadamente até pelo menos os primeiros sete anos e meio.
Pesquisas demonstram que certas características como desinibição (extroversão), tendências neuróticas, escrupulosidade, afabilidade e abertura para novas experiências parecem fixar-se aos 30 anos.
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Quando o campo do desenvolvimento humano tornou-se uma disciplina científica, seus objetivos passaram a incluir:
A descrição
A explicação
A previsão
A modificação do comportamento.
Essas quatro funções operam juntas.
Não tentam explicar o que causa ou influencia o comportamento observado.
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Mas, procuram tornar possível prever o que a habilidade de linguagem numa determinada idade pode nos dizer sobre o comportamento posterior. A compreensão do desenvolvimento adulto também pode ter implicações práticas.
Ela pode ajudar as pessoas a lidar com as transições da vida
Ex. uma mulher voltando ao trabalho após licença maternidade, uma pessoa fazendo uma mudança profissional ou prestes a se aposentar, etc.
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Os estudiosos do desenvolvimento estão interessados em fatores que afetam todas as pessoas, e também porque uma pessoa sai tão diferente da outra.
O desenvolvimento humano é complexo e por isso os cientistas nem sempre conseguem responder a esse questionamento.
Os psicólogos aprenderam muito sobre o que as pessoas precisam, como elas reagem às influências e como podem melhor realizar seu potencial.
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Costuma-se dividir o ciclo de vida humana em oito períodos, apesar de serem aproximadas um tanto arbitrárias:
1. pré-natal (concepção até o nascimento)
2. primeira infância – (nascimento até 3 anos)
3. segunda infância – (3 a 6 anos)
4. terceira infância – (6 a 12 anos)
5. adolescência – (12 a 20 anos)
6. o jovem adulto – (20 a 40 anos)
7. meia idade – (40 a 65 anos)
8. terceira idade – 65 anos em diante)
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Os aspectos do desenvolvimento humano se entrelaçam entre si.
Para simplificar a discussão eles são tratados separadamente.
Assim, estuda-se em cada período da vida humana, sobre o desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial.
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Um dos motivos do desenvolvimento humano ser tão complexo é que as mudanças ocorrem em muitos aspectos diferentes do eu.
O desenvolvimento físico estuda as mudanças:
No corpo;
No cérebro;
Na capacidade sensorial;
 e nas habilidades motoras.
Essas mudanças podem influenciar outros aspectos do desenvolvimento. (Ex. perda auditiva atrasa desenvolvimento da linguagem)
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Exemplos: 
Durante a puberdade, mudanças fisiológicas e hormonais dramáticas afetam o senso de identidade em desenvolvimento.
Em alguns adultos idosos, mudanças físicas no cérebro provocam deterioração intelectual e na personalidade.
Embora o desenvolvimento físico seja, em parte, geneticamente programado, a pesquisa atual sugere que as pessoas podem controlá-lo.
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O desenvolvimento cognitivo – são as mudanças na capacidade mental como:
Aprendizagem;
Memória;
Raciocínio;
Pensamento;
linguagem
A capacidade de falar depende do desenvolvimento das estruturas físicas da boca e do cérebro.
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O desenvolvimento da personalidade – é a maneira peculiar e relativamente consistente de uma pessoa sentir, reagir e se comportar.
O desenvolvimento social – refere-se às mudanças nos relacionamentos com os outros
Juntos se constituem o desenvolvimento psicossocial.
As mudanças neste campo podem afetar o funcionamento cognitivo e físico.
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Ex:. a ansiedade em relação a uma prova pode prejudicar o seu desempenho.
O apoio social pode ajudar as pessoas a enfrentarem os efeitos potencialmente negativos do estresse em sua saúde física e mental.
Inversamente as habilidades físicas e cognitivas podem afetar o desenvolvimento psicossocial.
Elas contribuem muito para a auto-estima e podem afetar a aceitação social e a escolha da ocupação.
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Os psicólogos estabelecem uma idade média para a ocorrência de certos fenômenos na vida humana.
Embora as pessoas passem pela mesma sequência geral de desenvolvimento, existe uma ampla gama de diferenças individuais.
Somente quando o desvio das normas é extremo pode-se considerar o desenvolvimento de uma pessoa como excepcionalmente adiantado ou atrasado. 
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Não só a velocidade, mas também os resultados do desenvolvimento variam.
As pessoas diferem:
No físico;
Em fatores constitutivos como saúde e nível de energia;
Na compreensão de ideias complexas;
E nas relações emocionais.
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Seus estilos de vida também variam:
O trabalho que executam;
Os lares e as comunidades em que vivem e como se sentem a respeito dos mesmos;
As pessoas com as quais convivem e os relacionamentos que têm;
E como usam seu tempo livre.
A gama de diferenças individuais aumenta à medida que as pessoas envelhecem.
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Algumas influências no desenvolvimento humano são provenientes da hereditariedade
Outras provêm do ambiente externo, o mundo fora da pessoa, que se inicia no útero
Esta distinção logo desaparece, pois as pessoas mudam seu mundo, mesmo enquanto são por eles influenciados.
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Influências que afetam muitas ou a maioria da pessoas:
Etnia, cultura, estilo de vida, constelação familiar e condição sócioeconômica (classe social, educação, ocupação e renda);
Presença ou ausência de deficiências mentais ou físicas;
Alguma experiências são puramente individuais. Outras são comuns a certos grupos (idade, gerações, vivência ou criação em determinadas sociedades e culturas em épocas distintas).
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Um acontecimento é “normativo” quando acontece de maneira semelhante para a maioria das pessoas em determinado grupo.
As influências normativas etárias são muito semelhantes para as pessoas de uma mesma faixa etária.
Incluem eventos biológicos (como a puberdade e a menopausa) e culturais (como o ingresso na educação formal e a aposentadoria).
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As influências normativas históricas são influências biológicas e ambientais comuns a uma mesma coorte .
Exemplos: 
Tumultos políticos nos EUA, anos 60 e 70 em reação à guerra do Vietnã;
Escassez de alimentos na África durante as décads de 80 e 90;
Transformações culturais como:
 a mudança no papel das mulheres; 
Uso de anestesia durante o parto;
Impacto da televisão e dos computadores.
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Acontecimentos de vida não-normativos são eventos incomuns que têm grande impacto nas vidas individuais.
Exemplos:
Eventos típicos - como a morte de um dos pais quando na infância ou juventude;
Eventos atípicos – como estar na colisão de uma aeronave ou ter uma malformação congênita.
Independente deste acontecimento ser positivo ou negativo, é provável que ele cause estresse se não for esperado.
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As pessoas
podem ajudar a criar seus próprios eventos de vida não-normativos
Quando participam de maneira ativa em seu próprio desenvolvimento. Ex:.
Quando adotam um hobby arriscado como o paraquedismo, ou;
Quando candidatam-se a um novo emprego.
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Um período crítico é um tempo específico durante o desenvolvimento, quando um dado evento tem seu maior impacto.
Ex. Se uma mulher se expõe a raios X, toma certas drogas ou contrai determinadas doenças em momentos específicos durante a gravidez, o feto pode mostrar alguns efeitos maléficos específicos.
A extensão e o tipo de dano ao feto irão variar de acordo com a natureza do “choque” e o momento em que ocorreu.
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O conceito de períodos críticos também tem sido aplicados ao desenvolvimento psicológico;
O organismo humano pode ser particularmente sensível a certas experiências psicológicas em determinadas épocas da vida, mas eventos posteriores podem, muitas vezes, reverter os efeitos anteriores.
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A abordagem ecológica do desenvolvimento de Urie Bronfenbrenner (1979, 1986, 1994) identifica cinco níveis de influência ambiental.
Ele as descreve como um conjunto de estruturas aninhadas, uma dentro da outra.
Para compreender o desenvolvimento individual, devemos estudar cada pessoa no contexto destes múltiplos ambientes.
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Microssistema
Mesossistema
Exossistema 
Macrossistema
Cronossistema 
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É o ambiente cotidiano de casa, da escola, de trabalho ou do bairro.
Inclui os relacionamentos bidirecionais diretos com pais, irmãos, babás, colegas e professores.
As influências vão e voltam.
Um novo bebê afeta a vida dos pais? 
Como as atitudes dos pais afetam o bebê?
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É o entrecruzamento de vários microssistemas que envolvem a pessoa em desenvolvimento.
Inclui vínculos entre o lar e a escola, o lar e o trabalho ou a família e o grupo de amigos.
Ex. Quando pais e professores trabalham em colaboração no planejamento educacional, as crianças tendem a se sair melhor na escola.
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Refere-se aos vínculos entre dois ou mais ambientes, sendo que pelo menos um deles não envolve a pessoa em desenvolvimento, mas afeta indiretamente.
Ambientes de maior probabilidade de influenciar o desenvolvimento das crianças:
 Local de trabalho dos pais, as redes sociais destes e os vínculos entre a família e a comunidade.
Ex. Uma mãe que é frustrada no trabalho pode maltratar seus filhos.
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Consiste de padrões culturais abrangentes, como as crenças, ideologias e sistemas políticos e econômicos.
Como uma pessoa é afetada vivendo numa sociedade capitalista ou socialista?
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Acrescenta a dimensão de tempo: a influência de mudanças normativas ou não-normativas ou da constância na pessoa e no ambiente.
Pode incluir mudanças na estrutura familiar, local de residência ou emprego, bem como mudanças culturais mais amplas, como guerras e ciclos econômicos.
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A importância relativa de cada sistema pode variar de uma sociedade para outra e de um grupo cultural para outro dentro da mesma sociedade. Esse é um dos motivos para se realizar pesquisas transculturais.
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O desenvolvimento humano está ligado à sociedade e à cultura.
A pesquisa transcultural pode nos dizer quais aspectos do desenvolvimento são universais (e assim parecem intrínsecos à condição humana) e quais são culturalmente determinados. 
Ex. independente de onde vivem, as crianças aprendem a falar na mesma sequência. As palavras variam, mas as sentenças dos bebês no mundo todo têm estrutura semelhante.
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Assim, pesquisas revelam que a capacidade de linguagem é inata
Porém a cultura pode exercer uma influência acentuada, nos primeiros desenvolvimentos motores do bebê.
São várias as teorias influentes desenvolvidas a partir de pesquisas com indivíduos ocidentais que não se sustentam quando testadas em pessoas de outras culturas.
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O desenvolvimento humano está intimamente ligado à sociedade e à cultura, assim é preciso compreender o desenvolvimento numa variedade de ambientes. 
Exemplo:
Os bebês africanos, cujos pais muitas vezes os apoiam para que fiquem sentados e os sobem e descem sobre os pés, tendem a sentar e caminhar mais cedo que os bebês americanos.