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Estratégia C O N C U R S O S ^ Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 AULA 12: 13. TRATAMENTO DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS, CONCEITO DE COLIGADAS E CONTROLADAS, DEFINIÇÃO DE INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA, MÉTODOS DE AVALIAÇÃO, CÁLCULOS, APURAÇÃO DO RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL, TRATAMENTO DOS LUCROS NÃO REALIZADOS, RECEBIMENTO DE LUCROS OU DIVIDENDOS DE COLIGADAS E CONTROLADAS, CONTABILIZAÇÃO. 14. APURAÇÃO E TRATAMENTO CONTÁBIL DA MAIS VALIA, DO GOODWILL E DO DESÁGIO: CÁLCULOS, AMORTIZAÇÕES E FORMA DE EVIDENCIAÇÃO.____________________________________ SUMÁRIO MAIS UMA AULA!............................................................................................................2 1. PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS . ...................................................................................3 1.1 AÇÕES....................................................................................................................3 1.2 - DIVIDENDOS.........................................................................................................3 1.3 - RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS E RESERVA ESPECÍFICA DE PRÊMIO DE DEBÊNTURES4 1.4 - DEBÊNTURES.........................................................................................................6 1.5 - PARTES BENEFICIÁRIAS..........................................................................................7 1.6 - COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. ...............................................................................8 2 - TRATAMENTO DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS. ......................................................9 2.1 - INTRODUÇÃO........................................................................................................9 2.2 - INVESTIMENTOS....................................................................................................9 2.2.1 - MÉTODO DE CUSTO. .......................................................................................... 10 2.2.2 - MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL........................................................... 11 2.2.2.1 DEFINIÇÕES. .....................................................................................................12 2.2.2.2 CÁLCULO DO MEP. ............................................................................................ 14 2.2.2.3 OUTRA FORMA DE CÁLCULO DO MEP. .................................................................17 2.2.3 CONTABILIZAÇÃO DOS DIVIDENDOS. ...................................................................19 3. LUCROS NÃO REALIZADOS........................................................................................ 21 4 - APURAÇÃO E TRATAMENTO CONTÁBIL DA MAIS VALIA, DO GOODWILL E DO DESÁGIO: CÁLCULOS, AMORTIZAÇÕES E FORMA DE EVIDENCIAÇÃO. ................................................ 37 4.1 - RESUMO GERAL. ................................................................................................39 5 - JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO..............................................................................42 6 - QUESTÕES COMENTADAS........................................................................................45 7 - QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA. ..................................................................... 77 8 - GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA...............................................93 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 1 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 MAIS UMA AULA! Olá, meus amigos. Como estão?! Mais uma aula de Contabilidade Geral para a o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. A aula de hoje versará sobre os seguintes assuntos: Aula 12 13. Tratamento das Participações Societárias, conceito de coligadas e controladas, definição de influência significativa, métodos de avaliação, cálculos, apuração do resultado de equivalência patrimonial, tratamento dos lucros não realizados, recebimento de lucros ou dividendos de coligadas e controladas, contabilização. 14. Apuração e tratamento contábil da mais valia, do goodwill e do deságio: cálculos, amortizações e forma de evidenciação._________ Veremos também nessa aula o tópico "18. Debêntures, conceito, avaliação e tratamento contábil", que ficou faltando da aula 4, e "Juros sobre capital próprio". Estamos à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas que surjam, através do Fórum de dúvidas e dos emails: gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br lucianorosa@estrategiaconcursos.com.br Um abraço e excelentes estudos a todos nós. GAbríei raBeLo/Luúano rosa Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 2 de 93 Ocorre quando uma empresa (investidora) adquire ações ou quotas de outra empresa (investida). As participações societárias podem ser temporárias ou permanentes. As participações temporárias são aquelas que a empresa adquire com intenção de vender após algum tempo, de caráter especulativo. Neste caso, a intenção é lucrar com a valorização das ações. Este tipo de participação societária fica classificada no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo. Nas participações permanentes, não há intenção de venda, ou seja, a empresa adquire a participação com intenção de mantê-la. Geralmente, esse tipo de investimento está relacionado com as operações da empresa. Pode ser uma participação num fornecedor importante (com a finalidade de assegurar o fornecimento de matérias-primas) ou num cliente de grande porte (para viabilizar a venda dos produtos). Fica classificado no Ativo - Investimentos. 1.1 AÇÕES Representam a menor fração do capital social de uma empresa. Dividem-se em Ações Ordinárias, Ações Preferenciais e Ações de Fruição. As ações de fruição atribuem a seus titulares direitos estabelecidos no estatuto da empresa, normalmente dividendos. Este tipo de ação não representa parcela do capital social e não dá direito a voto. As ações ordinárias dão direito a voto e aos dividendos. As ações preferenciais possuem prioridade no recebimento dos dividendos, mas não dão ao seu titular direito de voto nas assembleias de acionistas. As ações preferenciais sem direito a voto não podem ultrapassar 50% do total das ações emitidas. 1.2 - DIVIDENDOS A Lei 6.404/76 estabelece que o Estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 3 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria (art. 202, parágrafo 1°). Se o Estatuto for omisso, a empresa deve distribuir 50% do lucro ajustado como dividendos. O lucro ajustado é calculado da seguinte forma: Lucro líquido do exercício 10.000 (-) Constituição da Reserva Legal (500) (-) Constituição da Reserva de Contingência (2.000) (+) Reversão da Reserva de Contingência 700 = Lucro ajustado (base para dividendos) 8.200 Dividendos obrigatórios: $8.200 x 50% = $ 4.100 Contabilização: D - Lucros Acumulados (PL) 4.100 C - Dividendos a pagar (Passivo) 4.100 Finalmente, se o Estatuto for omisso e a empresa quiser instituir uma fórmula de calculo no Estatuto, não poderá ser inferior a 25% do lucro ajustado. 1.3 - RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS E RESERVA ESPECÍFICA DE PRÊMIO DE DEBÊNTURES Além das Reservasmencionadas acima, também a Reserva de Incentivos Fiscais e a Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures devem ser excluídas da base de cálculo dos dividendos. Esses valores, antes das alterações na contabilidade, eram Reservas de Capital. OU seja, eram contabilizadas diretamente no PL e não afetavam o Resultado do Exercício. A contabilização (anterior às alterações) era assim: Reserva de incentivos fiscais (por exemplo, doação de um terreno no valor de 10.000): D - Terrenos (imobilizado) C - Reserva de Capital - doações (PL) Atualmente, a contabilização é a seguinte: Vamos supor que haja alguma condição (como construir uma fábrica e gerar empregos) vinculada à doação. 10.000 10.000 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 4 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 No momento da doação, a empresa ainda não "ganhou" o terreno. Ainda precisa cumprir a sua parte - no caso, construir uma fábrica. Portanto, deve reconhecer um Passivo, pois irá devolver o terreno se não cumprir a condição. D - Terreno - Doações (Imobilizado) 10.000 C - Doações com encargos (Passivo) 10.000 Após algum tempo, a empresa constrói a fábrica. Já cumpriu a sua parte e portanto ganhou o terreno. Mas a receita deve ser reconhecida proporcionalmente às despesas geradas pela doação (no caso, seria a depreciação da fábrica). Vamos supor que a fábrica será depreciada em 20 anos. No momento em que acaba a construção, deve ser feita a seguinte contabilização: D - Doações com encargos (Passivo) 10.000 C - Receitas Diferida (Passivo) 10.000 A conta Receitas Diferidas poderia também ser chamada de Receitas a Apropriar. Embora fique classificada no Passivo, possui a natureza do antigo Grupo Resultado de Exercícios Futuros. Vamos entender melhor. Esse valor não é um Passivo genuíno. Não é uma obrigação presente, e não será pago a ninguém. Pelo contrário, constitui uma receita da empresa que deverá ser apropriada por competência, em 20 anos. Anteriormente, seria classificado como Resultado de Exercícios Futuros. Mas esse grupo do Balanço Patrimonial foi extinto. Ficou, em seu lugar, a conta Receitas Diferidas, que é classificada no Passivo, mas possui a natureza do antigo grupo Resultados de Exercícios Futuros. Muito bem. Após um ano, vamos iniciar o reconhecimento da Receita, de forma proporcional às despesas, na base de 1/20 avos por ano (Obs: naturalmente, o reconhecimento deve ser feito mês a mês. Para fins didáticos, vamos contabilizar diretamente o valor do ano.) D - Receitas Diferida (Passivo).10.000/20 500 C - Receita de Doações (Resultado) 500 Esta contabilização se repete, ano a ano, até zerar a conta Receita Diferida e transferir todo o seu valor para Resultado do Exercício. Com isso, o Resultado ficou maior do que ficaria antes das alterações. Afinal, o valor da Doação, que antigamente era contabilizado como Reserva de Capital, agora está transitando pelo Resultado do Exercício. Para não prejudicar a empresa com o pagamento de mais Imposto de Renda e manter a neutralidade tributária, a empresa PODE constituir a Reserva de Incentivos Fiscais, e Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 5 de 93 Estratégia Contabilidade Gerai e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federai 1 .............. Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 transferir para essa Reserva a parcela da doação ou da subvenção que transitou pelo Resultado. Vamos supor que o Resultado do Exercício seja de $ 8.000, já considerando a receita de doação de $ 500. Pela transferência do Resultado para Lucros Acumulados: D - Resultado do Exercício 8.000 C - Lucros Acumulados (PL) 8.000 Pela constituição da Reserva de Incentivos Fiscais: D - Lucros Acumulados (PL) 500 C - Reserva de Incentivos Fiscais (PL) 500 Assim, a empresa poderá calcular o lucro ajustado para dividendos da seguinte forma: Lucro Líquido 8.000 - Reserva Legal - Reserva de Contingência + reversão da Reserva de Contingência - Reserva de Incentivos Fiscais 500 (essa última é facultativa). O prêmio na Emissão de Debêntures é semelhante ao caso descrito acima, como veremos a seguir. 1.4 - DEBÊNTURES O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de capital. Com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado ao resultado como receita, conforme o regime de competência. As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma alternativa ao lançamento de ações no mercado e aos empréstimos bancários, para captação de recursos. Não podem ser confundidas com as ações, pois não são títulos de propriedade. Não se confundem também com os empréstimos, uma vez que oferecidas ao público, não sendo captados junto a instituições financeiras. Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão da legislação antiga, uma reserva de capital a ser registrada, chamada Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre quando as condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para os investidores. Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000 debêntures, com resgate em 10 anos encontrando investidores que pagassem R$ 1,50 pelo referido título, lançaríamos: D - Caixa 15.000 (Ativo) Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 6 de 93 Estratégia Contabilidade Gerai e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federai 1 .............. Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 C - Debêntures a pagar 10.000,00 (PNC) C - Reserva de capital - prêmio na emissão de debêntures 5.000,00 (PL) Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é agora registrada da seguinte forma: D - Caixa 15.000 (Ativo) C - Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC) C - Receitas recebidas antecipadamente - 5.000,00 (PNC - Receitas diferidas) Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos, deveremos apropriar ao resultado (utilizando-se do método linear) R$ 500,00 por ano, através do seguinte lançamento: D - Receitas recebidas antecipadamente 500,00 (PNC - Receitas diferidas) C - Receitas financeiras 500,00 (Resultado) Para fins didáticos, usamos o método linear. Mas o correto é usar o método exponencial (juros compostos). O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de reserva específica de prêmios de debêntures, para evitar a tributação pelo Imposto de Renda (Lei 11.941/09). Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir tal reserva. Se não constituir, será tributada pelo IR. A reserva específica de prêmio de debêntures é reserva de lucro, eis que esse valor transitou pelo resultado do exercício. 1.5 - PARTES BENEFICIÁRIAS Segundo a Lei das S.A's: Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes beneficiárias”. § 1° As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais (artigo 190). Vê-se que as partes beneficiárias são estranhas ao capital social. Diferem das ações, pois não dão direito a uma parte do patrimônio da companhia, nem o de participação da administração. Não se confundem também com as debêntures, uma vez que não dá direito creditório contra a companhia para os que as possuem. Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 7 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para AuditorFiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 O direito a lucro é eventual. Esta é a palavra chave. A emissão das PB's é exclusivo de cias fechadas (LSA, art. 47). Como já dito, a participação nos lucros deve ser menor do que 10%. As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições determinadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral, ou atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à companhia (LSA, art. 47). Somente a alienação onerosa das partes beneficiárias gera lançamento contábil. Assim, se os administradores de uma companhia, que tanto contribuíram para o seu crescimento, resolvem aposentar, e os novos administradores, como forma de reconhecimento deste trabalho, alienam partes beneficiárias a esses antigos administradores, por R$ 100.000,00. O lançamento é o que se segue: D - Caixa 100.000,00 (Ativo) C - Reserva de Capital - Produto de alienação de partes beneficiárias 100.000,00 (PL). A LSA dispõe que: Art. 200. Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. 1.6 - COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS A Lei das S.A.s (Lei 6404/76) estabelece o seguinte: Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. Portanto, quando a questão mencionar "Prejuízos Acumulados", devemos diminuí-lo do lucro, para cálculo dos dividendos. O esquema completo fica assim: Lucro Líquido (-) Prejuízos acumulados (-) Constituição da Reserva Legal Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 8 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 (-) Constituição da Reserva de Contingência (+) Reversão da Reserva de Contingência (-) Constituição da Reserva de Incentivos Fiscais (opcional) (-) Constituição da Reserva Específica para prêmios de Debêntures (opcional) = Lucro ajustado (Base para os dividendos)._____________________________ 2 - TRATAMENTO DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS 2.1 - INTRODUÇÃO Podemos identificar as seguintes situações nas participações em outras empresas, conforme o grau de controle exercido pela investidora: --- Pouca ou nenhuma influência sobre a investida, sem intenção de permanência: Trata-se de um ativo financeiro, sendo que o principal benefício esperado do ativo é a sua valorização. Deve ser reconhecido e mensurado pelo valor justo (ou ao custo, se não houver uma mensuração confiável a valor justo), de acordo com o Pronunciamento CPC 38 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração. --- Pouca ou nenhuma influência sobre a investida, com intenção de permanência: Trata-se de investimento permanente sem influência significativa ou controle. Deve ser avaliado pelo custo, ajustado a eventuais perdas. --- Influência significativa sobre a investida: A "influência significativa" caracteriza uma Coligada da investidora, sendo tal participação reconhecida e mensurada conforme o CPC 18 - Investimentos em Coligadas e Controladas, através do método da equivalência patrimonial. Lembramos que coligada é uma investida na qual a investidora tem influência significativa, mas sem atingir o ponto de controle. --- Controle conjunto sobre a investida: Refere-se a um empreendimento conjunto (joint venture), ou seja, qugndo duas ou mais investidoras detêm, em conjunto, o controle da entidade. Tal participação deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 19 - Investimento em Empreendimentos Controlados em Conjunto. Deve ser avaliado pela consolidação proporcional. Nos balanços individuais a avaliação é pela equivalência patrimonial. --- Controle sobre a investida: As controladas devem ser reconhecidas e mensuradas de acordo com o CPC 15 - Combinações de Negócios e CPC 36 - Demonstrações Consolidadas. 2.2 - INVESTIMENTOS Há duas formas de avaliar os investimentos permanentes: pelo Método de Custo ou pelo Método da Equivalência Patrimonial. Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 9 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Os investimentos em coligadas e controladas são avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial. Os outros investimentos, que não sejam em coligadas e controladas, serão avaliados pelo método de Custo. 2.2.1 - MÉTODO DE CUSTO Conforme a Lei 6404/76: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ATIVO Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior;_________ Os artigos 248 a 250 referem-se aos investimentos em coligadas e controladas, que estudaremos a seguir. Os investimentos que não sejam em coligadas ou controladas são avaliados pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis. Os dividendos distribuídos são contabilizados como receita, quando da distribuição. Entretanto, os dividendos distribuídos no prazo de até 6 meses após a aquisição do investimento são considerados como uma recuperação de parte do investimento. A justificativa para esse procedimento é que o valor da compra já incluía o lucro, que seria posteriormente distribuído. Confira o Regulamento do Imposto de Renda: Art. 380. Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até seis meses antes da data da respectiva percepção, serão Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 10 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo e não influenciarão as contas de resultado (Decreto-Lei n° 2.072, de 1983, art. 2°). Segundo o Manual de Contabilidade Societária, de Sérgio de Iudícibus e outros, 1a edição, 2010, as normas internacionais de contabilidade não aceitam esse procedimento. 2.2.2 - MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL A Lei 6.404/76 estabelece o seguinte: Avaliação do Investimento em Coligadas e Controladas Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei n° 11.941, de 2009) I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antesda data do balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela controladas; II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada; III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o custo de aquisição corrigido monetariamente; somente será registrada como resultado do exercício: a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada; b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos; c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. § 1° Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos deste artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas. § 2° A sociedade coligada, sempre que solicitada pela companhia, deverá elaborar e fornecer o balanço ou balancete de verificação previsto no número I. Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 11 de 93 Estratégia Contabilidade Gerai e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federai 1 .............. Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Vamos examinar as alterações dos pronunciamentos do CPC, com respeito à equivalência: 2.2.2.1 DEFINIÇÕES. Texto do Pronunciamento CPC 18 (R2) - Investimento em Coligada e em Controlada: 3. Os termos a seguir são utilizados neste Pronunciamento com os seguintes significados: Coligada é a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa. Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um grupo econômico, em que ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem uma única entidade econômica. Método da equivalência patrimonial é o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir a alteração pós-aquisição na participação do investidor sobre os ativos líquidos da investida. As receitas ou as despesas do investidor incluem sua participação nos lucros ou prejuízos da investida, e os outros resultados abrangentes do investidor incluem a sua participação em outros resultados abrangentes da investida. Negócio em conjunto é um negócio do qual duas ou mais partes têm controle conjunto. Controle conjunto é o compartilhamento, contratualmente convencionado, do controle de negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle. Empreendimento controlado em conjunto (joint venture) é um acordo conjunto por meio do qual as partes, que detêm o controle em conjunto do acordo contratual, têm direitos sobre os ativos líquidos desse acordo. Investidor conjunto (joint venturer) é uma parte de um empreendimento controlado em conjunto (joint venture) que tem o controle conjunto desse empreendimento. Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas._________________________________ Comentários: Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 12 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 De acordo com a Lei 6404/76 Art. 243 § 1°: "São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa". "§ 4° Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la." "§5° É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la." Para definir se uma empresa é ou não coligada precisamos verificar a existência da "INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA". HÁ INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA: trata-se de coligada e deve ser usado o método da equivalência patrimonial. NÃO HÁ INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA e se trata de investimento permanente: deve ser avaliado pelo método de custo. Devemos notar que o §5° apresenta uma presunção relativa, que admite prova em contrário. Confira o texto do pronunciamento CpC 18 (R2): INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA 5. Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), vinte por cento ou mais do poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência significativa, a menos que possa ser claramente demonstrado o contrário. Por outro lado, se o investidor detém, direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), menos de vinte por cento do poder de voto da investida, presume-se que ele não tenha influência significativa, a menos que essa influência possa ser claramente demonstrada. A propriedade substancial ou majoritária da investida por outro investidor não necessariamente impede que o investidor minoritário tenha influência significativa. 6. A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por um ou mais das seguintes formas: (a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida; (b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições; (c) operações materiais entre o investidor e a investida; (d) intercâmbio de diretores ou gerentes; (e) fornecimento de informação técnica essencial.________________________ Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 13 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 2.2.2.2 CÁLCULO DO MEP Vamos explicar o cálculo do MEP, desde o início. As bancas ainda não estão cobrando o assunto com muita profundidade, normalmente encontramos questões mais simples. Os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial. A Lei 6404/76 (Lei das S.A.s) apresenta a seguinte definição: Art. 243 § 2°: "Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores." O Método da Equivalência Patrimonial (MEP) consiste em reconhecer o resultado auferido pela investida na medida em que ocorre, e não apenas quando há distribuição de dividendos. Para isso, multiplicamos o percentual de participação da investidora pelo PL da investida, e comparamos com o valor do investimento da investidora. Exemplifiquemos. A Cia ABC foi constituída em 31.12.X1, com capital social de $100.000, sendo que a empresa KLS possui 90% do capital da Cia ABC. Trata- se de uma controlada. Portanto esse investimento da empresa KLS será avaliado pelo MEP. A CIA ABC apresentou os seguintes resultados: 31.12. X2 - prejuízo de 40.000 (lançado integralmente em Prejuízos acumulados) 31.12. X3 - lucro de 10.000 (usado para abater parte dos prejuízos acumulados) 31.12. X4 - lucro de 50.000, sem distribuição de dividendos. (usado para abatero restante dos prejuízos e para constituição de reservas) 31.12. X5 - lucro de 30.000, com distribuição de dividendos no valor de $20.000 e constituição de reservas no valor restante. Na empresa KLS, a contabilização, nos diversos anos, seria a seguinte: Pela aquisição, em 31.12.X1: Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 14 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 D - Investimento avaliado pelo MEP - CIA ABC 90.000 C - Caixa/bancos 90.000 Como a Cia ABC acabou de ser constituída, seu balanço patrimonial tem a seguinte configuração: Ativo 100.000 PL 100.000 A empresa KLS possui 90% do Capital Social da Cia ABC. Desse modo, o valor do seu investimento é de: PL Cia ABC 100.000 x 90% = 90.000. Em 31.12.X2 a Cia ABC apurou prejuízos de R$ 40.000. Seu Balanço Patrimonial é o seguinte (Obs: para simplificar, vamos considerar que o Passivo é igual a zero. Como para o MEP o que interessa é o valor do PL, tal simplificação não fará diferença). CIA ABC Ativo 60.000 Passivo - x - PL Capital Social 100.000 Prejuízos acumulados (40.000) Total Passivo + PL 60.000 Valor da participação da Empresa KLS: R$ 60.000 x 90% = R$ 54.000 Vamos comparar esse valor com o valor do investimento registrado no ativo da empresa KLS: Valor contabilizado do investimento: 90.000 Valor calculado pelo MEP: 54.000 Resultado do MEP: Prejuízo de $90.000 - $54.000 = $36.000 Contabilização na empresa KLS: D - Perdas com MEP (resultado) 36.000 C - Investimento avaliado pelo MEP - CIA ABC 36.000 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 15 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Com a contabilização acima, o investimento fica registrado, na empresa KLS, pelo valor de $54.000, que corresponde a 90% do PL da CIA ABC. Outra forma de cálculo do MEP: Como o resultado da Cia ABC foi um prejuízo de $60.000, o resultado do MEP para a empresa KLS poderia ser calculado diretamente sobre este resultado: Prejuízo Cia ABC $40.000 x participação da KLS 90% = $36.000 31.12.X3 - lucro de 10.000 (usado para abater parte dos prejuízos acumulados). Contabilização na Cia ABC: D - Resultado do Exercício 10.000 C - Prejuízos acumulados (PL) 10.000 O Balanço Patrimonial da Cia ABC fica assim: CIA ABC Ativo 70.000 Passivo -x- PL Capital Social 100.000 Prejuízos acumulados (30.000) Total Passivo + PL 70.000 Valor da participação da Empresa KLS: R$ 70.000 x 90% = R$ 63.000 Vamos comparar esse valor com o valor do investimento registrado no ativo da empresa KLS: Valor contabilizado do investimento: 54.000 Valor calculado pelo MEP: 63.000 Resultado do MEP: Lucro de $63.000 - $54.000 = $9.000 Contabilização na empresa KLS: D - Investimento avaliado pelo MEP - CIA ABC.............9.000 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 16 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 C - Resultado da Equivalência Patrimonial - CIA ABC.....9.000 2.2.2.3 OUTRA FORMA DE CÁLCULO DO MEP Lucro Cia ABC $10.000 x participação da KLS x 90% Resultado do MEP $9.000 Chamamos a atenção para o fato de que o MEP reflete, na investidora, o que está ocorrendo com o resultado da investida. Assim, quando a investida apura prejuízo ou lucro, isso se reflete no resultado da investidora, independentemente da distribuição dos dividendos. 31.12.X4 - lucro de 50.000, sem distribuição de dividendos. (usado para abater o restante dos prejuízos e para constituição de reservas). Contabilização na Cia ABC: D - Resultado do Exercício 50.000 C - Prejuízos acumulados(PL) 30.000 C - Reservas de Lucro (PL) 20.000 O Balanço Patrimonial da Cia ABC fica assim: CIA ABC Ativo Passivo PL Capital Social 100.000 Reservas de lucro 20.000 Total Passivo + PL 120.000 Valor da participação da Empresa KLS: R$ 120.000 x 90% = R$ 108.000 Vamos comparar esse valor com o valor do investimento registrado no ativo da empresa KLS: Valor contabilizado do investimento: 63.000 Valor calculado pelo MEP: 108.000 120.000 -x- Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 17 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Resultado do MEP: $108.000 - $63.000 = $45.000 (lucro) Contabilização na empresa KLS: D - Investimento avaliado pelo MEP - CIA ABC............ 45.000 C - Resultado da Equivalência Patrimonial - CIA ABC.... 45.000 Temos, ainda, outra forma de cálculo do MEP: Lucro Cia ABC $50.000 x participação da KLS x 90% Resultado do MEP $45.000 31.12.X5 - lucro de 30.000, com distribuição de dividendos no valor de $20.000 e constituição de reservas no valor restante. Contabilização na Cia ABC: D - Resultado do Exercício......30.000 C - Lucros Acumulados(PL).....30.000 A partir da conta Lucros Acumulados, é feita a destinação dos lucros. Lembramos que a conta Lucros Acumulados não pode constar com saldo no Balanço Patrimonial. Ou seja, todo o lucro apurado deve ser atribuído como reservas de lucro ou como dividendos. Contabilização na Cia ABC: D - Lucros Acumulados(PL) 30.000 C - Reservas de Lucro (PL) 10.000 C - Dividendos a Pagar (Passivo) 20.000 OBS: Estamos considerando que os dividendos são os dividendos obrigatórios. A regra de contabilização é a seguinte: Dividendos obrigatórios Passivo Dividendos Adicionais não declarados até a data do balanço Não são contabilizados. Dividendos Adicionais declarados até a data do balanço são contabilizados no PL, até serem confirmados pela Assembleia de acionistas. Depois disso, vão para o Passivo.____________________________________________________ O Balanço Patrimonial da Cia ABC fica assim: CIA ABC Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 18 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 150.000 20.000 Ativo Passivo PL Capital Social 100.000 Reservas de lucro 30.000 Total Passivo + PL 150.000 Valor da participação da Empresa KLS: Neste caso, precisamos considerar o PL da Cia ABC antes da distribuição dos dividendos, para a correta apuração do resultado da Equivalência Patrimonial. PL anterior: $120.000 + Lucros acumulados 30.000 = $ 150.000 (valor do PL antes dos dividendos). PL Cia ABC 150.000 X participação KLS x 90% Valor do investimento Cia KLS 135.000 Vamos comparar esse valor com o valor do investimento registrado no ativo da empresa KLS: Valor contabilizado do investimento: 108.000 Valor calculado pelo MEP: 135.000 Resultado do MEP: Lucro de $135.000 - $108.000 = $27.000 Contabilização na empresa KLS: D - Investimento avaliado pelo MEP - CIA ABC 27.000 C - Resultado da Equivalência Patrimonial - CIA ABC 27.000 2.2.3 CONTABILIZAÇÃO DOS DIVIDENDOS Os dividendos diminuíram o valor do PL da Cia ABC, de $ 150.000 para $ 130.000. Portanto, a empresa KLS deverá contabilizar os dividendos a receber e diminuir o valor do seu investimento. Assim: Empresa KLS - contabilização D - Dividendos a receber - CIA ABC (20.000 x 90%) 18.000 C - Investimento avaliado pelo MEP - CIA ABC 18.000 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 19 de 93 EstratégiaContabilidade Gerai e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federai 1 .............. Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Com isso, o valor do Investimento na Cia ABC fica contabilizado por $ 135.000 - $18.000 = $ 117.000. Este total bate com a participação da empresa KLS no PL da CIA ABC, após a distribuição dos dividendos: PL Cia ABC X participação KLS Valor do investimento da KLS: 130.000 x 90% 117.000 Outra forma de cálculo do MEP: Lucro Cia ABC x participação da KLS Resultado do MEP Dividendos Cia ABC x participação da KLS Resultado do MEP $30.000 x 90% $27.000 $20.000 x 90% $18.000 Contabilização Cia KLS: D - Dividendos a Receber 18.000 D - Investimento avaliado pelo MEP - CIA ABC 9.000 C - Resultado da Equivalência Patrimonial - CIA ABC 27.000 A contabilização acima é idêntica à que apresentamos anteriormente. Apenas não está desmembrada, como a anterior. Importante No método de custo, o valor do investimento não se altera em função dos lucros ou prejuízos da investida. Só irá se alterar em função do teste de recuperabilidade. Os dividendos são contabilizados como receita. Método de custo - contabilização dos dividendos: D - Dividendos a Receber C - Receita de dividendos Já no Método da Equivalência Patrimonial, o resultado da investida (lucro ou prejuízo) reflete-se no balanço e no resultado da Investidora. E os dividendos diminuem o valor do investimento. Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 20 de 93 Estratégia Contabilidade Gerai e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federai ........... Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Contabilização - MEP: Pelo MEP: D - Investimento - MEP C - Resultado com Equivalência Patrimonial Contabilização dos dividendos: D - Dividendos a Receber C - Investimento - MEP 3. LUCROS NÃO REALIZADOS Quando uma empresa vende ativos a outra, coligada ou controlada, pode haver a ocorrência de lucros não realizados. Considera-se realizado o lucro quando o ativo for vendido para terceiros. O lucro não realizado pode ocorrer na venda de estoque, investimento, instrumentos financeiros de curto prazo, imobilizado ou intangível. No caso do imobilizado, além de excluir o lucro não realizado, é necessário controlar a depreciação referente a esse lucro inter-companhias (trata-se de um processo muito trabalhoso. Dificilmente será cobrado em concurso). A maioria das questões de lucro não realizado refere-se a venda de estoque. Texto do pronunciamento CPC 18 (R2): 28. Os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) e descendentes (downstream) entre o investidor (incluindo suas controladas consolidadas) e a coligada ou o empreendimento controlado em conjunto devem ser reconhecidos nas demonst rações contábeis do investidor somente na extensão da participação de outros investidores sobre essa coligada ou empreendimento controlado em conjunto, desde que esses outros investidores sejam partes independentes do grupo econômico a que pertence a investidora. As transações ascendentes são, por exemplo, vendas de ativos da coligada ou do empreendimento controlado em conjunto para o investidor. As transações descendentes são, por exemplo, vendas de ativos do investidor para a coligada ou para o empreendimento controlado em conjunto. A participação do investidor nos resultados resultantes dessas transações deve ser eliminada. 28A. Os resultados decorrentes de transações descendentes (downstream) entre a controladora e a controlada não devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis individuais da controladora enquanto os ativos transacionados estiverem no balanço de adquirente pertencente ao mesmo Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 21 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 grupo econômico. O disposto neste item deve ser aplicado inclusive quando a controladora for, por sua vez, controlada de outra entidade do mesmo grupo econômico. 28B. Os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) entre a controlada e a controladora e de transações entre as controladas do mesmo grupo econômico devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis da vendedora, mas não devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis individuais da controladora enquanto os ativos transacionados estiverem no balanço de adquirente pertencente ao grupo econômico.___________________ Esta é a principal alteração ocorrida no método da equivalência patrimonial. Vamos entender melhor o que foi alterado. O pronunciamento menciona transações ascendentes (upstream) e descendentes (downstream). Transações ascendentes = upstream = a investida vende para a investidora. Transações descendentes = downstream = a investidora vende para a investida. Pelo Pronunciamento, os lucros não realizados nas transações, seja de venda da investida para a investidora, seja de venda da investidora para a investida, são eliminados para o calculo do valor do investimento no balanço individual da investidora. Anteriormente, apenas os lucros não realizados decorrentes de venda da investida para a investidora eram eliminados. Como essa alteração é importante, vamos explicar melhor. Quando a Investida vende ativos com lucro para a investidora, o lucro fica contabilizado no PL da investida, o qual vai servir de base para o cálculo da equivalência patrimonial. Portanto, o PL da Investida era ajustado, diminuindo- se os lucros não realizados, para o cálculo da equivalência Patrimonial. Mas, no caso de venda de Investidora para a Investida, o lucro fica no PL da investidora. Não há efeito no PL ou no resultado da investida, que será a base para a equivalência patrimonial. Estes resultados não realizados não eram ajustados no balanço individual da investidora. Agora, com as alterações da contabilidade, devem ser ajustados. A justificativa técnica é que, no caso de venda de ativo com lucro da Investidora para a investida, a não eliminação dos lucros não realizados distorce o valor das demonstrações individuais da Investidora. Com efeito, sem tal eliminação, o balanço da investidora estará demonstrando lucros não realizados, que ainda estão no estoque da investida. Deve ser considerado Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 22 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 realizado apenas o resultado referente à participação de terceiros; o lucro referente à participação da investidora deve ser ajustado. Conforme os itens 28A. e 28B acima, há uma diferença no balanço individual, da seguinte forma: Venda da Investidora para a Investida: ---- Balanço individual da Investidora: elimina os lucros não realizados. Venda da Investida para a Investidora: ---- Balanço individual da Investidora: elimina os lucros não realizados. ---- Balanço individual da Investida: não elimina os lucros não realizados, ou seja, o balanço individual da investida reconhece os lucros não realizados nas transações intragrupo. Esse assunto foi melhor detalhado na Interpretação Técnica ICPC 09 - Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial , confira: Lucros não realizados em operações com coligada 48. Os Pronunciamentos Técnicos CPC 18 - Investimento em Coligada e em Controlada, CPC 19 - Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) e CPC 36- Demonstrações Consolidadas tratam de lucros não realizados entre entidades investidora e investidas ou entre investidas diretas ou indiretas de uma mesma investidora. 49. Nas operações de vendas de ativos de uma investidora para uma coligada (downstream), são considerados lucros não realizados, na proporção da participação da investidora na coligada, aqueles obtidos em operações de ativos que, à época das demonstrações contábeis, ainda permaneçam na coligada. Por definição, essa coligada deve ter um controlador que não seja essa investidora a fim de que sobre a investidora e a coligada possa existir apenas relação de significativa influência e não de controle, e para que ambas não sejam consideradas sob controle comum. Equiparam-se a venda, para fins de lucro não realizado, os aportes de ativos para integralização de capital na investida. 50. Dessa forma, na venda da investidora para a coligada, deve ser considerada realizada, na investidora, a parcela do lucro proporcional à participação dos demais sócios na coligada que sejam partes independentes da investidora ou dos controladores da investidora. Afinal, a operação de venda se dá entre partes independentes, por ter a coligada um controlador diferente do controlador da investidora. Esses procedimentos também devem ser aplicados para o caso de coligada e/ou investidora sem sócio controlador. Por exemplo, um ativo com valor contábil de $ 1.000.000 é vendido pela empresa A por $ Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 23 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 1.400.000 para a coligada B, na qual A participa com 20% do capital votante. O tributo sobre esse lucro é de $ 150.000, de forma que o resultado da investidora está afetado pelo valor líquido de $ 250.000. Ao vender à coligada, é como se estivesse vendendo com lucro apenas na parte da venda aos detentores que têm 80% do capital votante de B. A empresa A não deve considerar realizada a parcela relativa à sua própria participação, ou seja, 20% de $250.000 = $ 50.000. 50A. O lucro não realizado, na forma do exposto no item 50, deverá ser reconhecido à medida que o ativo for vendido para terceiros, for depreciado, sofrer impairment ou sofrer baixa por qualquer outro motivo. 51. A operação de venda deve ser registrada normalmente pela investidora e o não reconhecimento do lucro não realizado se dá pela eliminação, no resultado individual da investidora (e se for o caso no resultado consolidado), da parcela não realizada e pelo seu registro a crédito da conta de investimento, até sua efetiva realização pela baixa do ativo na coligada. No exemplo do item 50, debita-se o resultado e credita-se a conta retificadora do investimento em B pelos $ 50.000 de lucro não realizado. Não devem ser eliminadas na demonstração do resultado da investidora as parcelas da venda, custo da mercadoria ou produto vendido, tributos e outros itens aplicáveis, já que a operação como um todo se dá com genuínos terceiros, ficando como não realizada apenas a parcela devida do lucro. Devem ser reconhecidos, quando aplicável, conforme Pronunciamento Técnico CPC 32 - Tributos sobre o Lucro, os tributos diferidos. 52. Na investidora, em suas demonstrações individuais e, se for o caso, nas consolidadas, a eliminação de que trata o item 51 se dá em linha logo após o resultado da equivalência patrimonial (suponha-se de $ 500.000, para fins de exemplo), com destaque na própria demonstração do resultado ou em nota explicativa. Exemplo: Resultado da equivalência patrimonial sobre investimentos em coligadas, controladas e joint ventures.....................$ 500.000 (-)Lucro não realizado em operações com coligadas... $ (50.000) $450.000 53. Nas operações de venda da coligada para a investidora, os lucros não realizados por operação de ativos ainda em poder da investidora ou de suas controladas devem ser eliminados da seguinte forma: do valor da equivalência patrimonial calculada sobre o lucro líquido da investida é deduzida a integralidade do lucro que for considerado como não realizado pela investidora. Por exemplo, a coligada D obteve um lucro líquido de $ 800.000, dentro dos quais estão $ 300.000 de lucro (já líquido do tributo sobre o resultado) de uma Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 24 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 operação de venda para a investidora C de bem que ainda está no ativo de C. Essa investidora possui 30% de D. Assim, a investidora C não deve reconhecer a parte que lhe caberia de 30% sobre o lucro de $ 300.000 da operação entre a coligada e ela, por não estar realizado, aplicando a equivalência de 30% sobre o restante do lucro líquido de C, ou seja, 30% x ($ 800.000 - $ 300.000) = $ 150.000. Os demais $ 90.000 (30% x $ 300.000) serão reconhecidos por C à medida da realização do ativo em questão, conforme exposto no item 50A. 54. A existência de transações com ativos que gerem prejuízos é, normalmente, evidência de necessidade de reconhecimento de Impairment conforme Pronunciamento Técnico CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos, o que pode levar à não eliminação da figura desse prejuízo. Afinal, se caracterizada a perda por não recuperabilidade de parte do ativo, deverá essa perda ser reconhecida, conforme o Pronunciamento Técnico CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos, antes da operação de venda, mesmo que somente para fins do cálculo da equivalência patrimonial pela investidora quando o ativo estiver na coligada. Esse conceito deve ser aplicado também para as operações com controlada e com joint venture.____________________ Ufa! Acabou...a leitura dos pronunciamentos é um tanto árida, mas é necessária para enfrentar as questões de literalidade. Façamos agora um Resumo das alterações: 1) Devem ser eliminados os lucros não realizados resultante de venda da coligada para a investidora OU da investidora para a coligada, para a equivalência patrimonial. 2) Deve ser eliminado apenas o lucro referente à participação da empresa investidora; o lucro referente à participação de terceiros é considerado realizado. 3) Venda da investidora para a coligada: O lucro não realizado é eliminado na linha de resultado de equivalência patrimonial : Resultado de equivalência patrimonial sobre investimentos em coligadas, controladas e joint ventures..........................$ 500.000 (-)Lucro não realizado em operações com coligadas....($ 50.000) $ 450.000 OBS: No balanço de publicação, normalmente o investimento fica demonstrado já pelo líquido: D - Investimento em coligadas- equiv. Patr $ 450.000 Mas deve ser controlado em subcontas o valor do investimento ajustado pela equivalência patrimonial e o valor do ajuste dos lucros não realizados: Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 25 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 D - Investimento em coligadas- equiv. Patr...............$ 500.000 C - Lucro não realizado em operações com coligadas....($ 50.000) $ 450.000 4) Venda da coligada para a investidora: o lucro não realizado é deduzido da equivalência patrimonial e não é reconhecido no balanço individual da investidora, mas é reconhecido no balanço individual da investida. 5) Outra alteração: Prejuízos não realizados. Antes, os prejuízos não realizados não eram ajustados, para efeito da equivalência patrimonial. Atualmente, deve ser verificado se há indícios deperda por recuperabilidade, para definir se os prejuízos não realizados serão eliminados ou não. Explicando melhor: Uma empresa pode ter uma máquina contabilizada pelo valor líquido de $ 20.000, que vale, no mercado, $15.000. Se o valor de uso de tal máquina (ou seja, o que ela vai gerar de caixa futuro trazido a valor presente - veja o capítulo de recuperabilidade) for inferior a $15.000, a empresa já deveria ter reconhecido uma perda por impairment no valor de $5.000. Portanto, se vendê-la para uma empresa do próprio grupo pelo valor de mercado ($ 15.000), reconhece um prejuízo que já deveria ter sido reconhecido anteriormente. Dessa forma, não há prejuízo não realizado. A diferença entre o valor contábil e o valor de mercado já deveria ter sido reconhecido; se a venda fosse realizada pelo valor contábil ($20.000), a compradora iria reconhecer uma perda por impairment assim que realizasse o primeiro teste de recuperabilidade. Mas vamos supor que o valor de uso da máquina fosse de $30.000. Nesse caso, não haveria perda por impairment e o prejuízo não realizado apurado na venda deve ser eliminado, para cálculo da equivalência patrimonial. Para o grupo, não há impairment ou perda, apenas a transferência da máquina "de um bolso para o outro".(obs: o exemplo acima foi baseado no "Manual de Contabilidade Societária", Fipecafi, Sérgio de Iudícibus e outros, Editora Atlas, 1a. Edição). 6) O valor do resultado não realizado já deve estar líquido dos tributos incidentes sobre o lucro, vale dizer, imposto de renda e contribuição social. Exemplos: 1) A Investidora A vendeu para a sua coligada B estoques com lucro de 10.000, os quais não foram vendidos a terceiros. O lucro total da coligada B foi de 100.000, e a participação da Investidora A é de 40%. Calcule o valor da equivalência patrimonial e indique a sua contabilização. (Obs: para efeito didático, desconsidere qualquer tributo). Equivalência Patrimonial: Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 26 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Cálculo: Lucro B (-) Lucro não realizado sub total (x) participação A 40% (=) valor da equivalência Outra forma de cálculo: Lucro B (x) participação A 40% sub total (-) parte de A nos lucros (10000 x 40%) (=) valor da equivalência 100.000 -10.000 90.000 x 40% 36.000 100.000 x 40% 40.000 não realizados -4.000 36.000 Contabilização no balanço individual da Investidora: D - Investimentos em coligadas - equivalência patrimonial (Ativo) 40.000 C - Investimentos em coligadas - Lucro a apropriar (retificadora) (4.000) C - Resultado de equivalência patrimonial (resultado) 40.000 D - Lucro não realizado em operações com coligadas(resultado) (4.000) Na operação de venda da investidora para a investida acima, foi considerado lucro não realizado apenas a participação da Investidora A (10.000 x 40% = 4.000), conforme o item 49 do ICPC 09. Na contabilização do lucro não realizado (4.000), retificamos (reduzimos) a receita de equivalência patrimonial, com contrapartida a crédito de Investimento, conforme os itens 51 e 52 do ICPC 09. 2) A coligada B vendeu para a sua investidora A estoques com lucro de 10.000, os quais não foram vendidos a terceiros. O lucro total da coligada B foi de 100.000, e a participação da Investidora A é de 40%. Calcule o valor da equivalência patrimonial e indique a sua contabilização. (Obs: para efeito didático, desconsidere qualquer tributo). Cálculo: idênticos aos apresentados no exemplo 1. Aqui, só vai mudar a contabilização. A investida já calcula o valor da equivalência patrimonial líquido dos lucros não realizados: D - Investimentos em coligadas - equivalência patrimonial (Ativo) 36.000 C - Resultado de equivalência patrimonial (resultado) 36.000 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 27 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Vamos ver, abaixo, como fica a equivalência patrimonial no caso de lucros não realizados em operações com controladas: Texto da INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 09 (R1) Lucros não realizados em operações entre controladora e controlada e entre controladas 55. Nas operações com controladas, os lucros não realizados devem ser totalmente eliminados nas operações de venda da controladora para a controlada. São considerados não realizados os lucros contidos no ativo de qualquer entidade pertencente ao mesmo grupo econômico, não necessariamente na controlada para a qual a controladora tenha feito a operação original. 55A. Deve ser aplicado o item 55 quando a controladora for, por sua vez, controlada de outra entidade do mesmo grupo econômico. Por exemplo, a controladora E controla F que, por sua vez, controla G; F deve eliminar totalmente qualquer lucro não realizado ao vender um bem para G, por ser controladora de G. 55B. Nas demonstrações individuais, quando de operações de venda de ativos da controladora para suas controladas (downstream), a eliminação do lucro não realizado deve ser feita no resultado individual da controladora, deduzindo-se cem por cento do lucro contido no ativo ainda em poder do grupo econômico, em contrapartida da conta de investimento (como se fosse uma devolução de parte desse investimento), até sua efetiva realização pela baixa do ativo na(s) controlada(s). 55C. A eliminação de que trata o item 55B na demonstração do resultado deve ser feita em linha logo após o resultado da equivalência patrimonial, com destaque na própria demonstração do resultado ou em nota explicativa, conforme item 52. Podem ser eliminadas na demonstração do resultado da controladora as parcelas da venda, custo da mercadoria ou produto vendido, tributos e outros itens aplicáveis, já que a operação como um todo não se dá com genuínos terceiros. Se não eliminados, esses valores devem ser evidenciados na própria demonstração do resultado ou em notas explicativas. 56. Nas operações de venda da controlada para a controladora (upstream) ou para outras controladas do mesmo grupo econômico, o lucro deve ser reconhecido na vendedora normalmente. No caso das coligadas e joint ventures, adota-se o mesmo procedimento. 56A. Nas demonstrações individuais da controladora, quando de operações de venda de ativos da controlada para a controladora ou entre controladas, o cálculo da equivalência patrimonial deve ser feito deduzindo-se, do patrimônio líquido da controlada, cem por cento do lucro contido no ativo ainda em poder Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 28 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 do grupo econômico. Com isso, a controladora deve registrar como resultado valor nulo, não tendo, por isso, afetação no seu resultado e no seu patrimônio líquido como decorrência do resultado reconhecido pela controlada.__________ Portanto, no caso de resultado não realizado entre empresas controladas, temos: 1) Devem ser eliminados os resultados não realizados tanto das vendas da controlada para a controladora, como das vendas da controladora para a controlada, no balanço individual da controladora e na equivalência patrimonial. 2) Não eliminamos só o valor referente à participação da controladora; deve ser eliminado cem por cento do valor do lucro não realizado. Exemplos: 1) A Controlada B vendeu para a sua controladora A estoques com lucro de 10.000, os quais não foram vendidos a terceiros. O lucro total da controladaB foi de 100.000, e a participação da Controladora A é de 70%. Calcule o valor da equivalência patrimonial e indique a sua contabilização. (Obs: para efeito didático, desconsidere qualquer tributo). No balanço individual, a controlada reconhece normalmente o lucro ainda não realizado. Mas, no cálculo da equivalência patrimonial, o lucro não realizado é totalmente deduzido. (Lembramos que, no caso de coligadas, só deduzimos a participação da investidora; no caso de controladas, deduzimos 100% do lucro não realizado, ainda que a participação da controladora menos que 100%). Cálculo: Lucro B 100.000 x (x) participação A 70% 70% Sub-total 70.000 (-) 100% do lucro não realizado -10.000 (=) valor da equivalência 60.000 Lançamento na Controladora A: Pela equivalência patrimonial: D - Investimentos - controlada B(Ativo) 60.000 C - Resultado da Equivalência Patrimonial (resultado) 60.000 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 29 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 2) A Controladora A vendeu para a sua controlada B estoques por 30.000, com lucro de 10.000, os quais não foram vendidos a terceiros. O lucro total da coligada B foi de 100.000, e a participação da Controladora A é de 70%. Calcule o valor da equivalência patrimonial e indique a sua contabilização. (Obs: para efeito didático, desconsidere qualquer tributo). Equivalência Patrimonial: Lucro B 100.000 (x) participação A 70% x 70% Sub-total 70.000 (-) 100% do lucro não realizado -10.000 (=) valor da equivalência 60.000 Compare esse cálculo com o realizado acima, para vendas entre empresas coligadas. A diferença de tratamento é justificada pelo fato de que, nas vendas a coligadas, a transação ocorre, na maior parte, com terceiros. Portanto, ajustamos apenas a participação da investidora. Mas, nas transações entre empresas controladas, o que ocorre é uma venda da empresa para ela mesma. Portanto, ajustamos 100% do lucro não realizado, mesmo que a participação da controladora seja menor. Conforme o "Manual de Contabilidade Societária", de Sérgio de Iudícibus e outros, pg. 185: "O procedimento contábil, nesse caso, é o seguinte: a controladora debita seu resultado para eliminar o lucro na transação, e credita uma conta retificadora de investimento (equivalência patrimonial) que assim permanece até a realização final do resultado mediante venda efetiva do ativo para terceiros. Poderia, também, na controladora, a conta de lucro diferido ficar no passivo não circulante, (...) mas as normas internacionais preferem a alternativa de reduzir o valor da equivalência patrimonial sobre a controlada. Essa preferência está baseada no fato de se entender que é como se, ao vender com "lucro" para a controlada, e esta não houver ainda vendido para terceiros, estivesse a controladora na realidade recebendo de volta uma parte de seu investimento na controlada. A contabilização completa no balanço individual da controladora fica assim: Pela equivalência patrimonial: D - Investimento em controladas (ativo) 70.000 C - Resultado da equivalência patrimonial (resultado) 70.000 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 30 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Pela eliminação dos lucros não realizados: D - Receita de vendas (Resultado) 30.000 C - Custo Produto Vendido (Resultado) 20.000 C - Lucros a apropriar (retificadora de investimentos - ativo) 10.000 A contabilização acima é equivalente a: D - Lucros não Realizados (Resultado) 10.000 C - Lucros a apropriar (retificadora de investimentos - ativo) 10.000 Mas a controladora deve eliminar, da sua demonstração do resultado, as parcelas da venda, custo da mercadoria ou produto vendido, tributos e outros itens aplicáveis. A conta "Lucros a Apropriar" fica, na Controladora, como redutora da equivalência patrimonial. E, conforme a controlada venda os ativos para terceiros, a controladora vai transferindo tal valor para resultado. Por exemplo, se no mês seguinte a controlada já vendeu metade do estoque para terceiros, a controladora efetua o seguinte lançamento: D - Lucros a apropriar (retificadora de investimentos - ativo) 5.000 D - Custo Produto Vendido (Resultado) 10.000 C - Receita de vendas (Resultado) 15.000 Texto da INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 09 Lucros não realizados em operações com controlada em conjunto (joint venture) 57. Nas operações de venda de ativos da investidora para a controlada em conjunto, o investidor considera como lucro realizado apenas a parcela relativa à participação dos demais investidores na controlada em conjunto, que são terceiros independentes, como no caso da operação com coligada (itens 48 a 53 desta Interpretação). 58. Nas operações de venda de ativos da controlada em conjunto para a investidora (upstream), a investidora deve considerar a sua participação sobre esse lucro na joint venture como não realizado, como no caso da operação com coligada (itens 48 a 53 desta Interpretação). 59. Nas operações de venda de bens da controlada em conjunto para os demais investidores, partes independentes da investidora, não há lucro não realizado sob a ótica da entidade investidora. Comentários: Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 31 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 No caso de lucros não realizados em operações com controlada em conjunto (joint venture), a eliminação é idêntica à de coligadas, ou seja, eliminamos apenas a parcela referente à participação da investidora. Veja exemplos de cálculo e contabilização acima, quando tratamos de Coligadas. Demonstrações Contábeis para aplicação do método da Equivalência Patrimonial Texto do Pronunciamento 33. Deve ser utilizada a demonstração contábil mais recente da coligada, da controlada ou do empreendimento controlado em conjunto para aplicação do método da equivalência patrimonial. Quando o término do exercício social do investidor for diferente daquele da investida, esta deve elaborar, para utilização por parte do investidor, demonstrações contábeis na mesma data das demonstrações do investidor, a menos que isso seja impraticável. 34. De acordo com o disposto no item 33, quando as demonstrações contábeis da investida utilizadas para aplicação do método da equivalência patrimonial forem de data diferente da data usada pelo investidor, ajustes pertinentes devem ser feitos em decorrência dos efeitos de transações e eventos significativos que ocorrerem entre aquela data e a data das demonstrações contábeis do investidor. Independentemente disso, a defasagem máxima entre as datas de encerramento das demonstrações da investida e do investidor não deve ser superior a dois meses. A duração dos períodos abrangidos nas demonstrações contábeis e qualquer diferença entre as respectivas datas de encerramento devem ser as mesmas de um período para outro. 35. As demonstrações contábeis do investidor devem ser elaboradas utilizando práticas contábeis uniformes para eventos e transações de mesma natureza em circunstâncias semelhantes. 36. Se a investida utilizar práticas contábeis diferentes daquelas adotadas pelo investidor em eventos e transações de mesma natureza em circunstâncias semelhantes, devem ser efetuados ajustes necessários para adequar as demonstrações contábeis da investida às práticas contábeis do investidor quando da utilização destas para aplicação do método da equivalênciapatrimonial.______________________________________________________ Comentário: Os pontos principais são: — As demonstrações da coligada/controlada devem ser da mesma data que da investidora, sendo aceitável uma defasagem de 2 meses (60 dias). Nesse caso, serão feitos ajustes, se necessário, em decorrência de eventos relevantes Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 32 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 entre o fechamento das demonstrações contábeis e a data da aplicação da equivalência patrimonial. --- As demonstrações devem ser elaboradas com as mesmas políticas e critérios contábeis. --- A duração dos períodos abrangidos nas demonstrações contábeis deve ser igual. Ou seja, as demonstrações da investidora podem ser, por exemplo, de janeiro a dezembro de X1 e as da coligada de novembro / X0 a outubro / X1, mas ambas devem ter a mesma duração (no caso, 12 meses). Não seria aceitável que a investida apresentasse demonstrações abrangendo o período de novembro/X0 a dezembro / X1 (14 meses). Equivalência Patrimonial dos prejuízos apurados pela coligada/controlada 38. Quando a participação do investidor nos prejuízos do período da coligada ou do empreendimento controlado em conjunto se igualar ou exceder o saldo contábil de sua participação na investida, o investidor deve descontinuar o reconhecimento de sua participação em perdas futuras. A participação na investida deve ser o valor contábil do investimento nessa investida, avaliado pelo método da equivalência patrimonial, juntamente com alguma participação de longo prazo que, em essência, constitui parte do investimento líquido total do investidor na investida. Por exemplo, um componente, cuja liquidação não está planejada, nem tampouco é provável que ocorra num futuro previsível, é, em essência, uma extensão do investimento da entidade naquela investida. Tais componentes podem incluir ações preferenciais, bem como recebíveis ou empréstimos de longo prazo, porém não incluem componentes como recebíveis ou exigíveis de natureza comercial ou quaisquer recebíveis de longo prazo para os quais existam garantias adequadas, tais como empréstimos garantidos. O prejuízo reconhecido pelo método da equivalência patrimonial que exceda o investimento em ações ordinárias do investidor deve ser aplicado aos demais componentes que constituem a participação do investidor na investida em ordem inversa de interesse residual - seniority (isto é prioridade na liquidação). 39. Após reduzir, até zero, o saldo contábil da participação do investidor, perdas adicionais devem ser consideradas, e um passivo deve ser reconhecido, somente na extensão em que o investidor tiver incorrido em obrigações legais ou construtivas (não formalizadas) ou tiver feito pagamentos em nome da investida. Se a investida subsequentemente apurar lucros, o investidor deve retomar o reconhecimento de sua participação nesses lucros somente após o ponto em que a parte que lhe cabe nesses lucros posteriores se igualar à sua participação nas perdas não reconhecidas. 39A. O disposto nos itens 38 e 39 não é aplicável a investimento em controlada no balanço individual da controladora, devendo ser observada a prática Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 33 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 contábil que produzir o mesmo resultado líquido e o mesmo patrimônio líquido para a controladora que são obtidos a partir das demonstrações consolidadas do grupo econômico, para atendimento ao requerido quanto aos atributos de relevância e de representação fidedigna (o que já inclui a primazia da essência sobre a forma), conforme dispõem o Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil - Financeiro e o Pronunciamento Técnico CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis.___________________________________________ Comentário: COLIGADAS: Os prejuízos na coligada devem parar de ser reconhecidos pela investidora, quando o valor da sua participação chegar a zero. Vamos a um exemplo numérico, para facilitar o entendimento: A Cia ABC adquiriu em 31/12/X1 uma participação de 40% na empresa XYZ, pagando o valor de R$ 80.000,00. Abaixo, o Balanço Patrimonial da investida em X1. 31/12/X1 Empresa XYZ Ativo Passivo Disponibilidades 40.000 Fornecedores 140.000 Clientes 60.000 Contas a pagar 60.000 Estoque 110.000 imobilizado 190.000 PL Capital Social 200.000 Total Ativo 400.000 Total Passivo + PL 400.000 Contabilização na Investidora Cia ABC: D - Investimento em coligadas 80.000 C - Disponibilidades 80.000 Durante o ano de X2, a Empresa XYZ apurou prejuízos de 300.000. Abaixo, o seu balanço em 31/12/X2: 31/12/X2 Empresa XYZ Ativo Passivo Disponibilidades 40.000 Fornecedores 240.000 Clientes 10.000 Contas a pagar 160.000 Estoque 60.000 imobilizado 190.000 PL Capital Social 200.000 Prejuízos acumulados -300.000 Total Ativo 300.000 Total Passivo + PL 300.000 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 34 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 Cálculo da equivalência patrimonial para a Investidora Cia ABC: Prejuízo do período da XYZ: (300.000) (x) participação da Cia ABC (40%): x 40% (=) valor da equivalência patrimonial: (120.000) Ocorre que o valor da participação da investidora é de $80.000. Assim, reconhecemos o prejuízo apurada na investida apenas até esse valor, zerando o investimento da Cia ABC: Contabilização da equivalência patrimonial na Cia ABC: D - Resultado (perda) com equivalência patrimonial: 80.000 C - Investimento em coligadas: 80.000 Após reduzir a zero o saldo contábil da participação do investidor, perdas adicionais são consideradas, e um passivo é reconhecido somente na extensão em que o investidor tenha incorrido em obrigações legais ou construtivas (não formalizadas) de fazer pagamentos por conta da coligada__________________ Ou seja, quando a participação do investidor chegar a zero, os prejuízos da coligada não são mais reconhecidos, a não ser que o investidor tenha a obrigação de fazer pagamentos pela coligada. Tais obrigações ocorrem quando a investidora assume compromissos da coligada, por questões legais ou de preservar a imagem do grupo, o que leva ao reconhecimento de perdas além do valor do investimento. Podemos citar como exemplo a cobertura de garantias, avais ou fianças concedidos, quando caracterizada a incapacidade de pagamentos pela coligada ou controlada. Vamos transcrever abaixo o artigo 12 da Instrução CVM 247/96, que explica melhor o reconhecimento do passivo: DAS PERDAS PERMANENTES EM INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Art. 12 - A investidora deverá constituir provisão para cobertura de: I - perdas efetivas, em virtude de: a) - eventos que resultarem em perdas não provisionadas pelas coligadas e controladas em suas demonstrações contábeis; ou b) responsabilidade formal ou operacional para cobertura de passivo a descoberto. II - perdas potenciais, estimadas em virtude de: Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa W W W .e S tra teg ia C O n C U rS O S .C O m .b r 35 de 93 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa - Aula 12 a) tendência de perecimento do investimento; b) elevado risco de paralisação de operações de
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