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T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 1 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA APELAÇÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. EXCLUDENTE DA CULPABILIDADE DE OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA NÃO CONFIGURADA. Réu suscita que estava obedecendo à ordem de seu superior hierárquico no momento do acidente. Excludente, no entanto, que não se sustenta na esfera do direito privado, tendo em vista que apenas a hierarquia no setor público pode implicar graves consequências ao subordinado. No caso, ainda, o réu não tinha carteira de habilitação, tampouco permissão para dirigir um veículo (trator). Foi, então, imprudente, na medida em que concordou que a vítima permanecesse sentada no para-lamas do trator, e negligente, por não observar os mínimos deveres objetivos de cuidado. FIXAÇÃO DA PENA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. O artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro prevê pena de detenção e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Incorreu em equívoco o juízo a quo ao aplicar a espécie reclusão à sanção cominada ao réu e, também, ao cumular pena de multa às sanções já impostas, em uma clara ofensa ao princípio da legalidade. Nesse caso, portanto, altera-se, de ofício, a pena, substituindo a reclusão por detenção e excluindo a multa das cominações impostas. RECURSO IMPROVIDO. PENA ALTERADA DE OFÍCIO. APELAÇÃO CRIME TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL Nº 70049311053 COMARCA DE SOBRADINHO MARCIO DE OLIVEIRA APELANTE MINISTERIO PUBLICO APELADO A CÓR DÃO Vistos, relatados e discutidos os autos. T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 2 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Acordam os Desembargadores integrantes da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, negar provimento ao recurso e, de ofício, alterar a pena, para excluir a multa da sanção imposta e fixar a detenção como espécie da pena privativa de liberdade a cumprir. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores DES. NEREU JOSÉ GIACOMOLLI (PRESIDENTE E REVISOR) E DES. JOÃO BATISTA MARQUES TOVO. Porto Alegre, 22 de novembro de 2012. DES. JAYME WEINGARTNER NETO, Relator. R E L AT ÓRI O DES. JAYME WEINGARTNER NETO (RELATOR) O MINISTÉRIO PÚBLICO ofereceu denúncia contra MÁRCIO DE OLIVEIRA como incurso nas sanções do artigo 302, “caput”, da Lei 9.503/97, pela prática do seguinte fato delituoso: “No dia 06 de fevereiro de 2008, pro volta das 14h, na localidade de Lagoa Bonita Baixada, em Lagoa Bonita do Sul, o denunciado, na direção de veículo automotor, trator Massey Fergunson, 275, chassi n.º c-70280051, vermelho, matou culposamente, JOSÉ ALBERI DA SILVA, o qual estava na carona no citado veículo. Na oportunidade, o denunciado trafegava com o trator referido, sendo que a vítima estava de carona, sentada junto ao paralama daquele. Na ocasião, o denunciado, percebendo a chegada de um automóvel Pálio e que a estrada era estreita (fotografias das fls. 29/31), de forma imperita e imprudente, realizou T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 3 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA manobra brusca (guinada), sendo que a vítima perdeu o equilíbrio e caiu do trator. Salienta-se que o denunciado foi imperito e imprudente uma vez que realizou manobra brusca na via pública, podendo ter parado o veículo ao invés de tentar manobra arriscada. Da queda e eventual passagem do maquinário sobre a vítima causaram-lhe hemorragia retropeitoral maçiça devido a fratura da bacia que resultou choque hemorrágico, causando a morte da vítima (auto de necropsia da fl. 10 do Inquérito Policial).” A denúncia foi recebida em 01 de dezembro de 2008 (fl. 50). Após regular instrução, sobreveio sentença de procedência da denúncia, condenado MÁRCIO DE OLIVEIRA por infração ao artigo 302 da Lei 9.503/97, sendo-lhe aplicada a pena de 02 (dois) anos e 08 (oito) meses de reclusão, em regime inicial aberto, a pena de proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, pelo período de 01 (um) ano, e a pena pecuniária de 10 (dez) dias-multa, à razão de 1/30 do salário mínimo vigente à época (fls. 200/207). Irresignado, o réu busca a reforma da decisão. Em razões, sustenta que cometeu o delito em razão de estar cumprindo ordens da própria vítima. Alega, ainda, a impossibilidade do cumprimento da prestação de serviços à comunidade, em virtude de estar sem condições para locomoção (fls. 213/219). Foram apresentadas contrarrazões ao recurso de apelação (fls. 235/239). Nesta instância, o Dr. Procurador de Justiça manifestou-se pelo conhecimento e improvimento do recurso (fls. 246/251v). É o relatório. V O TO S T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 4 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DES. JAYME WEINGARTNER NETO (RELATOR) 1. O recurso não merece prosperar. A materialidade e a autoria do delito estão devidamente comprovadas pelo Boletim de Ocorrência (fls. 06/07), pelo auto de necropsia (fl. 13), pelo laudo pericial (fls. 30/43) e pela certidão de óbito (fl. 12), bem como pela prova oral colhida ao longo da instrução criminal. Em que pese a defesa sustentar a versão de que o réu atuou obedecendo ao seu superior, essa hipótese de excludente da obediência hierárquica não merece prosperar. Com efeito, dispõe o artigo 22 do Código Penal que “se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem”. Nesse caso, sabe-se que o autor da ordem foi a própria vítima do acidente. Contudo, impõe-se analisar o dispositivo legal sob dois aspectos, quais sejam, a legalidade do fato e a esfera em que deve ser aplicado. Primeiro, ressalto a ilegalidade na origem da situação, pois, a teor do artigo 309 da Lei 9.503/97, dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida permissão ou Carteira Nacional de Habilitação, constitui infração: “Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano.” Segundo, saliento que só existe relação de subordinação hierárquica entre mandante e executor no âmbito do direito público, não havendo possibilidade de ingerência dessa excludente em relação de direito T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 5 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA privado, como no caso em apreço. Guilherme de Souza Nucci, a propósito, destaca a existência de relação de subordinação, para efeitos penais, somente na esfera pública, utilizando o argumento de que, nesse ramo, o desrespeito à ordem de um superior pode acarretar graves consequências. “(...) relação de subordinação hierárquica entre o mandante e o executor, em direito público. Não há possibilidade de se sustentar a excludente na esfera do direito privado, tendo em vista que somente a hierarquia no setor públicopode trazer graves consequências para o subordinado que desrespeita seu superior (no campo militar, até a prisão disciplinar pode ser utilizada pelo superior, quando não configurar crime: COM, art. 163: “Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução: Pena – detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave (...)”1 Nesse sentido, também, a jurisprudência deste Tribunal: “APELAÇÃO CRIME. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO E CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA. FURTO QUALIFICADO PELA FRAUDE E PELO CONCURSO DE AGENTES. COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME. 1º FATO (Furto duplamente qualificado). PROVA. CONDENAÇÃO MANTIDA (...) A materialidade e a autoria restaram suficientemente comprovadas pela prova produzida nos autos. O réu disse que teria registrado o boletim de ocorrência, afirmando ter ocorrido um assalto, em obediência às ordens de seu empregador, entretanto isto não configura a excludente de culpabilidade de obediência hierárquica, por se tratar de vínculo empregatício privado, além de inexistir ilegalidade na conduta de seu empregador. A conduta do réu deu origem a uma investigação policial acerca do um roubo que não existiu. (...) APELO DA DEFESA PARCIALMENTE PROVIDO.” (Apelação Crime Nº 70036086080, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de 1 NUCCI, Guilherme de Souza. In Manual de Direito Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 320. T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 6 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Justiça do RS, Relator: Isabel de Borba Lucas, Julgado em 30/03/2011) Além disso, mesmo que se admitisse uma suposta relação hierárquica nesse caso, as testemunhas não souberam informar quem, na ausência do administrador das terras, ocuparia o mais alto “cargo”. Laérson Conti, assim depôs (fl. 174v): “(...) Defesa: Se o depoente sabe quem administra as terras lá? Testemunha: O Adriano. Defesa: Se o Adriano não estava lá, quem determinava na época? Testemunha: Mas nem sei (...)” Claudete Maria Haas Vieira, na mesma linha do depoimento acima, assim informou em juízo (fl. 175): “(...) Defesa: A senhora sabe dizer se na ausência de Adriano, quem mandava lá? “Testemunha: Não sei (...)” Assim, não há que falar, tampouco, de coação moral irresistível (cuja prova cabal, aliás, seria ônus do apelante). Reparo que, rigorosamente, sequer em termos de direito civil haveria elementos para concluir por defeito de negócio jurídico, bastando conferir a dicção do artigo 151 do Código Civil – fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Afasto, pois, a excludente da culpabilidade arguida pela defesa e mantenho a sentença que condenou o réu por homicídio culposo na direção de veículo automotor, pois bem fundamentada. Para tanto, adoto os argumentos lançados na decisão de primeiro grau (fl.204): T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 7 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA “Já feitas as considerações acerca das modalidades da culpa – imprudência, negligência e imperícia – ressalto que, de acordo com as provas trazidas aos autos, fica claro que o réu agiu com culpa, ao dar causa à morte da vítima, pois foi imprudente, na medida em que concordou que a vítima o acompanhasse sentado no para-lamas, local completamente inseguro. Também foi negligente ao não observar os deveres objetivos de cuidado, necessários para conduzir um veículo automotor, mormente quando o deslocamento ocorre em estrada estreita e com curvas, conforme se verifica nas fls. 32/34, onde a atenção e a diligência devem ser redobradas.” 2. Quanto à fixação da pena, adoto o entendimento no sentido de que a pena-base deve ser fixada no mínimo legal apenas quando todas as circunstâncias judiciais forem favoráveis ao acusado. Existindo circunstância desfavorável, a pena pode ser elevada até o limite do termo médio entre a pena mínima e a máxima. Contudo, tenho que esse parâmetro não é fixo nem exato, é apenas referencial – um formulismo preciso, matemático, neste sentido, seria, além de impossível, inconveniente. A aferição das circunstâncias judiciais do artigo 59 do CP é um exercício de discricionariedade motivada e depende da sensibilidade jurídica e social do julgador, em observância ao princípio da individualização da pena (CF, artigo 5º, XLVI). Alinhados à tese mencionada, colaciono os seguintes julgados: “HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PENA- BASE. CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL. VALORAÇÃO NEGATIVA DOS ANTECEDENTES. EXASPERAÇÃO ACIMA DO MÍNIMO JUSTIFICADA. EXISTÊNCIA DE SEIS CONDENAÇÕES ANTERIORES. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA E IDÔNEA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. 1. Sendo os antecedentes circunstância judicial desfavorável ao condenado e constatando-se que T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 8 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA registra em sua folha de antecedentes criminais nada menos do que seis outras condenações anteriores, muitas por crimes graves, não há o que se falar em coação ilegal na fixação da reprimenda básica em 1/2 (metade) acima do mínimo para o tipo penal violado, pois apontados clara e precisamente os motivos que ensejaram o aumento no patamar estabelecido. 2. A ponderação das circunstâncias do art. 59 do Código Penal não é uma operação aritmética, em que se dá pesos absolutos a cada uma delas, a serem extraídas de cálculo matemático levando-se em conta as penas máxima e mínima cominadas ao delito cometido pelo agente, mas sim um exercício de discricionariedade vinculada. [...] 3. Ordem denegada” (STJ, HC 196915/SP, Min. Jorge Mussi, 5ª T., j. em 02/08/12). “APELAÇÃO CRIME. ESTELIONATO. PROVA.PENA. VETORIAIS DO ART. 59 DO CP. CULPABILIDADE, PERSONALIDADE E ANTECEDENTES. 1- [...] Havendo uma circunstância judicial desfavorável, a pena deve se afastar do mínimo legal. Contudo, o aumento deve respeitar - e guardar proporção - com o limite do termo médio, o qual é alcançado somente quando todas as circunstâncias forem negativas. Desrespeitado o aumento proporcional (de acordo com o número de circunstâncias judiciais negativas) ao limite imposto pelo termo médio, a pena-base deve ser alterada. Penas privativa de liberdade e de multa reduzidas. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.” (Apelação Crime Nº 70043049857, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Francesco Conti, Julgado em 01/08/2012) No caso, a pena-base restou definida em seu grau mínimo, haja vista a inexistência de circunstâncias majorantes negativas. A pena foi atenuada em virtude da confissão espontânea. Houve uma causa de aumento (1/3) em razão do disposto no inciso I do parágrafo único do artigo 302 do CTB, totalizando a pena 02 (dois) anos e 08 (oito) meses de reclusão, em regime inicial aberto. T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 9 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA A pena privativa de liberdade, uma vez presentes os requisitos do artigo 44 do Código Penal, foi substituída por duas restritivas de direitos, quais sejam, prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária. O réu,ainda, restou proibido de obter, pelo período de um ano, permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor. Foi fixado multa no valor de 10 dias-multa, à razão de 1/30 do salário mínimo vigente ao tempo do fato. A defesa postula o não-cumprimento da pena restritiva de direitos consistente na prestação de serviços à comunidade, suscitando que, em razão de complicações médicas, o réu está impossibilitado de cumpri-la. Tenho, no entanto, que o cumprimento dos serviços à comunidade deve se dar na medida da capacidade do réu, não podendo ele se eximir da execução da pena. Além disso, entendo que a viabilidade da execução da pena deverá ser aferida no próprio Juízo de Execução. Ademais, ainda que não tenha sido objeto do presente recurso, após análise da sentença, percebo equívoco do Magistrado ao cumular pena de multa com pena restritiva de direitos e com proibição de obter permissão ou carteira de habilitação. O artigo 302 do CTB expressa, claramente, o dever, tão somente, de se cumular a proibição/suspensão com a detenção. Não há previsão legal para a aplicação da pena de multa, sendo tal hipótese flagrante ofensa ao princípio da legalidade. Portanto, de ofício, reformo a sentença, para retirar a sanção correspondente à multa. Por outro lado, em respeito ao aludido princípio, altero, também, a espécie da pena privativa de liberdade de reclusão para detenção, embora a substituição por restritivas de direito, relevante em face de eventual conversão futura. CONCLUSÃO T R IB U NA L DE JU ST IÇ A RS JWN Nº 70049311053 2012/CRIME 10 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Voto, portanto, por negar provimento ao recurso e, de ofício, alterar a pena, para excluir a multa da sanção imposta e fixar a detenção como espécie da pena privativa de liberdade a cumprir. DES. NEREU JOSÉ GIACOMOLLI (PRESIDENTE E REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. JOÃO BATISTA MARQUES TOVO - De acordo com o(a) Relator(a). DES. NEREU JOSÉ GIACOMOLLI - Presidente - Apelação Crime nº 70049311053, Comarca de Sobradinho: "À UNANIMIDADE, NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO E, DE OFÍCIO, ALTERARAM A PENA, PARA EXCLUIR A MULTA DA SANÇÃO IMPOSTA E FIXAR A DETENÇÃO COMO ESPÉCIE DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE A CUMPRIR." Julgador(a) de 1º Grau: TAISE VELASQUEZ LOPES
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