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Direito Ambiental
Tema da aula: DANO AMBIENTAL
*
Dano ambiental na prática: relativização do conceito de propriedade e responsabilidade
a) 
A propriedade rural do fazendeiro Fernando foi invadida por seu inimigo Paulo que ateou fogo numa área remanescente de Mata Atlântica e despejou veneno no açude matando a fauna aquática. 
Exemplo de problemas envolvendo danos ambientais e sua forma de responsabilização
*
Dano ambiental na prática: relativização do conceito de propriedade e responsabilidade
B) 
Fernando pode abrir uma ação civil comum (reparação de danos) contra Paulo, exigindo indenização pelo dano material que ele sofreu (valor comercial da madeira e dos peixes, mais danos morais). 
Além disso, é possível a propositura de uma Ação Civil Pública para ressarcir o dano ambiental causado à coletividade pelo comportamento de Paulo (queimada da floresta, deterioração do recurso hídrico).
C) 
Por outro lado, no caso em que o agente poluidor fosse o próprio Fernando, para poder construir no seu terreno, por capricho ou negligência, a Ação Civil Pública se dirigiria contra ele mesmo, em virtude de Fernando não ser dono do valor ambiental dos ecossistemas existentes no seu terreno, sendo este bem ambiental difuso, pertencendo à toda coletividade.
*
Dano ambiental na prática: relativização do conceito de propriedade e responsabilidade
IMPORTANTE:  
O dano ambiental e a sua reparação NÃO devem ser vistos apenas quanto aos prejuízos causados ao proprietário do bem ambiental, mas também quanto aos prejuízos causados à coletividade. 
No caso anteriormente visto (c), o dano ambiental ocorreu em benefício do proprietário da terra que usando das prerrogativas que o direito de propriedade lhe assegura causou um impacto negativo ao solo. 
Apesar de ser o proprietário, sua relação de propriedade com os bens ambientais é limitada a não realização de atividade que cause danos ao meio ambiente e por isso surge o dever de reparação do dano ambiental causado. 
Em síntese, a apuração dos danos ambientais, na prática, levam em conta não somente os interesses do proprietário do bem ambiental atingido, mas sim, de toda a coletividade afetada.
*
Dano ambiental e sua natureza jurídica
DANO: 
lesão a um interesse juridicamente protegido, desde que essa lesão seja jurídica e socialmente relevante para o paradigma predominante num determinado período histórico. 
DANO AMBIENTAL 
→ o direito protege o meio ambiente (ex. art. 225 da CF) 
 contudo, nem toda alteração (prejudicial) ao ambiente do ponto de vista ecológico será considerado um dano jurídico (isso porque existe uma tolerância social à certas alterações). 
O direito é como um “filtro dos diversos aspectos econômicos, sociais e culturais que influenciam a definição do que será considerado dano ambiental em sentido jurídico” (Steigleder, 2003, p. 24).
*
Para refletir....
Dano ambiental e fator cultural........
*
*
Para refletir....
DANO AMBIENTAL E FATOR CULTURAL:
A sensibilidade humana em relação ao meio ambiente também está sujeita a interferência oriunda do enraizamento das tradições regionais, fragilizando-se, por esse motivo, em determinados locais ou regiões:
- farra do boi (SC), touradas (Espanha), rinhas de galo e de cães, etc.
- A diversidade de interferências influencia e prejudica a construção de um conceito único (universal) para o dano ambiental. 
O conceito de dano ambiental trata-se de um conceito inacabado, em constante construção. 
*
Para refletir....
“numa certa tomada de vista sociológica, parece claro que uma pessoa bem alimentada, com necessidades básicas atendidas e com tempo para o lazer, reage (em relação às questões ambientais) de um modo diferente daquele que nada ou pouco possui. Aqueles que não detém um mínimo patrimonial que lhes permita satisfazer as necessidades básicas da sobrevivência, tendem a se concentrar primeiro em alcançar este mínimo patrimonial para posteriormente ter um agir ambientalmente correto.É certo que esta proposição não é absoluta, mas, é uma tendência e se irradia do instinto básico de sobrevivência” (SILVA, José Robson da, 2002, p. 35).
Vocês concordam com esse raciocínio??? Por quê?
*
Espécies de danos ambientais (classificação)
2.1) DANO AMBIENTAL AUTÔNOMO ou DANO COLETIVO 
 Trata-se de um dano autônomo em relação aos danos impostos aos bens particulares 
 causado ao meio ambiente globalmente considerado em sua concepção difusa como patrimônio coletivo 
 ou seja  deve ser reparado independentemente dos danos individuais → essa reparação decorre da necessidade de se preservar a qualidade do ambiente
Subdivide-se em:
2.1.1- Dano ecológico puro
2.1.2- Dano ao meio ambiente artificial ou culturalmente concebido
2.2) DANO INDIVIDUAL AMBIENTAL ou DANO REFLEXO ou DANO EM RICOCHETE
 dano que atinge pessoas, individualmente consideradas, através de sua integridade moral e/ou de seu patrimônio em particular.
*
Dano ecológico puro 
No dano ecológico puro visa-se proteger a capacidade funcional ecológica e de aproveitamento humano dos recursos naturais. 
No dano aos elementos humanos do meio ambiente (individual) objetiva-se a proteção da qualidade de vida e do bem-estar do ser humano (não tem caráter ecológico). 
O dano ecológico puro será qualquer lesão que recaia exclusivamente sobre o patrimônio natural (a natureza em toda a sua plenitude) não abrangendo as lesões que recaiam sobre o patrimônio cultural, assim entendidas as paisagens e as construções humanas. 
Exemplos  danos a perturbação global – diminuição da camada de ozônio ou o aumento de CO2 na atmosfera, chuvas ácidas, problemas ambientais ocasionados pelo derramamento de óleo, perturbação do funcionamento dos ecossistemas, perda do patrimônio genético através da extinção de espécies, etc.
*
Dano ao meio ambiente artificial
- DANO AO MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL OU CULTURALMENTE CONCEBIDOS: 
São os danos aos elementos ambientais humanos (paisagens, patrimônio histórico, turístico, cultural, etc).  lembrar do art. 225 CF
Objetivo da tutela: 
resguardar valores humanos relacionados a estes bens  qualidade de vida e bem estar. 
Decorre do caráter unitário/integrado do meio ambiente. 
IMPORTANTE
 o caráter público do dano ambiental não implica, necessariamente, na titularidade estatal para a proteção do meio ambiente 
(o ideal é a titularidade coletiva).
*
Dano individual ambiental (reflexo / ricochete) 
Tem caráter pessoal, individual e privado  afeta interesses pessoais e patrimoniais dos indivíduos como conseqüência de uma lesão ambiental. 
Trata-se de um dano conectado com o meio ambiente, mas é, na verdade, um dano individual tradicional. 
Nele o meio ambiente é mero percurso causal do dano (enquanto que no dano ambiental autônomo o meio ambiente é o objeto do dano). 
ATENÇÃO: 
Trata-se do tipo de dano que inicialmente recebeu amparo normativo quanto a sua reparação, pois o dano ambiental autônomo enquanto fenômeno jurídico passou a ser tutelado somente recentemente
*
Importante: indenização do dano ambiental
O Judiciário vem reconhecendo a existência de uma autonomia entre os danos sofridos por particulares em seus patrimônios pessoais e os danos ambientais propriamente ditos, decorrentes da mesma causa. Exemplo 
“Dano contra o meio ambiente. Rompimento de tanque construído precariamente, ocasionando um derrame de lama fétida e poluentes. Irrelevância do fato de a empresa ré ter indenizado alguns proprietários, porque, indubitavelmente, não foram eles os únicos atingidos. Ação Civil Pública que, outrossim, não se confunde com uma ação qualquer de responsabilidade civil por danos causados a particulares” 
(Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Apelação cível 135.914-1, j. 18.02.1991)
*
Extensão da lesão decorrente do dano ambiental (extensão dos prejuízos)
Essa classificação servepara determinar em que medida essa categoria de dano atinge os interesses juridicamente tutelados 
Ou seja  determinar a extensão dos prejuízos sofridos
A) Dano ambiental material
B) Dano ambiental imaterial (dano ambiental extrapatrimonial ou dano moral ambiental)
		b.1) Danos sociais vinculados ao ambiente
		b.2) Lesão ao valor intrínseco do ambiente
*
Extensão da lesão decorrente do dano ambiental (extensão dos prejuízos)
Dano ambiental material
É o dano que atinge o patrimônio natural, os componentes ambientais humanos e os interesses pessoais e patrimoniais dos indivíduos 
 é um DANO CONCRETO
B) Dano ambiental imaterial 
(dano ambiental extrapatrimonial ou dano moral ambiental)
- Diz respeito à sensação de dor experimentada ou conceito equivalente; 
- Engloba todo prejuízo de ordem imaterial ou extrapatrimonial (afeta valores de ordem espiritual, ideal ou moral); 
- Extrapola a concepção meramente econômica da lesão; 
- Atinge interesses imateriais individuais e sociais ou coletivos (afeta valores sociais de ordem ética e cultural); 
*
Extensão da lesão decorrente do dano ambiental (extensão dos prejuízos)
B) Dano ambiental imaterial 
- Quanto aos valores sociais atingidos, corresponde ao novíssimo conceito de dano moral social, elaborado pela doutrina (brasileira, inclusive) e já acolhido em diversos precedentes jurisprudenciais e pela legislação brasileira (ver art. 1º LACP – Lei da Ação Civil Pública – Lei Federal n° 7.347/85); 
- Objetiva, sobretudo, proteger o direito fundamental ao meio ambiente sadio e equilibrado; 
- Sua demonstração costuma ser presumida de acordo com a gravidade da lesão.
*
Destinação dos recursos
Art. 13 – Lei nº 7.347/85 + Decreto 1.306/1994
Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.
A condenação em dinheiro, oriunda de Ação Civil Pública ou Ação Coletiva, que objetiva a tutela de direitos difusos e coletivos, serão revertidas para o Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), nos termos do decreto nº 1.306, de 9 de novembro de 1994. 
A indenização proveniente da condenação é depositada no Fundo e, posteriormente, repassada ao órgão responsável para a reconstituição dos bens lesados, como exposto nos artigos 1º e 7º do Decreto 1306/1994: 
*
Doutrina: Morato Leite
(foi o criador dessa tese sobre o dano extrapatrimonial coletivo)
“O dano extrapatrimonial ambiental não tem mais como elemento indispensável a dor em seu sentido moral de mágoa, pensar, aflição, sofrido pela pessoa física. 
A dor, na qual se formulou a teoria do dano moral individual, acabou abrindo espaço a outros valores que afetam negativamente a coletividade, como é o caso da lesão imaterial ambiental. 
A dor, em sua acepção coletiva, é ligada a um valor equiparado ao sentimento moral individual, mas não propriamente este, posto que concernente a um bem ambiental, indivisível, de interesse comum, solidário e relativo a um direito fundamental de toda coletividade. 
LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p. 299-300
*
Doutrina: Rui Stoco
“[...] não existe dano moral ao ambiente. Muito menos ofensa moral aos mares, aos rios, à Mata Atlântica ou mesmo agressão moral a uma coletividade ou a um grupo de pessoas não identificadas. 
A ofensa moral sempre se dirige à pessoa enquanto portadora de individualidade própria; de um vultus singular e único.
Os danos morais são ofensas aos direitos da personalidade, ou seja, àqueles direitos da pessoa sobre ela mesma. [...] 
Falar em “dano moral ambiental” é desvirtuar o objetivo da Magna Carta e tangenciar os princípios que informam a responsabilidade civil, pois o que se resguarda é o meio ambiente e não o dano causado à pessoa, individual ou coletivamente.”
STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 855-857.

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