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O Contrato no Código Civil de 2002 Introdução Desde os primórdios da sociedade, houve-se a necessidade de criação de regras para o convívio em sociedade. Basta observar que antes mesmo da criação de um Estado (sociedade politicamente organizada), algumas nações possuíam regras de convívio. Com o desenvolvimento humano, houve-se também a necessidade de aprimoramento nas regras em sociedade. Assim, as normas que tratavam apenas da liberdade individual de um cidadão não mais eram soberanas; regras patrimoniais surgiram. Daí nasceram os contratos. O Código Civil de 2002 O Código Civil de 2002, entrou em vigor em janeiro de 2003, um ano após sua publicação, revogando expressamente o Código Civil de 1916, e a Parte Primeira do Código Comercial. Antes de sua aprovação, teve uma longa tramitação no Congresso Nacional. O Código de 1916 era patrimonialista já o Código de 2002 de acordo com a constituição Federal, agora é existencialista. A igualdade hoje é desigualar os desiguais. Definição de Contrato: Contrato é um negócio jurídico bilateral que gera obrigações para ambas as partes, que convencionam, por consentimento recíproco, a dar, fazer ou não fazer alguma coisa, verificando, assim, a constituição, modificação ou extinção do vínculo patrimonial. Sendo assim, o Contrato é regido pela vontade das partes, podendo ser duas ou mais pessoas, e pelo principio da liberdade das formas, ou seja, o Contrato pode ser efetivado com pequenos gestos, como um aperto de mão, e o papel nada mais é do que um instrumento contratual. Função Social do Contrato “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. O contrato é instrumento a serviço da sociedade, e não é a sociedade que deve se submeter, de forma absoluta aos abusos dos que se valem do contrato para impor o seu poder. Contratos unilaterais: São aqueles em que somente uma das partes assume a obrigação. Ex: comodato, mútuo, doação. Contratos bilaterais ou sinalagmáticos: São aqueles em que ambas as partes assumem obrigações. Ex: compra e venda, locação. Classificação dos Contratos Classificação dos Contratos Contratos consensuais: São aqueles que se tornam perfeitos pelo simples consentimento das partes. Contratos reais: São aqueles que só se completam se, além do consentimento houver a entrega da coisa que lhe serve de objeto. Ex: depósito, doação, mútuo. Contratos gratuitos: São aqueles onde somente uma das partes é beneficiada. Ex: doação pura e simples. Contratos onerosos: São aqueles onde ambas as partes visam as vantagens correspondentes às respectivas prestações. Ex: locação, compra e venda. Contratos comutativos: São contratos onerosos em que as prestações de ambas as partes são certas. Cada uma das partes recebe, ou entende que recebe, uma contraprestação mais ou menos equivalente. Ex: compra e venda, locação. Contratos aleatórios: São contratos onerosos nos quais a prestação de uma ou de ambas as partes fica na dependência de um caso fortuito, de um risco. As partes se arriscam a uma contraprestação inexistente ou desproporcional. Ex: seguro, jogo, aposta Classificação dos Contratos Classificação dos Contratos Contratos solenes: São aqueles para os quais se exigem formalidades especiais e que dão ao ato um caráter solene. Ex: escrituras de compra e venda de imóvel. Contratos não solenes: São aqueles aos quais a lei não prescreve, para a sua celebração, forma especial. Ex: agência e distribuição. Contratos escritos: São aqueles que só podem ser contraídos mediante escritura pública ou particular. Ex: sociedade. Classificação dos Contratos Contratos verbais: São aqueles que podem ser celebrados por simples acordo verbal. Ex: sociedade em conta de participação, corretagem. Contratos paritários: São aqueles em que as partes estão em pé de igualdade, escolhendo o contratante e debatendo livremente as cláusulas. Ex: compra e venda, comissão, distribuição. Contratos de adesão: São aqueles em que um dos contratantes é obrigado a tratar nas condições que lhe são oferecidas e impostas pela outra parte, sem direito de discutir ou modificar cláusulas. Ex: contratos bancários, seguro. Classificação dos Contratos Contratos principais: São aqueles que existem por si só, sem dependência de outro. Ex: locação, mútuo. Contratos acessórios: São aqueles que acompanham o contrato principal e cuja finalidade é a segurança e a garantia da obrigação principal. Ex: fiança, penhor Contratos típicos e nominados: São aqueles tipificados na lei, que tem uma denominação específica em direito e regulamentação própria. Ex: compra e venda, troca, doação. Classificação dos Contratos Contratos atípicos e inominados: São aqueles resultantes de variadas combinações entre as partes, não tem denominação e nem regulamentação própria. Ex: todo e qualquer contrato desde que seja lícito. Contrato Fraudulento É todo aquele em que a manifestação plena da vontade das partes tem por fim prejudicar a terceiro. Contrato Ilícito É todo aquele cuja causa, contrária aos bons costumes ou à ordem pública, é proibida por lei. Formação dos Contratos Contratos consensuais formam-se com a proposta e a aceitação. Contratos reais com a entrega da coisa. Contratos formais com a realização da solenidade. Defeitos na Formação do Contrato Nulo é o contrato que atenta contra norma de ordem pública ou que não tenha os pressupostos e requisitos de validade do negócio jurídico. A nulidade pode limitar-se apenas a uma cláusula se não contaminar as demais. Anulável é o contrato celebrado por pessoa relativamente incapaz, ou viciado por erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Interpretação dos Contratos Sentido da interpretação: Interpretar significa identificar o significado de um ato ou de um fato. No Direito, a questão tem a ver com a interpretação da lei e do negócio jurídico e, via de consequência, do contrato. Finalidade: A interpretação de ambos (lei e contrato) tem a mesma finalidade, mas os princípios que governam as duas (2) modalidades são diversos. Interpretação da lei: A Lei é um comando geral, aplicável a um número mais ou menos amplo de indivíduos, enquanto o negócio jurídico emana de poucas vontades, e, como regra, seus efeitos só atingem os participantes. Utilidade: Toda interpretação visa sempre buscar melhor e a mais adequada aplicação da norma. Funções da interpretação do contrato A interpretação do contrato exerce, concomitantemente, função objetiva e subjetiva, pois, além de analisar o ato negocial e suas cláusulas, deverá examinar a intenção comum das partes contratantes. Extinção dos Contratos Os contratos podem ser extintos de 4 formas: Por vias normais (Devido cumprimento): A forma normal de execução dos contratos ocorre pela sua execução ou cumprimento. Devedor cumpre a prestação. Credor confirma o cumprimento pela quitação. Se negada a quitação ou dada de forma irregular, o devedor pode reter o pagamento sem constituir-se em mora. 2. Por fatos anteriores à formação do contrato: Por invalidade do contrato Por cláusula de arrependimento Por cláusula resolutiva expressa Extinção dos Contratos 3.Por fatos posteriores à formação do contrato: Contrato NULO – Nulidade ABSOLUTA Contrato ANULÁVEL – Nulidade RELATIVA 4. Pela morte: Ocorrendo a morte de um dos contratantes, o contrato pode ser extinto desde que a parte falecida tenha assumido obrigação PERSONALÍSSIMA (intuitu personae). Ocorre a CESSAÇÃO CONTRATUAL, extinguindo o contrato de pleno direito. Ex: Fiança. Não se transmite aos herdeiros a condição de fiador
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