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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 1. MODALIDADES O mesmo que espécies. Várias são as modalidades ou espécies de obrigações. Classificadas em categorias, reguladas por normas específicas. Essa classificação se mostra necessária para enquadrá-las na categoria adequada, encontrando aí os preceitos que lhes são aplicáveis. 1. Quanto ao objeto a) obrigações de dar; - arts. 233 ao 246 CC b) obrigações de fazer; e - arts. 247 ao 249 CC c) obrigações de não fazer. - arts. 250 e 251 CC Dar: Prestação de coisa Direito pessoal e não real A aquisição do direito fica na dependência da tradição do devedor. O contrato não opera transferência de propriedade, exigindo, para tanto, tradição para os móveis e tradição solene(CC, art. 1.245, par. 1º) ou registro. Entrega da coisa tem por escopo a transferência de domínio. Obs.: Se o vendedor deixar de entregar a coisa avençada, o adquirente não poderá requerer a reivindicatória porque não há direito real de propriedade; terá direito, porém, de mover ação de indenização para ser ressarcido dos danos sofridos com o inadimplemento da obrigação(CC, art. 389). Definição: É uma obrigação da qual o devedor fica jungido(ligado) a promover, em benefício do credor, a tradição da coisa(móvel ou imóvel), já com o fim de outorgar um novo direito. O adquirente será mero credor antes de tal tradição Obrigação de restituir Proporciona apenas o uso, fruição ou posse direta da coisa Não tem por escopo transferência de propriedade Se caracteriza por envolver uma devolução Ex.: locatário, mutuário, depositário, uma vez findo o contrato, dado que o devedor deverá devolver a coisa a que o credor já tem direito de propriedade por título anterior à relação obrigacional. Coisa certa: Constituído por um corpo certo e determinado, estabelecendo entre as partes da relação obrigacional um vínculo em que o devedor deverá entregar ao credor uma coisa individuada. Coisa inconfundível com outra. Devedor é obrigado a entregar a própria coisa designada, estabelecido no art. 313 CC. Ex.: cavalo de corridas Exonera-se da obrigação com a entrega do bem avençado. Coisa incerta: Ou obrigação genérica Definição: Consiste na relação obrigacional em que o objeto, indicado de forma genérica no início da relação, vem a ser determinado mediante um ato de escolha, por ocasião do seu adimplemento. Prestação indeterminada, suscetível de determinação Entregar coisa de qualidade média B) Obrigação de fazer Conceito e objeto Vincula o devedor à prestação de um serviço ou ato positivo, seu ou de terceiro, em benefício do credor o de terceira pessoa. Objeto: qualquer comportamento humano, lícito e possível do devedor ou de outra pessoa à custa daquele, seja prestação de trabalho físico ou material(ex.: construção de uma ponte), seja a realização de serviço intelectual, artístico ou científico(ex.: compor uma música, escrever um livro), ou ainda a prática de certo ato ou negócio jurídico(ex.: promessa de recompensa, locar um imóvel). Diferenças entre a obrigação de dar e a de fazer: Dar, na prestação consiste na entrega de um objeto, na obrigação de fazer, na realização de um ato ou confecção de uma coisa, para depois entregá-la ao credor. A tradição da coisa é imprescindível(arts. 1.226 e 1.267 CC) e na de fazer não. 3. A pessoa do devedor, na obrigação de dar, fica em plano secundário; visa-se apenas a aquisição ou a restituição do bem, não importando se de “A” ou de “B”, de modo que a prestação pode ser fornecida por terceiro, estranho aos interessados(arts. 304 e 305 CC), sendo que o mesmo não ocorre com a obrigação de fazer, em que a personalidade do devedor, em se tratando de obrigações personalíssima, passa a ter significado especial, o ato deve ser prestado pelo próprio sujeito. 4. O erro sobre a pessoa do devedor, na obrigação de fazer intuitu personae, acarreta a anulabilidade, ao passo que, na obrigação de dar, raramente se terá sua anulação por esse motivo. 5. Obrigação de dar recebe completa execução com a entrega do objeto prometido pelo devedor; já a de fazer resolve-se, em caso de inadimplemento, em perdas e danos(art. 389 CC) 6. A astreinte (multa pecuniária) só serve de instrumento coercitivo às ações que visam cumprir obrigação de fazer(ou não fazer) e tem por objetivo compelir ou incentivar devedor a cumprir, tempo razoável, a obrigação assumida. Na obrigação de dar será apenas perdas e danos, pois não pode ser invocada a astreinte. Espécies de obrigação de fazer: De natureza infungível: Natureza da prestação ou por disposição contratual, exclusivo, intuitu personae, executado pelo próprio devedor Devedor: insubstituível em razão de sua habilidade, técnica, cultura, reputação, pontualidade, idoneidade e experiência. Art. 247 CC De natureza fungível: Realizada pelo devedor ou terceiro Art. 249 CC Objetivo: resolver o problema C) De não fazer Conceito Aquela em que o devedor assume o compromisso de se abster de algum ato, que poderia praticar livremente se não se tivesse obrigado para atender interesse jurídico do credor ou de terceiro. Obrigação negativa.
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