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Resumo capitulo 2 livro

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Capítulo 2 – A perda de processualidade nas análises sociais da “nova questão social”
As mudanças ocorridas nas últimas décadas, relacionam-se com as condições ditadas pela globalização financeira. Não se pode, portanto, ocultar os traços e elementos que perduram ao longo do tempo, assim ao romper com a antiga concepção de mundo fechado, passa-se a distinguir o passado o presente e o futuro relacionados entre si. Os esforços agora partem então de alguns elementos que permitem esta análise sobre a questão social contemporânea partindo de outra lógica, com a intencionalidade de capturar o processo desta problemática, o que recupera o processo de conservação e renovação. Além disto é indispensável identificar traços que permanecem inalterados no decorrer do processo histórico; ou seja, desvendar de que modo o passado está presente, mas, ao mesmo tempo projetando o futuro. A discussão sobre a existência de uma nova questão social segundo o autor Rosanvallon, esta baseada na ênfase das novidades que implicaram ruptura e superação da antiga sociedade capitalista industrial e dos problemas que dela decorreram. Rosanvallon afirma que tais problemas se tornaram permanentes a partir da década de 80 quando as respostas dadas a eles não poderiam mais ser pensadas em função do risco coletivo e nem da solidariedade como anteriormente. O autor considera que os modelos Estado-providência devem ser retomados, sendo necessários para isso uma redefinição política e filosófica do contrato social sobre o qual se funda o Estado – providência. Neste sentido para ele, as políticas universais estão ultrapassadas e o Estado deve assumir, ser ativo, vinculando-se ao desenvolvimento da cidadania. O futuro do Estado-providência depende da combinação de diversos elementos. Precisa que substitua a lógica da estatização unívoca por um pilar sustentado por três bases fundamentais articulados pela socialização, descentralização e da autonomização:
Desburocratizar e racionalizar a gestão dos grandes equipamentos e funções coletivas: é a via de uma socialização mais flexível;
Remodelar e preparar certos serviços públicos para torna-los mais próximos dos usuários: é uma via de descentralização. Visa colocar tais tarefas e as responsabilidades locais nos domínios sociais e culturais.
Transferir para coletividades não públicas tarefas de serviços públicos: é a via da autonomização.
Esta análise parte do pressuposto de que é necessário que haja justiça com equidade, dando a cada um os meios específicos para o curso de sua vida como forma de superação e ruptura com os problemas, não alterando com isto a ordem estabelecida, pensando a intervenção como instrumento de coesão social. O Estado seria o responsável em garantir o suposto “bem comum”, pensado cada vez mais globalizado e impregnado da ideologia neoliberal, acompanhado pelo fomento e defesa do individualismo em detrimento de ações coletivas, mas nos perguntemos: onde caberia esse novo Estado protetor? Podemos afirmar que, na melhor das hipóteses, seria um excesso de otimismo pensar as políticas de inserção como fonte de uma “nova cidadania” já que a cidadania não se sustenta em “inutilidade social”, no assistencialismo nem nas políticas solidaristas e voluntárias.
Na tentativa de romper com a lógica dualista com relação à antiga e a nova “questão social”, Castel afirma que não existe uma nova questão social, porque ela sempre existiu e que a questão social não é formada por pessoas assalariadas e sim por uma sociedade em que o sujeito tem sua inserção social no lugar que ele ocupada pelo seu salário. É quando os conflitos são gerados e as injustiças causadas pelo capitalismo massacrante acontecem. Castel realiza uma análise profunda e pertinente sobre mudanças das situações de vulnerabilidade social desde o século XIX ao século XX, chegando à conclusão de que existem três diferentes situações que indicam formas de cristalização nas relações de trabalho na sociedade industrial, a saber: a condição proletária, a condição operária e, finalmente, a condição salarial. Com isso, ele cria a expressão para definir a “questão social”, e afirma que se trata de uma metamorfose, ou seja, indicando a presença de uma nova problemática, mas não outra problematização.

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