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Lei de Drogas

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Tráfico de Drogas
Houve um abrandamento sensível à conduta de consumo pessoal e um tratamento mais rigoroso sobre a conduta do traficante. Foi realizada uma nítida diferenciação entre usuário e dependente. 
- Usuário: consome a droga ocasionalmente
- Dependente: consome a droga de forma patológica
Art. 27 – possibilita a aplicação da pena de maneira cumulativa ou isolada, dependendo das condições do usuário ou dependente.
Art. 28 – Legalização, descriminalização ou despenalização?
Formas de abordagem do tratamento das drogas no mundo:
Modelo Norte-Americano: Prega a abstinência e a tolerância zero. Parte do pressuposto de que a droga é um mal social, devendo ser encarada como um problema policial, dessa forma é considerada criminosa, tanto a atividade do traficante, como a conduta do usuário que a compra. Para essa teoria é o usuário que alimenta o tráfico sendo parte integrante da cadeia criminosa, por esse motivo, o usuário e o traficante devem ser punidos. Esse era o modelo adotado pela lei 6368/76.
 Modelo liberal radical: Influencia inglesa e conta com inúmeros defensores. Seus pontos principais são: A completa ineficácia do tratamento penal das drogas é uma distorção de ordem prática que impõe tratamento diferenciado para ricos e pobres.
 Modelo da redução dos danos: Encara a questão das drogas como um problema de saúde pública e privada, não como questão penal. Desta forma, propõe a descriminalização gradual das drogas, buscando inicialmente reduzir os danos causados à saúde dos usuários (fornecendo seringas, garantindo acompanhamento médico) – Modelo adotado na Holanda.
 Modelo da redução dos danos e da justiça restaurativa: Além de enxergar o problema das drogas como de saúde pública e descriminalizar gradualmente a conduta, atua na prevenção e reinserção social do usuário, mantendo tratamento penal rigoroso ao traficante, ao colaborador e financiador do tráfico. Deixa de considerar o usuário como criminoso e o encara como vítima, adotando política de recuperação e não de repressão. – Modelo adotado atualmente pelo Brasil.
Análise da Conduta de Consumo Pessoal das Drogas
 Houve legalização, descriminalização ou despenalização da conduta de consumo pessoal das drogas?
- Para maioria doutrinária, a lei não legalizou o consumo das drogas como se infere, a leitura do art. 28.
- Para Luiz Flávio Gomes, houve a descriminalização das drogas que no entanto ainda configura ilícito penal. Disse em outros termos: não se trata de crime, tal qual descrito não é crime conceitualmente falando, mas continua sendo vedada a conduta pela legislação penal. O que no seu entender configura ilícito “surgêneres” algo único.
- Para Fernando Capez, a conduta é criminosa, o que houve foi a despenalização, que é o primeiro passo para uma futura descriminalização. Este posicionamento é apontado pelo STF e pelo Tribunal de Justiça.
Porte e cultivo para consumo próprio
Art. 28.  Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1o  Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
- Crime de ação múltipla: a realização de mais de uma conduta em um mesmo contexto (em relação à mesma droga), importará em crime único. 
- A expressão “droga” não possui definição no preceito primário do art. 28, em razão disso, está-se diante de uma norma penal em branco. 
- Norma penal em branco: preceito secundário está completo, permanecendo em determinado o preceito primário que necessitará de complementação através de outra fonte normativa. Se a norma complementar vier de fonte normativa da mesma natureza (lei + lei), estaremos diante de uma norma penal em branco homogênea, se a fonte normativa for diversa (lei + portaria), trata-se de norma penal em branco heterogênea. 
- No caso da complementação do artigo 28, no que se refere a DROGA, tem origem na portaria 344/98 da Anvisa Norma penal em branco heterogênea!
- O uso pretérito da droga não é crime, pois não há tal descriminação típica.
- objeto jurídico: crime contra saúde pública e não contra a saúde pública e não contra a saúde do usuário, não se admite aplicação do princípio da autoridade, pois não diante de auto lesão.
- crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa
 - sujeito passivo: coletividade
- crime vago: atinge um nº indeterminado de pessoas
- objeto material: droga
- elemento normativo do tipo: “sem autorização” ou “em desacordo com determinação legal ou irregulamentar”.
 De acordo com o artigo 2º da Lei, admite-se a utilização de plantas psicotrópicas para fins, estritamente, de uso ritualístico religioso, desde que atendidas as normas da Convenção de Viena/78 é uma decorrência da liberdade de crença.
 Constatação da destinação para uso/consumo pessoal: leva-se em conta, além da quantidade da droga, o local e as condições em que se desenvolveu a conduta, bem como as circunstancias sociais e pessoais do agente.
- crime impossível: quando não for encontrado o princípio ativo da droga
 As mesmas medidas submetem-se quem para seu CONSUMO PESSOAL plante, semeie, cultive, colhe..
- Conduta equiparada: o legislador inovou ao trazer a figura do cultivo para consumo pessoal que inexistia na legislação anterior, gerando divergência doutrinária. Atualmente pune-se as condutas de semear, cultivar e colher plantas destinadas, em pequena quantidade, para consumo pessoal.
- Critério para distinção entre consumo e tráfico: art. 28, caput.
Art. 28 Procedimento penal: no caso não haverá inquérito policial, mas apenas a elaboração de um Termo Circunstanciado, havendo a imediata apreensão da droga pela autoridade policial. A droga será periciada para constatação do princípio ativo, sendo o agente encaminhado à delegacia para constatação dos efeitos da droga, bem como o exame clínico, mesmo sem seu consentimento.
Após a realização do exame de corpo de delito, a vítima é imediatamente encaminhada ao juiz para realização de audiência, salvo impossibilidade do juízo, ocasião em que prestará compromisso de comparecer em data e horário designados pelo Juizado Especial para realização de audiência preliminar. Com esse comprisso, não se dará prisão em flagrante.
Tráfico de Drogas:
 Flagrante:
- Próprio: flagrado no momento em que pratica a conduta
- Impróprio: flagrado assim que acabou de praticar a conduta
- Presumido: flagrado logo após com os produtos do crime
- Preparado: não é válido, invalida a prisão. A autoridade se prepara antes que o agente pratique o crime (não pode punir o agente na fase de atos preparatórios = crime impossível).
- Esperado: É válido, a autoridade policial se antecipa a atuação do agente e o surpreende no momento da prática do crime. 
- Forjado: é uma simulação; o agente é acusado da prática criminosa que supostamente lhe é atribuída. (simular flagrante).
Art. 33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
- objeto jurídico: saúde pública
- sujeito ativo: qualquer pessoa; admite coautoria e participação
- sujeito passivo: coletividade
Figuras equiparadas ao tráfico:
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigoou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
- Utilização de local ou bem de qualquer natureza para o tráfico:
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
- sujeito ativo: crime próprio – o tipo exige qualidade especial do agente: ter a propriedade, a posse, administração, guarda ou vigilância do local ou bem de qualquer natureza.
- exceção pluralística: conduta de consentir que outrem se utilize do local, tecnicamente seria uma forma de auxílio ao tráfico. 
- forma específica de participação do tráfico
- exige-se o dolo na conduta do agente, pois o contrário será fato atípico.
- a figura equiparada é para auxiliar o tráfico, não o uso.
- Indução, instigação e auxilio ao uso de drogas:
§ 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de drogas
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
- Induzir: fazer nascer a ideia criminosa na mente do agente. Sugerir que a vítima se drogue.
- Instigar: alimentar a ideia criminosa já existente
- Auxiliar: realizar atos materiais pra que a vítima pratique o crime.
- exceção pluralística: partícipe responde por delito autônomo.
- sujeito ativo: qualquer pessoa
- sujeito passivo: primário – Estado; secundário – quem foi induzido, instigado, auxiliado.
- consumação: quando a vítima usa a droga.
- Seção gratuita para consumo conjunto da droga (Traficante usuário – figura híbrida):
§ 3o  Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
- Traficante usuário: figura híbrida – figura especialíssima.
- seção deve ser eventual e gratuita
- seção deve ser destinada à pessoa de seu relacionamento
- finalidade de seção deve ser consumo conjunto da droga
- Será qualificado com tráfico se: houver reiteração das condutas, se a pessoa não pertencer ao seu relacionamento e/ou se fornecer e não consumir junto.
- consumação: oferecimento da droga (uso é mero exaurimento) – crime formal
- tentativa: possível.
Art. 34.  Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
- objeto material: aparelhos/instrumentos destinados à fabricação de drogas.
- objeto jurídico: saúde pública
- crime subsidiário
- consumação: crime formal, consuma-se com a posse dos maquinários, independente do início do preparo das drogas.
Associação ao tráfico
Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único.  Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
- Figura específica de associação criminosa
- 2 ou mais pessoas
- finalidade de praticar tráfico já qualifica como associação ao tráfico
- crime formal: consuma-se com a simples associação, não importa se o trafico foi efetivamente praticado ou não
- liame subjetivo entre os integrantes da associação 
- se não houver liame subjetivo não haverá associação
- se a associação traficar Concurso material de crimes (associação ao tráfico + tráfico)
- configura com apenas um tráfico ou mais, pois o art. 33 refere-se a conduta reiterada ou não.
Associação ao financiamento
	Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput, § 1º, e 34 desta lei.
Pena – reclusão, de 8 a 20 anos, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa. 
- Semelhante à associação ao tráfico, mas tem como finalidade o financiamento e custeio do tráfico e não ao tráfico em si.
- é necessário que a finalidade era a pratica reiterada do financiamento ou custeio
Financiamento ao tráfico
- exceção pluralística que pune autonomamente a figura do partícipe de maneira mais severa
- partícipe que financia e/ou custeia, oferece auxílio material para o tráfico
- financiar: emprestar dinheiro ou bens
- custeio: pagar as despesas/custos
- consuma-se com o financiamento ou custeio, não importando se houve o tráfico efetivamente ou não.
Colaborador ao tráfico
	Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput, § 1º, e 34 desta lei.
Pena – reclusão, de 2 a 6 anos, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.
- exceção pluralística: informante, grupo, organização, associação
- crime formal: consuma-se com a informação prestada ai colaborador, não importa se o tráfico foi ou não realizado.
Prescrição culposa de drogas
	Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Pena – detenção, de 6 meses a 2 anos, e pagamento de 50 a 200 dias-multa.
Parágrafo único: O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.
- Crime próprio: agente só pode ser médico ou dentista
- só admite modalidade culposa
- consuma-se com a produção do resultado naturalístico: vítima ingira a droga
- não consuma-se só com o ato de prescrever ou ministrar

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