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aula 2 requisitos contrato

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Condições de validade do contrato 
O contrato, como qualquer outro negócio jurídico, sendo uma de suas espécies, igualmente exige para a sua existência legal o concurso de alguns elementos fundamentais, que constituem condições de sua validade.
 
Sendo o contrato um negócio jurídico, requer, para sua validade, a observância dos requisitos do artigo 104 do CC:
Agente capaz
Objeto lícito, possível e determinável
Forma prescrita e não defesa em lei.
Desse modo, será necessária a presença de requisitos subjetivos, objetivos e formais, para que o contrato seja válido
Requisitos subjetivos
 
Capacidade genérica 
A capacidade genérica dos contratantes (que podem ser duas ou mais pessoas, visto constituir o contrato um negócio jurídico bilateral ou plurilateral) é o primeiro elemento ou condição subjetiva de ordem geral para a validade dos contratos. 
A capacidade exigida nada mais é do que a capacidade de agir em geral, que pode inexistir em razão da menoridade, (CC, art. 3º), 
ou ser reduzida nas hipóteses mencionadas no art. 4º do Código Civil (menoridade relativa, embriaguez habitual, dependência de tóxicos, prodigalidade).
 
No tocante às pessoas jurídicas exige-se a intervenção de quem os seus estatutos indicarem para representá-las ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente.
Lei 13.146 de 06 de julho de 2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência –em vigor a partir de janeiro de 2016.
 
A pessoa com deficiência - aquela que tem impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, nos termos do art. 2º 
Não deve ser mais tecnicamente considerada civilmente incapaz, na medida em que os arts. 6º e 84, do mesmo diploma, deixam claro que a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa.
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
Dotada de plena capacidade legal, ainda que haja a necessidade de adoção de institutos assistenciais específicos, como a tomada de decisão apoiada e, extraordinariamente, a curatela, para a prática de atos na vida civil.
De acordo com este novo diploma, a curatela, restrita a atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial (art. 85, caput), passa a ser uma medida extraordinária :
Art. 85, § 2o. A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado.
Art. 3o  São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4o  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:          
 I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;       
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;       
IV - os pródigos.
Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.  
Aptidão específica para contratar
Algumas vezes, para celebrar certos contratos, requer-se uma capacidade especial, mais intensa que a normal. como ocorre na doação, na transação, na alienação onerosa, que exigem a capacidade ou poder de disposição das coisas ou dos direitos que são objeto do contrato.
 
Como ocorre na doação, na transação, na alienação onerosa, que exigem a capacidade ou poder de disposição das coisas ou dos direitos que são objeto do contrato. 
Outras vezes, embora o agente não seja um incapaz, genericamente, deve exibir a outorga uxória (para alienar bem imóvel, p. ex.: CC, arts. 1.647, 1.649 e 1.650)
 ou o consentimento dos descendentes e do cônjuge do alienante (para a venda a outros descendentes: art. 496).
Consentimento
 O requisito de ordem especial, próprio dos contratos, é o consentimento recíproco ou acordo de vontades. 
Deve abranger os seus três aspectos: 
 
1- Acordo sobre a existência e natureza do contrato (se um dos contratantes quer aceitar uma doação e o outro quer vender, contrato não há); 
 2- Acordo sobre o objeto do contrato; 
3- Acordo sobre as cláusulas que o compõem (se a divergência recai sobre ponto substancial, não poderá ter eficácia o contrato).
O consentimento deve ser livre e espontâneo, sob pena de ter a sua validade afetada pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude. (CC, art. 138- 165)
 A manifestação da vontade, nos contratos, pode ser tácita, quando a lei não exigir que seja expressa (CC, art. 111). 
Expressa é a exteriorizada verbalmente, por escrito, gesto ou mímica, de forma inequívoca. 
Não havendo na lei tal exigência, vale a manifestação tácita, que se infere da conduta do agente.
Requisitos objetivos
 
Os requisitos objetivos dizem respeito ao objeto do contrato, que deve ser lícito, possível, determinado ou determinável (CC, art. 104, II). 
A validade do contrato depende, assim, da:
Licitude de seu objeto — Objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes.
 Objeto imediato do negócio é sempre uma conduta humana e se denomina prestação: dar, fazer ou não fazer. 
 
 Objeto mediato são os bens ou prestações sobre os quais incide a relação jurídica obrigacional.
b) Possibilidade física ou jurídica do objeto — O objeto deve ser, também, possível. 
Quando impossível, o negócio é nulo (CC, art. 166, II). A impossibilidade do objeto pode ser física ou jurídica.
Impossibilidade física é a que emana das leis físicas ou naturais. Deve ser absoluta, isto é, alcançar a todos, indistintamente, como, por exemplo, a que impede o cumprimento da obrigação de tocar a Lua com a ponta dos dedos, sem tirar os pés da Terra. 
A relativa, que atinge o devedor mas não outras pessoas, não constitui obstáculo ao negócio jurídico, como proclama o art. 106 do Código Civil.
c) Determinação de seu objeto — O objeto do negócio jurídico deve ser, igualmente, determinado ou determinável (indeterminado relativamente ou suscetível de determinação no momento da execução). 
 
Embora não mencionado expressamente na lei, a doutrina exige outro requisito objetivo de validade dos contratos: o objeto do contrato deve ter algum valor econômico. 
Requisitos formais
 
O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma (forma dat esse rei, ou seja, a forma dá ser às coisas), que é o meio de revelação da vontade. 
Deve ser a prescrita ou não defesa em lei.
No direito brasileiro a forma é, em regra, livre. As partes podem celebrar o contrato por escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular. 
O consensualismo, portanto, é a regra, e o formalismo, a exceção. Dispõe, com efeito, o art. 107 do Código Civil:
 
 “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”.
É nulo o negócio jurídico quando “não revestir a forma prescrita em lei” ou “for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade” (CC, art. 166, IV e V). 
Podem ser distinguidas três espécies de formas: livre, especial ou solene e contratual.
 
Forma livre — É a predominante no direito brasileiro (CC, art. 107). 
 É qualquer meio de manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente pela lei (palavra escrita ou falada, escrito público ou particular, gestos, mímicas etc.).
b) Forma especial ou solene — É a exigida pela lei, como requisito de validade de determinados negócios jurídicos. 
Em regra, a exigência de que o ato seja praticado com observância de determinada solenidade tem por finalidade assegurar a autenticidade dos negócios, garantir a livre manifestação da vontade, demonstrar a seriedade do ato e facilitar a sua prova.
A forma especial
pode ser única ou múltipla (plural). 
Forma única é a que, por lei, não pode ser substituída por outra.
 Exemplos: o art. 108 do Código Civil, que considera a escritura pública essencial à validade das alienações imobiliárias, não dispondo a lei em contrário; o art. 1.964, que autoriza a deserdação somente por meio de testamento; os arts. 1.535 e 1.536, que estabelecem formalidades para o casamento etc.
 
Diz-se múltipla ou plural a forma quando o ato é solene, mas a lei permite a formalização do negócio por diversos modos, podendo o interessado optar validamente por um deles. 
Como exemplos citam-se o reconhecimento voluntário do filho, que pode ser feito de quatro modos, de acordo com o art. 1.609 do Código Civil; a transação, que pode efetuar-se por termo nos autos ou escritura pública (CC, art. 842); a instituição de uma fundação, que pode ocorrer por escritura pública ou por testamento (art. 62); a renúncia da herança, que pode ser feita por escritura pública ou termo judicial (art. 1.806).
c) Forma contratual — É a convencionada pelas partes.
O art. 109 do Código Civil dispõe que, “no negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato”. 
Os contratantes podem, portanto, mediante convenção, determinar que o instrumento público torne-se necessário para a validade do negócio.

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